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O relógio contra Brandão gira a favor de Camarão…

Com apenas dois anos e um mês de mandato, governador age para assegurar blindagem na era pós-governo e costura uma base que garanta a ele poder sentar na mesa com força política em 2026, por que a cada ano que passa, o vice-governador começa a aumentar o fluxo de políticos em torno de si, pela expectativa de poder que manterá ao longo de 2024, 2025 e 2026

 

Carlos Brandão e Felipe Camarão estão literalmente entrelaçados até 2026,mas cada um ouve o tic-tac do relógio como uma melodia diferente

Ensaio

O jornalista Leandro Miranda publicou em seu portal Marrapá, na última sexta-feira, 23, texto que aponta o vice-governador Felipe Camarão (PT) como herdeiro político de Flávio Dino, sobretudo pela posição de porta-voz de Lula no Maranhão.

De acordo com Miranda, Camarão é, ao lado do próprio governador Carlos Brandão (PSB), “o mais relevante cabo eleitoral do estado”; mas o portal faz uma comparação bem clara sobre o status do governador e o do vice-governador:

– Enquanto Brandão tem o ponteiro do relógio contra si, Camarão começa a ser reconhecido como sucessor natural da cadeira do Palácio dos Leões, beneficiado pela expectativa de poder de prefeitos em busca de reeleição, de novos e velhos líderes políticos, e de candidatos que aguardam chancela para as eleições deste ano.

 

A precisa observação do portal Marrapá encontra eco em postagem deste blog Marco Aurélio d’Eça, publicada na série “A era-pós Dino”, com o título “O papel de Felipe Camarão…”.

Não há dúvida de que o relógio que gira contra Brandão, faz o mesmo movimento em favor do seu vice-governador.

Talvez por isso, Brandão trabalhe nestes exatos dois anos e um mês que faltam de mandato para consolidar uma base política de peso e uma espécie de blindagem pós-governo, com indicação de parentes e aliados a postos-chave no Judiciário, nos órgãos de controle e na própria política.

  • já mandou para o Tribunal de Contas do Estado o sobrinho Daniel Itapary;
  • atua para eleger ao mesmo TCE-MA seu advogado pessoal Flávio Costa;
  • Conseguiu articular em Brasília a ida do seu ex-procurador-geral para o Tribunal Eleitoral;
  • tem entre os postulantes à vaga de desembargador no Tribunal de Justiça a prima Ana Brandão;
  • a sobrinha Mariana Brandão surge como opção para compor a chapa do candidato a prefeito Duarte Júnior;
  • outro sobrinho, Orleans Brandão, é tido como potencial candidato a deputado federal, mas fala-se em vice e até candidato a governador em 26.

Brandão é um político clássico, na melhor definição da palavra.

Ele conhece os meandros do jogo de poder e sabe como posicionar as peças a seu favor, além de ter frieza e inteligência emocional, um adicional que transforma qualquer liderança em fora-de-série.

Felipe Camarão é aquilo que se chama de garoto, sem a passagem pelo teste das urnas, com pouca experiência no embate político-eleitoral, mas com carisma suficiente para mobilizar massas; e tem o trunfo de estar na única cadeira com poder de definir o futuro do governador em 2026.

Se Brandão for candidato ao Senado, Camarão será, incondicionalmente, governador com possibilidade de reeleição; caso contrário, pode disputar vaga na Câmara Federal, ser novamente vice ou mesmo concorrer ao Senado.

Só precisa manter em dia o tic-tac do relógio…

Marco Aurélio D'Eça

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