A mais nova proposta política do governador Flávio Dino (PCdoB) é tentar juntar, no mesmo projeto, nada menos que o PT e o PSDB, as duas principais forças antagonistas da política brasileira.
Para Dino, só com a união entre as duas legendas o Brasil poderá superar a crise econômica e política que assola o país desde o fim de 2014.
No âmbito nacional, a proposta do comunista ainda não teve a repercussão esperada por ele. Mesmo porque trata-se do mesmo Dino que, semanas antes, no auge da polêmica pelo impeachment, chamava de golpistas “as forças conservadoras” que defendiam o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), “capitaneadas pelo PSDB”.
A presença do vice-governador Carlos Brandão no encontro de governadores com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, dia 28/12, em Brasília, foi mais um gesto de Dino no projeto de unidade entre tucanos e petistas.
A presença do vice do PSDB soou como um recado do governador maranhense, do tipo: há tucanos de confiança em meu governo, ao lado do PT.
Em leitura superficial, os acenos do governador maranhense para o PT e para o PSDB têm um objetivo nacional e outro local.
No plano nacional, trata-se de um recado de Dino ao PT, tentando reduzir a força do PMDB no governo Dilma, mostrando como opção exatamente o principal adversário do governo. Já no plano estadual, o governador tenta mostrar aos aliados do PT e do PSDB que eles podem conviver sem problemas até 2018, quando será rediscutida a chapa pela qual ele pretende disputar a reeleição.
Têm sido comuns os estranhamentos entre petistas e tucanos no estado, o que pode causar fissuras no governo.
E o governador quer evitar qualquer tipo de estremecimento até a reeleição.
Se o alcance de suas teses for nacional, melhor ainda para ele.