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Em crise financeira, governo Brandão afeta demais poderes e a economia do MA

Alegando queda na arrecadação, Executivo atrasa pela segunda vez consecutiva o repasse do Legislativo e do Judiciário, suspende pagamento de fornecedores e prestadores de serviços, gerando uma bola de neve que atinge diretamente o trabalhador assalariado, na base social do estado

 

Brandão atrasa repasses, prejudica Iracema e Paulo Velten e afeta, diretamente, toda a economia do Maranhão

Uma ansiedade atípica marcou a economia maranhense nesta segunda-feira, 14.

A expectativa de fornecedores do Executivo, do Legislativo e do Judiciário era que pelo menos uma parte dos recursos atrasados fossem liberados, mas a economia anoiteceu frustrada.

O governo Carlos Brandão (PSB) tem atrasado sistematicamente o repasse obrigatório do Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa, o que resulta no atraso de pagamento de fornecedores, prestadores de serviços e, consequentemente, os trabalhadores assalariados na base da economia..

Brandão tem enfrentado uma crise sistemática na gestão das finanças; não conseguiu, sequer, antecipar o salário de julho dos servidores, o que resultou em forte desgaste.

O governo alega queda na arrecadação do ICMS, mas há informações dando conta de que o inchaço da folha e o excesso de gastos públicos criaram um problema que agora tem dificuldades para corrigir.

Em junho, para poder honrar os compromissos com os demais poderes, o governo teve que apelar ao Supremo Tribunal Federal, que suspendeu uma parcela de R$ 276 milhões da dívida com o Bank Of América; mesmo assim, o repasses do Legislativo e do Judiciário foram feitos com atraso.

No mês de julho o problema no repasse se repetiu, o que levou a Assembleia e o TJ-MA a atrasar pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços.

O atraso na circulação de recursos na cadeia que envolve os poderes públicos gera uma crise na economia geral do estado por que as empresas que recebem do estado deixam de pagar trabalhadores; com a crise, esses trabalhadores também atrasam pagamento de serviços, deixam de comprar produtos e o dinheiro deixa de circular.

Até as prefeituras – que dependem em sua maior parte dos recursos repassados pelo estado – sofrem com a ameaça de insolvência do governo.

E a expectativa é que esta ciranda de atrasos só comece a se normalizar em abril de 2024, já às vésperas das eleições municipais.

Isso se Brandão não viabilizar novo empréstimo de R$ 4 bilhões…

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“Houve queda de arrecadação”, admite secretário de Brandão após não-antecipação de salário…

Atraso no repasse de junho para a Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, calote em uma das parcelas de R$ 276 milhões de empréstimo deixado por Flávio Dino culminaram com a não-antecipação do salário de julho dos servidores públicos e levantaram suspeitas de uma forte crise financeira no Maranhão, o que o titular da Secretaria de Monitoramento das ações Governamentais, Alberto Bastos, tentou minimizar em publicação no instagram

 

Alberto Bastos publicou vídeo para tentar explicar perda de arrecadação que tem provocado turbulências nos compr0omissos financeiros do governo Brandão

O secretário de Monitoramento das Ações Governamentais, Alberto Bastos, revelou nesta sexta-feira, 28, que houve “uma queda de arrecadação, principalmente em razão de fatores externos, o que impactou diretamente as contas públicas” do Maranhão.

Bastos não relaciona uma coisa à outra, mas suas explicações foram publicadas no mesmo dia em que servidores públicos maranhenses reagiram à decisão do governador Carlos Brandão (PSB) de anunciar, em cima da hora, que o salário de julho do funcionalismo será pago apenas na terça-feira, 1º de agosto.

Somadas ao represamento do pagamento salarial, outras medidas tomadas por Brandão nos últimos meses levantaram suspeitas de uma forte crise financeira no estado.

Em junho, o governo atrasou o repasse constitucional para os poderes Legislativo e Judiciário, o que atrasou o pagamento de fornecedores na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Justiça; agora em julho, Brandão foi obrigado a buscar no Supremo Tribunal Federal a suspensão do pagamento de uma das parcelas semestrais de R$ 276 milhões referentes ao empréstimo deixado por Flávio Dino (PSB) com o Bank of América. (Entenda aqui)

– O estado tinha uma arrecadação de R$ 1,3 bilhão mensais. Alterações legislativas no âmbito federal impactaram diretamente e [a arrecadação] caiu para R$ 950 milhões. Algumas medidas foram adotadas pelo Governo do Estado e hoje a arrecadação fica em torno de R$ 1,050 bilhão mensais; a gente já tem um déficit aí de R$ 250 milhões – contou Alberto Bastos, em vídeo disponível no perfil @monitoragovma.

Alberto Bastos publicou vídeo para explicar os problemas financeiros do governo no perfil de sua pasta no instagram

Bastos tenta ser didático para explicar os problemas financeiros do estado, e chega a dizer que o problema do governo é parecido ao das casas que precisam equilibrar o orçamento familiar quando há perda de renda..

– Nessa hora, é ainda mais necessário praticar estratégias de otimização dos recursos existentes, a fim de manter o pleno funcionamento dos serviços públicos – afirmou o secretário.

O perfil da Secretaria de Monitoramento das Ações Governamentais informa ainda que a meta do governo é chegar a uma economia real de R$ 400 milhões no s próximos meses.

E os servidores públicos terão que ter paciência…

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Uma lição de economia a Flávio Dino…

À frente de um estado à beira do caos financeiro, governador tenta aumentar a arrecadação para fazer caixa; mas poderia cortar gastos tidos como supérfluos para garantir recursos em questões prioritárias

 

Flávio Dino enfrenta crise financeira causada por ele próprio, que tenta evitar o caos nas contas do Maranhão

Se quisesse mesmo garantir a saúde financeira do Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) teria, em mãos, coisas  básicas para garantir recursos.

Ele já editou Decreto em que parcela débitos atrasados do IPVA – medida que beneficia o contribuinte, sem dúvidas – mas poderia cortar gastos do seu próprio dia a dia.

O deputado estadual Adriano Sarney (PV) sugeriu, por exemplo, cortar gastos com publicidade, que, segundo ele, consumiram mais de R$ 200 milhões em quatro anos. (Leia aqui)

Outra medida seria encerrar os gastos com alugueis de jatinhos, coisa que o próprio Dino prometeu fazer em 2014. Este tipo de serviço levou do Maranhão quase R$ 18 milhões desde que o comunista assumiu. (Saiba mais aqui)

Outros R$ 40,3 milhões foram gastos com diárias apenas em 2018, um valor altíssimo para os padrões maranhenses. (Veja aqui)

Somando-se tudo, têm-se um gasto, apenas nestes três itens, de R$ 258 milhões.

Dinheiro que poderia ser usado para garantir a folha de pagamentos…