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Porque a polícia não qualificou o “Cutrim” citado pelo matador de Décio???

No depoimento que prestou a polícia maranhense sobre a morte do jornalista Décio Sá, o assassino confesso Jhonatan de Souza cita como um dos mandantes um certo “Cutrim”.

A citação faz parte do próprio pedido de prisão dos envolvidos, encaminhado pela polícia ao Tribunal do Juri – e publicado pelo blog de Luís Pablo, hoje, como sendo, equivocadamente, o “depoimento de Jhonatan”. (Leia a íntegra aqui)

A íntegra do trecho em que aparece o nome Cutrim diz exatamente assim: Ao ser questionado acerca de quem seriam os mandantes, o interrogado cita os nomes de Júnior Bolinha, Capitão, Gláucio, Buchecha e o Cutrim”.

Em seguida, o próprio documento da polícia diz que “a cerca dos nomes citados, iremos discorrer abaixo, com maior precisão, quando falarmos dos REPRESENTADOS”.

Ocorre que, ao qualificar os representados, a polícia relaciona apenas Gláucio, Capitão, Bolinha, Buchecha, os comparsas de Jhonatan – Diego, Balão e Neguinho – mas nada diz sobre o tal “Cutrim”.

Será por que???

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Delegados confirmam prisão de suspeito da morte de Décio…

Décio: covardemente assassinado

Os delegados Maimone Barros e Guilherme Souza confirmaram ao jornalista Marcial Lima, a prisão de Fábio Roberto Cavalcante Lima, suspeito de envolvimento na execução do jornalista Décio Sá.

O suspeito está sendo ouvido desde o final da manhã e é apontado como um dos que deram fuga ao executor dos disparos.

Apesar de os delegados confirmarem a prisão, a polícia só irá se pronunciar oficialmente após a conclusão das investigações.

Fábio Roberto foi preso na noite de ontem, na Vila Pirâmide, a partir de informações do Disque-Denúncia.

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Como ocorrem as operações da Polícia Federal…

Em suas investigações contra a corrupção Brasil a fora, a Polícia Federal tem várias dinâmicas de operação, que já resultaram na prisão de muitos criminosos.

Uma das mais simples é a escuta telefônica autorizada pela Justiça.

Neste caso, a PF passa a monitorar 24 horas as conversas e mensagens dos suspeitos, mapeando todo seu dia-dia. As conversas são analisadas e apenas as que interessam ao curso das investigações são mantidas.

Mas as conversas telefônicas de suspeitos muitas vezes acabam gerando novos suspeitos.

No monitoramento, todos os contatos telefônicos feitos pelos investigados são analisados pelos policiais. E os telefones dos interlocutores também passam a ser grampeados.

Muitas investigações também surgiram assim.

Um exemplo é a Operação Navalha, que levou para a cadeia o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), vários secretários e parentes do ex-governador Jackson Lago (PDT), e quase arrasta o próprio Jackson para atrás das grades.

A Operação Navalha surgiu de outra investigação.

Em dado momento, um dos suspeitos passou a falar sobre o dono da Construtora Gautama, Zuleido Veras, e despertou o interesse da Polícia Federal. Com autorização da Justiça, a PF passou a monitorar também o próprio Veras, descobrindo uma fraude milionária que envolvia nove estados.

Qualquer investigado pela Polícia Federal pode ser grampeado.

E, eventualmente, atrai para si e para outrem novas investigações, que podem resultar em novos suspeitos.

Num ciclo sem trégua de perseguição ao crime…