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Não há mais desculpas convincentes para a defesa

Presidida pelo juiz Márcio Brandão, a audiência de janeiro foi suspensa por decisão do TJ

No dia 28 de janeiro deste ano, deveriam ter sido realizadas as oitivas do Caso Décio. A expectativa sobre o assunto até então era geral.

Contudo, os depoimentos foram suspensos após uma liminar proferida pelo desembargador Raimundo Nonato Sousa.

O desembargador acatou um Habeas Corpus pedido pela defesa do advogado Ronaldo Ribeiro, denunciado pelo Ministério Público.

A desculpa para o pedido do Habeas Corpus foi de que a defesa de Ronaldo não teve acesso aos autos do processo e, portanto, não poderia haver audiência com as testemunhas de acusação.

Mesmo esfarrapada, a desculpa procrastinou todo o caso, afim de que a defesa ganhasse tempo para caracterizar o excesso de prazo na prisão dos acusados e forçar um Habeas Corpus coletivo na Justiça.

Porém, a pedido do MP, o desembargador Lourival Serejo decidiu, no dia 1º de março, em mandado de segurança, suspender os efeitos da decisão anterior.

Os depoimentos foram remarcados para o dia 06 de maio. A data foi confirmada pela juíza Ariane Mendes Castro Pinheiro, da 1ª Vara do Tribunal do Juri.

Depois de quase quatro meses, seria improvável a defesa encontrar uma justificativa convincente que procrastine mais o  caso.

Não há mais desculpas…

Com redação de Aline Alencar

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A auto-incriminação dos ausados de mandar matar Décio Sá…

acareação

Jhonatan e Bolinha: contratado e contratante cara-a-cara na polícia

Quem vê a íntegra dos autos do processo de investigação da morte do jornalista Décio Sá, fica convencido de que todos os que estão presos tiveram participação no crime, ao contrário do que tenta pregar a defesa dos acusados.

E os vídeos das acareações de Jhonatan de Souza com Júnior Bolinha – e deste com Gláucio Alencar – divulgados com exclusividade pela TV Mirante, só comprovam a tese de envolvimento de todos.

Júnior Bolinha não teve aergumentos para, sequer, afirmar que não conhecia Jhonatan, que o desmoralizou na frente da polícia.

A consistência da negativa de Gláucio Alencar de envolvimento, tanto na morte de Décio Sá, quanto na de Fábio Brasil, também cai por terra diante das informações colhidas nas entrelinhas do cara-a-cara com Bolinha.

O que ficou claro no vídeo é que Gláucio e Bolinha sabem mais um sobre o outro do que tentam passar – e acabam entregando estas informações em detalhes durante o bate-boca.

A polícia ainda precisa dar respostas sobre o caso Décio.

Tem que explicar, por exemplo, por que o advogado Ronaldo Ribeiro, mesmo indiciado – e depois denunciado pelo Ministério Público – continuou solto, sem nenhum pedido de prisão.

Precisa explicar também por que o deputado Raimundo Cutrim não foi sequer indiciado no caso – apesar de o secretário Aluísio Mendes mostrar, nos bastidores da investigação, vários indícios de envolvimento dele com os criminosos presos.

E ainda precisa explicar por que o empresário Pedro Telles, irmão do deputado Rigo Teles (PV), não foi sequer ouvido pela polícia – mesmo com tantas trocas de ligações entre ele e o agenciador Júnior Bolinha, nos dias que se sucederam ao assassinato.

Estas são as explicações que a polícia precisa dar.

Mas não significa que, por causa disto, os que estão presos nada tenham com o crime.

Pelo contrário, isto já está claro nos autos e nos depoimentos…

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O desrespeito à memória de Décio Sá…

Décio Sá foi assassinado em abril

Décio Sá foi assassinado em abril

Exatamente nesta terça-feira (23) completa um ano do assassinato do jornalista Décio Sá.

E é desrespeitosa a forma como um caso tão sério destes às vezes é tratado. Desrespeito vindo de um acusado pelo crime, que trata com deboche a forma como a investigação é conduzida.

Ontem (22), a TV Mirante apresentou depoimentos do caso filmados pela polícia no JMTV 2ª edição.

Em um desses vídeos (veja aqui), o pistoleiro Jhonatan dos Santos Silva está frente a frente com o suposto contratante, José Raimundo Sales Júnior, conhecido como “Júnior Bolinha”, que seria o braço direito de Gláucio na quadrilha.

Em outro depoimento, Glaucio nega tudo no vídeo e ainda debocha:

– Não tem o mandante, prende o coelhinho da páscoa.

Assim como o acusado desrespeita a memória do jornalista, é desrespeitoso também declarar tal caso como elucidado.

Quando há tantas novas declarações a cada depoimento.

E importantes para se encontrar a verdade.

 

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Imagem do dia: “quem será o coelhinho da páscoa???

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A TV Mirante trouxe hoje, com exclusividade, as primeiras imagens dos depoimentos dos acusados pelo assassinato do jornalista Décio Sá. É a primeira vez que se vê imagens de Júnior Bolinha, apontado como agenciador do pistoleiro Jhonatan de Souza. Nos vários trechos dos vídeos, um momento de deboche: após discutir com Bolinha – com quem trocava acusações sobre a contratação da morte de Décio Sá – Gláucio Alencar saiu-se com a frase destacada acima. (imagem/ reprodução TV Mirante)

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Missa homenageia o jornalista Décio Sá, assassinado há um ano

Do jornal O Estado Maranhão

Uma missa celebrada ontem na Igreja da Sé, na Praça Dom Pedro II, lembrou o um ano da morte do jornalista de O Estado e blogueiro Décio Sá. Familiares, amigos e colegas de profissão se reuniram na manhã de ontem para homenagear o jornalista que foi assassinado no dia 23 de abril do ano passado. Amanhã, às 17h30, outra missa será celebrada na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Monte Castelo.

A missa na Igreja da Sé foi celebrada pelo padre César de Sousa que lembrou a atuação combativa do jornalista que acabou despertando as más intenções dos seus assassinos.

“Mas Deus tem planos para todos nós e Décio Sá com certeza cumpriu sua missão. A dor e tristeza que a família sente serão confortadas por Nosso Senhor”, afirmou.

Para a viúva de Décio Sá, Silvana Sá, ainda é difícil falar sobre o assunto, pois a tristeza é uma companhia constante.

“Não gosto de falar sobre a morte de Décio. Ainda dói muito para todos nós. Foram nove anos de casamento, completados um mês antes do seu falecimento. Nosso filho, que nasceu após a morte de Décio e tem 5 meses, se parece muito com o pai”, comentou. O jornalista deixou ainda uma filha de 8 anos.

Vilenir Sá, irmã de Décio Sá, também estava presente na celebração. Ela disse ter fé que a justiça será feita e todos os culpados pela morte do irmão serão julgados.

“Deus fará justiça. Esta é minha esperança. Meu irmão foi tirado de nós de uma forma cruel e ainda é grande a nossa tristeza, de todos os familiares e amigos, mas nós temos fé em Deus e Ele cuidará de fazer com que todos aqueles que provocaram este crime paguem”, comentou.

Décio Sá foi assassinado em abril

Décio Sá foi assassinado em abril

Décio Sá, que tinha 42 anos, foi assassinado na noite de 23 de abril no bar e restaurante Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, pelo matador de aluguel Jhonatan de Sousa Silva, 24 anos, com cinco disparos à queima-roupa.

O executor do crime, segundo apontaram as investigações da Polícia, foi contratado por uma rede de agiotas, liderada pelos empresários Gláucio Carvalho e José Miranda Carvalho, que foram presos no dia 13 de junho, durante a Operação Detonando, realizada pela Polícia Civil.

 As oitivas do Caso Décio seriam realizadas no dia 28 de janeiro, mas os depoimentos foram suspensos após liminar proferida pelo desembargador Raimundo Nonato Sousa, que acatou habeas corpus interposto pela defesa do advogado Ronaldo Henrique Santos Ribeiro, um dos denunciados pelo Ministério Público (MP).

Atendendo a pedido do MP, o desembargador Lourival Serejo decidiu, no dia 1º de março, em mandado de segurança, suspender os efeitos do habeas corpus que interrompeu os depoimentos, que foram remarcados para o próximo mês.

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Transferência de Fábio Capita para Teresina prevista para sexta-feira…

Capita deve continuar preso, agor alonge da família

Está previsto para esta sexta-feira a transferência do capitão Fábio Aurélio Saraiva, o Capita, para uma prisão na cidade de Teresina (PI).

Acusado de participação na morte do jornalista Décio Sá, Capita foi beneficiado por um Habeas Corpus concedido pelo desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho, no último final de semana.

Mas vai continuar preso por que é acusado também de participação na morte do empresário Fábio Brasil, em Teresina 20 dias antes do assassinato de Décio – e lá, sua defesa não conseguiu a liberdade.

A transferência de Fábio Capita acabou transformando os seu Habeas Corpus em uma vitória de Pirro, já que, agora, ele terá que ficar preso longe da família.

Fábio Brasil, segundo as polícias maranhense e piauiense, foi morto pelo mesmo grupo que matou Décio Sá.

E, ainda segundo a polícia, Fábio Capita faz parte deste grupo…

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Polícia grampeou blogueiros e agiotas durante o caso Décio…

Décio Sá: quase um ano após sua morte, verdades começam a aparecer

A comissão que apurou o assassinato do jornalista Décio Sá grampeou telefones de pelo menos cinco blogueiros durante as investigações, entre maio e junho do ano passado.

Foram grampeados os blogueiros Luis Cardoso, Luis Pablo, Neto Ferreira, Marcelo Veiria e Marcelo Minardi.

Também estiveram sob grampo entre os dias 29 de maio e 30 de junho de 2012 os agiotas Pedro Teles e Pacovan, além de Gláucio Alencar, seu pai, José Miranda, e os demais presos como mandantes da morte do jornalista.

Os dados fazem parte do relatório reservado da Secretaria de Segurança Pública, concluído em 19 de julho de 2012, ao qual este blog teve acesso.

Outros investigados foram o suplente de vereador Paulo Roberto Pinto, o Carioca (PRTB), o ex-vice-prefeito de Barra do Corda, Aristides Milhomem, e um homem identificado por Joab – que deduz-se ser Joab Jeremias, do PT, pelo fato de, em um dos interrogatórios, o delegado Jeffrey Furtado perguntara ao titular deste blog se ele conhecia “Joab do PT”.

No total, apenas neste grupo de investigados, a polícia catalogou 4.678 áudios, separando 429 deles, que foram considerados “relevantes” para o caso.

Além de Gláucio Alencar e os demais envolvidos presos, nenhum dos outros grampeados foi indiciado no processo da morte de Décio, uma vez que a polícia não encontrou qualquer ligação entre eles e o crime.

Mas estes grampos estão sendo usados pela defesa dos acusados para tentar anular o processo.

Motivo: a lei só permite 15 dias de interceptação telefônica.

No caso Décio, foram 34 dias…

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Liberdade de Capita pode levar à soltura dos outros acusados no caso Décio…

Assim como Capita, todos os demais acuasdos podem ser soltos

A polícia do Maranhão, e o Ministério Público influenciado por ela, se enredaram em uma teia de equívocos no caso Décio Sá que pode levar à soltura de todos os acusados de participação na morte do jornalista.

Como o processo é o mesmo, e o capitão Fábio Aurélio Saraiva, o Capita, ganhou Habeas Corpus na tarde desta segunda-feira (08), todos os demais podem ser beneficiados com o mesmo dispositivo – afinal, são réus primários, com endereço conhecido e sem mais possibilidade de influenciar nas invetigações.

A decisão do desembargador Antonio Froz Sobrinho em favor de Capita teve como um dos argumentos uma questão já levantada neste blog: a de que a própria Polícia Militar declarou não possuir em seu arsenal armas do tipo da usada pelo assassino Jhonatan de Souza.

O leitor pode rever no texto “laudos da arma usada para matar Décio já estão anexados ao processo…”

Assim, a polícia não tinha como afirmar que a arma foi passada pelo oficial. Tanto que Froz Sobrinho cita isso em sua decisão.

Perito mostra detalhes da arma usada por Jhonatan: não é da PM

Leia também:

“Caso Décio: limitações da acusação ao capitão…”

Mas a equipe de investigação do secretário Aluísio Mendes já sabia que não tinha como manter Capita preso por todo este tempo. E a Justiça só protelava uma decisão de liberdade por que temia repercussão negativa, caso fosse obrigada a liberar também os demais envolvidos.

Erros da polícia, que, açodada por concluir a investigação, deixou para trás provas muito mais contundentes e ignorou suspeitos admitidos pelo próprio secretário em conversas com jornalistas – inclusive o titular deste blog – mas negados publicamente.

Desde a conclusão do inquérito este blog mostra evidências de que a investigação fora conduzida equivocadamente a um caminho.

E a leitura fria dos autos começa a comprovar esta tese, que apenas Aluísio Mendes e sua equipe insistem em afirmar.

Pior: a morte de Décio pode completar o primeiro ano sem que o julgamento tenha pelo menos começado.

E com acusados – e outros envolvidos – em plena liberdade…

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O que querem falar Júnior Bolinha e Fábio Capita???

Que acordo teria deixado Capita preso?

O capitão Fábio Aurélio Saraiva, o Capita, tem dito a amigos e parentes próximos que irá aproveitar os depoimentos do caso Décio Sá para contar à Justiça os motivos de ter ficado preso por todo este tempo como envolvido na morte do jornalista.

Segundo apurou o blog, Capita fala de acordos propostos e não aceitos por ele pela cúpula da polícia.

Bolinha também pretende falar, mas o quê?

Apontado como agenciador do pistoleiro que matou Décio, Júnior Bolinha também diz que pretende “falar tudo” em seu depoimento à Justiça, segundo revelou o blog do jornalista Gilberto Léda.

Bolinha chegou a aceitar gravar um vídeo com as histórias que ouviu e propostas que recebeu desde que foi preso, mas recuou na hora “H”.

A audiência com os acusados da morte de Décio só acontecem após serem ouvidas testemunhas de acusação e de defesa.

E o início das audiências está marcado para o dia 6 de maio…

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As três versões para a origem da arma que matou Décio…

A arma usada par amatar Décio é exibida ao assassino, que ri

Há nos autos do processo do assassinato do jornalista Décio Sá pelo menos três versões para a origem da arma usada na morte do jornalista.

Duas das versões constam dos depoimentos do próprio assassino confesso, Jhonatan de Souza.

Na primeira, que ganhou publicidade pela voz do secretário Aluísio Mendes, Jhonatan revela que recebeu a arma de Júnior Bolinha, e que este a teria recebido de “um capitão”, que Aluísio e a polícia garantem ser o PM Fábio Aurélio Saraiva, o Capita.

Num outro depoimento, que a polícia fez questão de manter discreto, o assassino revela que comprou a arma por R$ 2,5 mil, após ter vendido uma outra, que usara para matar o empresário Fábio Brasil, 20 dias antes da morte de Décio.

Delegados com os volumes do caso Décio: quem lê, percebe muito mais do que foi divulgado

A terceira versão para a origem da arma usada para matar Décio Sá foi dada por Elker Farias Veloso, preso em Minas Gerais – que a polícia achava ser o homem que pilotou a moto para Jhonatan.

Em seu depoimento ao delegado Jefrey Furtado, que a polícia também não f ez questão de tornar público, Elker garante que Jhonatan comprou a arma de outro envolvido no crime, identificado apenas por “Balão” – que está “foragido”.

Todas as versões estão nos autos do processo que agora corre na 1ª Vara do Tribunal do Juri.

Basta lê-las para ver que a coisa é muito mais complicada do que diz a polícia maranhense.

As audiências do caso Décio na Justiça estão marcadas para o dia 6 de maio…