Author: Marco Aurélio D'Eça

Os últimos dias têm sido difíceis para o chefão do Partido Comunista no Maranhão, ex-deputado Flávio Dino.

Ao intensificar sua pré-campanha com vistas às eleições de 2014 – com ataques à Justiça Eleitoral, encurralamento de aliados e assédio a partidos que sempre combateu, como o PSDB – Dino mostrou-se incapacitado para o debate político, falou demais e acabou desmascarado.

O golpe mais duro veio da sua ex-companheira de chapa nas eleições de 2010, professora Miosótis Lúcio (ex-PPS). Depois de percorrer o Maranhão ao lado do comunista e sua turma, a professora chegou a uma conclusão: “eles não têm qualquer projeto para o Maranhão”.

Segundo Miosótis, o que se vê nas andanças de Flávio Dino e Cia. no interior é apenas o surrado discurso anti-sarney – que se tornou antipático até para antisarneisistas históricos, como os ex-deputados Freitas Diniz e Aderson Lago.

Mas em sua campanha antecipada ao governo, o comunista também tentou mostrar uma proximidade que nunca existiu com o ex-governador Jackson Lago (PDT), morto em 2011.

Em suas palestras, diz que Jackson o chamou para ser seu advogado no processo de cassação por confiar em seu “trabalho”, e na sua “independência”, “coragem” e “seriedade”.

Tudo mentira, segundo o pedetista Igor Lago, filho de Jackson.

– Nas eleições de 2010, todos sabemos da atuação dos senhores Zé Reinaldo e o seu então pupilo Flávio Dino, para inviabilizar e, depois, ultrapassar a candidatura Jackson Lago. Reuniões, comícios, propaganda eleitoral em rádios e televisões tratavam a candidatura Jackson Lago como ficha-suja, que seria cassada pelo TSE, num processo habilmente guardado até a última noite de propaganda antes da eleição. Mesmo assim, nos últimos dois dias e no dia da eleição, os partidários dessa candidatura espalhavam mentiras a respeito do resultado do julgamento – relatou Igor Lago. (leia aqui o desabafo completo de Igor Lago)

Igor Lago também minimizou a conversa entre Flávio e Jackson, no prmeiro turno de 2010, que  comunista vende como dclaração de apoio do ex-governador a um – àquelas alturas – possível segundo turno.

– Quando da noite do resultado, após mais da metade dos votos apurados, é sugerido por minha irmã Luciana a papai que ligasse para o Flávio Dino, cumprimentá-lo e dizer que o apoiaria no segundo turno. Jackson Lago, cansado e decepcionado com o resultado, depois de um tenso e longo dia (…) ligou, mas o outro lado não atendeu. Logo depois, recebeu a ligação do Flávio Dino que ouviu dele os seus parabéns e a intenção de apoiá-lo no segundo turno. Combinaram de se encontrar na manhã seguinte no apartamento de Jackson, fato que não ocorreu. Nada mais houve além disto! Exceto a nota em que [Flávio Dino] se autoconsagrava como o novo líder das oposições dias depois – revela Igor.

À  medida que se aproxima o processo eleitoral de 2014, e que Flávio Dino se perde mais em suas ações, seus discursos e deixa mais a desejar em seu local de trabalho, na Embratur, mais oposicionistas vão conhecendo a sua verdadeira face.

E começam a perceber tratar-se apenas de uma farsa política.

Uma invenção do ex-governador José Reinaldo Tavares, nada mais…

Sem forças para liderar o PT nas próximas eleições, o vice-governador Washington Oliveira tem usado uma estratégia para tentar impedir a ascensão de outros petistas ao comando do partido.

Assessores seus – e pessoas alinhadas à imprensa – andam espalhando que o deputado estadual Zé Carlos da Caixa, caso vença a eleição no PED do partido, em novembro, pode levar o PT ao afastamento da base do governo Roseana Sarney (PMDB).

– Zé Carlos é controlado por Henrique Sousa. E o Henrique, se for presidente, pode fazer o PT romper a aliança com o governo e seguir outro rumo – disse ao titular do blog, hoje, o jornalista Martin José, assessor de imprensa do vice–governador.

Uma clara tentativa de influeniar matéria contra o deputado.

Washington tenta criar uma imagem antagônica de Zé Calos e Henrique em relação ao governo Roseana Sarney para dificultar a vitória dos dois na disputa petista.

Sobretudo após o grupo de Bira do Pindaré manisfestar interesse em compor pela eleição de Henrique Sousa.

As manifestações do grupo ligado a Washington – e sua incapacidade de aglutinar o partido – mostram que, mais uma vez, a disputa interna no PT será intensa, autofágica e perigosa.

Perigosa também para o governo Roseana Sarney…

O sistema de bilhete único no transporte coletivo de São Luís foi uma das principais bandeiras de campanha do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC). O projeto foi garantido já para os primeiros meses de administração, em vídeos quase onipresentes na propaganda eleitoral.

Mas Holandinha sabe que não terá condições de implantá-lo.

Os custos de operação do bilhete único – que garante ao usuário de transporte percorrer vários pontos da cidade pagando apenas uma passagem – são milionários e podem quebrar a prefeitura.

Para efeito de comparação, em São Paulo, a prefeitura terá que subsidiar mais de R$ 700 milhões em 2013 para manter o sistema de bilhete único e outros apêndices do transporte público.

De acordo com o presidente da Comissão de Transporte da Câmara Municipal, vereador Fábio Câmara (PMDB), a prefeitura terá que arcar com quase R$ 100 milhões/ano – cerca de R$ 8 milhões por mês – apenas para bancar o bilhete único, um custo altíssimo para a capital maranhense.

Desde a eleição, EdiH Júnior nunca mais falou em bilhete único.

 A única referência foi feita pelovice, Roberto Rocha (PSB). que admitiu, ainda no período da transição, ser difícil implantar o projeto sem reajujste de tarifa e investimentos no setor de transporte.

Depois das declarações, Roberto Rocha foi escanteado na prefeitura e o assunto bilhete único passou a ser assunto proibidio na gestão de EdiH Jr.

E se tornou mais uma mentira de campanha eleitoral…

Causou forte repercussão entre os oposicionistas maranhenses o desabafo da professora Miosótis Lúcio, reproduzido ontem no blog do professor Caio Hostílio. (Leia aqui e também aqui)

Entre outras coisas, Miosótis reafirmou uma constatação, já revelada por outros membros do próprio grupo que tenta tomar o poder no Maranhão.

– Em circunstância nenhuma vi qualquer um deles falar em projeto para o município, o estado. Essa política anti-sarney é simplesmente abusar de nossa inteligência e da boa fé do povo – disse a professora.

Pelo que disse a professora, é de se raciocinar que: Flávio Dino entrou na política em 2006, passou quatro anos na Câmara e, em 2010, ainda não tinha projeto para o Maranhão, como constatou sua vice. E ainda não tem em 2012.

O caldo entornou para os aliados do ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) por que a declaração da professora veio de alguém que conviveu nas entranhas do grupo – foi candidata a vice-governador na chapa de Flávio Dino, em 2010.

Mas ela não é a única a se decepcionar ao conviver com Dino e Cia.

Outros, como Clodomir Paz (ex-PDT), Luiz Carlos Porto (PPS) e Sebastião Madeira (PSDB) também sabem da falta de projeto dos dinistas.

Outros ainda, como Cândido Lima (Rede), Deoclides Macêdo (PDT), Domingos Dutra (PT), Eliziane Gama (PPS), Igor Lago (PDT), Tadeu Palácio (PP), Ribamar Alves (PSB), Waldir Maranhão (PP) e Hilton Gonçalo (PDT), apesar de manter relação com o comunista e seu grupo, têm as mesmas críticas à falta de projeto e à sede de poder que os comunistas demonstram.

São pessoas públicas que se manifestam assim.

São todas sarneysistas???