Marco Aurélio D'Eça

Lobão Filho em São Luís: apoteose

Pode ter sido mera coincidência. Mas em pelo menos dois episódios importantes da pré-campanha ao Governo do Maranhão, o candidato comunista Flávio Dino tentou contrapor-se ao candidato do PMDB, Lobão Filho, e se deu mal.

… E Flávio Dino no mesmo dia, em debate burocrático

E ficou evidente a tentativa de dividir os holofotes, o que mostra certa preocupação dos oposicionistas com a nova candidatura do PMDB.

Quando Lobão Filho desembarcou m São Luís, no dia 23 de abril – pela primeira vez como pré-candidato ao governo – Flávio Dino tratou de inventar uma agenda para lançar – pela enésima vez – sua proposta de Plano de governo.

O evento comunista foi absolutamente engolido pela recepção a Lobão Filho, que mobilizou centenas de lideranças políticas de São Luís e do interior para a Assembleia Legislativa.

Mas Dino não se fez de rogado, e repetiu a mesma estratégia ontem.

Lobão Filho em Imperatriz: forte mobilização popular

Lobão Filho foi a Imperatriz, em evento oficial, como senador, mas teve recepção festiva por parte das lideranças políticas  locais e mobilizou todas as atenções na região tocantina.

Flávio Dino tentou, mais uma vez, dividir as atenções com o adversário, mas fracassou de novo.

..E Dino na mesma cidade: caras amarradas

A passagem do comunista mobilizou apenas o prefeito Sebastião Madeira (PSDB), e seu vice, pastor Porto (PPS), num constrangido encontro com a participação dos adversários Carlinhos Amorim e Rosângela Curado (ambos do PDT), que também não demonstravam conforto.

Detalhe: Nenhum dos prefeitos mobilizados por Madeira para a campanha do ex-candidato Luis Fernando Silva seguiu com ele para Dino; permaneceram com o candidato do PMDB.

Lobão Filho deixou Imperatriz com a certeza de que tem condições de alcançar o adversário antes mesmo das convenções de junho.

E Dino, mais uma vez, saiu frustrado de suas mobilizações eleitorais.

Embora sem passar recibo…

Roberto Rocha: o ar professoral o isola na oposição

O candidato a senador pelo PSB, Roberto Rocha, corre o risco de chegar às convenções com as pretensões absolutamente fragilizadas.

Rocha tem a candidatura bombardeada dia e noite pelos próprios aliados de oposição.

E nenhum partido sai em sua defesa.

Não se viu manifestações de apoio do PCdoB, muito menos do PPS e nem mesmo de sua legenda, o PSB.

O PDT, que sofre da mesma traição a que Rocha está submetido agora, ignora solenemente o drama do colega de oposição.

E as afirmações do candidato a governador Flávio Dino (PCdoB) soam tão artificiais que sequer são levadas a sério pelo principal interessado na vaga do Senado, o PSDB.

É evidente a solidão do vice-prefeito de São Luís, que ajudou a construir o projeto oposicionista.

Mas as características pessoais do próprio Roberto Rocha ajudam na conspiração de seus “aliados”.

Com ar professoral, recluso e pouco relacionado, ele não conseguiu inspirar apoios em nenhum dos partidos que compõem o palanque comunista.

Percebendo isso, o PSDB avançou, apostando exatamente em seu isolamento na convenção.

E a situação ficou tão irreversível que, hoje, embora João Castelo (PSDB) abra mão de ser candidato,  Roberto Rocha já está tão fragilizado como candidato, que dificilmente terá condições de se viabilizar.

É aguardar e conferir…

Estratégia de indicar suplente de candidato a senador só interessa aos petistas que não se alinham ao projeto de aliança com o PMDB no Maranhão – e ao deputado federal Gastão Vieira (PMDB), a quem pouco importa a eleição de Lobão Filho, desde que seja garantida a sua ascensão ao Senado

Lobão Filho já tem o vice ideal, mas o PT quer conspirar

Partiu do presidente nacional da legenda, Ruy Falcão – um anti-Sarney assumido –  a pressão no PT maranhense para que o partido abra mão da indicação de um companheiro de chapa para o senador Lobão Filho (PMDB).

A mudança de patamar do partido na coligação foi bem recebida por uma parte do PMDB –  mas só aqueles que defendem a candidatura do deputado federal Gastão Vieira ao Senado.

Ruy Falcão conspira contra o PMDB maranhense

Aos petistas alinhados a Ruy Falcão interessam o distanciamento das obrigações do PT na coligação com o PMDB. Quem defende a artimanha do presidente da legenda quer se eximir da campanha de 2014 para não ter amarras em 2015.

É a turma do PT que será governo, vença Lobão ou vença Flávio Dino (PCdoB).

Sem a vice, estariam eles desobrigados da campanha.

Gastão Vieira joga com seus interesses

Estes petistas distanciados da coligação foram convencidos de que a suplência é melhor do que a vice por uma outra artimanha, esta do deputado Gastão Vieira. (PMDB).

Gastão tem plantado na cabeça de petistas nacionais e locais que será ministro novamente se a presidente Dilma Rousseff se reeleger. Tenta há dias, inclusive, obter uma declaração de Dilma em apoio ao seu nome para o Senado – até agora sem sucesso aparente.

O objetivo de Gastão Vieira é se fortalecer politicamente na disputa com o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), usando o trunfo do ministério para convencer petistas e peemedebistas.

Mas a Gastão só importa a candidatura ao Senado. Só importa a ele a ascensão à Câmara Alta, pouco importando a vitória do grupo na eleição de outubro.

E não há qualquer sinalização de que Dilma irá levá-lo de volta ao ministério.

A menos que o PMDB tenha o interesse na vaga de vice para abrir seu leque de alianças e atrair reforços para o palanque de Lobão Filho, não faz qualquer sentido que libere o PT da missão.

E para fortalecer o projeto das duas legendas, o indicado deve ser um petista identificado com a aliança PT/PMDB e organicamente envolvido no debate eleitoral.

Mas esta é uma outra história…

O grupo que apoia a candidatura do senador Lobão Filho (PMDB) tem convicção das dificuldades para vencer a disputa em Imperatriz.

Mas sabe também que, diminuindo a diferença no município – segundo colégio eleitoral do estado – amplia consideravelmente as chances de vencer a eleição.

Nas duas últimas eleições, Imperatriz – ao lado de São Luís – teve papel fundamental na derrota e na vitória da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Em 2006, o pedetista Jackson Lago alcançava quase a totalidade do eleitorado imperatrizense e chegou a quase 80% dos votos. Venceu a eleição em 2º Turno. Em 2010, Roseana fortaleceu-se em Imperatriz, o suficiente para, mesmo perdendo para Jackson, garantir a vitória em 1º Turno.

Nos últimos quatro anos, o governo Roseana trabalhou por Imperatriz como nenhum outro na história. Mesmo assim, o comunista Flávio Dino manteve a dianteira nas intenções de votos, apesar da antipatia do imperatrizense pelo seu nome.

É por isso que os índices de Lobão Filho (PMDB) registrados na última pesquisa Exata em Imperatriz, foi visto com importância redobrada por governistas e oposicionistas.

O governo sabe que, com estes índices – 1/4 dos votos -, Lobão tem condições de emparedar Dino no computo geral das eleições. E a oposição sabe que o sobrenome Lobão tem força suficiente para avançar.

E pelo que se viu ontem em Imperatriz, na recepção ao candidato do PMDB, foi uma mostra de que a eleição ainda reservará surpresas.

Detalhe: Lobão Filho tem convicção de que avança ainda mais na região…

Por Caio Hostílio

Foram as únicas duas vagas que sobraram para que esses dois partidos disputem às tapas participar da chapa majoritária encabeçada por Flávio Dino e dominada pelos tucanos.

O PDT já é uma carta fora do baralho, porém continua em busca das migalhas jogadas por Flávio Dino e aceita até disputar a vaga de servente do candidato ao Senado.

O PSB estrebucha e Roberto Rocha ganha carta branca de Eduardo Campos, mas vai terminar mesmo é como vice-prefeito de São Luís.

Enquanto isso, o PSDB é o último a entrar nesse jogo e sai vitorioso, pois terá na chapa o vice e o senador, além do futuro candidato à prefeitura de São Luís, o deputado Evangelista Neto, que vem deixando a noviça Eliziane Gama com a missão de detonar Edivaldo Holanda, que já foi rifado por Flávio Dino.