Author: Marco Aurélio D'Eça

Hugo Freitas*

Os ataques aos possíveis integrantes de uma 3ª Via no Maranhão só fortalece a lógica engessada “sarney / anti-sarney”.

Não dá para pensar de outra forma quando se constata o desespero dos comunistas na tentativa, desenfreada, de deslegitimar uma 3ª Via nas eleições de 2014, desqualificando potenciais candidatos filiados a essa nova franquia política.

Tal estratégia se aplica por conta de um latente temor dos “dinistas” de sofrerem nova derrota eleitoral em 2014, nos mesmos moldes da que ocorreu em 2010, quando a candidatura de Jackson Lago (PDT) fragmentou os votos de Flávio Dino (PCdoB), dando a vitória a Roseana Sarney (PMDB) no 1º turno por “oito centésimos de fórmula 1”, conforme retrucou o “chefão do comunismo” (confira aqui).

Um dos principais fatores para a derrota de Flávio Dino em 2010 foi justamente a fragmentação dos votos da “oposição”, promovida pela candidatura do finado governador Jackson Lago, fato que, na época, rendeu pesadas críticas de Flávio a Jackson.

Conforme o passar do tempo e a cicatrização das feridas entre ambos os lados, os “dinistas” começaram a investir fortemente para conseguir e manter em torno de si o apoio do PDT para as próximas eleições governamentais. Pelo menos até 2014, essa aliança já está garantida.

O temor de Dino e seus correligionários repousa agora sobre o avanço de uma “3º Via”, atualmente encabeçada pela deputada estadual Eliziane Gama (PPS), o que esfacelaria as estruturas do maniqueísmo discursivo veiculado pelos dinistas, enraizado entre aqueles que defendem o grupo Sarney e os que se opõem a ele.

O interesse de Flávio Dino é de precisamente manter e reproduzir, reiteradas vezes, a concentração dessa lógica polarizada de se pensar a política no Maranhão nesses termos, sem a qual o discurso da “mudança” não produz nenhum efeito, para além da mera retórica de tomada do poder.

Creem os comunistas que se posicionar simplesmente como “anti-sarney” (isso apenas no modo discursivo, já que as práticas apontam para uma direção diametralmente oposta a isso) garante metade do passaporte para a ocupação da tão desejada cadeira de governador por Flávio Dino.

Por isso, os “ataques” deflagrados por blogues alinhados à arquitetura dinista de comunicação são feitos, de forma severa, agressiva e impiedosa, contra todos aqueles que defendem o surgimento de uma 3ª Via e contra todos os que ousam criticar e denunciar a manutenção proposital dessa antítese política inócua: “sarney / anti-sarney”.

Tudo o que os dinistas não querem é que a história de 2010 se repita em 2014: uma nova derrota de Flávio Dino no 1º turno.

Por isso, os comunistas vão fazer de tudo para continuar concentrando o debate político do Maranhão, esculpindo a imagem de Flávio Dino como o “único” que tem a solução mágica nas mãos de tirar o nosso Estado da última colocação em todos os indicadores sociais.

Afinal, para Dino, todos os problemas sociais do Maranhão se resolvem com a troca dos nomes que sentam na cadeira de governador, já que o comunista entende que “o Maranhão é um Estado rico com uma população pobre por causa dos maus políticos”.

Nada mais cômodo e ilusório de se afirmar, inúmeras vezes e vender como “verdade”, para uma população pobre, faminta e analfabeta, que vê no “grande líder” aquilo o que ele julga e propagandeia que tem: a solução para todas as mazelas do Maranhão.

 *Históriador e sociólogo; edita o blog Hugo Freitas