5

Preço de Flávio Dino foi definido pela própria Odebrecht…

Ao contrário do que se noticiou até agora, governador não estabeleceu R$ 400 mil para atender aos interesses da construtora; este valor foi definido pelo diretor João Pacífico, responsável pela área Norte/Nordeste da companhia

 

Recorte do documento da PGR sobre Flávio Dino

A se julgar pelo teor dos depoimentos em poder da Procuradoria-Geral da República, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), era considerado como do chamado Baixo Clero da propina, ao menos para a diretoria da Odebrecht.

Ao contrário de outros figurões da Política – que pediram e receberam valores superiores a R$ 10 milhões, R$ 30 milhões e até R$ 100 milhões – a propina paga a Dino, segundo relatório da Procuradoria-Geral da República, foi definida pelo diretor João Pacífico.

De acordo com o relatório, Dino se comprometeu a acompanhar o Projeto de Lei de interesse da Odebrecht e, em troca, pediu ajuda para sua campanha ao governo do Maranhão, em 2010.

Flávio Dino com Chico Lopes

Veja o trecho:

– Em uma das reuniões (vide minuto 5), FLÁVIO DINO teria pedido ajuda da ODEBRECHT para sua campanha a governador do Estado do Maranhão. JOSÉ DE CARVALHO FILHO se comprometeu a verificar a possibilidade e dar um retomo.

Carvalho Filho procurou o diretor João Pacífico, que, segundo o relatório da PGR, “era da região do deputado Flávio Dino”. Foi Pacífico quem definiu o valor da propina.

Veja o que diz o relatório:

– Internamente, JOSÉ DE CARVALHO FILHO consultou JOÃO PACÍFICO, DS da região do deputado FLÁVIO DINO. JOÃO PACÍFICO estabeleceu o montante de R$ 400.000,00 para repassar ao deputado.

Segundo o site de Negócios do Jornal do Commercio, de Pernambuco, João Pacífico atuava pela Odebrecht nas regiões Norte e Nordeste. Era ele quem decidia sobre pagamentos a políticos.

– Na delação de Cláudio Filho, João Pacífico aparece sempre com autoridade para analisar e decidir a aprovação dos pagamentos aos agentes públicos – diz o site. (Leia a íntegra aqui)

Mas foi Carvalho Filho quem negociou pessoalmente com Flávio Dino.

– JOSÉ DE CARVALHO FILHO esclarece que ele passou a FLÁVIO DINO pessoalmente a senha para receber os valores e acertou o local dos pagamentos – diz o relatório, assinado pelo procurador-geral Rodrigo Janot.

Os R$ 400 mil foram, portanto, o valor que a Odebrecht entendeu ser merecido pelo comunista maranhense pelos serviços prestados à empresa.

Simples assim…