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Com menudos em pé-de-guerra, Madeira vira ponto de equilíbrio

Em campanha repleta de novinhos – alguns frutos do “filhotismo político” – juiz federal aposentado pode virar a referência de quem não quer Eduardo Braide, mas busca experiência e equilíbrio emocional em um candidato

 

Os menudos de Flávio Dino vivem em pé-de-guerra; e já começam a preocupar pela falta de maturidade e desequilíbrio emocional

O termo “Menudos” foi usado ainda em 2019 para se referir à profusão de candidatos a prefeito com idade inferior a 35 anos, todos saídos da base do governo Flávio Dino (PCdoB).   

A princípio, a nomenclatura encerrava em si uma carga de preconceito, uma vez que denotava risco por falta de experiência e desequilíbrio emocional na base do governo comunista.

Mas o tempo se encarregou de ampliar esses riscos, com a violenta guerra pública travada entre os “Menudos” que, até agora, sobraram na disputa.

A campanha propriamente dita ainda nem começou e o clima entre os candidatos de Flávio Dino é de batalha sangrenta.

Neto Evangelista (DEM) odeia Duarte Júnior (PRB), que detesta Rubens Júnior (PCdoB), que não morre de amores por Dr. Yglésio (PDT), que odeia Duarte Júnior, que detesta Neto Evangelista. 

 

Enquanto os menudos se engalfinham – feito meninos levados no recreio da escola – Carlos Madeira já tem equipe planejando um eventual governo

No meio de toda essa meninada cheia de energia e pronta para a briga, um pré-candidato começa a ser notado, como símbolo de experiência, equilíbrio emocional e maturidade.

O juiz federal aposentado Carlos Madeira mira uma base específica do eleitorado: aquela que desconfia de Eduardo Braide (Podemos), mas que já percebeu pouca maturidade na meninada “criada” por Flávio Dino.

Vindo das camadas mais populares da sociedade, vitorioso e honrado na carreira pública de magistrado, bem sucedido como empresário, Madeira aponta para a serenidade necessária à gestão de uma cidade como São Luís.

E foge também ao termo “filhotismo político”, que caracteriza boa parte desses candidatos miúdos – filhos, netos, sobrinhos, esposas ou maridos de políticos tradicionais.

A guerra de meninos antecipada pelos menudos de Flávio Dino expôs uma preocupação no eleitorado: esses “novinhos” imaturos estão mesmo prontos para dirigir uma cidade como a capital maranhense?!?

Para quem tem dúvida disto, há outras opções na mesa…

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A violenta guerra na base de Flávio Dino…

Atacado por aliados do Palácio dos Leões, o pré-candidato Duarte Júnior resolve contra-atacar mirando o comunista Rubens Jr., numa tensão que se arrasta desde a sua posse na Assembleia e envolve também os pré-candidatos Neto Evangelista e Dr. Yglésio

Membro do mesmo partido pelo menos até janeiro, Duarte Jr. iniciou nesta segunda-feria, um confronto direto com o aliado de base Rubens jr.

Com cinco pré-candidatos declarados à sucessão do prefeito Edivaldo Júnior (PDT) – Neto Evangelista (DEM), Duarte Júnior (PRB), Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB) e Dr. Yglésio (PROS) – a base do governo Flávio Dino (PCdoB) vive uma guerra pré-eleitoral sem precedentes na história das eleições maranhenses.E a batalha inicial parece apenas um preâmbulo do que se dará quando a campanha propriamente dita começar de fato.

O mais recente capítulo da guera fratricida se deu nesta segunda-feira, quando Duarte Júnior foi exercer um Direito de Resposta no programa Bom Dia Brasil, da TV Difusora.

O clima tenso entre pré-candidato e apresentadores foi coroado com um disparo direto de Duarte no ex-colega de partido, Rubens Pereira Júnior.

– Eu sou ficha limpa. Eu não sou candidato porque meu pai é ficha suja e eu sou plano B – afirmou ele, numa referência direta ao comunista.

Eleito deputado estadual pela primeira vez com apenas 21 anos, Pereira Júnior só entrou na política, em 2006, por que seu pai, Rubens Pereira, foi declarado inelegível e não pôde disputar a reeleição naquele pleito.

O ataque a Pereira Júnior foi a primeira reação aberta de Duarte ao bombardeio que vem sofrendo na internet há duas semanas. 

Mas a guerra na base dinista não se limita a este fato; Duarte tem diferenças a acertar também com Neto Evangelista e com Dr. Yglésio.

Com Evangelista, ele se estranhou logo no início do mandato na Assembeia, quando partiu para cima do colega César Pires (PV). Com Yglésio a treta é mais recente, mas tende a continuar durante a campanha.

Tanto que o próprio Yglésio já declarou na Assembleia que vai fazer de tudo para evitar que Duarte chegue ao segundo turno.

No meio da batalha entre os “Menudos de Flávio Dino” – apelido dado pela imprensa por causa da idade e da imaturidade dos candidatos governistas – apenas Bira do Pindaré passa ao largo, esquecido que foi até como membro do grupo palaciano.

E quem se beneficia com toda a guerra, que expõe a falta de sucessores preparados no grupo do governador, é o deputado federal Eduardo Braide (Podemos), que segue cada vez mais favorito.

E a caminho da vitória em primeiro turno…