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Baixa aprovação acende luz amarela na gestão de Brandão…

Palácio dos Leões considerou ruim o índice positivo de apenas 55,9% registrado na pesquisa Veritá, mas erra ao insistir numa política antiquada de publicização das ações do governo, com foco unicamente na mídia tradicional e investimento de milhões em jornais ainda impressos e TV aberta

 

Os canais tradicionais e a TV aberta ainda ficam ligados, mas a audiência já não percebe o conteúdo passado 24 horas

Análise da notícia

Um assunto com pouca divulgação na mídia política, mas com forte repercussão interna no Palácio dos Leões foi a baixa aprovação do governo Carlos Brandão (PSB), registrado na pesquisa Veritá divulgada esta semana.

Brandão apareceu com apenas 55,9% de aprovação, bem abaixo do prefeito Eduardo Braide (PSD), que superou os 70%; significa dizer que metade da população maranhense não se agrada do governo do sucessor de Flávio Dino (PSB).

O blog do jornalista Isaias Rocha abordou o assunto ressaltando que o próprio governo aponta culpados por esta baixa aprovação. (Leia aqui)

Este blog Marco Aurélio d’Eça também ouviu aliados, membros do governo, políticos e jornalistas sobre o tema. E a opinião é unanime: Brandão erra ao apostar suas fichas em um único modal de comunicação para publicizar as ações de sua gestão.

Com investimentos de milhões na chamada mídia tradicional – TV, rádio e até jornais – o governador está quase 24 horas por dia em evidência nesses canais; o problema é que o grosso da audiência já não está 24 horas nesses canais.

– A audiência migrou há tempos para o digital; a internet é hoje o principal meio de busca à informação. Em um estado como o Maranhão, a TV ainda registra audiência de quase 90%, é verdade, mas isso ocorre mais por hábito. Significa que a TV pode até estar ligada na sala, mas sem a atenção devida do telespectador – analisou um dos publicitários ouvidos pelo blog Marco Aurélio d’Eça.

A TV divulga, é fato, mas não forma opinião, não cria imagem de governo, que só é feita por formadores de opinião, analistas que expõem feitos e efeitos, causas e consequências das políticas públicas. 

A mídia migrou para os canais digitais; os profissionais precisam acompanhar esta evolução na formulação de políticas de mídia

Na avaliação dos profissionais de mídia – inclusive os que atuam diretamente no governo –  o grosso da audiência hoje se forma em torno de canais digitais, como as redes sociais, blogs, portais de notícia, canais de youtube e nos serviços de streamings.

– Mesmo os que estão à frente da TV, estão nos serviços de streamimg; a publicidade pode até ser maciça em canais como jornais, por exemplo, mas ninguém vê. É como colocar um outdoor gigante numa avenida por onde ninguém passa – comparou um jornalista que já atuou na comunicação de governos anteriores.

Segundo apurou o blog Marco Aurélio d’Eça, a política de Comunicação do governo Brandão é balizada por pesquisas que analisam a audiência de todos os canais disponíveis; mas há também uma forte influência política na destinação dos recursos, que favorecem grupos de mídia tradicionais.

Essa ideia confusa de fazer mídia – calçada em conceitos tradicionais e antiquados, focada em veículos já superados – foi tema do blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Fim de escolas cívico-militares gera desinformação generalizada no MA…”.

Brandão tem um governo baseado no diálogo, uma imagem limpa para ser trabalhada; mas erra ao priorizar conceitos de quem não evoluiu na formação de políticas de comunicação.

– Sem os blogs, não existe. Pode passar na TV, entupir ouvinte e sair em capa de impresso todo dia. Não adianta – opinou um dos jornalistas no debate sobre o tema. 

Simples assim…

Marco Aurélio D'Eça

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