Pesquisa mostra corrida pelo Senado embolada e indefinida no Maranhão…

Cenários levantados pelo Instituo Conceito apontam para uma disputa acirrada entre os nomes já postos, além de um contingente altíssimo de indecisos nas seis regiões do estado

 

TODOS NO PÁREO. Os diversos cenários de 2026 dão chance a todos os candidatos que já se manifestaram pelo Senado no Maranhão

A pesquisa do Instituto Conceito que começou a ser divulgada na quinta-feira, 22, por este blog Marco Aurélio d’Eça, mostra uma disputa embolada, com cinco candidatos concorrendo às duas vagas de senador pelo Maranhão.

  • o governador Carlos Brandão (PSB) e o senador Weverton Rocha (PDT) lideram as intenções de votos;
  • a senadora Eliziane Gama (PSD) e o ministro André Fufuca (PP) encostam significativamente nos dois líderes.
  • além deles, aparece nos números do Conceito o ex-prefeito Hilton Gonçalo (Mobiliza), que corre por fora na disputa.

NO CENÁRIO PRINCIPAL, Brandão leva ligeira vantagem, mas com todos os pré-candidatos na disputa pelas duas vagas

O cenário praticamente não se altera mesmo com a retirada do nome de Brandão – que pode decidir cumprir até o final o mandato de governador; neste caso, Weverton assume a dianteira isolada, com Fufuca e Eliziane embolados pela segunda vaga, e Gonçalo mantendo as chances, correndo por fora.

 O nome do ex-prefeito de Santa Rita pode ganhar força por dois motivos:

  • 1 – formando chapa com Eduardo Braide ou Lahésio Bonfim, Gonçalo amplia as chances pela direita;
  • 2 – o índice de eleitores ainda indefinidos chega a 43% no cenário com Brandão e vai a 59% sem ele.

WEVERTON ROCHA é o único com força eleitoral assegurada em qualuer cenário, em qualquer chapa que optar por compor

Os principais atores políticos envolvidos na disputa de 2026 entendem que, especificamente nesta sucessão, é possível que governo e oposição elejam cada um, um senador no Maranhão.

Com todas essas nuances e todas essas idas e vindas da classe política, esta hipótese está cada vez mais viável.

Por isso o cenário para o Senado mostra-se indefinido…

Sobre pobreza e extrema pobreza…

Ao sancionar a Lei que vai garantir R$ 200,00 mensais a famílias com renda per capta inferior a R$ 218,00, governador Carlos Brandão movimenta os números do “Estado de Bem-Estar Social” no Maranhão

 

KEYNESIANISMO EM ESTADO PURO. Brandão exibe a lei que visa melhorar ainda mais os indicadores sociais no Maranhão

O Maranhão baixou em 10,5 pontos percentuais, entre os anos de 2021 e 2023, o índice de pessoas na extrema pobreza no estado; eram 22,8% dos maranhenses em 21; em 23 representavam 12,2%, segundo números da Fundação Getúlio Vargas; esses mesmos números apontam que a pobreza caiu de 66,2% para 52,7% no mesmo período, o que representa quase 1 milhão de cidadãos.

O IBGE traz números parecidos: segundo estudo do instituto, a linha de extrema pobreza reduziu de 15% para 12,2% no Maranhão, entre 2022 e 2023.

  • de acordo com o Banco Mundial, estão na pobreza aqueles que vivem com até R$ 665,00 por mês;
  • já os extremamente pobres são as pessoas que sobrevivem com cerca de R$ 209 mensalmente.

“A pobreza envolve mais do que a falta de recursos e de rendimento que garantam meios de subsistência sustentáveis. A pobreza manifesta-se através da fome e da má nutrição, do acesso limitado à educação e a outros serviços básicos, à discriminação e à exclusão social, bem como à falta de participação na tomada de decisões”, define o Centro Regional de Informação das Nações Unidas.

Ao sancionar a lei que cria o programa “Maranhão Livre da Fome: Saindo da Pobreza e Gerando Renda”, o governador Carlos Brandão (PSB) insere no estado um dos pilares do estado de bem-estar social, conceito criado a partir do fim da Segunda Guerra Mundial a partir das ideias do pensador John Maynard Keynes e que hoje mantém países como Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia no topo das listas de Qualidade de Vida e dos Índices de Desenvolvimento Humano estabelecidos pela ONU.

  • o Governo do Estado vai dar R$ 200,00 às famílias que, mesmo com o Bolsa Família, ainda têm renda per capta abaixo de R$ 218,00;
  • os recursos estatais extras devem ser usados exclusivamente na compra de alimentos, que estarão mais baratos dentro da cesta básica;
  • além do valor extra, o governo vai garantir também R$ 50,00 por filho de zero a 6 anos às famílias beneficiadas pelo programa estatal.

“Além da transferência direta de renda, vamos também oferecer uma ampla qualificação profissional para que essas pessoas possam ser inseridas no mercado de trabalho. Assim, a gente dá o peixe e também ensina a pescar”, destacou o governador.

O que Brandão está fazendo é lançar mão de programas sociais que diferenciam os governos de esquerda e de direita no mundo inteiro; programas de transferência de renda separam os que estão do lado dos que apanham daqueles que ficam sempre do lado dos que batem. 

“No Estado de bem-estar social, é dever do governo garantir aos indivíduos o que se chama, no Brasil, de direitos sociais: condições mínimas nas áreas de saúde, educação, habitação, seguridade social, entre outras. Ademais, em momentos de crise e de desemprego, o Estado deve intervir na economia de forma que se busque a manutenção da renda e do trabalho das pessoas prejudicadas com a situação do país”, diz estudo do site Politize, especializado em doutrinas econômicas e sociais. (Saiba mais aqui)

  • no Brasil, sistemas como o SUS, o Seguro Desemprego e as universidades públicas estão no conceito de “estado de bem-estar social”;
  • programas como o Bolsa-Família, o Pé-de-Meia, do governo Lula (PT), e agora o “Maranhão Livre da fome” também estão no conceito.

Mas se o Brasil adota conceitos do Keynesianismo tão poderosos quanto os países nórdicos por que o país ainda não subiu de patamar no IDH mundial nestes 80 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial?!?

A resposta está em dois fatores básicos:

  • 1 – a instabilidade política, que fez o país passar por sistemas políticos tão díspares entre si, incluindo a ditadura militar;
  • 2 – a falta de investimentos maciços em Educação, menos sujeitos à corrupção e com valorização absoluta de professores.

Este blog Marco Aurélio d’Eça mostrou esta semana o alinhamento do governador Carlos Brandão ao presidente Lula, como foi analisado no post  “Brandão se alinha mais a Lula e marca posição à esquerda…”.

Não há dúvidas de que as políticas públicas mais à esquerda são mais eficazes no que diz respeito á distribuição de renda e à igualdade social.

Só precisa diminuir os índices de corrupção e melhorar substancialmente a Educação.

Aí, sim, se verá mesmo o fim da miséria no Brasil e no Maranhão…

Assembleia volta atrás e aprova homenagem ao MST…

Um dia depois de a bancada mais próxima ao governador Carlos Brandão se mobilizar para rejeitar o pedido do deputado comunista Júlio Mendonça, mesa diretora reforma a medida, mas ainda com acusações de atropelos a requerimentos de mesmo teor apresentados desde a quarta-feira, 3, pelo também comunista Rodrigo Lago

 

Deputados de esquerda foram à Assembleia paramentados com símbolos do MST em homenagem aos trabalhadores rurais

A forte pressão da esquerda e dos movimentos sociais levou a Assembleia Legislativa a aprovar , nesta quinta-feira, 4, homenagem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), à Contag e à Fetaema; na quarta-feira, 3, a bancada ligada ao governador Carlos Brandão (PSB) rejeitou o requerimento do comunista Júlio Mendonça, o que causou surpresa na classe política.

A confusão ideológica de Brandão foi analisada neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Brandão é de direita; errado é pensar dele o contrário…”.

O MST, a Contag e a Fetaema são movimentos de esquerda fortemente ligados ao PT e ao governo Lula, do qual Brnadão ainda declara-se aliado; a votação desta quinta-feira, 5, deixou mais claro quem é quem entre esquerda e direita no plenário da Assembleia:

  • Votaram contra a homenagem os deputados Ricardo Seidl (PSD), Wellington do Curso (Novo), Yglésio Moyses (Sem partido), Florêncio Neto (PSB) e Mical Damascenso (PSD);
  • Abstiveram-se os deputados Fernando Braide (PSD) e Drª Viviane (PDT).

Mesmo tentando conciliar os ânimos causados pela posição da bancada ligada a Brandão, a nova votação não deixou de causar embaraços à Assembleia.

Vice-presidente da Casa, o deputado Rodrigo Lago (PCdoB) denunciou ter sido usurpado em seu direito de precedência, por ter apresentado seus requerimentos para a nova votação antes de outros – de Roberto Costa (MDB) e de Antonio Pereira (PSB), ambos ligados ao governo – e seu documento sequer ter aparecido em plenário.

– Quero manifestar meu posicionamento; tive meus requerimentos apresentados antes destes, e foram ignorados pela Mesa Diretora; quero saber o que houve, por que o Regimento Interno deixa claro o direito de precedência – cobrou o parlamentar.

A presidente Iracema Vale (PSB) disse que ira instaurar procedimento administrativo para saber o que houve, mas pôs em votação os projetos dos seus aliados da Mesa.

O episódio ressaltou claramente o racha na base governista entre dinistas e brandonistas…

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Brandão é de direita; errado é pensar dele o contrário…

Reação da bancada alinhada ao Palácio dos Leões contra homenagem da Assembleia Legislativa ao MST, à Contag e à Fetaema, além de expor a contrariedade do governo com seus camaradas comunistas, revela também que a presença do governador no PSB atende apenas aos seus interesses meramente eleitorais, sem nenhuma identidade com os postulados da esquerda

 

O Brandão fazendeiro é anterior ao Brandão governador; e sua condição de dono de terra se sobrepõe à sua ideologia política

Editorial

O governador Carlos Brandão (PSB) sempre foi um homem de direita, por origem familiar, por ideais de vida e por ideologia política.

Nascido nos latifúndios de Colinas, filho de donos de terra e fazendeiros dos rincões maranhenses, pouca familiaridade ele tem com as lutas de trabalhadores sem terra e com as angústias sofridas por pequenos lavradores diante do avanço impiedoso do agronegócio.

Na política, sempre esteve vinculado a partidos de direita: PDS, PTB, PFL, DEM…

Chegou, no máximo, ao centro do espectro ideológico ao filiar-se, nos anos 90, ao social-democrata PSDB; foi deputado federal anti-Lula (PT), calou-se diante do golpe contra Dilma Rousseff (PT) e esteve no PRB bolsonarista, antes de ensaiar um retorno ao PSDB e desembarcar de mala e cuia no PSB, a pedido de Flávio Dino.

Na campanha de 2022, foi visível o seu desconforto e a falta de intimidade com os ideais do então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fazia um esforço hercúleo para reconhecê-lo entre os seus. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)

Ingenuidade, portanto, imaginar que o governador do agronegócio, com família de fazendeiros e visão de mundo voltado às ideias liberais tenha tido, ainda que por segundos, qualquer lampejo de esquerda em sua cosmovisão.

O governador Carlos Brandão foi, é e sempre será um homem de direita.

Um homem de direita não compreende o significado e o simbolismo de um movimento como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fez muito mais pela reforma agrária do que todos os governos juntos ao longo de todo o período republicano brasileiro.

Está claro que a reação da bancada brandonista na Assembleia Legislativa à iniciativa do comunista Júlio Mendonça de homenagear o MST, a Fetaema e a Contag foi uma reação não a essas instituições, mas ao grupo que se movimenta em contraponto ao inquilino do Palácio dos Leões, formado majoritariamente por homens de esquerda ligados ao agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.

Cobrar do governador coerência ideológica é ingenuidade ou desespero de causa; é como jogar xadrez com pombos.

Brandão é um homem das terras sem nenhuma sensibilidade para sem-terras, lavradores e outros tais do setor agrícola; ele só quer retaliar comunistas e esquerdistas que acham poder peitá-lo.

E pouco importa se esta retaliação atinge lavradores e trabalhadores.

É simples assim…

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