Carnaval 2013

Banner de divulgação da Famem dos carnavais nos municípios maranhenses

Começa oficialmente neste sábado (09), a programação de carnaval do interior do estado do Maranhão.

Em São José de Ribamar, por exemplo, a atitude adotada pela gestão foi a mesma pelo em São Luís: investir em cultura local, deixando de lado aquilo que se refere a cultura dos carnavais de outros estados do país.

Das mais de 75 brincadeiras, entre blocos organizados, bandas, blocos afro, escola de samba, tambor de crioula, blocos alternativos, grupos de samba, dentre outras, que irão se apresentar nos circuitos oficiais e extraoficiais, todas são genuinamente ribamarenses.

Já em Imperatriz, o carnaval foi aberto em solenidade pela prefeitura na noite de ontem (08), mas começa oficialmente hoje com três circuitos de rua: na Praça Mané Garrincha, na Praça da Cultura e no Viva Beira-Rio.

Sucesso consolidado no carnaval em Imperatriz a Jardineira e a Banda Eternos Carnavais, abrem a programação oficial da folia na cidade.

A partir das 16h, a concentração inicia na Praça Mané Garrincha, ao som das tradicionais marcinhas de carnaval, com a participação dos blocos carnavalescos e de famílias inteiras prestigiando a festança.

A grande novidade para 2013 é a premiação para os três blocos mais animados durante o percurso.

O Carnaval da Gente realizados nos interiores recebe apoio do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secma), Secretarias de Estado de Comunicação Social (Secom), Assuntos Políticos (Seap), Segurança (SSP) e Saúde (SES).

Confira a programação completa de todos os carnavais municipais no site da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem).

Durante a semana a prefeitura de São Luís anunciou inúmera ações de estruturação no carnaval da cidade para que os brincantes pudessem curtir a festa sem maiores problemas.

Na saúde, o Socorrão I realizou a transferência de pacientes para centros de saúde de retaguarda na capital, abrindo vagas na unidade de saúde para recebimento das demandas do período.

Também pediu à Secretaria de Segurança do Estado, que reforçasse a segurana com a presença de policiais militares em suas entradas e uma viatura da PM circulando nas imediações. A direção do HMDM ainda convocou o reforço de sua guarda privada.

Enquanto na infraestrutura da cidade, a prefeitura informou fazer limpezas diárias nos circuitos carnavalescos da cidade por equipes da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Semosp).

Contudo, quando se fala em transporte público não se sabe o número da frota de ônibus que irá circular durante a noite para os foliões.

Seria importante uma grande demanda até para aqueles que desejam não passar pelo teste do bafômetro durante as blitz da lei seca. Porque proibir é fácil, mas disponibilizar meios alternativos durante a folia não foi pensado.

A atenção para transporte só sobrou a distribuição de preservativos nos terminais de integração, mais nada.

Carnaval abre sexta Trupe Carnavalesca com Gilson Cesar (Foto: Antônio Martins)

A programação do Carnaval 2013 começa nesta sexta-feira (8), com o “Cortejando a Madre Deus”, a partir das 17h, pelas ruas do bairro.

Ao todo, 19 manifestações carnavalescas passarão em cortejo abrindo o roteiro festivo em cada um dos cinco pontos de som instalados no Beco das Minas, Vila Gracinha, Praça da Saudade, Beco do Gavião e Ponto de Fuga.

O “Cortejando a Madre Deus” terá participação da Trupe Carnavalesca com Gilson César, Trupe Carnavalesca do Irê, Banda do Bom Menino, Corso da Melhor Idade, além da Casinha da Roça, escola mirim Descobrindo o Saber, Brincadeira Urso Caprichoso, Cordão de Urso do Cacá, Bicho Terra e Legião dos Fofões.

O roteiro destaca, ainda, os blocos Os Malinhas, Os Gorjeadores, Os Foliões, Meninos de Fralda, Vagabundos du Jegue, Os Boêmios do Ritmo, afro Aruanda, Tribo de Índios Tupiniquins e a Turma do Vandico.

A partir das 18h, a festa segue com mais apresentações no Beco das Minas, Vila Gracinha, Praça da Saudade, Beco do Gavião e Ponto de Fuga.

Em cada um dos pontos, passarão 26 atrações, incluindo tambores de crioula, tribos de índio, blocos tradicionais, organizados, alternativos e baterias de escolas de samba.

Só no Beco das Minas, se apresentam Tambores de crioula da Paz e de Ana Rosa; blocos Os Diplomáticos, Os Reis da Liberdade, Os Magnatas, Os Tradicionais do Ritmo, Os Apaixonados, Os Lobos, Os Indomáveis e Cia. do Ritmo (todos Tradicionais); Sambista Caroçudo, Unidos de São Roque e No Maranhão o Babaçu Abunda (Organizado); Sá Viagra, As Porcas que Fuçam, Não E. Malandro, Lírio do Amor (Alternativos), Omnirá e Abibimã (Afros); Tribos de Índio Carajás e Tapiaca Uhu; Escolas de samba Unidos de São José de Ribamar, Império Serrano e Turma do Quinto; e Blocão do Jacaré.

Às 20h, a festança começa no Ceprama, onde o espaço será reservado para shows especiais. Na noite desta sexta-feira (8), sobem ao palco Rosa Reis, Grupo Folia de Três, Gerude, Erasmo Dibell e a Banda da Confraria do Copo.

A programação segue até o dia 12, terça-feira gorda de carnaval.

Recife é um dos destinos preferidos no Carnaval

O Carnaval deverá gerar uma movimentação financeira da ordem de R$ 5,7 bilhões em todo o país, com um número aproximado de 6 milhões de viagens, segundo estima o Departamento de Estudos e Pesquisas (Depes) do Ministério do Turismo.

Os destinos mais procurados pelos turistas são o Rio de Janeiro, Salvador e Recife, cidades com forte tradição na realização da festa. 

– O Carnaval é uma das épocas de maior movimentação de turistas brasileiros e estrangeiros no país – comenta o diretor do Depes, José Francisco Lopes.

Estima-se que a festa popular represente de 2,5% a 5% do faturamento das empresas do setor.

No ano passado, as viagens no período chegaram a 6 milhões e a movimentação financeira nas cidades que receberam turistas a R$ 5,5 bilhões.

Representantes de agremiações carnavalescas em protesto contra Holandinha

Por mais que os “irmãos em Cristo” de Edivaldo Holanda Júnior (PTC) não gostem da referência; por mais que seus aliados – e ele próprio – tentem negar a relação; por mais que os mais “puros” ou ingênuos vejam nesta análise uma forma de perseguição, não há como negar que a carga religiosa do prefeito tenha influência na decisão de não investir no carnaval de São Luís.

É uma questão de estilo de vida, de relações pessoais.

Holandinha não tem qualquer relação com a cultura popular de São Luís, não se relaciona com dirigentes de grupos carnavalescos, não frequenta bares, não vai a shows de música e não acompanha as manifestações culturais da cidade.

Natural, portanto, que sua postura em relação à falta de recursos para o carnaval seja blasè, do tipo: “se não dá, não tem o que fazer!”.

Poderia ser diferente se o evento em questão fosse uma cruzada evangélica, um retiro espiritual ou um show religioso. Seria difícil imaginar que, mesmo sem recursos, o prefeito fosse tão enfático ao dizer “não!” aos irmãos de fé.

Diria, pelo menos, um mais elegante “vamos ver o que podemos fazer”.

O prefeito em recorrente e ostensiva manifestação de sua fé

Desde a volta das eleições diretas nas capitais, São Luís teve prefeitos-foliões, como João Castelo (PSDB) e Tadeu Palácio (PDT), e outros pouco afeitos às manifestações culturais e populares, como Jackson Lago (PDT), por exemplo.

Mas mesmo Jackson manifestava sua pouca afinidade com o carnaval apenas deixando São Luís no período momesmo.

Nem nos períodos de crises mais agudas, o pedetista deixou de garantir o mínimo de estrutura ao carnaval e ao São João na cidade – até por que via na festa uma forma de atração de turistas.

Mas é a prmeira vez que se tem um prefeito evangélico no poder.

E a suspensão do carnaval já no primeiro ano de gestão acaba por ser sintomático, por mais que se tente negar a relação entre uma coisa e outra.

Mais do que qualquer outro gestor maranhense, Holandinha terá sobre si o peso da carga religiosa. E seus atos serão sempre medidos – goste ou não – pela influência que esta carga religiosa tem em sua vida.

Até por que, ele próprio tem feito questão de expressar sua fé, até de forma ostensiva.

Diante disso, tem obrigação de se mostrar neutro em todos os aspectos da administração, inclusive a cultural.

Sob pena de ser apontado como responsável por um período de obscurantismo religioso e cultural em São Luís.

Vale aguardar…