Marco Aurélio D'Eça

Dutra e Simplício estiveram no último encontro com Marina Silva

A Rede Sustentabilidade, estranho nome do novo partido da ex-ministra Marina Silva, já tem suas caras encaminhadas no Maranhão.

O partido deve receber boa parte dos revoltosos do PT – capitaneados pelo deputado federal Domingos Dutra e pelo estadual Bira do Pindaré.

São eles os principais cotados para formação da legenda no Maranhão, desbancando o ex-pedetista Cândido Lima e também a deputada estadual Eliziane Fama (PPS), que deve mesmo permanecer no comando do PPS – apesar de esvaziado.

Othelino: também em busca de novo rumo partidário

Mas a Rede pode receber outros dois parlamentares: o federal Simplício Araújo e o estadual Othelino Neto, que estão de saída do PPS.

O problema para os dois é o projeto do novo partido, que quer candidaturas próprias aos governos estaduais como forma de alavancar a candidatura presidencial de Marina Silva.

Bira: entusiasmo com convite

Tanto Simplício quanto Othelino fazem parte do esquema do ex-deputado Flávio Dino (PCdoB), que já vive assombrado com a possibilidade de uma “Terceira Via” nas eleições de 2014.

Eles estão aparentemente amarrados ao projeto dinista.

Assim como Bira do Pindaré, apesar do entusiasmo pelo convite feito por Marina Silva…

Luís Fernando: ações comprovadas e exemplos de gestão para mostrar

Até o mês de dezembro, o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) tinha absoluta convicção de que o seu principal adversário na disputa pelo Governo do Estado em 2014 seria o ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB).

O comunista já tinha pronta, inclusive, toda a estratégia para se contrapor a Lobão, usando, principalmente, o discurso da renovação contra as antigas práticas políticas.

Nas últimas semanas, no entanto, Dino foi avisado, inclusive por aliados do grupo Sarney, que seu adversário será mesmo o chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva (ainda sem partido). A partir de então, o comunista e seus aliados – no PCdoB, no PDT, n0 PSB e até no PT – entraram numa corrida para mudar a estratégia.

Flávio Dino nunca quis o embate com Luís Fernando. Nem o político, nem o pessoal.

Achava que, com Lobão, a corrida “seria mais tranquila”, haja vista o desgaste da imagem dos políticos tradicionais, já fortemente conhecida no interior. Para alguns aliados, seria mais fácil vencer Lobão, sobretudo por que, na região de São Luís, o comunista reinaria absoluto.

Contra Luís Fernando, dizem os aliados do ex-deputado, o discurso terá que ser alterado.

– Flávio Dino percebeu uma pequena queda em seus índices de intenção de votos em São Luís nas últimas semanas, que pode ser creditada ao início inseguro da administração de Edivaldo Júnior, cuja imagem está fortemente ligada a ele. Este desgaste aumenta à medida que se compara com a popularidade de Luís Fernando na capital e adjacências – conta um pedetista.

Dino: sem hegemonia em São Luís e sem exemplos para mostrar

O comunista sabe que contra Luís Fernando, terá dificuldades de manter a hegemonia, sobretudo na Grande São Luís. E teme o avanço do secretário em regiões antes hostis aos candidatos sarneysistas, como Imperatriz, Caxias e Açailândia.

Outro temor de Flávio Dino é a comparação pessoal entre ele e o chefe da Casa Civil.

– Flávio não quer um embate com Luís Fernando por que o candidato de Roseana tem a sua passagem em Ribamar como exemplo de gestão. Flávio não tem nenhuma experiência no Executivo. Além disso, mesmo que seus aliados tentem, não conseguem encontrar problemas éticos ou legais na trajetória do ex-prefeito, o que dificulta o debate. Usar apenas o mote do “candidato sarneysista”, as próprias pesquisas mostram que não funciona mais – diz um mebro do PSB, outro aliado próximo do comunista.

De qualquer forma, o candidato do PCdoB trabalha para assimilar que terá que disputar mesmo com Luís Fernando Silva.

E que não terá como usar o discurso “o novo contra o velho”.

Que já estava preparado se o embate fosse outro…