A deputada estadual Graça Paz (PSL) voltou a abordar, ontem, a discussão sobre as cotas para as mulheres nas casas parlamentares. Ela voltou a defender maior abertura para o sexo feminino nos partidos, como forma de conscientizar a participação.
– São 30%, no mínimo, e 70% no máximo, para ambos os sexos. Infelizmente, nem os 30% das vagas para as candidaturas femininas são preenchidos. E a própria mulher tem dificuldade de se candidatar por vários motivos, porque essas candidaturas femininas não são vistas como as candidaturas masculinas – comentou.
No início da semana, Graça Paz já havia dado sua opinião a respeito do assunto, em matéria de O Estado, o reforçou ontem.
– A mulher tem dificuldade de sair de casa, como mãe, como dona de casa, como esposa. Não tem quem cuide dos seus filhos. Ela tem que cuidar, levar para a escola, e não tem tempo para fazer campanha da mesma forma como o homem, que fica inteiramente livre. E os próprios partidos não investem da mesma forma nas candidaturas femininas.
Para a deputada, sua posição de política é uma exceção à regra estabelecida, que privilegia apenas a participação masculina.
– Estou aqui hoje no meu quarto mandato, indo para o meu quarto mandato, mas eu sou uma das exceções, porque a grande maioria não tem essa mesma facilidade de já ter um nome por trás, assim como muitas mulheres aqui: a deputada Cleide Coutinho, que
já tinha o nome do seu marido; a deputada Gardênia do seu pai, João Castelo; a deputada Vianey, do seu marido; a deputada Valéria, do seu irmão. Então sempre por trás da gente tem um homem que é o nosso marido, ou é o pai, ou alguém da família que nos dá esse grande legado do seu trabalho político no nosso estado – frisou.
Para a deputada, sem a conscientização dos partidos e das lideranças masculinas não adiantará ter cota de 30% ou de 50%.
– Se não estão conseguindo candidaturas no mínimo de 30% para ambos os sexos, o que se vai fazer com 50%? – questionou a deputada do PSL.
