Em menos de 24 horas, juiz federal maranhense decide e volta atrás em sentença sobre o Porto do Itaqui com forte repercussão na mídia alinhada ao governo Carlos Brandão

ONDE TUDO COMEÇOLU. Flávio Dino com Ted Lago no Porto do Itaqui; foi ali que toda a guerra com Brandão começou
Análise da Notícia
O juiz da 3ª Vara cível da Justiça Federal no Maranhão, Clodomir Reis, protagonizou nas últimas 24 horas uma notícia que mede bem o nível de tensão entre o governo Carlos Brandão (PSB) e o seu ex-aliado Flávio Dino, com forte envolvimento da mídia maranhense.
- na terça-feira, 17, Reis determinou ao Governo do Estado a devolução de R$ 141 milhões retirados do Porto do Itaqui na gestão Flávio Dino;
- nesta quarta-feira, 18, menos de 24 horas depois, o mesmo juiz anulou a sentença, alegando equívoco na tramitação do processo original.
Este blog Marco Aurélio d’Eça aponta desde 2022 que a Emap, empresa que administra o Porto do Itaqui, é o principal foco do racha entre Flávio Dino e Brandão, como foi mostrado no post “Demissão de Ted Lago foi a maior perda de Flávio Dino no governo Brandão…”.
A guerra fria entre Dino e Brandão por causa do porto – registrada ao longo do tempo por este blog Marco Aurélio d’Eça – se estendeu por todos estes anos, como também foi registrado aqui, aqui e aqui.
A tramitação da sentença do juiz Clodomir Reis seria mais uma rotina do Judiciário, não fosse por detalhes que chamam atenção e trazem à tona o grau de influência do ministro do Supremo Tribunal Federal no Maranhão e a resistência do governador Carlos Brandão à essa influência.
- primeiro que os aliados do Palácio dos Leões comemoraram a decisão do juiz como uma espécie de gol em final de campeonato;
- e os mesmos aliados questionaram a influência de Dino no Judiciário, que poderia ter levado à anulação da sentença do juiz de base.
Chama a atenção neste caso um Ofício que chegou no final da tarde desta quarta-feira, 18, ao conhecimento deste blog Marco Aurélio d’Eça.
Trata-se de uma espécie de explicação do juiz Clodomir Reis ao corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o desembargador Ney Barros de Bello Filho, amigo de infância e um dos mais próximos aliados de Flávio Dino no judiciário. (Leia a íntegra aqui)
Para os brandonistas, este Ofício caracteriza interferência de Dino no processo que envolveria diretamente o seu governo.
É só mais um capítulo na guerra fratricida que travam na política os aliados de Brandão e de Dino…