O cenário é profissional; a organização, nem tanto…
Aos trancos e barrancos, aconteceu ontem, no polêmico 4° piso do Shopping da Ilha, o primeiro dia de desfiles do SLZ Fashion.
A noite foi de muita reclamação, pois o evento que estava marcado para ter início às 19h, só começou 3h depois. Por causa disso, uma multidão teve de aguardar em pé em uma extensa fila a liberação da sala por onde os modelos apresentariam as coleções.
O público, perdido, pois o local não dispunha de qualquer sinalização, teve de enfrentar a espera no calor, uma vez que a refrigeração capenga instalada no ambiente não deu conta de resfriar o lugar. O chão de cimento e cheio de ondulações também não agradou. A “decoração conceitual” transformou a noite de quem foi de salto em uma prova de equilíbrio.
Na sala de imprensa, nem água tinha mais, antes mesmo de começarem os desfiles.
Além disso, a organização repete os mesmos erros do passado: trata os profissionais da imprensa como uma cambada que está ali de favor. Em qualquer evento que se preze a imprensa é acomodada em assentos reservados na primeira fileira.
Em São Luís, os jornalistas foram gentilmente jogados na quarta fila, atrás de uma pomposa coluna de concreto. Para enxergar os desfiles de sapatos, por exemplo, os jornalistas tiveram de se esticar. Com a distância, também mal dava para ver qual tipo de tecido era apresentado ou o que compunha as estampas das peças.
Enquanto isso, pirralhos filhos de figurões e blogueiros metidos a gurus da moda – que sabem mostrar apenas que o papai pode comprar bolsa da Chanel – ocupavam as cadeiras da frente.
São estas pessoas que a organização aposta que fazem a cobertura real do evento? Parece que sim.
Nem mesmo os jornalistas de fora do estado – convidados pela Sá Cavalcante, mas não informados para a assessoria – escaparam do balaio de gato.
Depois de enfrentar a espera, o calor, o chão desnivelado e saber que ficariam na fila D, desistiram de ver os desfiles e voltaram para o hotel.
No hotel, por sua vez, nem cabo de internet tinha.
– Vou ter de comprar um cabo aqui no shopping. Como vou mandar matéria para o jornal sem internet no meu quarto? – questionou uma delas.
Como se não bastasse, a pessoa responsável pela iluminação da passarela parecia estar desorientada.
Por vezes esquecia-se de acender os canhões de luz do fim da passarela, ponto mais importante do percurso, pois é onde os fotógrafos e cinegrafistas ficam estrategicamente posicionados para capturar a imagem.
Além disso, o atrapalhado acendia as luzes da passarela ora de maneira parcelada – a medida que o primeiro modelo entrava na passarela (anunciando o início do desfile) ou último saia (anunciando o término) -, ora todas de uma vez.
O público também não ajudou. Muitos resolviam abandonar – provavelmente por causa do horário – a sala no meio dos desfiles, causando tumulto e atrapalhando quem queria ver o que acontecia na passarela.
O evento continua hoje e amanhã.
Apesar da boa intenção, o SLZ Fashion ainda tem muito para aprender…
Com reportagem de Thamirys D’Eça
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