O debate sobre homoafetividade e união civil entre pessoas do mesmo sexo, iniciado ontem pelo candidato do PSOL, Haroldo Saboia, em entrevista à rádio Mirante AM, é um dos mais oportunos deste início de campanha eleitoral.
Há uma diversidade de culturas e posições ideológicas entre os candidatos que faz com que temas deste tipo estremeçam as estruturas sociais e mexam com brios dos eleitores.
Mas é uma ótima oportunidade para que a própria sociedade avance culturalmente.
– Não ficamos a reboque de um sentimento medieval (…) não podemos entender o homossexualismo como sendo uma doença – expressou-se Saboia, mostrando a tônica do pensamento do seu partido.
O debate ganhou corpo, ontem, nas redes sociais e hoje, em reportagem de O EstadoMaranhão, com a opinião dos candidatos sobre o tema.
Além de Haroldo Saboia, a esquerda tem outro representante na disputa, Marcos Silva (PSTU). E é da esquerda que se espera, naturalmente, as posições mais progressistas neste campo.
Mas o prefeito João Castelo (PSDB), tradicional político maranhense – e até por isso mesmo, de postura mais conservadora – mostrou-se absolutamente aberto em relação a homossexualismo e homoafetividade.
– Os direitos civis, entre eles a união homoafetiva, são parte das conquistas das sociedades modernas – definiu Castelo.
A posição do prefeito foi até mais progressista que a de Washington Luiz, ex-militante comunista e representante histórico do PT, um dos primeiros partidos a defender a bandeira dos direitos dos gays.
Washington optou pelo discurso com viés religioso, tentando mostrar tolerância, mas frisando sempre um certo distanciamento.
– Tenho meus princípios de vida, mas defendo a liberdade de escolha e sou contra todo tipo de preconceito – afirmou o vice-governador, como que pisando em ovos com as palavras.
Na disputa em São Luís têm-se ainda dois evangélicos tradicionais, daqueles chamados de “nascidos no evangelho” – Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e Eliziane gama (PPS).
E é deles que vai-se esperar, naturalmente, posições mais claras e abertas em relação ao assunto.
De Holanda, por conta exatamente da contraditória coligação com comunistas, socialistas e trabalhistas. De Eliziane, pela condição de mulher e defensora histórica das minorias.
No primeiro embate sobre o assunto, a posição de Holanda Júnior também foi meio que de esquiva. Preferiu falar por intermédio da asessoria, numa nota genérica, evitando entrar exatamente na polêmica.
– [o candidato] Respeita a posição de cada pessoa que defende a garantia deste direito e opina que é assunto a ser debatido fraternalmente, tendo como referência o respeito à liberdade e a dignidade humanas – fugiu Holandinha.
Eliziane Gama, por sua vez, apesar de chamada, não participou do primeiro debate polêmico da campanha.
Mas outros virão, certamente…
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