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Fábio Macedo destaca realização do Dia Estadual de Combate à Depressão

O deputado Fábio Macedo (PDT) destacou, na sessão desta segunda-feira (19) da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), a realização do Dia Estadual de Combate à Depressão, em 13 de setembro deste ano. O parlamentar é o autor desta lei e de outra que criou o Programa de Auxílio a Pessoas com Depressão no âmbito da Rede Pública Estadual de Saúde.

O presidente da Assembleia, deputado Othelino Neto (PCdoB), fez uma  intervenção para elogiar a iniciativa e enaltecer a importância da criação do Dia de Combate à Depressão.

“Realmente, é um tema muito presente, certamente; todas as famílias enfrentam o problema da depressão, que é, como já dizem os especialistas, “o Mal do Século”. É realmente um tema que convém o envolvimento e a participação de todos nós”, assegurou o presidente da Casa.

Em Plenário, Fábio Macedo distribuiu aos colegas parlamentares o kit “Combatendo a Depressão – Cuidando de Vidas” contendo uma camisa com o logo da campanha e um impresso com informações detalhadas sobre a doença e outros assuntos. O deputado disse que vai fornecer ainda para a imprensa a programação e a localização do evento.

“O projeto foi sancionado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e o Maranhão, agora, passa a ser o único Estado do Brasil a possuir o Dia do Combate à Depressão. Algo pioneiro, algo que a gente deve se orgulhar muito de estar acordando para esta doença que, infelizmente, vem se alastrando muito”, contou.

O parlamentar pediu e foi atendido para que o presidente suspendesse a sessão, momentaneamente, para fazer a entrega do kit e registros fotográficos.

Macedo fez agradecimento ao governador Flávio Dino, por haver sancionado as leis, e aos colegas de Plenário pela aprovação.

“Além do Dia do Combate à Depressão, esta Casa também votou, por unanimidade, e foi sancionado pelo governador, o auxílio às pessoas com depressão. Todos sabem que um tratamento de depressão não é barato e não depende só de uma sessão. São várias sessões, e agora também o Maranhão passa a ter agora esse serviço nos hospitais da rede pública. Parabéns a todos os deputados que votaram, por unanimidade. E agora, quem tem esse problema vai poder contar com o tratamento necessário”, afirmou.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas sofrem com a depressão, segunda doença que mais cresce.

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Lições de uma morte…

Por João Melo e Sousa Bentivi

Essa crônica pode estar velha no dia da publicação. Escrevo-a na sexta, será publicada domingo e, nesse tempo, todas as notícias podem ter se tornado velhas. O que resta esperar é que o envelhecimento seja construtivo.

Morreu o jornalista Décio Sá. Aliás, não morreu, mataram-no, foi assassinado!

Conheci o Décio criança, fomos criados no mesmo bairro, o antigo Barés, hoje tristemente incorporado pela imundície da Feira do João Paulo. Como todos nós, do Barés, de origem humilde.

  A vida lhe foi pródiga: venceu.

Não tínhamos relações de intimidade, até porque a diferença de idade entre nós pouco permitiu de convivência e, no desenrolar de nossas vidas, trilhamos caminhos bem opostos. Por motivos ideológicos e profissionais, Décio Sá, desde cedo, vinculou-se à estrutura Mirante-Sarney e eu, por meus motivos, caminhei exatamente ao contrário, nunca estive nem próximo a essa nau. Graças a Deus!

Isso não fez de nenhum de nós melhor ou pior, fez-nos, pura e simplesmente, diferentes.

Muita gente reclama dos jornalistas que defendem posições, como era o caso do Décio Sá e eu sempre acho hipócritas aqueles que se vangloriam de fazer o “tal jornalismo imparcial”. Jornalismo imparcial seria o mesmo que comida insossa ou água morna: nem serve para beber, tampouco pela um porco: toucinho cabeludo nunca fez sucesso!

O jornalista que faz bem para a sociedade tem que ter a contundência da parcialidade. Parcialidade não rima, necessariamente, com malandragem, rima com ter um lado político, econômico ou ideológico. É melhor ter um lado e assumi-lo que ficar se posicionando de maneira sutil e hipócrita.

O meu saudoso mestre e amigo José Maria do Amaral ensinou-me que quem não tem inimigos também não pode fazer amigos. Desconfie-se, pois, desse tipo de indivíduo que diz ter somente amigos: ou é mentiroso ou não vale nada. Melhor que seja mentiroso.

O Décio Sá foi morto a mando de um ou mais inimigos e daí sobram lições.

Creio que não tomava os devidos cuidados com as pessoas que tinha certeza de tê-las incomodado. Posso estar errado, mas ser da equipe Mirante, próxima ao núcleo central do governo do Maranhão, deveria lhe dar uma certa sensação de segurança.

A segunda lição é que a insegurança, em vez de ser exceção, é regra no Maranhão. Os fatos afirmam:

Não era um jornalista qualquer. Era um dos mais lidos, da maior rede de comunicação do estado, amigo das mais altas autoridades, incluindo a governadora e José Sarney.

Com todos esses predicados, os assassinos o mataram em um restaurante lotado, cedo da noite, sem capuz ou disfarce, com a certeza da impunidade.

A terceira lição mostra a deterioração das relações sociais. Nunca advoguei a farsa social que canoniza o morto, principalmente se a morte é violenta, mas é inadmissível detratar-se do morto, qualquer que seja o motivo, ainda que relevante, pois o morto tem a incapacidade absoluta de defender-se e, assim procedendo, se estará promovendo pelo menos uma absoluta covardia.

A quarta lição é uma equação em aberto: o governo tem a maior de todas as obrigações – prender executores e mandantes.

Os outros assassinos de aluguel (que no Maranhão, acredita-se, são muitos) estão vendo o rio passar. Caso a morte do Décio Sá fique na impunidade, será um grande combustível a encorajar os crimes de encomenda. A impunidade da morte do Décio Sá fará com que qualquer motivo, mesmo banal, atinja a condição de relevância para a execução de alguém.

Encontrar, prender, julgar e colocar na cadeia esses facínoras é condição de segurança pública. Alguém, desavisado, diria: só porque é da Mirante? Não, nesse caso não se trata de Mirante ou um jornalzinho casca de coco: o fato independe do veículo.

Assim, espera-se que, desse triste drama, sobre algo de relevância. Que os sentimentos menores não se externem. Que os facínoras recebam o merecido e que outros jornalistas não tombem de maneira tão violenta.

Na adolescência, li um livro – A Marca da Violência – e não recordo o nome do autor, mas uma frase desse livro me marca até hoje: “o nascer é o início da vida, o morrer é o fim, mas uma morte violenta é um fim antes do fim”.

Creio que se aplica ao Décio Sá!…

Bentivi é médico otorrino e legista, jornalista, advogado, professor e músico