Após encontro com Eliziane, Sarney ensina: “o ódio alimenta o ódio”…

Ex-presidente da República faz um alerta aos políticos brasileiros – maranhenses incluídos – sobre a necessidade de se repensar as relações com adversários; e afirma: “casa dividida não prospera”

 

HORA DE ARRUMAR A CASA. Brandão em passeio com Sarney pelo Palácio dos Leões: “casa dividida não prospera”, alerta ex-presidente

Prestes a completar 4o anos desde a sua ascensão à presidência da República, ato que encerrou a ditadura militar no Brasil, o ex-presidente José Sarney (MDB) escreveu nesta sexta-feira, 21, uma exortação à paz na política; ao criticar o clima de ódio que domina a política no Brasil – Maranhão incluído – Sarney lembrou que “o ódio alimenta o ódio”.

  • curiosamente, o artigo do ex-presidente foi escrito dois dias depois de ele receber em sua residência de Brasília, a senadora Eliziane Gama (PSD);
  • no Maranhão, Eliziane tem sido uma das mais efetivas defensoras da unidade dos grupos do governador Carlos Brandão (PSB) e do ministro Flávio Dino.

“Também resultado desse mal, escrevo sobre a divisão que vemos hoje no Brasil: a casa está dividida, justamente pelo ódio que perpassa pela política brasileira. E uma casa dividida não prospera. Disso já sabemos nós, cristãos”, ensina Sarney.

O ex-presidente direcionou o artigo à política brasileira – à divisão ideológica radical resultante do surgimento do bolsonarismo, que foi abraçado pela extrema direita a partir de 2018 – mas pode ser usada também na política maranhense, hoje protagonizada pela guerra fratricida entre dinistas e brandonistas.

Sobretudo pelo fato de o artigo ter sido publicado após a visita de Eliziane; a senadora já esteve com o governador Carlos Brandão e com o vice-governador  Felipe Camarão (PT) em busca da paz entre os dinistas e brandonistas. (Relembre aqui e aqui)

  • Sarney ressalta que sempre teve adversários políticos, mas nunca os considerou inimigos;
  • o ex-presidente pregou que, hoje, no Brasil, o ódio existe de lado a lado “e deve acabar”.

“O ódio hoje é real. E deve acabar. Ele é a semente que desponta como o instrumento de divisão não só dos políticos, como do povo brasileiro. Não é difícil encontrarmos dentro das famílias discussões acaloradas e situações difíceis em que as posições são dogmáticas”, pregou José Sarney.

O artigo do ex-presidente foi publicado em diversos jornais, portais e sites do país.

Leia a íntegra abaixo:

Eu, muitas vezes, em entrevistas, artigos, disse que, ao longo da vida, nunca tive capacidade de sentir ódio. E isso considero que me fez e faz muito bem. O ódio traz como consequência maior o ressentimento, e este, a amargura, que faz muito mal a nós próprios e deforma o nosso modo de viver.

Conheci um homem que tinha uma alma pura, o deputado Djalma Marinho. Era uma figura muito conhecida e respeitada na Câmara dos Deputados. Foi candidato a presidente da Casa. Perdeu. Eu e o deputado Nelson Marchezan fomos a sua casa prestar-lhe solidariedade. Com o meu jeito de não cultivar sentimentos negativos, disse-lhe: “Djalma, não guarde ressentimentos.” Ele me respondeu: “Sarney, eu não guardei dinheiro na vida, que é coisa boa, lá vou guardar ódio e ressentimento, que não prestam para nada?”. Foi ele que, depois, na comissão que presidia, recusou-se a cumprir uma ordem do governo para processar o deputado Moreira Alves, em 1968, quando o país estava sob as normas do AI-5. Renunciou ao cargo de presidente e, repetindo o espanhol Calderón de La Barca, marcou a Casa com a célebre frase: “Ao rei tudo, menos a honra”.

Mas quero falar também das consequências do ódio, que muitos escritores registraram na literatura, como Tolstói, cuja personagem feminina vai ao suicídio sucumbida pelo ódio; Dostoiévski, com o alerta de que “o ódio alimenta o ódio”; Shakespeare, com o seu Otelo, o Mouro de Veneza, cujo ciúme o leva a matar sua fiel esposa, Desdêmona, um destino de ódio construído pelo relato falso de infidelidade por Iago, um suboficial preterido numa promoção.

Também resultado desse mal, escrevo sobre a divisão que vemos hoje no Brasil: a casa está dividida, justamente pelo ódio que perpassa pela política brasileira. E uma casa dividida não prospera. Disso já sabemos nós, cristãos.

Na política brasileira, eu, que por mais de meio século a acompanho como espectador, interlocutor, participante e até como protagonista, nunca vi uma época em que os homens se dividissem entre uns adeptos do diabo e outros, de Deus. De tal modo que a luta política extravasou para um nível em que uns são conduzidos à salvação e outros, condenados à perdição.

Eu, pessoalmente, sempre tive adversários. E a estes nunca considerei inimigos. Essa concepção de adversários como inimigos foi proposta por Carl Schmitt, jurista oficial do Terceiro Reich, para quem a política era uma guerra, na qual devíamos eliminar os contrários e levá-los até a morte — como ocorreu na Alemanha com a morte de milhões de judeus. O ódio ao inimigo também justificou, logo depois da Revolução Russa, a violência e crueldade dos comunistas aos milhões de perseguidos e eliminados. O exemplo simbólico e maior na Rússia talvez tenha sido o fuzilamento da família inteira do Czar Nicolau II, que hoje pela Igreja Oriental foi considerado santo.

Eu era deputado no Rio de Janeiro quando ouvi Carlos Lacerda, o maior orador a que assisti no parlamento, defender-se — no processo que moveram contra ele por ter divulgado um telegrama secreto, que envolvia o Jango e o Peron, num tempo em que os discursos tinham títulos, a que chamou de A corrida dos touros embolados — daqueles que o acusavam de uma maneira odienta, retrucando com a seguinte denúncia: “Aqui até o ódio é fingido”.

Não é o que ocorre hoje no Brasil. Situação repelida por todos nós. O ódio hoje é real. E deve acabar. Ele é a semente que desponta como o instrumento de divisão não só dos políticos, como do povo brasileiro. Não é difícil encontrarmos dentro das famílias discussões acaloradas e situações difíceis em que as posições são dogmáticas.

O ódio leva até ao que está sendo apurado no processo sobre a inacreditável proposta de assassinato, a ser cumprido nas figuras do presidente e do vice-presidente e de um ministro do Supremo Tribunal Federal. O caso segue o devido processo legal — somos um Estado de Direito — no Supremo e depois, tudo devidamente apurado, haverá a punição prevista na lei dos responsáveis.

O ódio é danoso, cruel, indigno, divisionista. Por julgá-lo assim, quero vê-lo extirpado do nosso país. Sou partidário do diálogo, de ver o próximo como objeto de convergência e não da divergência. Por tudo isso e mais, não há palavras suficientes que definam o mal que o ódio produz. Somos irmãos e como irmãos devemos viver em paz. Que os dirigentes e líderes do país viajem por outros caminhos que não este, o do ódio. Por isso, só me cabe encerrar dizendo: Ódio não!

Miltinho Aragão reverencia José Sarney…

Deputado estadual de São Mateus destacou a homenagem que o ex-presidente da República recebeu na Assembleia Legislativa e ressaltou a importância de um homem do interior, como ele, “poder participar deste momento histórico”

 

Miltinho Aragão ao lado de José Sarney, já ostentando a Medalha Manuel Beckman

O deputado estadual Miltinho Aragão (PSB) destacou em suas redes sociais a participação na homenagem que a  Assembleia Legislativa prestou nesta quarta-feira, 19, ao ex-presidente da República, José Sarney (MDB).

O lendário político maranhense foi homenageado com a Medalha do Mérito de Manuel Beckman, maior honraria da Casa e uma das poucas no Brasil que ele ainda não tinha.

Uma lenda viva da política brasileira de todos os tempos. Está muito lúcido”, destacou Aragão, lembrando os 94 anos de Sarney.

Miltinho assumiu mandato na  Assembleia Legislativa há uma semana e tem sido um dos reforços da bancada do governo Carlos Brandão (PSB) em plenário; para ele, é uma honra participar do momento histórico.

Obrigado meu Deus por possibilitar um interiorano de São Mateus participar de momentos inesquecíveis”, desabafou, em suas redes sociais.

A honraria a José Sarney – que levou toda a sociedade maranhense à Assembleia, foi concedida pelo deputado Roberto Costa (MDB)…

Família Bolsonaro vai mesmo apoiar Yglésio em São Luís…

Espécie de porta-voz do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro declarou em vídeo – além de criticar o posicionamento do PL maranhense – que o agora candidato do PRTB representa o pensamento da família no Maranhão; ele pediu apoio dos eleitores bolsonaristas ao deputado

 

Yglésio com Flávio Bolsonaro; candidato do PRTB quer reunir em torno de si a família do ex-presidente e os eleitores da direita bolsonarista e conservadora

O pré-candidato do PRTB a prefeito, deputado estadual Yglésio Moyses, vai mesmo ter o apoio da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua candidatura em São Luís.

A primeira manifestação do clã bolsonarista foi feita nesta terça-feira, 9, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que funciona como uma espécie de porta-voz político do ex-presidente; Em Brasília dede segunda-feira, 8, Yglésio reuniu-se com o Bolsonaro zero1, que gravou vídeo pedindo apoio à sua candidatura.

– O Yglésio representa, sim, o nosso pensamento em São Luís – disse o senador carioca; o pré-candidato do PRTB deve divulgar o vídeo ao lado de Flávio em suas redes sociais ao longo desta quarta-feira, 10.

Além de pedir apoio dos bolsonaristas ludovicenes à candidatura de Yglésio, Flávio Bolsonaro também criticou o posicionamento do PL maranhense, que deve figurar na coligação do deputado federal Duarte Jr. (PSB).

– Lamento que o PL do Maranhão tenha tomado um posicionamento equivocado – disse o filho de Bolsonaro.

Ao longo da campanha, Yglésio deve receber manifestações de apoio de outros membros da família Bolsonaro, incluindo a ex-primeira-dama Michele e o próprio ex-presidente, que podem, inclusive, vir a São Luís.

Com esses apoios, Yglésio espera alcançar os 25% dos votos bolsonaristas da capital.

E somá-los aos da direita conservadora…

Polícia Federal apreende passaporte de Bolsonaro…

Alvo de operação por tentativa de golpe de estado, ex-presidente está proibido de deixar o pais e de se comunicar com outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023

 

Bolsonaro passa férias em Angra dos Reis, onde vem recebendo visitas da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve seu passaporte apreendido pela Polícia Federal nesta quinta-feira, 8; ele é um dos alvos da operação contra tentativa de golpe de estado.

O documento – que está em Brasília – deve ser entregue em até 24 horas.

Bolsonaro está proibido de deixar o país e de se comunicar com os outros alvos da investigação.

O ex-presidente está em sua casa, em Angra dos Reis, onde passa férias.

Carlos Brandão encabeça comitiva maranhense para aniversário de Sarney…

Gocvernador vai a Brasília com deptuados estaduasi, prefeitos e vereadores, que se juntarão aos que já estão bna capital rfederal em homenagem aos 93 anos do ex-presidente

 

Sarney com a esposa, Marlym, e alghuns dos netose bisnetos em Brasília

O governador Carlos Brandão (PSB) estará em Brasília nesta segunda-feira, 24, para comemorar o aniversário do ex-presidente José Sarney (MDB).

Deputados estaduais, prefeitos e vereadores também devem estar na capital federal para a homenagem ao líder político maranhense.

A deputada federal Roseana Sarney (MDB) organiza uma recepção para o pai, que deve reunir representantes de todas as correntes políticas.

Com mais de nove décadas, e mesmo afastado das disputas políticas há quase 10 anos, Sarney ainda é uma das figuras políticas mais influentes do país.

Os parabénn a ele devem vir de presidentes, ex-presidente,s  senadores, deptuados federia,s gowernadores, ministros e autoridades de todos os estados brasileiros…