“Mensalinho”
10:00 amO substituto do padre no “mensalinho” de Flávio Dino…
Pastor Erasmo Antonio Alves de Sousa, da Igreja Shalom foi nomeado para as mesmas funções de Roberto Perez Cordvoa, que criticou a política de gestão penitenciária do governador comunista
Trata-se do pastor Erasmo Antônio Alves de Sousa o substituto do padre Roberto Perez Cordova, escolhido pelo governador Flávio Dino (PCdoB) para receber o “mensalinho” na Secretaria de Administração Penitenciária.
O termo “mensalinho” foi usado pelo próprio governador para definir o salário que o padre recebia na Sejap, via empresa terceirizada.
E se o termo vale para o padre, tem que valer também para o pastor, que ocupa a mesma função.
Nosso governo se recusa a pagar “mensalinhos”. Para qualquer autoridade civil, militar ou eclesiástica. Isso desperta reações lamentáveis”
Flávio Dino, em seu perfil no Twitter
Na verdade, Erasmo Antonio Alves de Sousa, que, segundo apurou o blog, pertence à igreja evangélica Shalom, já atuava no sistema penitenciário desde o governo Roseana Sarney (PMDB).
Até janeiro, exercia o cargo de Encarregado do Serviço de Administração do Centro de Ressocialização de Pedrinhas.
Em janeiro, já no governo Flávio Dino, foi nomeado chefe do Núcleo de Assistência às Famílias, onde ficou até março.
A partir de então, passou a ser o supervisor de assistência religiosa, cargo equivalente ao do padre Roberto Perez Cordova, que exercia a função prestando serviços a empresas terceirizadas.
O pastor evangélico, portanto, recebe o mesmo “mensalinho” que era dado ao padre.
Foi isso o que o próprio Flávio Dino disse.
E se vale pra um, tem que valer pra outro…
E quem ficou com o “mensalinho”?!?
Nota da Arquidiocese sobre a participação do padre Roberto Perez Cordova no governo revela que o pagamento feito a ele agora é feito a membro de outra igreja; se Flávio Dino disse que era mensalinho, tem obrigação de dizer a quem paga
O governador Flávio Dino (PCdoB) se defendeu da críticas do padre Roberto Perez Cordova acusando o religioso de estar revoltado por que recebia “mensalinho” no governo anterior.
O objetivo de Dino foi desqualificar as críticas do padre.
Mas se havia um “mensalinho”, Flávio Dino o manteve no seu governo, segundo a própria Igreja Católica.
– Nada de desonesto no exercício destas funções, uma vez que o referido cargo existia e ainda existe, tanto assim que, desde a demissão do sacerdote, foi contratado para substitui-lo um representante de outra igreja, cujo trabalho merece, igualmente, nosso respeito. De longe, qualificá-lo com a forma pejorativa ‘mensalinho’ – afirmou a nota da Arquidiocese de São Luís.
Mas, se Flávio Dino disse que era mensalinho, e continuou a pagá-lo, que igreja está sendo beneficiada agora?!?
É uma resposta que o governador precisar dar.
Se for mesmo honesto no debate, como diz ser…
Sedento por elogios…
De O EstadoMaranhão, com ilustração do blog
A história se repete.
O Governo do Estado torna a se envolver em uma situação constrangedora, sem conseguir reconhecer a necessidade de se retratar.
Primeiro foi no caso do mecânico Irialdo Batalha, executado em Vitória do Mearim. Em nota, o governo chegou a acusar Batalha de envolvimento em um assalto para justificar a lambança da polícia que resultou no seu assassinato. Nunca houve sequer um pedido de desculpas à família pela acusação infundada.
Depois foi no caso do erro na placa do Arraial do Ipem. No lugar de Arraial Donato Alves, amo do boi de Axixá que faleceu no ano passado, a placa exposta homenageava um certo Nonato Alves. O letreiro foi retirado para correção, mas a família do autor de “Bela Mocidade” não viu uma retratação pública do Governo do Estado.
A incapacidade de pedir desculpas e o ímpeto de afirmar sua autoridade, enquanto ex-membro do judiciário e atual comandante do Estado, tem levado o governador a erigir uma imagem autoritária, acima de qualquer contestação”
Agora é a vez do padre Roberto Perez Cordova, coordenador da Pastoral Carcerária.
Depois de expor suas opiniões (contrárias aos interesses do governo, obviamente) sobre o sistema prisional, recebeu bordoadas verbais do governador Flávio Dino e ainda foi acusado, via redes sociais, de receber “mensalinho” para desempenhar seu trabalho junto a população carcerária no Maranhão.
A incapacidade de pedir desculpas e o ímpeto de afirmar sua autoridade, enquanto ex-membro do judiciário e atual comandante do Estado, tem levado o governador a erigir uma imagem autoritária, acima de qualquer contestação.
E assim, cai a máscara da humildade usada durante os meses de campanha e revela-se a face de um gestor acima do bem e do mal, soberano, sedento por receber aplausos e elogios.
Só que não...