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Exclusivo!!! Icrim e Bombeiros divergem sobre causa de incêndio no Rio Anil Shopping…

Laudo do Instituto de Criminalística descarta que a colocação de manta asfáltica na cobertura do prédio tenha causado o sinistro e diz que uma explosão no projetor da sala 3 do Cinsystem seria a origem do fogo; CBMMA não descarta o uso do maçarico como causa e põe dúvidas sobre explosão na sala 3, que continuou a exibir filmes mesmo após o início da tragédia, que matou duas jovens e feriu outras 21 pessoas no dia 7 de março

 

Projetor do Cinesystem que o Icrim aponta como causado do Incêndio que resultou na tragédia do Rio Anil Shopping; Bombeiros divergem

O blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso neste domingo, 11, com exclusividade, aos laudos do Instituto de Criminalística (Icrim) e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão sobre o incêndio no Rio Anil Shopping, em 7 de março, que resultou na morte de duas garotas e deixou outras 21 pessoas feridas.

Os laudos são totalmente divergentes entre si.

O Laudo pericial do Icrim, nº 0022097/2023/PO, com 97 páginas – assinado pelos peritos criminais Aristoneide Costa Coelho, Antônio Fernando Barros, Cláudio José Sousa da Silva e Cássio Marques Freitas – aponta como local do início do incêndio a cabine de projeção da sala 3 do Cinesystem, “mais precisamente no projetor de filmes desta sala”.

– A causa foi um fenômemo elétrico na fonte de alimentação da lâmpada do projetor da cabine 3, não sendo possível  identificar o elemento ignitor do evento – determina o laudo do Icrim.

Os peritos do Icrim deixam claro a distância de 34,25 metros entre a área de colocação da manta asfáltica e as salas de cinema.

Já o Laudo Pericial de Incêndio nº 005, de 30 de maio de 2023, do Corpo de Bombeiros, não descarta a origem do incêndio como resultante do que denomina “chama aberta”, oriunda de maçarico, equipamento que estava sendo usado por operários na cobertura do shopping.

– O uso de chama aberta oriunda do maçarico, na presença de um comburente presente no local (dutos elétricos, papel cartão proveniente do gesso acartonado, plástico de revestimento das placas acústicas depositadas sobre o forro e etc…) são elementos capazes de formar a reação em cadeia e iniciar uma combustão. Soma-se a isto um ambiente de alta temperatura devido aos vapores acumulados pelas máquinas de projeção – diz, em sua página 11, o laudo do CBMMA, assinado pelos oficiais-peritos Antonio Eliberto Mendes, João Luís Gonçalves Lima, Leno Romeu Coelho Costa, Paulo Henrique Fernandes Oliveira e Léo Anderson Diniz Pereira.

Estado da sala 3 do Cinesystem após incêndio do Rino Anil Shopping; mas as duas jovens mortas estavam na sala 2, menos atingida pelas chamas

Ao contrário do Icrim, o Corpo de Bombeiros não estabeleceu dado conclusivo para a causa do incêndio na sala 3 do Cinesystem, apesar de reconhecer que foi esta a área mais degradada pelo incêndio.

Os bombeiros estabeleceram uma hipótese de o incêndio ter-se originado no entreforro da sala 3, “onde foi verificado resto de material de impermeabilização semelhante ao utilizado na impermeabilização do telhado metálico, cuja aplicação pode ser feita com colagem de asfalto quente, com ajuda de chama aberta de um maçarico ou por colagem de manta fria.” 

Ainda contrariando o laudo do Icrim, o relatório do CBMMA, diz que há na cabine de projeção da Sala 3 do Cinesystem dispositivos do tipo Sprinkler (espécie de chuveirinhos acionados pelo calor em caso de incêndio).

O laudo deixa claro: o acionamento [do Sprinkler] se inicia a partir de 68° C.

– Sendo assim, é possível e muito provável depreender que, caso o incêndio se iniciasse a partir da máquina de projeção da Sala 3, o acionamento do Sprinkler seria automático e suficiente para conter as chamas, evitando o alastramento do incêndio – diz o laudo, em sua página 14.

Esse acionamento do Sprinkler, explica o documento dos Bombeiros, “seria tardio se o incêndio se iniciasse acima do chuveiro automático, na região do entreforro, por exemplo, avançando, só a posteriori, para a área de projeção da sala 3.

Os dois laudos vinham sendo mantidos restritos pelas autoridades do Governo do Estado – e sobretudo por estranha pressão da chefia do Ministério Público, apesar de ser documento de teor público.

O blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso não apenas a estes, mais a todos os documentos envolvidos na investigação, que deverão ser tornados públicos em posts subsequentes a este.

O blog entende que esta publicização da história do incêndio no rio Anil Shopping a fará devidamente esclarecida.

E as vítimas e suas famílias também devidamente honradas…

Marco Aurélio D'Eça

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