Imagens feitas na última segunda-feira, 24, por usuários da embarcação trazida do Pará durante a campanha eleitoral de 2022 mostram que já existem partes do casco separadas, mas ela continua em operação diária na baía de São Marcos, o que pode levar a uma tragédia no meio do mar entre São Luís e Cujupe
O vídeo acima, ao qual este blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso com exclusividade, foi feito na última segunda-feira, 24, e mostra os riscos que os usuários do ferry-boat José Humberto estão correndo ao fazer a travessia entre São Luís e o Cujupe; a rachadura constatada ainda em 2022, quando a embarcação chegou, já ameaça partir o casco em pleno mar.
A estrutura de aço da embarcação – já com mais de 35 anos – tem partes claramente soltas, que balançam durante a navegação, forçando as partes ainda soldadas.
O blog Marco Aurélio d’Eça constatou com as autoridades que esta rachadura já existia no ferry boat quando ele chegou ao Maranhão, ainda durante a campanha eleitoral de 2022, quando uma forte pressão pela qualidade do transporte ameaçava a campanha do atual governador Carlos Brandão (PSB). (Saiba mais aqui, aqui e aqui)
As duas agências que cuidam do transporte no Governo do Estado – MOB e Emap – tentaram desqualificar o vídeo alegando ser antigo, postura que tem sido padrão desde a chegada do ferry velho.
Existe, de fato, um vídeo mais antigo, publicado pelo portal “Enquanto Isso no Maranhão…” ainda em setembro de 2022, o que só comprova o descaso com a embarcação.
Na época, uma inspeção da Promotoria de Defesa do Consumidor em parceria com a Capitania dos Portos proibiu o uso do José Humberto na travessia, mas uma forte pressão do Palácio dos Leões – e do então candidato a senador Flávio Dino (PSB) – forçou a volta da embarcação ao serviço de travessia.
A Marinha, desde então, lavou as mãos em relação ao problema.
Mais de um ano se passou e nenhum serviço estrutural foi feito na barca, além de pinturas que maquiaram o problema, como se pode verificar no vídeo que ilustra este post.
A pressão do mar só aumentou a rachadura ao longo de um ano sem nenhum tipo de manutenção.
E o Governo do Estado continua mantendo o ferry boat em funcionamento…