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PM convoca até membros da banda para ação de reintegração…

Emprego de policiais não treinados para este tipo de ação pode levar a situações graves, como a que ocorreu em junho, quando um jovem foi morto durante uma ação no Turu

 

exclusivo27104e0fda2c74918ade7003b7d82cb1eOs membros da banda de música da Polícia Militar do Maranhão foram surpreendidos nesta terça-feira, 13, com uma convocação do seu comandante para que eles participem de uma ação de reintegração de posse no município de Paço do Lumiar. 

O documento chamado “Parte” – de nº 106/15-BM/AjG – foi encaminhado pelo regente da banda, capitão José de Jesus Pereira, ao coronel Carlos Augusto Castro Lopes, sub-chefe do EMG da PM; e relaciona 10 praças da banda, entre sargentos,  cabos e soldados, para a ação na MA-204, na Maioba.

Especialistas em Segurança Pública alertam que devem ser usados em ações urbanas com risco de confronto apenas policiais treinados para tal, como os membros do Batalhão de Choque, por exemplo.

Militares de Banda de Música são os chamados soldados especialistas, que não estão aptos ao emprego da força urbana.

O corpo de Fagner dos Santos, morto em ação mal planejada da PM

O corpo de Fagner dos Santos, morto em ação mal planejada da PM

No mês de junho, o uso de policiais não aptos resultou na morte de um jovem, durante uma reintegração de posse, na região do Turu. (Releia aqui)

Depois da gravidade do caso, os comandantes da PMMA trataram de se esquivar das responsabilidades, jogando dois cabos ao linchamento público.

Desta vez, no entanto, o documento publicado neste blog mostra a responsabilidade dos oficiais comandantes.

Agora é torcer para que nada de grave possa acontecer…

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Oficiais entram em contradição em depoimento do caso Fagner…

Major Anderson Maciel afirmou ao delegado Guilherme Sousa que prendeu o cabo Monteiro por que este confessou ter atirado, mas o sub-tenente Bernardo Reis da Costa revelou que alertou o major de que outros PMs haviam disparado

 

A desocupação que resultou na morte de Fagner

A desocupação que resultou na morte de Fagner

exclusivo2Há pelo menos uma contradição no depoimento dos oficiais que comandaram a operação de retirada de invasores de um terreno na região do Turu, em 13 de agosto.

Este blog teve acesso aos depoimentos do major Anderson Fernando Holanda Maciel e o do sub-tenente Bernardo Reis da Costa, ouvidos pelo delegado de homicídios Guilherme de Sousa Filho.

Os autos mostram que será preciso muito boa vontade para não ver que houve açodamento por parte dos comandantes da ação – e da própria polícia civil – na prisão dos cabos Marcelo Monteiro e Janilson Santos.

Em seu depoimento, o major Anderson disse ter chegado ao seu conhecimento que os disparos teriam partido do cabo Monteiro, embora não tenha revelado quem o informou sobre isso.

– Que antes de entrar em contato com as autoridades superiores o depoente contactou com o Cabo Monteiro perguntando se era verídico se o mesmo tinha efetuado o disparo de arma de fogo no manifestante ora ferido; Que cabo Monteiro respondeu: “senhor, a multidão veio enfurecida em direção à tropa e eu fui obrigado a utilizar a arma de fogo” – declarou major Anderson ao delegado.

Segundo no depoimento, foi a partir de constatar a morte de Fagner Santos que o major recebeu determinação dos superiores (ele também não informa que superiores foram estes) para conduzir o cabo Monteiro à Delegacia de Homicídios.

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O sub-tenente Reis acrescentou detalhes contraditórios ao delegado Guilherme Sousa.

Segundo ele, o major Anderson o chamou para informar-lhe que já havia conversado com o cabo Monteiro  e “este teria realmente atirado em direção à multidão que estava tentando avançar”. Ao ouvir a declaração do major Anderson, Reis ponderou, segundo depoimento à polícia:

– Que o depoente, ao falar com o major Anderson, informou a este que não só o Cabo PM Monteiro teria atirado, mas assim como outros policiais militares – diz o depoimento.

Na delegacia, Guilherme Sousa ratificou a voz de prisão do cabo Monteiro, e também prendeu o cabo Janilson, levando em consideração a declaração de uma testemunha, também ainda não revelada pela polícia.

Mais tarde, a perícia revelaria que não saiu das armas deles a bala que matou o jovem…

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O que o governo tem a ver com isso?!?

Envolver o Governo do Estado na polêmica da invasão de um terreno no Turu é abrir espaços para legitimar uma indústria criminosa que prospera nas periferias de São Luís

 

Movimento orquestrado para pressionar o governo, hoje, na Deodoro

Movimento orquestrado para pressionar o governo, hoje, na Deodoro

É preciso deixar claro: o governo Flávio Dino (PCdoB) nada tem a ver com a invasão da Vila Nestor II.

E neste aspecto, não fazem sentido manifestações como as de hoje na Praça Pedro II, com palavras-de-ordem contra o governador.

Trata-se de uma tentativa de desgastá-lo, na tentativa de fazê-lo tomar uma decisão que não é dele.

O terreno invadido pelos ocupantes levados à Praça Pedro II é particular, com dono regulamentado;  e se tem alguma irregularidade cabe à Justiça determinar a questão.

E são claros os sinais de mais umação de uma indústria de invasões especializada em manipular as classes mais humildes, para se locupletar de áreas gigantescas, depois valorizadas e vendidas por milhões, no varejo dos loteamentos.

E se o governo – qualquer que seja ele – tem alguma coisa a ver com esse crime, é só na perspectiva de garantir policiamento necessário a expulsar os invasores da área.

E é isso que precisa ser feito.

Para o bem das instituições públicas e privadas…