Marco Aurélio D'Eça

A imagem acima ganhou hoje as redes sociais no Maranhão. A bizarra cena protagonizada pelo chefão comunista Flávio Dino e pelo ex-prefeito tucano João Castelo é a síntese do absurdo político a que  pode levar uma obsessão pelo poder. É evidente o desconforto – tanto de Castelo, que já foi classificado pelo novo amigo de “representante do atraso”, quanto de Dino, a quem Castelo negou voto há menos de um mês.  A cena fica ainda mais grotesca por que se percebe claramente a forçação de barra com que Carlos Brandão tenta fazer Dino completar o abraço em Castelo. E do lado do tucano, alguém o empurra, como se o forçasse a se aproximar do comunista

Ao lado de Lula e Dilma – e na defesa dos seus programas sociais – o senador Lobão Filho precisou de apenas um mês para chegar a quase a metade das intenções de voto que Flávio Dino levou quatro anos para conquistar. Ao que tudo indica, a aliança de Dino com Aécio Neves, que é contra os programas sociais do PT, também influenciou nesta marca

Lobão Filho com Lula e Lobão: apoio ao Bolsa-Família

Em um mês, o pré-candidato ao Governo do Estado, senador Lobão Filho (PMDB), surpreendeu a todos com a nova pesquisa divulgada pela TV Guará na qual já aparece com 23% das intenções de voto.

Ainda que em segundo lugar nas pesquisas, os números deixam a oposição temerosa, por mais que tentem não transparecer.

Afinal, o comunista Flávio Dino (PCdoB), teve quatro anos de campanha para conseguir os seus 56%.

Aécio e Dino vão tentar tirar o PT, Lula, Dilma e seus programas

Continua em primeiro? Sim, mas os números anteriormente alcançados estava na casa dos 60% e desde então vem diminuindo. Com o anúncio da entrada de Lobão na disputa, pode-se ver que a tendência talvez seja diminuir mais, pelo visto.

O que soa como uma grande ironia, já que, foram preciso quatro anos de pura atividade para conseguir o primeiro lugar.

Já Lobão Filho conseguiu encostar na disputa em apenas um mês.

E os motivos dessa quase reviravolta podem ser, também, as últimas alianças do chefão do comunismo, que deixou o eleitorado bem confuso.

Mas isto já é outra história….

Castelo em bizarra cena com Dino: nem isso adiantou para garantir o Senado

O ex-prefeito de São Luís João castelo (PSDB) tomou um chega-pra-lá da coligação que apoia o candidato do PCdoB, Flávio Dino – e do seu próprio partido – e não será candidato a senador, mesmo liderando as principais pesquisas de intenção d votos.

Se ele quiser, terá que se contentar com a disputa por vaga na Câmara dos Deputados.

Castelo de tudo fez para se viabilizar candidato ao Senado. Foi a Brasília, tentar convencer o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e tentou mostrar para os tucanos maranhenses a importância de sua candidatura.

Não adiantou.

Os próprios tucanos fecharam com a candidatura de Roberto Rocha (PSB) ao Senado na chapa de Dino – afinal, já tinham furado a fila ao escantear o PDT na vaga pela vice.

A última tentativa de Castelo foi engolir sapos e declarar apoio a Flávio Dino, que já o classificou de “representante do atraso”.

Mesmo assim, nem Aécio Neves, nem Flávio Dino, nem os próprios tucanos maranhenses deram qualquer sinal de esperança ao ex-prefeito.

Se ele quiser, vai ter que se misturar aos inúmeros candidatos a deputado federal na disputa por vagas…

Flávio Dino e JR Tavares: a criatura segue a trajetória do criador

A curta história política do chefão comunista Flávio Dino – de apenas oito anos, já que começada em 2006 – é marcada por traições em todos os níveis.

Coincidência ou não, ele foi criado para a vida pública por aquele que é considerado o maior traidor da política maranhense, o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB).

Talvez por isso, ele tenha assumido a traição à presidente Dilma Rousseff (PT), que lhe amparou em seu governo quando o comunista perdeu a eleição em primeiro turno para a governadora Roseana Sarney (PMDB).

Agora, Flávio Dino vai percorrer o Maranhão para tentar tirar Dilma da presidência.

Mas nestes oito anos, a lista de traições de Flávio Dino não incluem só a presidente Dilma.

Ele já traiu o ex-governador Jackson Lago (PDT), em 2010; traiu militantes do PCdoB em São Luís e Imperatriz, traiu o PDT, com que fez acordo em 2012,  e traiu até o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), de quem se esconde para não ter a imagem desgastada.

Tudo isso em nome da obsessão que tem por ser governador antes dos 50 anos.

E é assim que ele pretende mudar o Maranhão…

Neto Evangelista (último de azul) em meio a figurões da política: maturidade e poder de articulação

O deputado Neto Evangelista sai bem maior politicamente das articulações que resultaram na aliança entre o PSDB e o PCdoB no Maranhão.

Candidato a vice do ex-prefeito João Castelo em 2012, o parlamentar nunca escondeu sua simpatia pela então candidatura do ex-secretário Luis Fernando Silva ao Governo do Estado.

Mas assumiu totalmente a posição do partido quando a legenda decidiu discutir a aliança com o PCdoB.

Evangelista tem um projeto claro: ser candidato a prefeito de São Luís em 2016.

E pelo que se viu de sua posição em 2014, certamente o PSDB terá cacife para cobrar uma recíproca do PCdoB daqui a dois anos.

E o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) que se cuide…

Lobão Filho: palanque exclusivo de Lula e Dilma

Já está definido.

De um lado, o senador Lobão Filho, do PMDB, que terá apoio de PT, DEM, PV, PTB, PSD,  PRB, PSC, PSL, PMN, PEN, PTdoB, PRP, PRB, PRTB, PSDC e, provavelmente, o PR, do deputado federal Davi Alves Silva.

Do outro, estará o chefão comunista Flávio Dino e o seu PCdoB, com o apoio de PSDB, PSB, PPS, PP, PROS, SDD e o PDT, que seguirá mesmo sem a indicação do candidato a vice, garantida ao tucano Carlos Brandão.

É assim que a eleição se dará no Maranhão.

Pelo primeira vez, os partidos de oposição estarão todos de um lado só. E os partidos da base governista também todos no mesmo palanque, polarizando a disputa e tornando-a plebiscitária.

Aécio Neves terá o palanque de Dino no Maranhão

Mesmo por que – gostem ou não os idiotas intelectualóides de plantão – as candidaturas do PSOL e do PSTu não têm qualquer importância neste contexto.

O que terá importância para o eleitor é saber que, de um lado, com Lobão Filho, estarão Lula e a presidente Dilma, responsáveis pelos programas sociais que mudaram a vida de milhões de maranhenses.

Do outro lado, estarão Aécio Neves (PSDB) e Flávio Dino, que lutam para derrubar Dilma com o discurso de que, com os tucanos – e sem Bolsa-Família, Minha Casa, Minha Vida e PAC – o Brasil será melhor.

Caberá ao eleitor maranhense decidir de que lado quer ficar.

Afinal, quase 80% ainda não definiu em quem votar…