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Caso Maldine: as preocupações de Saymon Aquino…

Empresário que acompanhou o jornalista na Mansão da Rosana prestou depoimento acompanhado de dois advogados e revelou que, enquanto a vítima era atendida na UPA, ele deixou o local “com receio de ser visto nervoso e descalço”, voltou para a Rosana e, de lá, seguiu para um posto entre a Maioba e a Raposa, onde, mesmo “desnorteado”, teve o discernimento de ligar para o advogado Natanael Tomaz de Aquino Júnior, um dos que o acompanharam à DHPP

 

Saymon acompanhou Allan Lepore no transporte de Maldine até a UPA do Ara, mas sua principal preocupação era ser visto daquele jeito no local

Este blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso esta semana a todo o teor dos autos resultantes do Boletim de Ocorrência nº 111014/2024, referente à morte do jornalista e blogueiro Vinícius Maldine Vieira, no dia 1º de maio, na piscina da Mansão Rosana, no Olho d’Agua.

Até esta quinta-feira, 16, já haviam prestado depoimento as seguintes “testemunhas”:

  • Rosana Rodrigues Costa, dona da casa noturna que leva o seu nome;
  • Beatriz Alexandre Cavalcanti da Nóbrega, garota de programa;
  • Márcia Costa Meireles, a “Índia”, que dormiu com Maldine;
  • Saymon Aquino Araújo, que chegou com Maldine à casa;
  • e Allan Jorge Damous Lepore, que socorreu a vítima.

Um dos trechos do depoimento de Saymon Aquino: preocupação com a imagem durante passagem pela UPA do Araçagy

Este blog Marco Aurélio d’Eça vai destrinchar um por um dos depoimentos já prestados à DHPP; por ora, se prende ao depoimento do empresário Saymon Aquino, que chegou com Maçldine à Rosana; foi Saymon quem acompanhou Allan Lepore à Upa do Araçagy – Allan dirigindo e ele na carroceira, com Maldine já desacordado.

Mesmo diante de toda a situação de Maldine, Saymon tinha uma única preocupação na UPA, conforme seu depoimento à DHPP:

Em pouco tempo, Rafael da Juventude chegou à UPA; então o declarante pediu para Rafael  ‘assumir’ a situação no hospital em razão de que estava nervoso, descalço, e com receio de ser visto naquelas condições no local”, declarou o empresário em seu depoimento.

Ele voltou para a Rosana, ficou por cerca de 30 minutos e seguiu – acompanhando do policial militar Bruno Campelo – para um posto na região entre a Maioba e a Raposa, onde mostrou outra preocupação, ainda segundo o próprio depoimento:

O declarante permaneceu no posto e resolveu ligar para o seu advogado Dr. Natanel”, por estar “totalmente desnorteado com toda a situação ocorrida”.

Este dr. Natanael é Natanael Tomaz de Aquino Júnior, que acompanhou o empresário em seu depoimento, ao lado do também advogado Áquilla Pereira Mascarenhas.

O policial militar Bruno Campelo, parceiro de Saymon, ainda não depôs à DHPP…

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Maldine foi jogado na piscina, garante testemunha..

Já ouvido por profissionais de imprensa e por familiares da vítima, mas ainda ignorado pela polícia, empresário Allan Damous Lepore conta que acompanhantes do jornalista avaliaram jogá-lo debaixo do chuveiro, mas optaram por carrega-lo para a piscina, resultando em sua morte por afogamento, o que desmente versões já apresentadas por outras testemunhas

 

Mansão Rosana, onde Maldine Vieira morreu afogado na piscina, mesmo em companhia de pelo menos 10 “amigos” e “amigas”

Considerado testemunha-chave para as investigações da morte do jornalista Vinícius Maldine Vieira, no dia 1º de maio, na casa noturna Rosana, o empresário Allan Damous Lepore já contou a pelo menos três jornalistas uma versão do que aconteceu naquele dia que é diferente das apresentadas pelo também empresário Saymon Aquino, pelo policial Bruno Campelo, e pela dona da boite, Rosana Barbosa. 

O jornalista Domingos Costa publicou a versão de Allan, com exclusividade, nesta quarta-feira, 8.

Pelo que noticiou o jornalista, Maldine pode ter sido vítima de Homicídio culposo ou de Preterdolo, como levantou o deputado estadual Dr. Yglésio Moyses (PRTB), destacado por este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Dr. Yglésio cobra respostas para a morte de Maldine…”.

Maldine estava ‘desnorteado’, andando de um lado para o outro. Muitas pessoas tentaram acalmá-lo, mas sem sucesso, até que houve uma sugestão de ‘uma pessoa’ que estava na mesa dele para colocá-lo embaixo do chuveiro; só que ‘alguém’ da mesa [o qual ele não sabe dizer o nome] sugeriu colocar ele dentro da piscina, justificando que seria melhor para ajudar na recuperação dele”, contou Allan a Domingos Costa, segundo o jornalista. (Leia a íntegra aqui)

 

Allan Damous Lepore contou ainda mais a Domingos Costa:

  • disse que as pessoas da mesa, juntas, jogaram o jornalista na piscina;
  • após alguns minutos perceberam que ele estava se debatendo e se afogando;
  • que nesse momento, o policial Bruno [Campelo] pulou para tirá-lo, mas não conseguiu;
  • que ele próprio, o Allan, também pulou, mas quando conseguiram puxá-lo “já era tarde demais”.

De acordo com o que apurou o blog Marco Aurélio d’Eça, nenhuma das pessoas já ouvidas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – inclusive a própria Rosana – deu esta versão à polícia,

Foi Allan Lepore quem levou Maldine à UPA do Araçagy, em seu veículo, um Peugeot tipo furgão, por que – ainda segundo contou aos jornalistas – Saymon Aquino recusou-se a levar o companheiro de festa em sua Dodge RAM 2500.

O depoimento de Allan Lepore à polícia estava marcado para a terça-feira, 7.

Mas a pedido do seu advogado, foi transferido para esta sexta-feira, 10.

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As três peças-chave na morte de Maldine Vieira…

Alvo de denúncias no blog do jornalista, o empresário Saymon Aquino o conheceu na noite anterior ao afogamento e foi o responsável por levá-lo à boite Rosana, para onde chamou também o policial militar Bruno Campelo; Outra peça, esta conhecida apenas por Alan – que levou Vieira à UPA do Araçagy – diz que Campelo esteve na piscina, onde a vítima se debatia, enquanto Aquino se divertia em uma mesa, com outras 10 pessoas

 

Saymon Aquino conheceu Maldine na terça-feira, 30, e o levou para a Rosana no clarear da quarta-feira, 1º

Desaparecido desde a última quarta-feira, 1º, quando veio à tona a morte do jornalista Maldine Vieira, o empresário Saymon Aquino é uma das peças-chave para desvendar o mistério em torno do afogamento, que ocorreu na casa de prostituição Boite Rosana.

Este homem só conheceu Maldine na noite anterior ao afogamento, mas foi personagem frequente em matérias do jornalista em 2023.

Uma rápida pesquisa deste blog Marco Aurélio d’Eça no blog Maldine Vieira, ainda disponível na internet, encontrou quatro posts:

Ainda durante o velório, na quinta-feira, 2, amigos próximos a Maldine Vieira relataram a linha do tempo desde a aproximação entre o jornalista e o empresário até o desfecho trágico, com a sua morte na piscina da boite Rosana.

  • o grupo de jornalistas se encontrava no Quatro Bar, na Península, ocasião em que Maldine Vieira fora apresentado a Saymon Aquino;
  • desde o início da noitada, Aquino tentava levar o jornalista para a Rosana, mas enfrentava resistência dos demais presentes;
  • diante do estado alterado de Maldine, alguns chegaram a propor levá-lo em casa, mas Saymon Aquino sempre os impedia;
  • os dois deixaram a Península ainda de madrugada, sozinhos, no carro do empresário, em direção à  Boite Rosana.

A partir daí os relatos se parecem com os já divulgados pela imprensa, desde a morte do jornalista:

  • Symon Aquino e Maldine Vieira chegaram à boite Rosana entre 5h30 e 6h da manhã, com Maldine já em contato com uma das garotas da casa, com quem ficaria;
  • a convite do empresário, seu amigo policial militar Bruno Campelo, a segunda peça-chave, os encontrou já na casa, vindo de um plantão na PMMA;
  • sentindo-se mal, Maldine subiu a um dos quartos ainda pela manhã, e só desceu – já alterado – por volta do meio-dia, em crise psicótica;
  • o jornalista foi à piscina pouco antes das 14h; cerca de 10 pessoas bebiam na casa, entre elas a própria Rosana.
O PM Bruno e colegas  se divertindo pouco antes da tragédia com Maldine

O vídeo que ilustra este post mostra Bruno Campelo na Rosana, em estado de euforia, pouco antes do desfecho trágico. 

Há um outro personagem, chamado Alan – a terceira peça-chave – que já foi ouvido por alguns jornalistas; este cidadão, responsável por levar Maldine à UPA do Araçagy, dá uma versão para o caso totalmente diferente das pessoas já ouvidas, tanto pela imprensa quanto pela polícia.

Segundo Alan, quando Maldine Vieira estava na piscina, o PM Bruno Campelo esteve com ele e deixou o jornalista se debatendo; Symon permaneceu bebendo, indiferente, assim como as outras cerca de 10 pessoas na casa.

Foi Alan quem retirou o jornalista da piscina, já desfalecido, e o levou para a UPA; coube a Rosana comunicar a situação a um dos amigos de Maldine, mas com a recomendação de que o pai – o também jornalista Marcelo Vieira – “não deveria ficar sabendo.”

A notícia sobre a morte de Maldine Vieira começou a se espalhar a partir das 14h30 do feriado de quarta-feira, 1º. Saymon Aquino, Bruno Campelo e Rosana chegaram a ser ouvidos por jornalistas, e deram versões diferentes para o episódio.

E desde que a polícia iniciou as investigações, Aquino tomou rumo ignorado…