Marco Aurélio D'Eça

Partido de Lula quer um palanque no estado que tenha PT, PMDB e PCdoB, e que isole os adversários PSB, PPS e PSDB. O senador José Sarney e e o comunista Flávio Dino já foram comunicados da proposta, que enfrenta resistências da governadora Roseana Sarney

Um posicionamento da direção nacional do PT abriu uma nova frente de discussões na aliança do partido com o PMDB no Maranhão – e pode ter influenciado diretamente no debate sobre uma eventual renúncia da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Os petistas do comando de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) propõem simplesmente uma decisão salomônica para a formação de palanque no Maranhão, com todos os partidos da base juntos.

E este ” todos” do PT nacional inclui PMDB e PCdoB.

Segundo apurou o blog, esta solução foi apresentada tanto ao senador José Sarney (PMDB), que esteve na semana passada no Maranhão, quanto ao chefe comunista Flávio Dino – que também passou o Carnaval em São Luís.

E já teve dois efeitos práticos:

1- levou o PT maranhense a recuar na decisão de participar com um vice em eventual eleição indireta na Assembleia Legislativa;

2 –  Fez com que a governadora Roseana Sarney recuasse da decisão de deixar o governo agora em março, a fim de dar tempo para rediscutir a eleição indireta.

Palanque único com PCdoB/PT/PMDB

A ideia de Dilma, Lula e Cia é a seguinte: o PCdoB manteria a candidatura de Flávio Dino ao governo, tendo PT e PMDB na chapa; o primeiro, indicaria o vice, cabendo aos peemedebistas a indicação do candidato a senador, que poderia ser a própria governadora Roseana Sarney – ou o secretário Luis Fernando Silva.

Para os petistas, a aliança garantiria um palanque único para a presidente Dilma Rousseff no Maranhão e ainda deixaria sem perspectivas os principais adversários do PT, que são PSB, PSDB e PPS.

A proposta do PT nacional agradaria inclusive membros do PDT e o grupo do prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PTC). Emissários de Holandinha já teriam conversado tanto com sarneysistas quanto com dinistas.

Ainda segundo apurou o blog, dois problemas estariam impedindo a formalização da união política:

1 – a insegurança de Dino em se afastar de lideranças como o vice-prefeito Roberto Rocha (PSB), o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e os membros do PSDB maranhense, e, principalmente;

2 – a resistência de Roseana Sarney em querer disputar as eleições de outubro.

Mas esta é uma outra história…

Flávio Dino como boieiro no Carnaval: registro único

Desde que surgiram as bizarras imagens de Flávio Dino (PCdoB) como brincante de boi fora de época em pleno Carnaval, o debate tomou conta das redes sociais e dos blogs.

Soou estranho até para os mais empedernidos defensores do chefão comunista a sua afinidade carnavalesca, coisa que nem os mais íntimos conheciam.

O blog foi então atrás de informações sobre o folião Flávio Dino.

Apenas o professor Geraldo Castro Sobrinho, titular da Secretaria Municipal de Educação, garantiu ter participado com o chefão de um carnaval da Turma do Quinto, em homenagem a Alcântara, em 1987.

Mas não há registro fotográfico também deste evento.

Levando em conta que Dino se dedicou desde cedo à magistratura, de onde só saiu em 2006 – e a magistratura exige sacrifícios como pouco tempo para eventos como o Carnaval – significa dizer que ele passou 19 anos fora da festa.

Mas não há também registro algum do comunista na folia de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 e 2012.

Mas é preciso dar o desconto de que, neste período, o Carnaval de São Luís era comandado pelo seu desafeto João Castelo (PSDB) – que, aliás, sempre manteve um confortável e animado camarote na Passarela do Samba.

Mas em 2013, o prefeito já era Edivaldo Holanda Júnior (PTC), seu afilhado.

Por que então não há imagens de Flávio Dino no Carnaval de 2013?

O fato é que a aparição do comunista no Carnaval foi tão bizarra que soou artificial – e virou chacota mesmo entre seus pares.

Mas espera-se, sinceramente, que a primeira experiência vire rotina, e o chefão apareça também no São João, outra festa popular.

Só não pode trocar as bolas, como fez no Carnaval.

E aparecer de Fofão em pleno Bumba-meu-boi…

Por mais que tenham firmado um pacto de não agressão entre as duas candidaturas e conversarem entre si sobre alianças nos estados para vencer o governo PT, Aécio Neves e Eduardo Campos continuam no mesmo lugar de sempre nas pesquisas.

Como ressalta bem o jornalista Ricardo Kotscho, os discursos com críticas à política econômica e à imensa base aliada do governo são absolutamente iguais, sem que nenhum dos dois consiga dizer uma palavra sobre o que pretende efetivamente fazer para melhorar a vida dos brasileiros caso seja eleito.

De única diferença entre ambos está Marina Silva ao lado que Eduardo, mas, até agora, o discurso de novas práticas políticas se perdeu no ar e não ganhou mais força. Marina inclusive perdeu mais visibilidade para mostrar a que veio. Desavenças com o PSB? É algo que fica para outra história.

Pior para Aécio que de novo no discurso não tem nada além das velhas críticas à economia atual. No mais, continua com o discurso tão batido quanto o de Eduardo Campos.

Não se nota uma personalidade forte em ambos para que eles sejam vistos como algo novo no discurso eleitoreiro. Talvez por isso não consigam subir muito nas pesquisas eleitorais ainda.

Resta aguardar se haverá uma alavancada quando começarem as propagandas eleitorais. Ou se permanecerão empacados na disputa presidencial.

Com redação de Aline Alencar

Roseana Sarney com os netos: hoje, é isso que dá prazer a ela

Este blog tem mostrado, desde 2012, que o desejo da governadora Roseana Sarney (PMDB) é não disputar nenhum mandato nas eleições de outubro. (Leia aqui, aqui, aqui e também aqui)

Isto foi demonstrado em vários textos, embora outros veículos tenham insistido na tese de que ela entraria na disputa.

Mas a posição do blog é sólida, por que se baseia no entendimento do núcle0 familiar mais próximo de Roseana – marido, filha e netos – para o qual ela já contribuiu demais com o Maranhão e chegou a hora de se dedicar mais à família.

Apenas uma parte dos Sarney – pai, irmãos e alguns cunhados – é que entende ser importante, do ponto de vista meramente político, um mandato para Roseana no Congresso Nacional.

Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o poder também cansa.

Roseana acompanha o pai, José Sarney, desde a época da presidência da República; foi deputada federal, senadora e governadora por quatro mandatos.

As idas e vindas das viagens a Brasília, o desgaste das articulações políticas, a luta contra a opinião contrária e a nem sempre justa relação com a imprensa também desgastam o prazer da vida pública.

E Roseana dá sinais claros de que já chegou ao seu limite.

Ela simplesmente cansou dos embates políticos.

Pode até ser que venha a disputar eleição em outubro, por uma ou outra circunstância.

Mas esta é uma outra história…