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Afinal, quem manda na OAB maranhense?

Colho do blog de Itevaldo Júnior a informação de que o antigo assessor de comunicação da secção maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil, jornalista Antonio Carlos Oliveira, foi demitido. (Leia aqui)

– [a demissão ocorreu] sem que o secretário-geral da entidade, Carlos Couto, tampouco o presidente Carlos Macieira soubessem – completa o jornalista.

A demissão de Oliveira – informação a que este blog teve acesso há uma semana – ocorreu da seguinte maneira: ele entrou em férias e, quando chegou, logo no primeiro dia, recebeu a informação da demissão.

Antonio Carlos exercia há anos o cargo de chefe da Assessoria de Comunicação da OAB. Quando assumiu o comando da entidade, Macieira nomeou para o posto a jornalista Flávia Regina – ex-secretária de comunicação do governo José Reinaldo Tavares (PSB) e ligada a Alexandra Tavares (PSB).

Os Tavares comandam a campanha de Flávio Dino (PCdoB) ao Governo do Estado. Macieira é ligado a Dino. Flávia Regina, portanto, seria um nome de consenso de todo o grupo.

Mesmo com a nomeação de Regina, Antonio Carlos Oliveira permaneceu na asessoria, embora em clima de claro constrangimento em relação à sucessora.

Até entrar de férias e, na volta, receber a carta de demissão do tesoureiro da entidade.

Mudanças de funcionários e assessores são normais em qualquer tipo de trabalho, mas um detalhe intriga este blog: Carlos Macieira declarou ao blog do Itevaldo  que não decidiu a demissão do assessor – já que estava de licença.

O que leva a uma pergunta óbvia: alguém manda mais que o presidente na Ordem dos Advogados?

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Ação de despejo contra Euromar – que deveria durar apenas 4 meses – passou quatro anos sem audiência e perdeu seu efeito

A 3ª Vara Cível de São Luís parece ter sido, durante muitos anos, o paraíso legal do empresário Alessandro Martins, revendedor Volkswagen e recentemente preso no Maranhão por vários crimes.

É o que mostra o Processo nº 18636/2006, uma Ação de Despejo por Infração Contratual movida pela Áurea Empreendimentos S/A, dona do prédio onde funciona a empresa de Martins.

Esta Ação passou quatro anos na 3ª Vara, sem a realização de qualquer audiêcia – e a única decisão dos autos, tomada por um juiz substituto, foi modificada pelo titular, curiosamente, auto-declarado suspeito para julgar o caso após, quatro anos de idas e vindas.

O Caso
Em 2006, a Áurea Empreendimentos S/A pediu à Justiça o despejo da Euromar Automóveis e Peças LTDA
., alegando que a empresa locatária havia sublocado o prédio para outras duas empresas, o que era vetado em contrato.

De acordo com a lei 8.245/91, um processo de despejo deve durar, no máximo, quatro meses (art. 63, parágrafo 1º alínea “a”). Este, durou quatro anos.

Na audiência de conciliação não houve acordo. O juiz Titular da 5ª Vara Cível, respondendo na ocasião pela 3ª Vara, julgou a ação proccedente determinando a rescisão do contrato e a desocupação do imóvel. Alessandro Martins entra com Embargos de Declaração, alegando tão somente que o titular da 5ª Vara não explicou nos autos porque julgou o processo, já que não era titular da 3ª Vara.

Foi o suficiente para a protelação do processo. O juiz titular da 3ª Vara acolheu os embargos, dando-lhe efeito modificativo, anulando a sentença do colega.

Novas audiências foram marcadas para 16 de julho de 2008; 28 de agosto de 2008; 2 de junho de 2009 e 27 de agosto de 2009. Nenhuma foi realizada, pelos mais diferentes motivos.

Foi então que a Áurea Empreendimentos, pressentindo a prejudicação do caso, pediu julgamento antrecipado. Uma nova audiência preliminar foi marcada para 15 de março de 2010, quase quatro anos depois de iniciado o caso. Novamente não foi realizada porque o novo juiz que respondia pela 3ª Vara temeu que a sentença fosse modificada pelo titular, quando de seu retorno,a exemplo do que já havia ocorrido.

Somente em 6 de maio de 2010 o juiz titular da 3ª Vara Cível declara-se suspeito para julgar o caso. O processo foi, então, encaminhado para a 9ª Vara Cível. O titular desta Vara nada mais pôde fazer porque a Ação já estava prejudicada, uma vez que o contrato questionado já havia expirado desde 2008.

Resultado: a Ação foi julgada extinta em 13 de julho de 2010 e Alessandro Martins permanece no usufruto do prédio da Euromar.

O propretário – coitado! – ainda espera a devolução do seu imóvel…

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Cúpula da PM recua e tira das ruas policiais que abordaram promotor surtado

A cúpula da Polícia Militar anunciou hoje à tarde o afastamento das ruas dos policiais que abordaram o promotor Zanony Passos em uma churrascaria do Vinhais, na madrugada de sábado.

A decisão teve o aval da secretaria de Segurança, mas não deixa de ser um recuo, como se admitissem não ter convicção de nada do que aconteceu.

Sobretudo após a publicação desta foto no blog de Daniel Matos, em que Passos aparece com o rosto desfigurado. Ele alega ter sido agredido pelos PMs.

O histórico do promotor não gera expectativas de que ele esteja certo. Ele é conhecido na cidade como “promotor” de confusões em ambientes públicos e até no condomínio onde mora.

Além disso, segundo o programa Abrindo o Verbo, da Mirante AM, ele teria um tio no Estado Maior da PM.

E a própria PM diz que só em caso de resistência à prisão é que os policiais reagem. 

Após o recuo da PM fica a dúvida se a decisão tenha sido influenciada pela pressão da Cúpula do Ministério Público.

E se o comando da PM agiria da mesma forma se do outro lado estivesse um cidadão comum.

Leia aqui o blog de Daniel Matos 

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Como a Justiça maranhense protelou ações contra Alessandro Martins…

As sentenças prolatadas pelo juiz José Ribamar Goulart Heluy Júnior em quatro processos envolvendo o empresário Alessandro Martins são um compêndio de como funciona – ou funcionou – os bastidores do Judiciário maranhense.

Martins foi claramente beneficiado pela Justiça – com protelações, contra-argumentações e até decisões judiciais flagrantemente “equivocadas” para dizer o mínimo – como conta Heluy Júnior em seus despachos.

O Processo nº 22212/2008 é um exemplo: Tratava-se de uma Ação de Despejo da Àurea Empreendimentos S/A, de propriedade do empresário Carlos Gaspar, contra a Euromar Automóveis e Peças LTDA. de propriedade de Martins.

A ação informava que havia se encerrado o prazo locatício do prédio da Euromar, e pedia a devolução do prédio, já que Martins não havia exercido o direito contratual de opção de prorrogação.

A princípio, a Ação foi distribuída para a 7ª Vara Civel, onde chegou a haver um despacho. Mas a Euromar pediu a remessa para a 3ª Vara Cível, alegando conexão com outro processo.

Era na 3ª Vara onde ocorriam os benefícios ao dono da Euromar. Sua defesa só não esperava que, naquela vara, estivesse despachando não o juiz titular, mas a auxiliar.

Exemplo: a juiza auxiliar da Vara, julgou procedente a ação de rescisão de contrato, decretando o despejo. Imediatamente Martins entrou com Embargo de Declaração e levou o processo da secretaria. Tinha prazo de 24 horas para devolvê-lo, mas, passados 5 dias, continuava com ele – oficiais de justiça não conseguiam intimar seus advogados.

A mesma juiza auxiliar julgou improcedente os embargos, mantendo a sentença.

O juiz titular da 3ª Vara Civel retornou à função, quando Martins entrou com novo Embargos de Declaração, com efeitos infringentes. Além de acolher os embargos, o juiz titular (a sentença de Heluy Júnior não cita o nome) determinou efeito modificativo, anulando a sentença prolatada pela juíza auxiliar (cujo nome também não é citado).

Entre outras coisas, acatou argumento de que a juíza cerceara o direito de defesa da Euromar e de Alessandro Martins.

A Áurea Empreendimentos interpôs Agravo de Instrumento. Segundo o juiz Joé Ribamar Heluy Júnior, o juiz da 3ª Vara apenas prestou esclarecimentos, sem registrar decisão nos autos.

Após a anulação da sentença, o tal juiz titular da 3ª Vara declarou-se suspeito para julgar o feito – isso dois anos depois de o processo estar tramitando – razão pela qual a ação foi redistribuída à 9ª Vara, onde, finalmente, recebeu sentença; e a Euromar foi condenada também por Litigância de Má-Fé.

– (…) Aproveito para externar a minha surpresa com este processo. Que de simples Resolução, acaba durando quase dois anos apenas em primeiro grau. (…) de tudo se faz para que uma situação permaneça indefinidamente, causando prejuízos a quem de direito. Um processo que teve sentença célere sem necessitar de qualquer meta estabelecida pelo CNJ foi anulada por embargos infringentes – diz o despacho de Heluy Júnior.

Ele também não vê motivos para a alegação de cerceamento de defesa por apte a juíza auxilair, que prolatou a primeira sentença.

– E mesmo a juzia auxiliar sentenciante tendo reconhecido a tempestividade da contestação (mesmo fora do prazo), ainda foi acusada de ter cerceado o direito a ampla defesa da requerida (Euormar). Cerceamento de Defesa é matéria a ser questionada em apelação – ensina o juiz.

E este é apenas um dos quatro processos julgados por Heluy Júnior entre junho e julho passados. Ainda há outros três.

Cujas historias também serão contadas aqui…

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Suspeito de chefiar crimes no presídio, adjunto da Segurança é demitido

A governadora Roseana Sarney determinou a demissão do secretário-adjunto de adminsitração penitenciária, Carlos James Moreira da Silva. 

Ele é investigado sob acusação de tráfico de drogas, roubos e assassinatos dentro da Penitenciária de Pedrinhas.

O secretário é um dos denunciados pelo ex-traficante Marco Aurélio Paixão, o Matosão.

Segundo o ex-presidiário, existe uma organização criminosa na penitenciária.

Matosão foi executado quinta-feria, possivelmente como queima de arquivo.

A exoneração de Carlos James visa garantir maior tranquilidade para as investigaç~eos da Corregedoria de Política e da Ordem dos Advogados.

Ainda não foi definido o substituto do adjunto.