“Ainda enfrentamos a tentativa de nos silenciar”, lamenta Iracema Vale…

Em contundente discurso no 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, presidente da Assembleia Legislativa apontou os desafios de ser mulher na política e pregou a união de gênero

 

DESAFIOS ETERNOS. Iracema Vale contou como enfrentou e enfrenta obstáculos, como mulher, mesmo estando no comando da Assembleia Legislativa

A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB) fez nesta quinta-feira, 29, o mais contundente discurso no 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão, promovido pela Casa.

“Eu sei que ser mulher na política não é fácil. Ainda enfrentamos o olhar atravessado, a tentativa de nos silenciar, as perguntas que nunca fazem aos homens, os julgamentos sobre a nossa aparência, sobre a nossa competência. Mas eu também sei que não estamos sozinhas. E que juntas somos mais fortes”, afirmou Iracema, logo na abertura do evento.

  • primeira mulher presidente do legislativo estadual, Iracema lembrou os desafios da trajetória;
  • mesmo no posto de poder estadual, Iracema, ainda assim, relata obstáculos e preconceitos.

“E sigo aqui, fazendo história, como a primeira mulher a presidir esta Casa, enfrentando, todos os dias, a resistência de quem não se conforma ou não gosta de estar sob a liderança de uma mulher. Mas sigo, sigo com coragem, sigo com compromisso, sigo porque sei que estar aqui é abrir caminho para muitas outras que virão. E é sobre isso que este Encontro fala: sobre protagonismo, sobre superação, sobre não aceitar o ‘não’ como resposta, sobre entender que o nosso lugar é onde a gente quiser”, afirmou.

EM UMA SÓ VOZ. O desejo de todas as lideranças reunidas na Assembleia é por um dia em que não mais precisem provar quem são apenas por ser mulher

O 1º Encontro de Mulheres Legisladoras do Maranhão reuniu parlamentares de todas instâncias, prefeitas e vice-prefeitas, além de lideranças de vários órgãos e instituições, todas unidas na busca por formas de vencer obstáculos e garantir a representatividade feminina.

  • durante o encontro, foi apresentada a Rede de Apoio às Mulheres e repassadas informações sobre o funcionamento da Procuradoria da Mulher;
  • vereadores receberam informações sobre como instalar essas instâncias de importância para o empoderamento feminino nas câmaras municipais.

O evento que marca o desejo de mais espaço feminino no poder se deu em momento de fortes discussões sobre violência contra a mulher, não apenas física, mas moral, mental e, sobretudo, psicológica.

O evento deve marcar o calendário anual da Assembleia Legislativa…

Com informações da Ag. Assembleia

Imagem do Dia: bendito é o fruto entre as mulheres…

Presença do desembargador Cleones Carvalho Cunha na abertura do I Seminário Nacional de Legisladoras, organizado pela Assembleia Legislativa do Maranhão, causou constrangimento. É que é ele – e não uma desembargadora – o Coordenador Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJ-MA; para amenizar a situação, puseram mais três homens no palco dos trabalhos

 

Desembargador Cleones Cunha em palco com mais três em encontro de mulheres: questões de violência de gênero, no TJ-MA, é coordenado por homem

Qual não foi a surpresa das organizadoras do I Seminário Nacional de Legisladoras – evento cuja anfitriã é a Assembleia Legislativa do Maranhão – ao chamar para o palco de abertura dos trabalhos a pessoa responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Maranhão (CEMULHER/TJMA).

Quem apareceu foi o desembargador Cleones Carvalho Cunha.

O constrangimento foi tão grande, que a Casa decidiu incluir entre as mulheres outros três homens – o presidente da Inale Diogo Morais e os deputados Antonio Pereira (PSB) e Roberto Costa (MDB), que compõem a Mesa da Alema.

É de estranhar – com cinco mulheres compondo o seu Pleno – que seja um desembargador, e não uma desembargadora, o coordenador de tal organismo no TJ-MA. 

Se já falta paridade entre os gêneros na composição das vagas do Pleno, fica ainda mais incoerente que um cargo de necessária sororidade seja ocupado por alguém sem o lugar de fala, por mais competente que seja. 

Mas Cleones Cunha parece não ser o único no país nesta situação.

É possível ver no portal de notícias do próprio TJ-MA, o maranhense em encontro nacional sobre o tema, ao lado de outros dois homens, em meio a várias mulheres. (Veja aqui)

Situações como estas só podem ser explicadas por algum tipo de política interna no tribunal maranhense, que impede as desembargadoras de assumir a pasta.

De qualquer forma, foi a incoerência que gerou o constrangimento.

E não a presença em si o desembargador…