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“Cabo Campos bateu ou não bateu na mulher?”, questionou Andrea Murad…

Deputada diz que explicações do deputado na Assembleia Legislativa não ficaram claras, diante das provas apresentadas pela vítima e já em curso na Justiça

 

A deputada Andrea Murad (MDB) voltou à tribuna após o pronunciamento do deputado Cabo Campos, acusado de agredir a esposa, e levantou novamente o questionamento sobre a ocorrência, assunto que não ficou claro de acordo com a parlamentar.

“Eu gosto do Deputado Cabo Campos, não tenho absolutamente nada contra ele. Eu torci muito para que ele viesse a esta tribuna desde a semana passada para dar uma explicação, ainda bem que ele veio, mas continuamos sem saber. Cabo Campos bateu ou não bateu na mulher? Agrediu ou não agrediu? Infelizmente não ficou claro. O deputado disse que está sendo julgado mas não  foram feitas acusações vazias. A própria justiça reconheceu a violência contra a esposa. Ela prestou depoimento na polícia, a Justiça decretou medida protetiva, então, não foi à toa. Mas esse caso não é meu, esse caso é da competência da Comissão de Ética que deve apreciar o assunto, apurar a conduta do parlamentar, independente da Justiça e do MP”, disse.

Andrea Murad reforçou o papel da Assembleia Legislativa neste escândalo envolvendo parlamentares e a importância da Casa prestar todos os esclarecimentos e confirmar sua posição diante do atual cenário que acaba desgastando a imagem do Poder Legislativo.

Procuradora da Mulher na Assembleia, a deputada Valéria Macedo (PDT) também se pronunciou, e disse que já pediu o afastamento de Cabo Campos, por 60 dias…

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Uma nova discussão de gênero…

Quando uma menina transexual é obrigada a usar banheiro masculino em uma escola, é sinal de que a ignorância ainda perpassa a rede social, tornando o Estado primitivo, acorrentado às imposições fundamentalistas

 

Editorial

Stheffany, exemplo de dignidade

Stheffany, exemplo de dignidade

É bestial que, em pleno século XXI uma menina transexual – e, portanto, mulher em essência – seja alvo de uma polêmica sobre o seu direito de usar ou não o banheiro feminino de uma escola pública.

Este blog já não deveria mais estar discutindo direitos GLBT ou condições de gênero, mas a ignorância e a cultura medieval, primitiva de parte da sociedade brasileira ainda forçam a abrir debates como este.

Stheffany Pereira, de 23 anos, aluna transexual do colégio Liceu Maranhense, foi retirada do banheiro feminino por um funcionário da escola, sob alegação de que era um homem e, portanto, não teria o direito de usar o sanitário.

Um absurdo!

Pior: nas redes sociais as críticas à vítima são ainda mais bestiais, calçadas no preconceito, na discriminação, na ridicularização de alguém que teve sua condição de gênero vilipendiada pela ignorância por aqueles que deveriam educar, instruir, ensinar…

Não é uma questão de “se sentir mulher”. Sthefany é uma mulher.

Para pessoas trans, a identidade e o corpo biológico representam tortura. Por isso, muitas tentam suicídio.

Impor a estas pessoas o uso de um banheiro levando em consideração apenas a sua genitália, insistir que estas pessoas são “homens vestidos de mulher” reduzi-las ao órgão sexual é submetê-las à indigência e à indignidade.

O cidadão tem o direito de viver de forma digna em ambiente escolar. E o Estado tem  obrigação de garantir este direito. Todos os estudantes precisam ter iguais condições para seguir seus estudos.

Infelizmente, no Brasil, o fundamentalismo religioso ainda prefere que o assunto continue a ser discutido, ad eternun, para evitar que estas pessoas alcancem a legitimidade e tenham seus direitos garantidos.

E o congresso, fortemente aparelhado por religiosos e fundamentalistas de direita, impede sistematicamente a obtenção destes direitos, que acabam sendo regulamentados na prática do dia dia ou em decisões de juízes mais progressistas.

Mas o que deveria estar sendo discutido hoje, era o COMO estas pessoas serão inseridas no contexto social, profissional e estudantil; e não mais o SE estas pessoas têm ou não direitos.

O índice de evasão escolar entre travestis e transexuais é altíssimo.

Na adolescência, quando estão no Ensino Médio, é que sofrem as piores situações na vida escolar. Violência sexual, agressões em banheiros masculinos, expulsão de salas de aula… Raras conseguem chegar à universidade.

E quando a propalada “discussão” tende a avançar, com o planos municipais de Educação, temas como a questão de gênero e a diversidade sexual ficam de fora por causa de tipos como Marcos Feliciano, Silas Malafaia e Jair Bolsonaro.

Felizmente há gente como Stheffany Pereira, que não aceita a indigência, impõe sua dignidade e vai buscar reparos, processando O Estado.

Por que é assim que deve ser…

Post inspirado em reflexão do jornalista Jock Dean, do jornal O EstadoMaranhão