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Pense num evento que deu certo?!?

Idealizada pelo prefeito Edivaldo Júnior e organizada pelo secretário Ivaldo Rodrigues, a Feirinha São Luís entrou, definitivamente, no calendário gastronômico-cultural da capital maranhense

 

A edição comemorativa do aniversário de São Luís reuniu milhares de pessoas na Praça Benedito Leite

“Deu liga”, diriam os mais jovens.

De fato, nenhum outro evento do calendário cultural, artístico, gastronômico ou político em São Luís ganhou tanta musculatura, e tanta repercussão, em tão pouco tempo como a Feirinha São Luís.

Espécie de movimento artístico-gastronômico-turístico-agrícola, o evento idealizado pelo prefeito Edivaldo Júnior (PDT) – e coordenado pelo secretário de Abastecimento, Ivaldo Rodrigues – atrai milhares de pessoas toda semana.

A movimentação é sempre intensa nos domingos

Políticos, artistas, jornalistas, empresários e populares estão lotando a Praça Benedito Leite todos os domingos, em uma festa que começa no café da manhã e se estende até depois do almoço.

E tudo em um ambiente histórico, como o Centro de São Luís.

Neste domingo, a Feirinha São Luís recebe mais uma vez artistas de vários segmentos para recepcionar o público cada vez maior.

Pense num vento que deu certo?!?

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Produção de “Glamour…” atua em ações sociais…

Agentes responsáveis pelo filme maranhense trabalham diretamente com doação de alimentos, roupas e recursos a famílias que participaram diretamente nas gravações

 

 

Atores, produtores e diretores de “Glamour…” em frente à casa da família, uma das principais locações do filme

A produtora executiva Lêda Lima, do filme “Glamour – Glória e Tragédia”, esteve durante o feriadão, mais uma vez, levando doações para a família da dona Deirlange, que mora às margens do trecho de novo da avenida Litorânea.

Foi mais uma ação social envolvendo a produção do curta maranhense, que está em fase de pós-produção.

A casa da família foi uma das locações do filme; serviu de cenário para a família de Pandora, uma das protagonistas da história, toda gravada em São Luís.

– Nós precisávamos de uma locação que identificasse o perfil da Pandora e a família cedeu a casa de forma muito prestativa. Temos trabalhado desde então para dar uma assistência a ela – frisou Lêda Lima.

Pais e mães de atores da produção totalmente maranhense também têm auxiliado a família de dona Deirlange

Além dela, familiares de atrizes e atores que participaram do filme – todos selecionados no Maranhão – também têm feito doações e ações sociais, como parte das atividades da agência Produtores Associados no Maranhão.

– Nosso trabalho é estimular essas crianças, jovens, adolescentes e adultos da importância que é para o ator a responsabilidade social. E o trabalho em São Luís tem sido fantástico – ressaltou Carlão Limeira, presidente da Produtores Associados e diretor-geral do filme.

“Glamour – Glória e Tragédia” tem estreia marcada para o dia 18 de outubro, no Cine Praia Grande…

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Entre gregos e jamaicanos…

Grecojamaicanos, ilustração do design Peron

Por Antonio Carlos Lima

Por razão alheia ao seu propósito, o jornalista, escritor e historiador João Francisco Lisboa talvez seja o principal responsável pelo título com o qual São Luís passou a ser distinguida, desde meados do século XIX, nos círculos cultos e esclarecidos do País, e que tanto incômodo e desassossego provoca até hoje em certas rodas de maranhenses.

Ao adotar o heterônimo de Tímon, um rico e abnegado cidadão ateniense que, de tanto testemunhar as fraquezas e iniquidades dos seus contemporâneos, passou a devotar ódio e desprezo à humanidade, Lisboa pretendia, na verdade, apenas pintar os costumes do Maranhão do seu tempo, “encarando o mal sobretudo”, e não exaltar as supostas virtudes dos seus conterrâneos, comparando-os aos gregos.

No Jornal de Tímon, publicado pela primeira vez em 1852, ele traça, com erudição, amargura e refinado humor, um retrato nada lisonjeiro de seu povo, “pequeno e obscuro, sim, se o comparamos com tantos outros, porém o maior, e o mais celebrado que pode haver, para um grego nascido e criado nas históricas margens do soberbo Itapicuru”.

A comparação com Atenas era, como se vê, pura ironia.

Mais tarde saudado por Antonio Candido como “um dos publicistas mais inteligentes do Brasil,” e por José Veríssimo como “o mais poderoso escritor brasileiro, prosador dos mais originais, copiosos, puros e elegantes da nossa língua moderna”, ele ignorava estar contribuindo, com os seus escritos demolidores e seus estudos históricos, para a justificação do título que mais tarde seria conferido à sua província.

O título, “Atenas Brasileira”, conservado na historiografia literária brasileira,foi, por assim dizer, uma homenagem a Lisboa, o Tímon maranhense, a partir da constatação, lá fora, de um fenômeno aqui operado após as lutas pela Independência. 

Território durante dois séculos apartado do Estado do Brasil, até então pobre e sem literatura,o Maranhão passara, repentinamente, a ocupar lugar de proeminência na vida cultural de um país agora autônomo.

Além de Lisboa, cuja figura imponente, segundo Sílvio Romero, era “suficiente para iluminar uma época inteira”, causavam espanto e admiração, Brasil a fora, entre outros, o poeta Antônio Gonçalves Dias, considerado depois o poeta da nacionalidade;o erudito Odorico Mendes, que traduziu Homero e Virgílio para a língua portuguesa;o gramático e crítico Sotero dos Reis; e o matemático Gomes de Sousa, ainda hoje reverenciado nos círculos acadêmicos.

“Nunca mais se reuniu no Brasil, nem mesmo na capital (o Rio), onde todos trabalham dispersos e separados, um igual grupo literário, notável pelo talento, pelo saber e pela variedade das capacidades”, escreveu Veríssimo, referindo-se àquele período de pouco mais de quarenta anos.

Enquanto Atenas, em dois séculos, moldou todo o caráter da civilização ocidental, os “atenienses do Bacanga e do Anil”, mais modestamente, no curso de quatro décadas, surpreenderam um país em formação com uma explosão rara de criatividade e talento.

A comparação que se estabeleceu com a Atenas do misantropo Tímon, emulado por Lisboa, era, sem dúvida, produto do exagero retórico de uma época em que o romantismo tupiniquim ainda flertava com a antiguidade clássica.

Mas se impôs no tempo em função do valor incontestável da contribuição do Maranhão à cultura nacional, que continuou a ser oferecida em outros momentos, evidentemente sem oimpacto causado por aquela geração que se extinguiu nos 60.

À época não faltaram, como hoje, os que contestaram não o fenômeno, mas o título, por julgarem-no pretensioso e imerecido.

Um livro de crítica, do bacharel Frederico José Correa, publicado em 1878 e pela primeira vez reeditada em São Luís, em 2015, pela Pitomba Livros e Discos,  é a primeira crítica contundente à Atenas tropical.

A segunda veio de voz mais conhecida, o escritor Aluísio Azevedo.

Ressentido, magoado com os seus conterrâneos pelos ataques sofridos quando da publicação, em São Luís, em 1881, de O mulato, ele escreveu, dois anos depois, no Rio, um texto demolidor contra a sua “paupérrima província que, por um abuso de retórica, ficou classificada de Atenas brasileira”. 

Mas lamentou que “todos ou quase todos esses vultos maranhenses cujos nomes são repetidos com amor e respeito, e cujo talento flameja, ora na imprensa, ora na ciência, ora na literatura, nunca receberam da sua província a menor simpatia”.

Agora, mais uma vez, eleva-se,no ambiente acadêmico de São Luís, o coro dos antipáticos ao título, que seria fruto da pretensão da elite letrada de uma sociedade escravocrata, constituída em sua maioria por analfabetos.  Ademais, os ilustres atenienses não teriam o valor apregoado.

Ora, elitista e escravocrata foi a verdadeira Atenas, que, não obstante, produziu na arte, na literatura, na ciência e na filosofia uma assombrosa torrente de obras-primas que fixaram os padrões gerais da nossa civilização.

Quanto à contribuição do Maranhão para a cultura nacional, consultem-se os livros sobre história da literatura e formação da nossa nacionalidade.

Estranhamente, os que investem contra o inofensivo epíteto de “Atenas brasileira” não sentem o menor incômodo com o título de “Jamaica brasileira” que a cidade passou a exibir, por todos os meios e modos, em função do gosto de parte da população pelo reggae, a música jamaicana que, há quatro décadas, invadiu São Luís pelas ondas do rádio.

O governo, com os olhos na indústria do turismo, já está até implantando um Museu do Reggae!

Eu, pessoalmente, entendo que a cidade pode, sem problema, conviver com as duas denominações, a primeira remetendo aos seus intelectuais e artistas, de ontem e hoje, a segunda, escancarando o fenômeno da insuspeitada identificação do são-luisense com  o reggae  e a  Jamaica, relação de tal modo explícita que as cores da bandeira jamaicana são hoje mais populares na periferia de São Luís do que as cores das bandeiras do Brasil e do Maranhão.

Meu único receio é o de que, diante de tanto prestígio do reggae, alguém tenha a infeliz ideia de substituir, na Praça do Panteon, os bustos dos nossos maiores pelas estátuas de Bob Marley e Jimmy Cliff.

É uma pena que João Francisco Lisboa não mais esteja entre nós.

Com sua pena mordaz, ele iria hoje saudar os modernos jamaicanos e atenienses, os quais,“como é claro e notório ao mundo inteiro, tanto desbancam os antigos na graça, no espírito, na liberalidade, na munificência, e em todos os mais dotes que caracterizam um grande povo”.

Parabéns, São Luís!

* jornalista. (email: [email protected])

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Trailler de “Glamour…” ganha destaque na TV do aeroporto…

Aeromídia, que cuida da publicidade no Cunha Machado divulga o extrato promocional do filme maranhense, em área de forte movimentação turística

 

O trailer já está sendo exibido dede a manhã desta quarta-feira, 6, chamando a atenção, sobretudo, de quem chega para o feriadão em São Luís

 

Já está em transmissão contínua no sistema de TV do aeroporto Hugo da Cunha Machado o trailler do filme “Glamour – Glória e Tragédia”, produção maranhense de autoria do titular deste blog.

A parceria com a Aeromídia, responsável pelo sistema do terminal garante veiculação 24 horas por dia em uma das áreas de intensa circulação de turistas.

O destaque do filme chama atenção no saguão do Aeroporto Cunha Machado, destacando as belezas da capital maranhense

Além de familiarizar o futuro espectador com o roteiro do filme, o trailer destaca a exuberante fotografia do carioca Carlão Limeira e do  paraense Lucas Moraga, focada nas belezas de São Luís.

É uma forma também de familiarizar quem chega com a cenografia da capital maranhense, sobretudo nesta semana de aniversário.

“Glamour – Glória e Tragédia” tem estreia marcada para 18 de outubro, no Cine Praia Grande…

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Sobre cuxá e bobó de vinagreira…

Muita gente em São Luís confunde as duas iguarias típicas e acaba servindo um pelo outro; foi o que aconteceu com a Pizza Ludovicense, da Pizza One, que começou tendo borda de cuxá e hoje é servida apenas com bobó

 

DUAS TEXTURAS. O da esquerda é o cuxá, mais cremoso, cozido até o ponto de fervura; o bobó é o da esquerda, apenas vinagreira picada e refogada

Há uma diferença básica entre o verdadeiro cuxá – iguaria típica maranhense, que marca os principais pratos da culinária local – e o bobó de vinagreira.

O bobó é aquela massa de vinagreira simplesmente amassada, moída e picada, servida após ser refogada. O chamado arroz de cuxá seria, na verdade, arroz de vinagreira, porque leva bobó, não cuxá.

Já o cuxá, mais tradicional, é um caldo encorpado, uma espécie de pirão, preparado com vinagreira cozida misturada a uma farofa que leva camarão seco, gergelim e cebola socados em pilão de madeira.

Muita gente no Maranhão serve bobó como sendo cuxá, por falta de conhecimento. Até chefes e publicações especializadas que tratam o bobó como cuxá. Estão errados.

Outros o fazem por economia, tentando passar a perna em paladares incautos.

OUTRA RECEITA. A pizza ludovicense, que começou servida com cuxá e hoje tem apenas bobó em sua borda

É o que parece ter acontecido com a premiada Pizza Ludovicense, da Pizza One, uma das mais inovadoras pizzarias de São Luís.

Criada há quase 10 anos, a Pizza Ludovicense é um disco de massa recheado com camarão, que começou a ser servida, lá atrás, tendo a borda recheada com o verdadeiro cuxá. Foi assim que ela ganhou prêmios.

Hoje, porém, a Ludovicense vem com bobó no lugar do cuxá.

A mudança na receita pode ter ocorrido, também, por troca de pizzaiolos, mas é preciso deixar claro que a pizza ludovicense da premiada Pizza One, hoje, não tem mais cuxá na borda. Tem bobó, o que muda completamente o paladar.

Para entender a cultura gastronômica maranhense é preciso saber diferenciar claramente o cuxá do bobó, caso contrário, poderá se servir o segundo no lugar do primeiro, o que é um sacrilégio.

É como servir arroz coberto de torresmo no lugar do também tradicional arroz de toucinho.

Mas esta é uma outra história…