Ponto final no debate sobre a miséria no Maranhão: Flávio Dino fracassou…

Se sabia das limitações históricas e culturais do estado em 2015 – e mesmo assim prometeu tirar “municípios maranhenses da lista dos 100 mais pobres” – o ex-governador falhou nesta questão específica

 

PROMESSA EM PRAÇA PÚBLICA. Flávio Dino no palanque, na posse de 2015: promessa retórica ou erro estratégico?!?

Editorial

Profundo e realista o artigo do deputado estadual Carlos Lula (PSB) – amplamente divulgado na mídia – sobre as questões históricas e culturais que envolvem a miséria do Maranhão. (Leia aqui)  

Este blog Marco Aurélio d’Eça entende, inclusive, tratar-se de um contraponto à análise publicada na terça-feira, 22, sob o título “Dados da pobreza expõem fracasso de Flávio Dino como governador…”.

Mas há um ponto tão óbvio que chega a ser simplório no debate sobre a participação pessoal do ex-governador Flávio Dino na linha do tempo desta da miséria do Maranhão. E qual é esse ponto fundamental no debate?!?

Foi Flávio Dino – e nenhum outro – quem prometeu, ipsis literis:

“Ao fim do meu mandato, nenhum município maranhense estará na lista dos 100 mais pobres”.

  • O ex-governador disse isso no palanque, em sua posse;
  • reafirmou a mesma coisa ao lançar o programa “Mais IDH”;
  • E repetiu de forma categórica ao longo de todo primeiro mandato.

Este blog Marco Aurélio d’Eça foi um dos duros críticos em todo o mandato do agora ministro do Supremo Tribunal Federal, sobretudo neste aspecto específico do combate à miséria, como pode ser relembrado aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, mais aqui, também aqui e aqui.

Hoje, vendo em retrospectiva, é claro que reconhece avanços em vários setores do estado, tanto nos aspectos sociais, quanto culturais e, principalmente, políticos, como reverenciado no post de fevereiro de 2022, intitulado “Eleições devem consolidar transição de gerações no poder no Maranhão…”.

Mas este blog insiste na ideia de que o ex-governador fracassou nesse ponto do combate à miséria. 

  • se ele sabia haver pontos históricos e culturais que impediriam o combate à miséria, não deveria ter prometido em 2015;
  • se, por outro lado, não sabia desses aspectos, não estudou a história do Maranhão a ponto de fazer a promessa pública.

E se prometeu e não conseguiu, então fracassou.

Esse é o ponto inquestionável no debate sobre a participação de Flávio Dino no combate à miséria maranhense.

Ponto final!!!

De como Brandão pretende mostrar o caminho para tirar o Maranhão da miséria…

Governo do Estado vai aproveitar o Encontro de Prefeitos e Prefeitas do Maranhão para apresentar programas de distribuição de renda e de geração de empregos e desenvolvimento

 

TRANSFERÊNCIA DE RENDA E COMIDA NA MESA; esta é a fórmula de Brandão para quebrar o ciclo de miséria no Maranhão até o fim do seu governo

O governador  Carlos Brandão (PSB) vai apresentar aos prefeitos e prefeitas maranhenses, a partir desta quinta-feira, 24, o programa  “Maranhão Livre da Fome”, sua maior aposta na transformação do estado.

Com a iniciativa, o governador espera tirar quase meio milhão de maranhenses da extrema pobreza.

  • os prefeitos assinarão o termo de adesão ao programa;
  • equipes do governo detalharão o seu funcionamento;
  • será uma espécie de oficina de políticas públicas.

Este blog Marco Aurélio d’Eça trouxe na última terça-feira, 22, uma análise dos novos indicadores sociais brasileiros, que mantém o Maranhão nas últimas posições em todos os indicadores sociais e econômicos; o post tinha por título “Dados da pobreza expõem fracasso de Flávio Dino como governador…”.

“Os números atuais saíram neste fim de semana, e o Maranhão está lá na rabeira, como sempre. O site Poder360 mostra que a renda per capta maranhense é quase três vezes menor que a de Brasília; o Maranhão está em penúltimo lugar na linha de pobreza, com 7,84% de seus domicílios entre os miseráveis”, destacou este blog.

É exatamente essa herança que Brandão pretende quebrar com seu ambicioso programa. 

Nos dois dias do encontro, que é promovido pelo governo em parceria com a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) e apoio da Assembleia Legislativa, prefeitos eleitos e reeleitos manterão contato com todos os dispositivos de gestão utilizados pelo governo, em todas as áreas de atuação.

Na abertura do programa, Brnadão deve apresentar números do programa, investimentos, alcance e prazo.

Ele tem entre um ano e um ano e nove meses para apresentar os resultados…

Dados da pobreza expõem fracasso de Flavio Dino como governador

Atual ministro do STF assumiu em 2015, com a promessa de tirar os municípios maranhenses da lista dos 100 mais pobres e o estado das últimas posições no ranking do IDH, o que não aconteceu

 

A MUDANÇA QUE NÃO VEIO. Flávio Dino passou oito anos no governo e entregou o Maranhão igual ou pior do que era em 2014

Análise da notícia

Este blog Marco Aurélio d’Eça publicou em 22 de março de 2022 – às vésperas da mudança de governo no Maranhão – a “Análise de Conjuntura” intitulada “Flávio Dino fracassou em sua principal promessa: tirar o Maranhão da miséria…”.

  • naquela época a renda per capta do Maranhão era a metade da média brasileira;
  • o estado continuava  a ter 100 municípios entre os mais pobres de todo o país;
  • 20% da população maranhense vivia, à época, com renda mensal de R$ 145,00.

“Governador encerra no dia 31 os quase oito anos de mandato com o estado em situação ainda pior do que se encontrava em 2015, quando ele foi para a sacada do Palácio dos Leões dizer que, após o seu governo, nenhum município estaria no mapa dos 100 mais pobres do país”, apontava o texto de 2022.

À época do post, os dinistas contrapunham a análise deste blog com o argumento de que os números usados eram de antes de 2020, o que não representava a realidade; uma falsa argumentação, por que este blog Marco Aurélio d’Eça já apontava desde 2018 – na metade do seu mandato – que o fracasso das promessas de 2015 era iminente.

  • mas os números atuais saíram neste fim de semana, e o Maranhão está lá na rabeira, como sempre;
  • o site Poder360 mostra que a renda per capta maranhense é quase três vezes menor que a de Brasília;
  • o Maranhão está em penúltimo lugar na linha de pobreza, com 7,84% de seus domicílios entre os miseráveis.

VERGONHA ALHEIA. Flávio Dino teve que desmentir a própria promessa de tirar municípios maranhenses da lista dos 100 mias pobres

Os dados usados pela imprensa neste feriadão de Páscoa são do IBGE e de órgãos independentes, como o Centro de Liderança Pública; eles refletem os últimos quatro anos, 2021 a 2024, exatamente os dois últimos anos de Flávio Dino e os primeiros de Carlos Brandão (PSB). (Leia a íntegra aqui)

Aliás, o próprio Brandão já havia lamentado a situação em que recebeu o Maranhão de Flávio, o que foi registrado neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “A gastrite de Brandão, a gastura de Othelino e a miséria do Maranhão…”. 

“Quando eu assumi o governo, eu vi os indicadores do Maranhão! Gente, aquilo me dava agonia, uma gastura, dava até gastrite. Sempre o Maranhão lá embaixo. É o estado mais pobre, é o estado que tem maior numero de pessoas analfabetas, blablabá… Eu disse  ‘não é possível! Tenho que tirar o Maranhão desses dados ruins’”, falou Brandão.

A fala, como sempre, provocou forte reação de dinistas, como era de se esperar, o que levou o governador a recuar.

Mas ele próprio sabe ser impossível passar pano no fracasso de Flávio Dino.

Os números não deixam…

Hilton Gonçalo em faixa própria pelo Senado…

Com grupo político consolidado e capilaridade eleitoral em todo o estado, ex-prefeito de Santa Rita com diferentes forças políticas para viabilizar seu projeto

 

CAPILARIDADE ELEITORAL. Com apoio de Enoque Mota, Hilton Gonçalo se espalha por mais uma região importante do estado

O encontro desta semanada entre o ex-prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Mobiliza) e o prefeito de Pastos Bons, Enoque Mota, é mais uma etapa da articulação estadual que Gonçalo vem fazendo pelo projeto senatorial de 2026.

  • Gonçalo tem capilaridade eleitoral com aliados em todas as regiões do estado;
  • ele também controla partidos e tem gente na Câmara Federal e na Assembleia;
  • a estrutura política montada pelo ex-prefeito é um atrativo para qualquer grupo.

Mais vinculado à política de centro-direita – que tem como opções de governo o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSDD), o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Dr. Lahésio Bonfim (Novo) e o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) – Gonçalo se movimenta em faixa própria.

Pode se alinhar a qualquer um deles ou mesmo ajudar na unificação de todos em torno do mesmo projeto.

Com Enoque Mota, liderança histórica na região do Sertão, Hilton Gonçalo pode controlar uma fatia significativa do eleitorado; mas ele já se espalhou também por outras regiões.

 O ex-prefeito de Santa Rita é, portanto, liderança estratégica para 2026…

Flávio Dino bloqueia repasse de emendas para o Maranhão…

Governo Brandão não encaminhou as novas regras locais para garantir transparência na liberação e aplicação dos recursos e não poderá usar dinheiro federal em suas instituições de ensino e fundações de apoio

 

DINHEIRO BLOQUEADO. Flávio Dino cobrou Brandão desde janeiro pelas regras de transparência na aplicação das emendas

O ministro do Supremo Tribunal Federal determinou nesta terça-feira, 1º, o bloqueio de emendas parlamentares para o governo do Maranhão; Dino alega que não recebeu as regras que mandou o governo fazer para dar transparência na aplicação dos recursos.

  • o governo Brandão não encaminhou nenhum regra nova garantindo a transparência na aplicação dos recursos;
  • com o bloqueio, o estado não poderá usar dinheiro de emendas em suas universidades e fundações de apoio: 
  • também tiveram emendas bloqueadas Acre, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Sergipe.

O bloqueio de Dino atinge diretamente a Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e a Fundação Estadual de Amparo a Pesquisa (Fapema).

O pedido de regras de transparência faz parte do conjunto de ações de Flávio Dino para garantir mais transparência na liberação e aplicação de recursos públicos federais oriundos de emendas parlamentares; a cobrança das regras foi feita ainda no início de janeiro, mas apenas 12 estados cumpriram o prazo.

  • o governo Lula (PT) deve liberar em 2025 R$ 50 bilhões em emendas parlamentares;
  • os recursos são destinados por deputados e senadores às obras indicadas pelo governo.

Flávio Dino deu prazo de 15 dias para que estados que responderam de forma precária.

Não há informações sobre a situação dos que não responderam nada, como o Maranhão…

Maranhão no radar nacional e internacional: o estado rumo à ciência de ponta

Com o primeiro Doutorado em Direito do Maranhão, programa de pós-graduação em Direito da Ufma atinge marcos históricos e põe o estado no centro das discussões jurídicas

 

 

O Maranhão finalmente começa a galgar posições no cenário científico e acadêmico nacional e internacional.

O Programa de Pós-Graduação em Direito e Instituições do Sistema de Justiça da Universidade Federal do Maranhão (PPGDIR) atingiu marcos históricos com a realização de três eventos que colocam o estado no centro das discussões jurídicas: o 1º Doutorado em Direito do Maranhão, o Congresso Nacional de Direito e o Congresso Internacional de Direito Constitucional.

O Congresso Nacional, com o lançamento do 1º Doutorado em Direito do Maranhão, foi um passo vital para colocar o estado na rota das grandes referências educacionais do Brasil. Com muito trabalho dos professores e o apoio da Associação dos Egressos do PPGDIR, o evento reafirma a importância de um Maranhão mais qualificado e com um sistema jurídico mais robusto.

O Congresso Internacional reforçou ainda mais a posição do Maranhão no cenário acadêmico global. O evento contou com a presença de especialistas internacionais, discutindo temas contemporâneos como “Soberania e Internacionalização do Direito”, consolidando a UFMA como um polo de pesquisa e inovação jurídica.

Essas vitórias não foram conquistadas facilmente, mas com o esforço contínuo da universidade, dos professores e da associação de ex-alunos, que têm sido fundamentais na organização e na execução desses marcos. O PPGDIR está se tornando um dos maiores responsáveis pela transformação da educação jurídica no Maranhão e pela modernização das instituições.

A luta foi árdua, mas finalmente, o Maranhão conquistou seu lugar de destaque na ciência nacional e internacional!

Lençóis ficam em quarto entre os pontos turísticos mais procurados do Brasil no exterior…

Revista Tendências do Turismo 2025, da Embratur, mostra o parque nacional – Patrimônio Natural da Humanidade – com 12,3 mil buscas na internet em um ano, atrás do Cristo Redentor, Cataratas do Iguaçu e Pão de Açúcar

 

NO TOP QUATRO. Lençóis Maranhenses formam o único ponto turístico do Maranhão entre os 10 mais procurados do Brasil, segundo a Embratur

Os Lençóis Maranhenses foram procurados por 12,3 mil pessoas em sites de busca de turismo no exterior, em 2024; isso coloca o parque nacional Patrimônio Natural da Humanidade como o quarto destino mais procurado do Brasil.

  • à frente dos Lençóis estão o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, as Cataratas do Iguaçu, no Paraná, e o Pão de Açúcar, também no Rio de Janeiro;
  • aparecem ainda o Maracanã (RJ), Chapada Diamantina (BA), Parque Lage (RJ), Museu do Amanhã (RJ), Pelourinho (BA) e Avenida Paulista (SP).

Os dados constam da edição da revista Tendências do Turismo 2025, produzida pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e pelo Ministério do Turismo.

O Rio de Janeiro está sendo promovido pela Embratur na Europa, desde a quarta-feira, 12, quando o Cristo Redentor foi apresentado na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

Pelos cálculos da Embratur, significa dizer que os Lençóis são procurados cerca de mil vezes por mês em sites de Turismo no exterior.

Com informações da Agência Brasil

Hildo Rocha destaca importância do robô criado por estudantes maranhenses

Em discurso na tribuna da Câmara Federal, deputado maranhense explicou que equipamento vai ajudar na preservação da biodiversidade dos oceanos

 

Em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal, o deputado Hildo Rocha (MDB) destacou a importância de um robô criado por estudantes maranhenses que monitora espécies exóticas nos oceanos, contribuindo para a preservação da biodiversidade. A apresentação do invento aconteceu durante o Torneio de Robótica, promovido pelo Sesi, em parceria com a Fiema, no Multicenter Negócios e Eventos, em São Luís.

“Dentre vários projetos que eu tive a oportunidade de conhecer, destaco a fabricação de um robô que monitora espécies exóticas nos oceanos, contribuindo para a preservação da biodiversidade. Diversos especialistas que realizam pesquisas oceanográficas elogiaram o robô desenvolvido por jovens de uma escola pública do Maranhão. Esses profissionais sabem que o protótipo será industrializado, profissionalizado e colocado a serviço da ciência no mundo inteiro, inclusive o do Brasil, porque vai ajudar a preservar a biodiversidade existente nos nossos mares, nos nossos oceanos”, declarou o parlamentar.

  • o evento promovido pelo Sesi e Fiema é o maior torneio regional de robótica do Brasil em número de equipes e vagas para o nacional, consolidando o Maranhão como referência no país
  • O torneio reuniu mais de 100 equipes de escolas públicas e privadas de dez estados: Alagoas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Sergipe e Tocantins.

Com o tema global “Submerged”, o desafio deste ano teve como objetivo o desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas ambientais relacionados aos oceanos, estimulando a criatividade, a pesquisa e a aplicação prática de conceitos de ciência e tecnologia.

Dezesseis equipes maranhenses foram escolhidas para participar do Festival SESI de educação, um dos maiores eventos de robótica do país que será realizado em Brasília, entre os dias 12 e 15 de março.

Serão 270 equipes, representando 25 estados brasileiros, que irão competir por uma vaga no campeonato mundial de robótica.

Moraes agradece apoio de Dino e elogia o Maranhão como exemplo de luta por independência

Ministro se manifestou em sessão do Supremo Tribunal Federal  diante dos ataques que vem sofrendo por parte de políticos americanos ligados ao presidente Donald Trump e insuflados por “patriotas” da extrema direita brasileira

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes manifestou-se publicamente nesta quinta-feira, 27, sobre os ataques promovidos por políticos norte-americanos ligados ao presidente Donald Trump. 

Ao agradecer o apoio do ministro Flávio Dino, ele reforçou seu compromisso com a Constituição Brasileira e destacou a luta do povo maranhense por independência e autodeterminação, registrada na história do Brasil, sobretudo no episódio conhecido por Balaiada, no século XIX.

“Respeito a autodeterminação dos povos e a igualdade entre os países, como proclamado, inclusive, pelo artigo 4º da nossa Constituição Federal,  e bem lembrado hoje em mensagem do ministro Flávio Dino, a quem agradeço, e digo, será um grande prazer conhecer a Carolina do Maranhão, que vossa excelência tão bem governou por dois mandatos”, declarou o ministro.

  • Em sua mensagem, Dino propôs ao colega conhecer a cidade de Carolina como alternativa aos estados americanos de memso nome;
  • insuflados por “patriotas” brasileiros, republicanos tentam aprovar na Câmara Federal dos EUA a proibição de Moraes entrar no país.

INDEPENDÊNCIA E AUTODETERMINAÇÃO. Moraes agradeceu ao apoio de Flávio Dino e disse que pretende conhecer a cidade de Carolina, no Maranhão

Em sua manifestação aos colegas da Corte Suprema, o ministro elogiou o Maranhão, estado de Flávio Dino, como exemplo da coragem na luta por independência.

“Estado esse que é exemplo de coragem e luta por independência e autodeterminação do povo brasileiro, na  defesa da cidadania, como demonstra a história na revolta da Balaiada, entre dezembro de 1838 e fevereiro de 1841”, destacou Alexandre de Moraes.

O ministro recebeu apoio também dos demais membros do STF…

Após encontro com Eliziane, Sarney ensina: “o ódio alimenta o ódio”…

Ex-presidente da República faz um alerta aos políticos brasileiros – maranhenses incluídos – sobre a necessidade de se repensar as relações com adversários; e afirma: “casa dividida não prospera”

 

HORA DE ARRUMAR A CASA. Brandão em passeio com Sarney pelo Palácio dos Leões: “casa dividida não prospera”, alerta ex-presidente

Prestes a completar 4o anos desde a sua ascensão à presidência da República, ato que encerrou a ditadura militar no Brasil, o ex-presidente José Sarney (MDB) escreveu nesta sexta-feira, 21, uma exortação à paz na política; ao criticar o clima de ódio que domina a política no Brasil – Maranhão incluído – Sarney lembrou que “o ódio alimenta o ódio”.

  • curiosamente, o artigo do ex-presidente foi escrito dois dias depois de ele receber em sua residência de Brasília, a senadora Eliziane Gama (PSD);
  • no Maranhão, Eliziane tem sido uma das mais efetivas defensoras da unidade dos grupos do governador Carlos Brandão (PSB) e do ministro Flávio Dino.

“Também resultado desse mal, escrevo sobre a divisão que vemos hoje no Brasil: a casa está dividida, justamente pelo ódio que perpassa pela política brasileira. E uma casa dividida não prospera. Disso já sabemos nós, cristãos”, ensina Sarney.

O ex-presidente direcionou o artigo à política brasileira – à divisão ideológica radical resultante do surgimento do bolsonarismo, que foi abraçado pela extrema direita a partir de 2018 – mas pode ser usada também na política maranhense, hoje protagonizada pela guerra fratricida entre dinistas e brandonistas.

Sobretudo pelo fato de o artigo ter sido publicado após a visita de Eliziane; a senadora já esteve com o governador Carlos Brandão e com o vice-governador  Felipe Camarão (PT) em busca da paz entre os dinistas e brandonistas. (Relembre aqui e aqui)

  • Sarney ressalta que sempre teve adversários políticos, mas nunca os considerou inimigos;
  • o ex-presidente pregou que, hoje, no Brasil, o ódio existe de lado a lado “e deve acabar”.

“O ódio hoje é real. E deve acabar. Ele é a semente que desponta como o instrumento de divisão não só dos políticos, como do povo brasileiro. Não é difícil encontrarmos dentro das famílias discussões acaloradas e situações difíceis em que as posições são dogmáticas”, pregou José Sarney.

O artigo do ex-presidente foi publicado em diversos jornais, portais e sites do país.

Leia a íntegra abaixo:

Eu, muitas vezes, em entrevistas, artigos, disse que, ao longo da vida, nunca tive capacidade de sentir ódio. E isso considero que me fez e faz muito bem. O ódio traz como consequência maior o ressentimento, e este, a amargura, que faz muito mal a nós próprios e deforma o nosso modo de viver.

Conheci um homem que tinha uma alma pura, o deputado Djalma Marinho. Era uma figura muito conhecida e respeitada na Câmara dos Deputados. Foi candidato a presidente da Casa. Perdeu. Eu e o deputado Nelson Marchezan fomos a sua casa prestar-lhe solidariedade. Com o meu jeito de não cultivar sentimentos negativos, disse-lhe: “Djalma, não guarde ressentimentos.” Ele me respondeu: “Sarney, eu não guardei dinheiro na vida, que é coisa boa, lá vou guardar ódio e ressentimento, que não prestam para nada?”. Foi ele que, depois, na comissão que presidia, recusou-se a cumprir uma ordem do governo para processar o deputado Moreira Alves, em 1968, quando o país estava sob as normas do AI-5. Renunciou ao cargo de presidente e, repetindo o espanhol Calderón de La Barca, marcou a Casa com a célebre frase: “Ao rei tudo, menos a honra”.

Mas quero falar também das consequências do ódio, que muitos escritores registraram na literatura, como Tolstói, cuja personagem feminina vai ao suicídio sucumbida pelo ódio; Dostoiévski, com o alerta de que “o ódio alimenta o ódio”; Shakespeare, com o seu Otelo, o Mouro de Veneza, cujo ciúme o leva a matar sua fiel esposa, Desdêmona, um destino de ódio construído pelo relato falso de infidelidade por Iago, um suboficial preterido numa promoção.

Também resultado desse mal, escrevo sobre a divisão que vemos hoje no Brasil: a casa está dividida, justamente pelo ódio que perpassa pela política brasileira. E uma casa dividida não prospera. Disso já sabemos nós, cristãos.

Na política brasileira, eu, que por mais de meio século a acompanho como espectador, interlocutor, participante e até como protagonista, nunca vi uma época em que os homens se dividissem entre uns adeptos do diabo e outros, de Deus. De tal modo que a luta política extravasou para um nível em que uns são conduzidos à salvação e outros, condenados à perdição.

Eu, pessoalmente, sempre tive adversários. E a estes nunca considerei inimigos. Essa concepção de adversários como inimigos foi proposta por Carl Schmitt, jurista oficial do Terceiro Reich, para quem a política era uma guerra, na qual devíamos eliminar os contrários e levá-los até a morte — como ocorreu na Alemanha com a morte de milhões de judeus. O ódio ao inimigo também justificou, logo depois da Revolução Russa, a violência e crueldade dos comunistas aos milhões de perseguidos e eliminados. O exemplo simbólico e maior na Rússia talvez tenha sido o fuzilamento da família inteira do Czar Nicolau II, que hoje pela Igreja Oriental foi considerado santo.

Eu era deputado no Rio de Janeiro quando ouvi Carlos Lacerda, o maior orador a que assisti no parlamento, defender-se — no processo que moveram contra ele por ter divulgado um telegrama secreto, que envolvia o Jango e o Peron, num tempo em que os discursos tinham títulos, a que chamou de A corrida dos touros embolados — daqueles que o acusavam de uma maneira odienta, retrucando com a seguinte denúncia: “Aqui até o ódio é fingido”.

Não é o que ocorre hoje no Brasil. Situação repelida por todos nós. O ódio hoje é real. E deve acabar. Ele é a semente que desponta como o instrumento de divisão não só dos políticos, como do povo brasileiro. Não é difícil encontrarmos dentro das famílias discussões acaloradas e situações difíceis em que as posições são dogmáticas.

O ódio leva até ao que está sendo apurado no processo sobre a inacreditável proposta de assassinato, a ser cumprido nas figuras do presidente e do vice-presidente e de um ministro do Supremo Tribunal Federal. O caso segue o devido processo legal — somos um Estado de Direito — no Supremo e depois, tudo devidamente apurado, haverá a punição prevista na lei dos responsáveis.

O ódio é danoso, cruel, indigno, divisionista. Por julgá-lo assim, quero vê-lo extirpado do nosso país. Sou partidário do diálogo, de ver o próximo como objeto de convergência e não da divergência. Por tudo isso e mais, não há palavras suficientes que definam o mal que o ódio produz. Somos irmãos e como irmãos devemos viver em paz. Que os dirigentes e líderes do país viajem por outros caminhos que não este, o do ódio. Por isso, só me cabe encerrar dizendo: Ódio não!