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Por que Flávio Dino não ocupará ministério de Lula?!?

Criação do próprio grupo do senador eleito, especulação que ganhou força na campanha tinha o objetivo de construir a imagem do comunista como provável sucessor de Lula, mas não encontrou respaldo no PT e no comando de campanha do petista, perdendo força após a eleição

 

Lula faz afagos públicos em Flávio Dino, mas conhece as pretensões do comunista maranhense, que nem o petista e nem o PT vêm com bons olhos

Análise da notícia

A história de um eventual ministério para o senador eleito Flávio Dino (PSB) no governo Lula (PT) foi criada em meados da campanha eleitoral como forma de dar maior visibilidade nacional ao ex-governador maranhense.

Mas essa perspectiva não encontra respaldo, nem no PT e nem no partido de Dino, o PSB, que acabou perdendo força política na eleição de outubro.

O Flávio Dino ministeriável – plantando pela própria assessoria do comunista na mídia nacional alinhada ao seus propósitos – tem um objetivo: tornar o maranhense opção na sucessão de Lula, em quatro ou oito anos.

Mas o próprio Lula já tratou de enterrar esta possibilidade, com a negativa de ministério ao comunista.

Quem acompanha o noticiário político percebeu uma outra notícia plantada nos últimos dias: a história de que Dino permanecerá no Senado neste início de mandato para fortalecer a bancada lulista no Congresso Nacional, diante de uma oposição bolsonarista fortalecida nas urnas de outubro.

Para justificar a mudança de direção – que visava o ministério – passou-se a especular que o ex-governador irá para o Supremo Tribunal Federal logo após a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Notícia plantada novamente pelos próprios comunistas.

Dino ainda é jovem, tem uma vaidade política desmedida e sonha mesmo em reconstruir a trajetória do ex-presidente José Sarney. (Entenda aqui, aqui, e aqui)

A ida para o STF, portanto, seria adiar este sonho por pelo menos 20 anos.

O fato é que Flávio Dino não será ministro de Lula – pelo menos neste primeiro momento – e também não vai virar ministro do STF.

Resta-lhe o espaço no Senado Federal, como uma espécie de cão-de-guarda do lulismo.

Dividindo os holofotes com outros atores da ampla aliança que elegeu o petista…

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Arroubo e constrangimento…

De O EstadoMaranhão, com ilustração do blog

Nunca a fala de um governador sobre momento político foi tão infeliz e repercutiu tão negativamente na grande imprensa do Sul do país quanto o discurso de Flávio Dino (PCdoB) durante a passagem da presidente Dilma Rousseff (PT) por São Luís, segunda-feira, 10.

Agindo como militante do movimento estudantil, Dino fez gestos e coordenou até bandeiraços comuno-petistas, em pleno palanque em que Dilma cumpria agenda administrativa, para acusar de “golpistas” todos os que defendem o afastamento da presidente.

 

Dino, como garoto de movimento estudantil, regendo bandeiraçoSe tentou dar uma demonstração de força e prestígio político durante a passagem de Dilma Rousseff por São Luís, Dino passou outra imagem para a grande mídia – que, aliás, o via com outros olhos até as eleições de 2014.
Para a imprensa, Dino agiu como um jovem cheio de arroubos e com pouco conhecimento dos trâmites legais e dos poderes das instituições brasileiras”

 

Dino levou pancada de todos os grandes veículos – Veja, O Globo, Folha de S. Paulo – e foi ridicularizado pelos principais articulistas da internet. Sobretudo pelo fato de chamar de “golpe”, hoje, o que ele mesmo já fez em várias oportunidades.

O governador maranhense acionou seu adversário João Castelo (PSDB), nas eleições de 2008, por entender que a vitória do tucano não tinha sido legítima naquelas eleições. E ninguém classificou de golpe o seu direito de espernear. E também tentou cassar o mandato da então governadora Roseana Sarney, na Justiça Eleitoral, dois anos depois.

Sem falar na denúncia contra a mesma Roseana, já em 2014, pedindo intervenção federal no Maranhão, e na instrumentalização de advogados paulistas que inventaram um tal pedido de impeachment contra a mesma governadora na Assembleia Legislativa.

Se tentou dar uma demonstração de força e prestígio político durante a passagem de Dilma Rousseff por São Luís, Dino passou outra imagem para a grande mídia – que, aliás, o via com outros olhos até as eleições de 2014.
Para a imprensa, Dino agiu como um jovem cheio de arroubos e com pouco conhecimento dos trâmites legais e dos poderes das instituições brasileiras.

E para um ex-juiz federal, o gesto soa ainda mais constrangedor.

Publicado na coluna Estado Maior, de 12/08/2015