Marco Aurélio D'Eça

Márcio se expôs ao fogo para tentar salvar a menina

Desde a tragédia que resultou na morte da menina Ana Clara Sousa, o pedreiro Márcio da Cruz Nunes, foi apontado como um herói.

Ele já havia descido do ônibus e estava são e salvo quando percebeu a menina pegando fogo. Voltou e se abraçou a ela, queimando quase 70% do próprio corpo.

Mas houve quem contestasse o heroísmo de Márcio da Cruz.

Logo que surgiram as primeiras imagens, em que a menina aparece filmada pela câmera da frente do ônibus, blogs, rádios e sites questionaram se, de fato, Márcio tinha feito o que testemunhas disseram que ele fez.

Mais contundente questionador da história do caso, o jornalista Linhares Júnior – sempre frio e racional – chegou a escrever sobre o assunto, no post “Não existiram heróis no caso Ana Clara”.

Recorte da imagem da Record, que mostra Marcio se abraçando à menina

– Atearam fogo na escada do ônibus com gente ainda dentro, queriam incinerar os passageiros mesmo. Não foi um “acidente de percurso”. Ao contrário dos “heróis” construídos, ninguém tentou socorrer a menina: NINGUÉM! Algumas pessoas passaram por cima dela – afirmou o jornalista do Jornal Pequeno, assim mesmo, em letras garrafais, como que gritando para sustentar sua tese. (Leia aqui o texto completo)

Mas o jornalista – e todos os outros que entraram na onda questionadora – estavam errados.

As imagens completas, com filmagens de todos os ângulos do ônibus, exibidas ontem no programa Domingo Espetacular, na TV Record, mostram e comprovam o heroísmo do pedreiro Márcio Cruz.

Primeiro ele desce do ônibus, como todos os passageiros, quando um dos bandidos ordena o esvaziamento do veículo.

Pouco tempo depois, a câmera instalada na parte de trás do ônibus, mostra quando o pedreiro volta para tentar apagar o fogo de Ana Clara, abraçando-se a ela.

Sem dúvida um ato de coragem e desprendimento.

Um ato de heroísmo que deve ser reconhecido por todos.

Inclusive os que duvidaram…

Capsulas de b ala encotnradas junto aos mortos de Campinas (Imagem: G1 Portal)

Uma série de assassinatos foi registrada nesta madrugada, no município de Campinas, em São Paulo.

Todos os crimes – 15 mortos, segundo as primeiras investigações – ocorreram no bairro Ouro Verde, em um intervalo de tempo de apenas quatro horas.

Até agora, a polícia paulista não tem qualquer explicação para os assassinatos. E ninguém foi preso.

A onda de violência no final de semana, em todo o país, mostra que a onda de violência não é exclusividade do Maranhão ou resultado de equívocos de gestão.

Em São Paulo, além da chacina de Campinas, foram registrados arrastões em vários shoppings centers e assaltos a condomínios de luxo

No Rio de Janeiro já houve arrastão nas praias de Ipanema e Copabacana.

Em Florianópolis, vários assaltos a ônibus.

Sem falar nos presídios do Rio Grande do Sul, 10 vezes mais caótico que os do Maranhão.

A violência se espalha por todo o país.

De Norte a Sul…