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Uma história única…

O senador José Sarney (PMDB) encerrou ontem a sua participação na vida pública nacional, após mais de 50 anos de efetiva militância política.

José Sarney, Maranhão, História

O senador Sarney despede-se do Senado

E o fez com o orgulho de quem construiu trajetória única no país, chegando ao posto máximo do poder político brasileiro, que é a presidência da República.

Único maranhense a ocupar o comando de dois dos três poderes da República – foi presidente do país e do Congresso Nacional – Sarney é também o único ex-presidente vivo a se manter no poder mesmo após ter deixado a presidência.

Foi depois de deixar o Palácio do Planalto, em 90, que o maranhense chegou por quatro vezes ao comando do Senado, outra marca única em sua biografia.

Democrático e conciliador, o ex-presidente enfrentou de forma serena uma ferrenha oposição política em seu estado natal, que tentou por várias vezes destruir sua biografia; mas manteve a dignidade de permitir que os oposicionistas pudessem construir sua história sem represálias ou perseguições de qualquer tipo – e este é outro traço único na biografia de Sarney.

O maranhense de Pinheiro deixa a vida pública após ser deputado federal, governador, senador e presidente da República.

E também será o único líder político brasileiro a deixar o poder sem ser derrotado eleitoralmente.

O presidente da abertura democrática e das bases da solidez econômica no país é também o único entre os ex-ocupantes do Palácio do Planalto a construir – ao mesmo tempo em que participava dos embates políticos – uma carreira igualmente brilhante na literatura e na vida intelectual – com reconhecimento mundial de sua obra.

E este também é um traço único na biografia do político Sarney, que ilustra sua história de cinqüenta anos de vida pública.

História única no Maranhão e no Brasil…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão

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Imagens do dia: a despedida de um ícone…

José Sarney, ícone do Maranhão

Senador Sarney ao despedir-se da tribuna do Senado Federal, hoje à tarde… (imagem: Ag. Brasil)

Ex-presidente da República e do Congresso Nacional, ex-governador, ex-deputado federal e ex-senador, José Sarney se despediu hoje da vida pública, com discurso que recebeu o maior número de apartes da história do Senado.

José Sarney, o maior político do Maranhão

…E logo depois, ao lado de Lula, outro ex-presidente, na diplomação de Dilma (imagem: Instituto Lula)

Sarney encerra a carreira política como o maior político maranhense de todos os tempos, e com  um leque de realizações jamais visto em nenhum outro político vivo, feitos difíceis de ser alcançaods por qualquer outro maranhense. E a história mostrará isso…

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Discretamente…

José Sarney

José Sarney encerra mandato no fim do mês

A exemplo do que ocorreu com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ofereceu ao ex-presidente da República e ex-presidente da Casa, José Sarney (PMDB), a realização de uma sessão de despedida.

Sarney recusou.

Ele prefere concluir discretamente seu último mandato.

Da coluna Panorama Político, de O Globo

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Sarney vale mais sem mandato que muita gente com.

Por Joaquim Haickel

sarneyNos últimos dias tenho lido notas e matérias provenientes de diversas consciências e produzidas por várias canetas, sobre o fato de o ex-presidente José Sarney ter resolvido não mais colocar o seu nome à disposição do estado do Amapá para representá-lo no Senado Federal.

Para quem não sabe o Senado, órgão que Sarney já presidiu em quatro oportunidades, é a casa legislativa que segundo a constituição federal representa a federação brasileira, os Estados e o Distrito Federal, enquanto a Câmara dos Deputados representa do nosso povo.

Essa gente maledicente insiste em desqualificar José Sarney. Desqualificam o homem, o escritor e o político, quando o que deveriam fazer era enfrentá-lo em cada uma dessas frentes,de maneira honrada, franca, republicana e democrática.

Insultam e difamam um homem que em sua primeira eleição ficou na primeira suplência, igual a tantos outros; difamam alguém que se elegeu deputado federal e sobressaiu-se entre seus pares, formando uma forte liderança numa época em que o nosso estado ainda vivia defasado em um século; governou o Maranhão e realizou obras de tamanha importância que ainda hoje passados quase cinquenta anos, uma delas ainda não foi superada e acredito que tão cedo será – o Porto do Itaqui.

Hábil, bem relacionado, inteligente, culto e sobre tudo sortudo, passou a ser figura de importante relevo a nível nacional; presidente de partidos importantes, desenvolveu uma capacidade diplomática invejável que o fez estar no cerne de todas as questões nacionais, que possibilitou ser guinado à presidência da república em substituição a Tancredo Neves que faleceu antes de assumir o cargo. Essa capacidade diplomática consistia mais em ouvir do que em falar, mais em esperar que os outros se posicionassem do que em se posicionar antes dos outros. Essa forma de agir somada a sua imensa sorte, deu bastante certo por muito tempo.

A mitologia em torno desse Ribamar é tamanha que atribuem a ele a morte de Tancredo. Sarney teria usado macumbeiros maranhenses para fazer com que sapos cururus repuxassem as entranhas do velho mineiro, matando-o. E o que é pior, tem gente idiota que acredita nisso. Nas duas coisas. Que Sarney mandou fazer o serviço e que fizeram.

Como presidente, Sarney tinha, segundo a constituição vigente, um mandato de seis anos. Ele o viu diminuído em um ano, mas pareceu que lutou para aumentá-lo. Alguns não sabem e outros preferem esquecer o quanto Fernando Henrique Cardoso teve que fazer para aprovar uma emenda à constituição, que ele mesmo havia ajudado a redigir, no sentido de permitir-lhe ter mais quatro anos de mandato presidencial. E falam do Sarney!

José governou o Brasil num tempo em que enfrentávamos dois grandes adversários, o monstro da inflação e o perigo da instabilidade democrática.

Mais competente como político que como gestor financeiro, ele fez executar quatro planos econômicos, um deles de grande eficácia, mesmo que temporária, fato que garantiu certa estabilidade financeira ao país por tempo suficiente para que o PMDB, nas mãos de Ulisses Guimarães, elegesse 27 governadores de Estado.

Decretou a moratória de nossa dívida, fato que conteve em parte a debandada de capital, e com essa e outras medidas antipáticas garantiu a estabilidade democrática capaz de em seguida, tendo mantido estável o regime democrático em seu período mais delicado, eleger de forma direta nosso primeiro presidente em muitos anos. A mesma estabilidade que foi responsável por destituir esse mesmo presidente do cargo sem que nada acontecesse ao regime democrático e a forma de governo republicana.

Mas deixemos tudo isso para lá e nos concentremos no fato de Sarney não mais concorrer a um mandato eletivo.

Todos já sabiam que Sarney não mais seria candidato a nenhum cargo eletivo. Até eu mesmo que sou o mais tolo entre os articulistas deste assunto já havia comentado sobre isso, disse para alguns amigos que Sarney iria fazer tal qual o padre Vieira, que com avançada idade dedicou-se integralmente a literatura e as suas memórias. Sarney iria agregar à essas dedicações a sua família, sua mulher, seus netos e bisnetos.

O que a mídia nacional, a grande, a média, a pequena e a mínima, tenta fazer é imputar a um homem de 85 anos, que dedicou 60 deles a trabalhar pelo Maranhão, pelo Amapá e pelo Brasil, uma derrota pelo fato de ter resolvido não mais se candidatar. Querem fazer crer que Sarney tinha obrigação de, mesmo indo contra a sua natureza física,se apresentar na linha de frente da batalha política e se candidatar a mais um mandato de senador. Ora me comprem um bode! Eu iria ficar muito insatisfeito se ele resolvesse que iria se candidatar, pois nós, maranhenses, amapaenses e brasileiros de todas as naturalidades precisamos dele e de homens como ele acima da política, sem mandato eletivo, mas com o mandato proveniente do respeito que pessoas como ele devem ter de nossa gente.

São personalidades como José Sarney que dão a dimensão de valor que deve ter uma nação e seu povo.

Pode quem quiser discordar dele e até não gostar dele, isso faz parte da vida, mas ninguém pode desconhecer o grande valor que ele teve, tem e terá em nossa história.

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Sarney, sua sina

sarney-e-roseanaEditorial Folha de S. Paulo

Ao oficializar sua decisão de não concorrer ao Senado Federal no pleito deste ano, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) dificilmente estará dando por terminada, ao mesmo tempo, sua participação na vida política nacional.

Homem de bastidores, eficiente na consolidação de um círculo de familiares e dependentes fiéis a um projeto paternalista de poder, o senador chega aos 84 anos mantendo influência no seu Estado de origem, em setores expressivos do governo Dilma Rousseff (PT) e do Legislativo.

Seria incorreto tomar o veterano parlamentar maranhense como o núcleo de tudo o que há de arcaico na política, bastando seu afastamento para que estivesse garantido o ascenso de lideranças menos ambíguas e fisiológicas ao palco.

Ironicamente, promessas desse tipo acompanharam seus primeiros passos na vida pública. Sua eleição para o governo do Maranhão, em 1965, foi vista como um momento renovador, impondo fatal revés ao poder coronelista do pessedista Victorino Freire.

Registrado pelas câmeras de Glauber Rocha, o triunfo do jovem representante da “UDN bossa-nova” não tinha como não adaptar-se às circunstâncias, nada democráticas, do lugar e do tempo em que se situou. Um senso infalível para a adaptação –e, vale dizer, o temperamento para encará-la com mais conforto do que com sacrifício– marcou o percurso de José Sarney durante o regime militar.

A debacle do sistema encontrou Sarney já no PFL. Foi importante sua presença entre os que aderiram à candidatura oposicionista de Tancredo Neves, em 1984.

A morte imprevista de Tancredo impôs a José Sarney, seu vice, o desafio de assumir a Presidência com escassa legitimidade e mínimo reconhecimento de seus pares, enquanto o país estava em situação econômica gravíssima.

O seu melhor momento, no Plano Cruzado, terá sido, também, sua sina. O congelamento de preços levou sua popularidade a níveis com que nenhum político poderia sonhar àquela altura.

Desintegrado o plano, Sarney passaria a magnetizar, para sempre, sentimentos de hostilidade e frustração no plano nacional.

Persistindo na política, José Sarney acumulou uma simbologia que, a rigor, outras figuras poderiam igualmente encarnar, sem o benefício de se terem conduzido com dignidade e equilíbrio num dos mais difíceis mandatos presidenciais de que se tem notícia na história republicana do país.

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Senador José Sarney relata PEC dos servidores do ex-territórios federais do Amapá e Roraima

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, aprovou a Proposta de Emenda à Constituição número 11 de 2014, que altera o art. 31 da Emenda Constitucional 19 de 4 de Junho de 1998.

A proposta prevê a inclusão, em quadro em extinção da Administração Federal, de servidores e policiais militares admitidos pelos Estados do Amapá e Roraima, na fase de instalação dessas unidades federadas.

Para o Senador José Sarney (PMDB-AP) que foi o relator da matéria, ficou evidenciado que a proposta é meritória e merece ser aprovada para fazer justiça aos milhares de servidores, destes dois estados tão importantes para o Brasil.

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O antes e o depois de Sarney no Maranhão…

 O vídeo abaixo é uma relíquia histórica. Trata-se de um documentário produzido por volta de 1969, com parte de uma série exibida em rede nacional. E mostra o antes e o depois do então governador José Sarney no Maranhão. A construção das barragens de Boa Esperança, do Bacanga e do Batatã; a implantação de estradas rasgando o estado; a modernização de São Luís – com construção de conjuntos habitacionais, o Parque do Bom Menino, novas avenidas e a ponte do São Francisco, na época, a maior do Nordeste. O visionarismo de Sarney, ao trazer para o estado os primeiros sistemas de processamento de dados e a implantação de escolas a cada mês.  É um vídeo histórico, que nem o próprio Sarney conhecia. E que mostra a verdade nua e crua do que era e do que passou a ser o Maranhão

 

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Sarney lamenta, em artigo, “massacre do Maranhão pela mídia nacional”…

eu_amoEm sua coluna dominical no jornal O EstadoMaranhão, o senador José Sarney lamentou, hoje, a forma como a mídia nacional – com a ajuda de algumas lideranças locais – massacra o Maranhão há mais de três semanas.

– Cada dia põem somente o Maranhão, estampando palafitas e miséria que, para serem vistas (e condenadas), ninguém precisa vir ao Maranhão, basta ir à Baixada Fluminense, à favela da Maré, no Rio, à periferia ou mesmo ao centro de São Paulo – onde, segundo o IBGE, 625 mil vivem abaixo da linha de pobreza, classificados como miseráveis – afirma o ex-presidente.

No artigo, o senador lamenta também que o massacre contra o estado tenha a participação de pessoas daqui mesmo, fazendo um coro de desmoralização desmedida à terra.

– O que é pior é a participação de maus maranhenses que, por motivos políticos, estão comandando essa campanha. A eles não interessa resolver os problemas e minorá-los, estão até achando bom, pensando que vão ter votos com isso – critica Sarney.

Embora reconheça as dificuldades enfrentadas pelo estado, o ex-presidente aponta avanços em vários setores do Maranhão, que, segundo ele, são escondidos na mídia nacional

– Não se diz que hoje temos o 3º porto do Brasil, nem que crescemos 15,3% enquanto o Brasil cresceu 2,2%; nem que exportamos 3,5 milhões de toneladas de grãos e somos o 16º PIB do país. Que a pobreza baixou de 23% para 13% e para este ano temos uma projeção de 5%. Todos os índices sociais estão melhorando – revelou

Ao final do artigo, José Sarney convida para conhecer o Maranhão e diz que, se tiverem senso de Justiça, vão aderir ao “Eu Amo o Maranhão”, campanha lançada nas redes sociais e que já alcamçou quase um milhão de seguidores.

– Aqui não é terra de bandidos, é lugar de gente abençoada e boa – conclui o ex-presidente…

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Os que se dizem antissarneístas não fazem outra coisa a não ser mistificar Sarney

sarneyPor Roberto Kenard

No post mais abaixo, não sem certo intuito provocativo, mas que me nego a explicar, escrevi sobre a morte do cantor popular Reginaldo Rossi.

Bom, para confirmar o que há muito venho falando a respeito dos antissarneístas maranhenses, um troglodita resolveu mostrar os dentes num comentário.Lamentou a morte de Rossi e, boçalidade das boçalidades, meteu o lamento por Sarney seguir vivo. A mistura dos assuntos já diz tudo.

O diabo é que gente assim deveria estar a rezar noite e dia pela saúde de Sarney, afinal, se Sarney morrer, a turma perde o discurso. Sarney, além de servir de álibi a todo tipo vagabundagem, é a proposta dessa gente. Se Sarney morre, sim, eles estarão absolutamente nus. Sarney é a proposta deles, creio que vocês me entendem.

(Continue lendo aqui…)

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Três polêmicas do governo Sarney explicadas pelo próprio…

O blog reproduz hoje trechos da entrevista do senador José Sarney (PMDB) ao jornal gaúcho Zero Hora, na semana em que ele foi elogiado por Lula como um dos responsáveis pela redemocratização do país, de papel fundamental na elaboração da Constituição de 1988:

 

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Sarney com Lula, em sessão do Senado

ZH – O senhor e Tancredo foram eleitos para um mandato de seis anos, mas a esquerda tentou reduzir o seu mandato presidencial para quatro. No final, com a sua concordância, o período foi fixado em cinco anos. Ainda assim, o senhor entrou para a história como o presidente que aumentou o próprio mandato. Como reage diante do fato?

José SarneyTrata-se de uma injustiça muito martelada pela mídia. É algo que lamento profundamente, pois tive o ato generoso de, para facilitar o processo político — seguindo o exemplo do presidente Dutra —, abrir mão de um ano do mandato para o qual Tancredo e eu tínhamos sido eleitos, como consta dos diplomas que recebemos.

2 – ZH – Lideranças daquele período dizem que o senhor garantiu a transição democrática em tempos difíceis. Outros dizem que o país lhe deve “uma certa gratidão”. Mas esse reconhecimento não está associado a sua imagem no imaginário popular. Se sente injustiçado por isso?

SarneyÉ difícil avaliar o que ficará na História. Nos anos seguintes a meu governo, cheguei a ser considerado o melhor presidente de todos os tempos. Hoje, tendo sido vítima de campanhas de difamação, e permanecendo na política, tenho sido avaliado por circunstâncias que nada têm a ver com o meu governo. É claro que essas campanhas, a que não temos como responder, nos ferem e dão um sentimento de injustiça.

3 – ZH – O “mensalão” da época, dizem, era a distribuição de concessões de rádio e TV pelo então ministro Antonio Carlos Magalhães para supostos aliados do seu governo. O senhor foi muito criticado por isso. Como analisa o fato 25 anos depois?

SarneyNunca apareceu um constituinte que tenha dito ter sido cooptado por essa proposta. Além de mentirosa a versão, não tem base em nenhum fato concreto. O ministro das Comunicações sempre a desmentiu. Quanto à quantidade de concessões, ela foi muito inferior à das concedidas nos governos posteriores, no que são atos de rotina administrativa.

Leia aqui a entrevista completa…