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A humilhante distribuição de pescado no interior maranhense…

A combinação de um povo miserável e desassistido pelo poder público com políticos cada vez mais despreparados e sequiosos de mídia gera imagens grotescas, que reforçam a condição de barbárie em que vive o estado

 

O povo pobre é humilhado sem nem sequer perceber por capitães-do-mato que também não se percebem miseráveis

Editorial

Cenas bizarras, de pescados sendo despejados nas cabeças do povo pobre maranhense têm marcado a Semana Santa no interior.

E não é de hoje.

A imagen que ilustram este post é do município de Anapurus, mas se repete como praga pelo interior maranhense, gerada pela política do pão e circo que vem sendo produzida no Maranhão há anos, diante dos olhos cegos do Ministério Público.

Vereadores, deputados estaduais e federais, prefeitos e até o Governo do Estado se aproveitam do povo miserável para se autopromover, em ações de solidariedade que deveriam nem mesmo ser motivos de publicidade.

A distribuição de peixes congelados – sabe-se lá há quanto tempo – ganhou força a partir da segunda década dos anos 2000, por influência do lobby das empresas que atuam no setor de pesca e distribuição, muitas delas financiadoras de campanhas a cada dois anos.

A prática virou praga ao ser replicada não apenas nas esferas do poder municipal, mas também estadual.

E só foi replicada por que a classe política também foi baixando de nível ao longo dos anos, formada hoje cada vez mais apenas por herdeiros de poderosos que mal entendem o que é segregação social.

O povo pobre e desassistido pelo poder público é manipulado por este mesmo poder público em épocas como o Natal e a Páscoa.

E a cada ano esta prática vai se espalhando pelo estado, sendo usada não apenas por políticos, mas também por candidatos a políticos, que acham isso um case de sucesso.

O Maranhão vai, cada vez mais, jogando imagens de vergonha para o Brasil e para o mundo.

E ainda tem quem aplauda!!!

Marco Aurélio D'Eça

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