Ao pressionar, chantagear e ameaçar aliados a cerrar fileiras em torno do seu candidato, governador e seu vice forçaram uma debandada, em nome da liberdade, que afastou ainda mais quem poderia ajudar na eleição do candidato a prefeito

A cada vez que Flávio Dino falou em favor de Duarte, mais os aliados da base se afastaram do candidato do Republicanos num efeito contrário do que pretendia o governador
Ensaio
O candidato Duarte Júnior (Republicanos) tinha uma ampla chance de vencer as eleições do domingo, 19, tivesse ele seguido um roteiro diferente neste segundo turno.
Era preciso, principalmente, a unidade da base, o que ele nunca fez questão de conquistar.
E ainda se deixou levar pelos arroubos autoritários do governador Flávio Dino (PCdoB), que ainda no domingo, 15, vociferou a aliados com ameaças a quem não cerrasse fileiras ao seu lado.
A fala de Dino ecoou em blogs alinhados e não-alinhados ao Palácio dos Leões; e mereceu, inclusive, um post do blog Marco Aurélio D’Eça – naquele momento já percebendo os riscos de um efeito “estouro da boiada” – no post “Desafio de Dino é unificar a base em torno de Duarte Júnior”.
O desafio não foi vencido.
A pressão, a chantagem explícita e as ameaças de Flávio Dino fizeram diversos aliados alinharem-se a Eduardo Braide (Podemos) ou declarar neutralidade – muito também pela antipatia do próprio Duarte Júnior, que não é o que se pode chamar de diplomata.
Apenas subordinados mais dependentes de Flávio Dino começaram a declarar apoio; Flávio Dino chegou a humilhar aliados forçando o apoio a Duarte, a exemplo do ex-candidato Rubens Júnior (PCdoB).
A pressão foi tanta que Rubinho adoeceu e se afastou da campanha. (Relembre aqui)

Ao voltar à campanha do aliado, Brandão piorou ainda mais a situação ao ameaçar aliados que não querem votar em seu candidato
Na reta final da campanha veio o vice-governador Carlos Brandão (PRB) terminar de entornar o caldo, chamando de “traíras” os que não seguiram a cartilha de Dino e ameaçando retaliar os rebeldes, numa postura típica dos coronéis do sertão maranhense.
Brandão deve assumir o lugar de Flávio Dino daqui a 1 ano e 4 meses; e isso apavorou mais ainda os que temem ser tratados como gado, obrigados a seguir o rebanho dos interesses da dupla.
Quanto mais Flávio Dino e Carlos Brandão ameaçam aliados, auxiliares e servidores, mais Duarte Júnior perde votos na base.
Num efeito reverso do que esperam os dois chefes políticos.
Por que chefes nunca serão líderes…
Notadamente, uma reforma administrativa no governo deverá ocorrer e isso é natural. Essa mudança é uma coisa muita simples e terá que ser feita imediatamente caso o governador perca essa eleição. Alguém trabalharia com pessoas que não são de confiança e que poderia criar problemas na sua organização? Alguém trabalharia com pessoas desonesta e aproveitadores? Alguém trabalharia com espiões e informantes alheios a sua empresa? Então,mudança administrativa urgente para que a empresa continue viva no mercado competitivo