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Idealizado por Allan Garcês, Talentos do Reggae dará R$ 50 mil em prêmios…

Evento foi lançado no último sábado 30 – mesmo dia em que começaram as inscrições pelo perfil no Instagram –  e terá  sua solenidade de premiação no dia 1º de junho, com destaque para várias categorias vinculadas ao movimento regueiro no Maranhão, com transmissão ao vivo, participação de bandas, DJs, dançarinos, os chamados magnatas e presença de atrações internacionais

 

Logomarca do evento está disponível no site talentosdoregge.com.br e no perfil @talentosdoreggae

A casa de eventos Versátil foi palco neste último sábado, 30, do lançamento do projeto “Talentos do Reggae”, premiação que busca incentivar toda a cadeia produtiva do reggae no Maranhão; o projeto é idealizado pelo deputado federal Allan Garcês (PP) e vai distribuir R$ 50 mil em prêmios.

A festa de premiação dos escolhidos ocorrerá no dia 1º de junho.

Na noite de lançamento Allan Garcês reuniu talentos de todos os setores da cadeia produtiva do reggae maranhense

No evento do último sábado, Allan Garcês recebeu artistas, dançarinos, DJs, magnatas, bandas de reggae, jornalistas e ativistas culturais para apresentar o projeto “Talentos do Reggae”, em uma noite de muita ginga jamaicana.

– Trtata-se de um evento dedicado à valorização dos artista do reggae, com objetivo de reconhecer seus talentos e gerar reconhecimento pelo seu trabalho; visa dar visibilidade ao reggae maranhense e mostrar sua beleza para o Brasil – explicou Allan Garcês.

Serão premiadas bandas, cantores e outros artistas da cadeia produtiva do reggae.; dançarinos e DJs terão participação especial bonificada pelo evento

No perfil do projeto no instagram (@talentosdoreggae) os interessados podem conhecer as categorias e fazer a inscrição para concorrer aos prêmios; seis inscritos serão selecionados e um sairá ganhador no dia da festa de premiação, em 1º de junho.

– O evento “Talentos do Reggae” promove a cultura do reggae, oferecendo visibilidade aos talentos maranhenses e contribuindo para o desenvolvimento do turismo cultural no Maranhão – prega Allan Garcês.

O lançamento do “Talentos do Reggae” reuniu algumas das principais estrelas do reggae no Maranhão, como Fauzy Beydoun, Natty Naifsson, Raiz Tribal, projeto Reggae Aulas jornalistas e ativistas…

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Allan Garcês promove sessão especial do filme de Bob Marley…

Deputado federal receberá jornalistas, artistas, DJs, profissionais e amantes do reggae para assistir – em Avant Première, no São Luís Shopping, na próxima quinta-feira, 15 – “One Love”, película que conta a história do ícone da música jamaicana

 

Allan Garcês ao lado do pesquisador Natty Nayfsson, uma das lendas do reggae no Maranhão

Apaixonado por reggae e incentivador do segmento regueiro no Maranhão, o deputado federal Allan Garcês (PP) promove na próxima quinta-feira, 15, uma sessão especial para seus convidados do filme “Bob Marley: One Love”, que conta a história do ícone jamaicano; o parlamentar receberá jornalistas, artistas, DJs, empresários e amantes do reggae no cinema do São Luís Shopping.

Allan Garcês vem trabalhando investimentos em toda a cadeia produtiva do reggae, com objetivo de gerar emprego e renda neste setor da sociedade.

– Minha paixão pelo reggae começou na infância, quando passava férias com meus avós no bairro da Liberdade; Próximo da casa deles existia inúmeras radiolas, que aos domingos tocavam as poderosas pedras – lembra Allan Garcês.

O deputado vem se reunindo com lideranças e DJs do reggae, para organizar um projeto que fomente o fortalecimento, crescimento econômico e o desenvolvimento da cadeia produtiva do reggae.

– Nossa intenção é valorizar a nossa raiz cultural, que deu o título a nossa cidade de Capital Nacional do Reggae. Vamos colocar o Reggae no seu honroso lugar na cultura maranhense. Embora o reggae tenha sua raiz na etnia negra, ele não tem somente uma cor, é de todas as cores. O reggae não tem partido, nem ideologia. O reggae é do mundo e de todos, porém na América do Sul, nossa ilha de São Luís é considerada a Jamaica [que também é uma ilha] brasileirajustifica Garcês.

 

Pelas suas ações em favor do segmento, que beneficia também o Turismo, Allan Garcês foi recentemente agraciado com o “Prêmio Cazumbá de Turismo”, um dos mais importantes do Maranhão.

A sessão especial que ele organiza para os regueiros no São Luís Shopping é uma forma também de marcar o aniversário de Bob Marley, que acontece no dia 6 de fevereiro; em 9 de maio, o deputado federal será também anfitrião de uma sessão solene na Câmara Federal, em alusão ao Dia Nacional do Reggae.

– Pretendemos contagiar Brasília, capital do país, com parte da nossa raiz cultural, o reggae, o ritmo musical que fala de amor, paz e liberdade, afinal, São Luís do Maranhão, é a capital nacional do reggae – espera o parlamentar.

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Entre gregos e jamaicanos…

Grecojamaicanos, ilustração do design Peron

Por Antonio Carlos Lima

Por razão alheia ao seu propósito, o jornalista, escritor e historiador João Francisco Lisboa talvez seja o principal responsável pelo título com o qual São Luís passou a ser distinguida, desde meados do século XIX, nos círculos cultos e esclarecidos do País, e que tanto incômodo e desassossego provoca até hoje em certas rodas de maranhenses.

Ao adotar o heterônimo de Tímon, um rico e abnegado cidadão ateniense que, de tanto testemunhar as fraquezas e iniquidades dos seus contemporâneos, passou a devotar ódio e desprezo à humanidade, Lisboa pretendia, na verdade, apenas pintar os costumes do Maranhão do seu tempo, “encarando o mal sobretudo”, e não exaltar as supostas virtudes dos seus conterrâneos, comparando-os aos gregos.

No Jornal de Tímon, publicado pela primeira vez em 1852, ele traça, com erudição, amargura e refinado humor, um retrato nada lisonjeiro de seu povo, “pequeno e obscuro, sim, se o comparamos com tantos outros, porém o maior, e o mais celebrado que pode haver, para um grego nascido e criado nas históricas margens do soberbo Itapicuru”.

A comparação com Atenas era, como se vê, pura ironia.

Mais tarde saudado por Antonio Candido como “um dos publicistas mais inteligentes do Brasil,” e por José Veríssimo como “o mais poderoso escritor brasileiro, prosador dos mais originais, copiosos, puros e elegantes da nossa língua moderna”, ele ignorava estar contribuindo, com os seus escritos demolidores e seus estudos históricos, para a justificação do título que mais tarde seria conferido à sua província.

O título, “Atenas Brasileira”, conservado na historiografia literária brasileira,foi, por assim dizer, uma homenagem a Lisboa, o Tímon maranhense, a partir da constatação, lá fora, de um fenômeno aqui operado após as lutas pela Independência. 

Território durante dois séculos apartado do Estado do Brasil, até então pobre e sem literatura,o Maranhão passara, repentinamente, a ocupar lugar de proeminência na vida cultural de um país agora autônomo.

Além de Lisboa, cuja figura imponente, segundo Sílvio Romero, era “suficiente para iluminar uma época inteira”, causavam espanto e admiração, Brasil a fora, entre outros, o poeta Antônio Gonçalves Dias, considerado depois o poeta da nacionalidade;o erudito Odorico Mendes, que traduziu Homero e Virgílio para a língua portuguesa;o gramático e crítico Sotero dos Reis; e o matemático Gomes de Sousa, ainda hoje reverenciado nos círculos acadêmicos.

“Nunca mais se reuniu no Brasil, nem mesmo na capital (o Rio), onde todos trabalham dispersos e separados, um igual grupo literário, notável pelo talento, pelo saber e pela variedade das capacidades”, escreveu Veríssimo, referindo-se àquele período de pouco mais de quarenta anos.

Enquanto Atenas, em dois séculos, moldou todo o caráter da civilização ocidental, os “atenienses do Bacanga e do Anil”, mais modestamente, no curso de quatro décadas, surpreenderam um país em formação com uma explosão rara de criatividade e talento.

A comparação que se estabeleceu com a Atenas do misantropo Tímon, emulado por Lisboa, era, sem dúvida, produto do exagero retórico de uma época em que o romantismo tupiniquim ainda flertava com a antiguidade clássica.

Mas se impôs no tempo em função do valor incontestável da contribuição do Maranhão à cultura nacional, que continuou a ser oferecida em outros momentos, evidentemente sem oimpacto causado por aquela geração que se extinguiu nos 60.

À época não faltaram, como hoje, os que contestaram não o fenômeno, mas o título, por julgarem-no pretensioso e imerecido.

Um livro de crítica, do bacharel Frederico José Correa, publicado em 1878 e pela primeira vez reeditada em São Luís, em 2015, pela Pitomba Livros e Discos,  é a primeira crítica contundente à Atenas tropical.

A segunda veio de voz mais conhecida, o escritor Aluísio Azevedo.

Ressentido, magoado com os seus conterrâneos pelos ataques sofridos quando da publicação, em São Luís, em 1881, de O mulato, ele escreveu, dois anos depois, no Rio, um texto demolidor contra a sua “paupérrima província que, por um abuso de retórica, ficou classificada de Atenas brasileira”. 

Mas lamentou que “todos ou quase todos esses vultos maranhenses cujos nomes são repetidos com amor e respeito, e cujo talento flameja, ora na imprensa, ora na ciência, ora na literatura, nunca receberam da sua província a menor simpatia”.

Agora, mais uma vez, eleva-se,no ambiente acadêmico de São Luís, o coro dos antipáticos ao título, que seria fruto da pretensão da elite letrada de uma sociedade escravocrata, constituída em sua maioria por analfabetos.  Ademais, os ilustres atenienses não teriam o valor apregoado.

Ora, elitista e escravocrata foi a verdadeira Atenas, que, não obstante, produziu na arte, na literatura, na ciência e na filosofia uma assombrosa torrente de obras-primas que fixaram os padrões gerais da nossa civilização.

Quanto à contribuição do Maranhão para a cultura nacional, consultem-se os livros sobre história da literatura e formação da nossa nacionalidade.

Estranhamente, os que investem contra o inofensivo epíteto de “Atenas brasileira” não sentem o menor incômodo com o título de “Jamaica brasileira” que a cidade passou a exibir, por todos os meios e modos, em função do gosto de parte da população pelo reggae, a música jamaicana que, há quatro décadas, invadiu São Luís pelas ondas do rádio.

O governo, com os olhos na indústria do turismo, já está até implantando um Museu do Reggae!

Eu, pessoalmente, entendo que a cidade pode, sem problema, conviver com as duas denominações, a primeira remetendo aos seus intelectuais e artistas, de ontem e hoje, a segunda, escancarando o fenômeno da insuspeitada identificação do são-luisense com  o reggae  e a  Jamaica, relação de tal modo explícita que as cores da bandeira jamaicana são hoje mais populares na periferia de São Luís do que as cores das bandeiras do Brasil e do Maranhão.

Meu único receio é o de que, diante de tanto prestígio do reggae, alguém tenha a infeliz ideia de substituir, na Praça do Panteon, os bustos dos nossos maiores pelas estátuas de Bob Marley e Jimmy Cliff.

É uma pena que João Francisco Lisboa não mais esteja entre nós.

Com sua pena mordaz, ele iria hoje saudar os modernos jamaicanos e atenienses, os quais,“como é claro e notório ao mundo inteiro, tanto desbancam os antigos na graça, no espírito, na liberalidade, na munificência, e em todos os mais dotes que caracterizam um grande povo”.

Parabéns, São Luís!

* jornalista. (email: [email protected])