0

A amargurada despedida de Flávio Dino…

Futuro ministro do Supremo Tribunal Federal não esconde a tristeza em discurso de despedida no Senado Federal, fala de exílio como membro da elite do judiciário brasileiro, mostra inveja de quem pode permanecer na política e acena com possível volta às disputas ideológico-eleitorais

 

Flávio Dino na tribuna do Senado: exílio no Supremo e um possível “até logo” da vida política

Análise da Notícia

O ainda senador Flávio Dino, que toma posse no Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 22, tem exposto em tons cada vez mais fortes sua amargura por ter que deixar a carreira política pela vaga na elite do judiciário brasileiro.

Em seu discurso de despedida da carreira política, no Senado Federal, ele confirmou com todas as letras o que este blog Marco Aurélio d’Eça dizia desde setembro de 2023: foi convidado a se retirar da política.

– Invejo quem permanecerá na política. Desejo que Deus seja generoso para que, quem sabe, eu esteja presente aqui compartilhando desses momentos com vocês, daqui a algumas décadas – desabafou o ministro, em seu discurso.

Em outro trecho, ele citou o poema Canção do Exílio, do Maranhense Gonçalves Dias, confirmando o termo usado pela imprensa maranhense, de que sua estada no STF será uma espécie de exílio da vida política; tanto que deixou em aberto a possibilidade de voltar ao debate ideológico-eleitoral.

– Não sei se Deus me dará oportunidade de estar novamente na tribuna do Parlamento, no Senado ou na Câmara. Tenho me animado muito acompanhando a eleição dos Estados Unidos, porque os dois contendores têm cerca de 80 anos. Então, quem sabe, após a aposentadoria, em algum momento, se Deus me der vida e saúde, eu possa aqui estar –disse, amargurado.

Se não pedir para sair antecipadamente, Dino ficará no STF até 2043, quando completará 75 anos.

Neste caso, estará apto a disputar as eleições gerais de 2046…

2

O fim do exílio do Palácio dos Leões…

Após oito anos de governo comunista, período em que autoridades e personalidades da política maranhense sentiam-se banidas, o governador Carlos Brandão “reabriu” as portas e deu novo ar de receptividade e acolhimento a quem chega à sede do Poder Executivo, atraindo gente que sequer sentia-se bem em passar pela Praça Dom Pedro II

 

O ex-presidente José Sarney passou quase uma década sem entrar no Palácio dos Leões, “exílio” que foi suspenso pelo governador Carlos Brandão

Ensaio

No início de janeiro, o titular do blog Marco Aurélio d’Eça teve aprovada a sua primeira credencial, em oito anos, para uma cobertura no Palácio dos Leões.

– Quero agradecê-lo, governador, por ter me tirado do exílio. Há oito anos eu estava banido do Palácio dos Leões, não podia sequer passar na praça que corria o risco de ser perseguido. Agora, chego aqui e o clima é outro; me sinto em casa e acolhido – disse o jornalista, durante a coletiva de imprensa para transmissão do cargo ao governador Carlos Brandão (PSB).

A declaração virou símbolo da liberdade de ir e vir que o Palácio dos Leões reviveu, após oito anos do governo comunista de Flávio Dino (PSB), período em que nem todo maranhense era bem vindo à sede do governo – e alguns eram, de fato, até banidos pelas circunstâncias.

Um dos méritos de Carlos Brandão foi reabrir o palácio aos maranhenses. Todos os maranhenses.

 

Nelma Sarney com Brandão e a colega desembargadora Ângela Salazar: oito anos sem entrar na sede do Poder Executivo

Por lá, desde que ele tomou posse, já passaram personalidades como o ex-presidente José Sarney, que também havia oito anos não frequentava a sede do poder, e a desembargadora Nelma Sarney – esta banida até das relações com Dino.

Obviamente que Flávio Dino não decretou oficialmente nenhuma determinação de banimento de alguém do Palácio; mas a sua própria postura autoritária e pouco afeita ao diálogo levou muitos a se afastar – a exemplo do titular do blog Marco Aurélio d’Eça, que era “proibido” até de fazer perguntas ao governador.

A imagem da desembargadora Nelma Sarney, desta sexta-feira, 3, soma-se a de José Sarney, do início do ano, como símbolos do clima de paz e acolhimento que hoje vive o Palácio dos Leões.

É um mérito, sem dúvidas, do governador Carlos Brandão…