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O São João de Olga Simão…

Olga, da Sectec para a Cultura: peixe-fora-d'água

A secretária Olga Simão assume o comando da Secretaria de Cultura em um dos momentos cruciais da pasta – o início das discussões para os fetejos juninos, ponto forte da cultura maranhense.

Olga chega ao posto pelo fato de ser gente de confiança da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Mas só isso não basta para tocar projeto tão importante.

Não se questiona aqui a correção pessoal e a lealdade da secretária, mas não se pode negar sua absoluta desambientação no setor cultural do estado.

Aliás, desde que deixou a secretaria particular de Roseana, Olga Simão virou “peixe-fora-d’água” em todas as pastas por onde passou.

Foi assim na Secretaria de Educação e, sobretudo, na de Ciência e Tecnologia.

Ouve-se que Olga recebe de Roseana missões específicas para cada setor por onde passa. Seria uma espécie de auditora pessoal da governadora.

Proposta interessante, mas a perda de tempo com estas “investigações” só atrasa ainda mais o desenvolvimento da gestão.

Além do mais, a adjunta da Cultura, Marlildes Mendonça, é uma auditora de carreira do próprio estado, que poderia muito bem se incumbir da missão proposta.

Obviamente que ninguém precisa entender tecnicamente de comunicação, de Saúde ou de Educação, por exemplo, para ser secretário destes setores, assim como na Cultura.

Mas a eficiência de gestão é fundamental em qualquer área…

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Zelinda Lima e Marlildes Mendonça são cotadas para a Cultura…

A pesquisadora cultural Zelinda Lima e a atual adjunta da pasta, Marlildes Mendonça,são o nomes cotados até agora para substituir Luís Bulcão na Secretaria de Cultura.

O secretário vai deixar o cargo para disputar vaga na Câmara Municipal de São Luís.

Zelinda, pesquisadora com anos de estudos no Maranhão

Zelinda Lima desenvolve trabalhos nas áreas de culinária, azulejaria e folclore maranhense, sendo reconhecida no mundo inteiro.

Alta funcionária pública, Marlildes Mendonça desenvolve trabalhos na área de pesquisa cultural nos municípios. Já foi também secretaria de Desenvolvimento Social e Controladora-Geral do Estado.

Marlildes já atua na Secretaria de Cultura e é uma das principais técnicas do governo

A governadora Roseana Sarney quer fortalecer a pasta, com a diversificação do setor, focado apenas em São João e Carnaval no período em que esteve sob o comando do atual secretário.

A dfinição do novo secretário deverá ocorrer quando a governadora retornar dos Estados Unidos.

 

 

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A levada pop de Mano Borges…

Mano em ação, no projeto carnavalesco "Manobloco".

Em meio ao estilo folclorizado das músicas maranhenses, o cantor e compositor Mano Borges se destaca com sua levada pop e seu estilo contemporâneo. Ele é uma das atrações de hoje da Vila Junina, no São Luís Shopping.

Mano Borges é um dos melhores cantores maranhenses – senão o melhor.

Mantém o estilo característimo da MPM, mas inclui pitadas de sonoridade da Word Music, o que dá as suas músicas um estilo sofisticado, cosmopolita.

A belíssima “Você é Tudo”, por exemplo, não deixa nada a desejar em comparação com sucessos nacionais de Djavan, Lulu Santos e Samuel Rosa, só para citar alguns exemplos.

A canção, inclusive, é cogitada para ser incluída em dicos de artistas baianos.

um dos trabalhos discográficos de Mano Borges

Letrado, culto, mais do que um cantor maranhense, Mano Borges é um artista pop – no estilo musical, nas letras, nos arranjos e no visual.

Qualquer uma de suas músicas caberia perfeitamente em trilhas sonoras de novelas.

Desde as mais antigas, como Bangladesh, que caberia, por exemplo, na trilha de “Caminho das Índias”, recente sucesso da Globo, até as mais novas, como “Fácil de entender” ou “Os Nós”.

Eclético, Borges se reinventa a cada carnaval, a cada São João, mantendo um estilo próprio e adequado para cada época do ano no Maranhão.

Com a veia pop dos grandes artistas nacionais… 

Conheça aqui a discografia de Mano Borges  

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A cultura do Futebol…

Todo domingo, o programa “Fantástico”, da Rede Globo, tem um quadro que homenageia o cancioneiro brasileiro por meio do jogadores de futebol profissional do país.

Quem faz três gols em uma partida tem direito a pedir música, que é tocada durante a sessão “Gols do Fantástico”, apresentado por Tadeu Schmidt.

O festival de canções também revela um pouco da cultura musical brasileira. Os jogadores representam, em certa medida, a capacidade musical que tem o povo que habita o país.

Em sua maioria, as músicas pedidas vão do Pseudo-forró eletrônico ao Pagode, passando pelo Sertanejo Universitário (?), pelo breguérrimo Arrocha, pelo Axé e pelas histriônicas canções religiosas – católicas ou evangélicas.

Nada se vê de um Chico Buarque, um Milton Nascimento, um Gonzaguinha; nada se vê de um pop-rock do Legião Urbana, dos Paralamas ou do Capital Inicial. Ou mesmo as  chatinhas MPB de Adriana Calcanhoto, Maria Gadú e companhia.

Pop internacional – como U2 e Radiohead – ou clássicos como Guns i’n Roses, Queen e outros, nem pensar!

O gosto musical também revela o nível cultural e social do indivíduo.

Ninguém vê, em praias nos fins de semana, em portas de bar ou postos de gasolina um indivíduo com seu carro abarrotado de auto-falantes tocando um… Caetano Veloso, por exemplo!

É só o batidão do funk, a deseducação do Aviões do Forró & Cia ou a poluição sonora do pagode paulista.

E o futebol reflete isso.

São, em sua maioria, garotos pobres, com muito talento para o esporte e nenhum cérebro.

Que convivem em comunidades pobres, em meio aos “rebolations” e “quero não, posso não” da vida. Que deixam de estudar para se dedicar ao que pode mudar sua vida, levando mundo a fora a carga cultural apreendida.

Quando vencem, estes garotos passam a formar a elite econômica do país.

Embora sem formação cultural básica, falam até três ou quatro idiomas, têm milhões de dólares na conta bancária, mansões nas metropóles e espaço nos programas com maior audiência.

Formadores de opinião, passam a exibir seu gosto pessoal nestes espaços.

E influenciam quanto ao jeito de vestir, de falar  e quanto ao gosto musical, abrindo espaços para estes tipos musicais e formando outras gerações de brasileiros.

E o círculo vicioso da música descartável continua.

Em horário nobre…