Pesquisa desfaz mito da rejeição de evangélicos a Eliziane…

Números do levantamento do instituto Prever mostra que a senadora lidera todos os cenários em que aparece quando analisado este segmento específico do eleitorado

 

EM SEU PÚBLICO. Num dos principais cenários em que se destaca o eleitorado evangélico, Eliziane lidera como primeiro voto e pontua bem como segundo voto

Nos últimos anos, um conjunto de fake news espalhadas por adversários internos tentaram criar uma realidade de rejeição da senadora Eliziane Gama no segmento evangélico.

  • esse mito é disseminado, sobretudo, por bolsonaristas ligados à própria igreja evangélica;
  • adversários políticos da senadora dentro da igreja revoltam-se com o apoio dela a Lula.

Mas a pesquisa do instituto Prever, contratada pelo deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB) e divulgada semana passada, destruiu o mito da rejeição dos evangélicos a Eliziane; a senadora lidera praticamente todos os cenários em que este segmento é isolado na pesquisa.

  • no cenário em que ela substitui o governador Carlos Brandão, por exemplo, Eliziane tem 22% como primeiro voto evangélico e mais 8,1% como segundo voto;
  • em outro cenário, que inclui o próprio Brnadão e mais seis candidatos, incluindo o próprio vice-governador Felipe Camarão, Eliziane tem o segundo maior índice.

NASCIDA E CRIADA NO EVANGELHO, Eliziane tem papel relevante na promoção do segmento na sociedade brasileira

Nascida e criada na  Igreja Evangélica Assembleia de Deus, Eliziane Gama sempre usou os mandatos para fortalecer este segmento religioso; e é autora de diversas proposições em favor da religião em seus 20 anos de vida pública, que serão completados em 2026.

A partir de 2018, outros atores cristãos mais ligados à extrema direita e ao bolsonarismo começaram a atuar como lideranças políticas nas igrejas, buscando minar Eliziane, que nunca foi afeita ao ex-presidente.

São estes atores que ainda insistem na construção de fake news contra a senadora no meio evangélico, mesmo depois do fim do bolsonarismo, com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) em 2022; essas fakes news são agora descontruídas pelos números das pesquisas.

E os números não mentem, jamais…

Verde, amarela, preta ou vermelha a cor da seleção pertence ao povo brasileiro…

Não importa com que uniforme o país é representado pelo futebol no exterior; o que precisa é resgatar os símbolos nacionais do controle exclusivo que a extrema direita tenta exercer sobre eles

 

QUAL A COR DO CAVALO BRANCO?!? Pouco importa como a seleção esteja vestia, seu uniforme não pertence nem à esquerda, muito menos à direita

Editorial

Em 12 de agosto de 2022, este blog Marco Aurélio d’Eça fez uma exortação contra a apropriação da camisa da Seleção Brasileira pela extrema direita, no post “O resgate das cores do Brasil…”.

  • na época, camisa canarinho vinha sofrendo processo de desvalorização pelo uso excessivo em eventos políticos radicais;
  • o editorial mostrava a necessidade de que ela passasse a compor o look também dos grupos progressistas e democráticos.

“O brasileiro precisa se apossar de seus símbolos nacionais, que não pertencem a Bolsonaro nem a militares. A bandeira do Brasil pertence ao brasileiro, de qualquer raça, credo ou gênero; e o brasileiro já disse não ao bolsonarismo…”, dizia o texto da época.

Quase quatro anos depois, este texto é retomado por causa das discussões sobre a suposta nova camisa número 2 da CBF, em vermelho, no que seria uma homenagem ao Pau-brasil a madeira-símbolo e que dá nome ao pais; a CBF negou, mas o debate sobre a cor da camisa da Seleção Brasileira ganhou a internet e os meios políticos.

“Empresa que fornece o material esportivo da CBF decidiu iniciar campanha para resgatar as cores do país no uniforme canarinho, que vinha sendo usado indevidamente como símbolo de patriotismo – e do ‘nós contra eles’ – por aliados do presidente Jair Bolsonaro”, dizia o subtítulo do texto.

Se era verdade ou não, se havia ou não a intenção de um novo uniforme para a Seleção Brasileira – e o site que divulgou primeiro tem credibilidade para afirmar – não importa a cor que ela seja apresentada. Verde, amarela, preta roxa, arco-íris ou vermelha, a camisa não pertence à direita ou à esquerda.

Pertence ao povo brasileiro, de todas as ideologias, gêneros, raças ou identidades.

E todos devem voltar a sentir orgulho em vesti-la…

Ao PSD pouco importa o candidato de Braide a presidente…

Partido deixará candidato à vontade na sucessão estadual, tanto entre eleitores de direita quanto da esquerda, sem precisar se envolver no debate da corrida presidencial

 

FECHADO TOTAL. Braide recebeu aval de Kassab para disputar o governo, pouco importando seu candidato a presidente

Em primeira mão

Se depender do PSD nacional, o prefeito de São Luís Eduardo Braide não sofrerá qualquer cobrança ideológica nas eleições de 2026, quando deve disputar o Governo do Estado. Como candidato a governador, o prefeito poderá buscar votos tanto entre eleitores de direita como também entre os de esquerda, sem precisar defender candidatos presidenciais de um lado ou de outro.

“Não há nenhuma exigência do PSD de que ele [Braide] apoie o presidente Lula (PT) ou Bolsonaro (PL); ou mesmo outros nomes da direita ou da esquerda. O PSD é liberal nesse aspecto”, disse o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, em conversa com pessedistas maranhenses, segundo apurou este blog Marco Aurélio d’Eça.

Os maranhenses filiados ao PSD são exemplos desta pluralidade ideológica no partido.

  • senadora Eliziane Gama, por exemplo, é ligada ideologicamente a Lula;
  • já o deputado federal Josivaldo JP é Bolsonarista de quatro costados;
  • essa pluralidde se repete nas bancadas do partido em todos os estados.

Em 2022, após perder o apoio de Lula, o senador Weverton Rocha (PDT), historicamente de esquerda, decidiu assumir uma postura ambígua em relação às eleições presidenciais, o que, na visão de analistas custou-lhe o segundo lugar e um possível segundo turno, que acabou nem ocorrendo; essa história foi contada neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “O reposicionamento de Weverton Rocha…”.

Ao contrário de Weverton, Braide nunca se definiu ideologicamente, embora tenha postura sócio-cultural claramente cristã-conservadora, o que nunca incomodou eleitores da esquerda ou da direita; ele pode, portanto, manter-se ao largo do debate presidencial

Mas resta saber se, em uma disputa que parece polarizada nacionalmente, o eleitor compreenderá sua postura “nem aí”…

Eduardo Braide vai pela esquerda ou pela direita?

Mesmo com viés retorcido na motivação para falar do prefeito de São Luís, ex-candidato a governador Lahésio Bonfim levanta uma questão significativa no debate sucessório

 

POR ONDE ELE VAI?!? Para Lahésio, Braide não é de direita, mas a esquerda também não o vê como um dos seus; afinal, por onde caminha o prefeito?

É claro que a motivação do ex-candidato a governador Dr. Lahésio Bonfim (Novo) é outra, e não apenas o viés ideológicos do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD); o ex-candidato está incomodado com a ocupação de espaços do adversário na disputa pelo governo.

Mas Lahésio levanta questões significativas com relação a Braide em 2026: afinal de contas, se for candidato, Braide vai pela esquerda ou pela direita?!?

  • o prefeito está filiado ao PSD, partido da base do governo Lula e um dos principais sustentáculos do PT no Congresso;
  • por outro lado, tem o apoio de bolsonaristas como o deputado federal Aluisio Mendes e a suplente Mariana Carvalho. 

“Como é que a direita vai pedir para eu deixar um projeto para apoiar alguém que não é de direita? Que direita é essa?”, questiona Lahésio Bonfim.

Braide só atende a imprensa em eventos públicos, com restritas perguntas; e dificilmente fala sobre política, sucessão e disputa presidencial, mas este blog Marco Aurélio d’Eça tem conversado com a senadora Eliziane Gama – outra liderança do PSD no Maranhão – e ela garante o posicionamento partidário pró-Lula (PT).

O prefeito de São Luís já teve, inclusive, uma conversa pessoal com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, que lhe deu as diretrizes para as eleições de 2026.

Pela postura conservadora-cristã-católica que adota na própria vida pessoal, é pouco provável ver Braide defendendo postulados progressistas ao lado do presidente Lula, por exemplo.

Mas ele também nunca se posicionou – pelo menos publicamente – em defesa ou alinhamentos dos ideais da direita ou do bolsonarismo.

E quando provoca essa discussão, Lahésio quer botar a ideologia do prefeito em pratos limpos…

A (R) evolução ideológica de Marcos Silva…

Ex-dirigente do PSTU, hoje no PT, rompe com o radicalismo da ultra-esquerda e defende a ampliação das alianças socialistas para barrar o crescimento da extrema-direita e do bolsonarismo

 

AVANÇO IDEOLÓGICO. Marcos Silva alerta para o risco do isolacionismo da esquerda e o perigo do bolsonarismo à espreita

Em artigo publicado em suas redes sociais nesta segunda-feira, 7,  o militante socialista e ambientalista Marcos Silva expõe a sua evolução ideológica e faz um resgate histórico da esquerda nos últimos 25 anos, apontando para as eleições presidenciais de 2026.

“O cenário eleitoral de 2026 será decisivo. O bolsonarismo, embora ferido, segue vivo, com base social organizada e apetite por poder. Nesse contexto, a frente ampla que sustenta o governo Lula não é uma concessão vergonhosa – é uma trincheira necessária. Trata-se de garantir a sobrevivência da democracia, não de nutrir ilusões institucionais”, admite Silva, para completar: “Abandonar essa frente em nome de uma pureza ideológica abstrata é, na prática, abrir caminho para o avanço da extrema-direita. Não se trata de abdicar do horizonte socialista, mas de reconhecer que ele não virá sem democracia, sem organização concreta e sem mobilização popular.”

 Marcos Silva foi um dos fundadores do PSTU no Maranhão e um de seus principais dirigentes durante mais de 20 anos. Ambientalista, funcionário de carreira da Caema, ele filiou-se ao PT a partir do governo Flávio Dino (PCdoB).

  • Tido por extrema esquerda, o PSTU prega a revolução do proletariado e pureza ideológica no embate político;
  • Marcos Silva mostra que esta utopia não prevalece na realidade concreta, que exige ações concretas no poder. 

“Falo com a experiência de quem passou 25 anos construindo, organizando e defendendo o PSTU – um partido que se propunha a realizar uma revolução “puro sangue”, dirigida exclusivamente pelos trabalhadores, sem qualquer forma de conciliação. Acreditei nisso com todas as forças. Durante esse período, enquanto denunciávamos a democracia burguesa e recusávamos alianças táticas, o fascismo ganhava terreno no subsolo da sociedade. Em 2018, vimos o resultado: a vitória de Jair Bolsonaro. Não porque nossa crítica estivesse errada, mas porque subestimamos a complexidade da luta política real. Pagamos um preço alto por nos afastarmos da realidade concreta em nome de uma ideologia abstrata”, ponderou o ativista.

O artigo de Marcos Silva é uma tentativa de falar com a sociedade para além da esquerda radical, entendo a realidade do país e buscando formas de manter um governo que avance alinhado às necessidades das camadas mais populares e da classe trabalhadora, em diálogo com todos os setores socais.

O que representa, sem dúvida, uma evolução ideológica concreta…

Leia abaixo a íntegra do artigo:

Ilusão Revolucionária ao Realismo da Luta: Por que a Esquerda Precisa Sair da Bolha e Construir um Caminho Concreto para o Socialismo

Por Marcos Silva, ativista do PT e da Federação Brasil da Esperança

Há algo de profundamente sintomático no estado atual de parte da extrema esquerda brasileira. Enquanto o mundo real exige organização paciente, luta concreta e articulação ampla para barrar retrocessos, setores como o PCBR Reconstrução Revolucionária se refugiam em uma política imaginária, na qual a revolução seria sempre iminente — desde que se aplicasse a linha “correta”.

Mas política não se faz com pensamento positivo ou voluntarismo. Como ensinava Lênin, trata-se de uma análise concreta da situação concreta. E a conjuntura atual exige responsabilidade, estratégia e compreensão profunda da correlação de forças. Não há espaço para o infantilismo revolucionário travestido de pureza ideológica.

A Militância Encenada: o Caso do Congresso dos Bancários do Maranhão

O recente Congresso dos Bancários do Maranhão é um exemplo eloquente da desconexão entre discurso e realidade. Na mesa de abertura, cerca de 15 organizações políticas e sindicais se revezaram em falas inflamadas. Entretanto, havia na plateia uma quantidade reduzida de pessoas diante do potencial de mobilização da categoria bancária no estado — em sua maioria, dirigentes sindicais ou militantes já envolvidos nas pautas debatidas. Ou seja, militância falando para a militância.

Essa situação não é resultado da incapacidade da direção do sindicato, composta por ativistas sérios e comprometidos com as lutas da classe trabalhadora. O problema está na ausência de mobilização real. Os sindicatos precisam retomar sua vocação histórica de organizar os trabalhadores e trabalhadoras, com base na formação sindical e política.

Assisti ao vídeo do evento, disponível no YouTube, que até agora conta com pouco mais de 800 visualizações — um número modesto até mesmo para os padrões da esquerda organizada. O que se viu foi a encenação de um poder simbólico que não corresponde a nenhuma capacidade real de mobilização social. E é sobre esse tipo de ilusão performática que setores como o PCBR baseiam suas análises sobre “avanços revolucionários”. Isso não é política concreta: é teatro.

Um Depoimento Pessoal: 25 Anos em Nome da Revolução “Puro Sangue”

Falo com a experiência de quem passou 25 anos construindo, organizando e defendendo o PSTU — um partido que se propunha a realizar uma revolução “puro sangue”, dirigida exclusivamente pelos trabalhadores, sem qualquer forma de conciliação. Acreditei nisso com todas as forças.

Durante esse período, enquanto denunciávamos a democracia burguesa e recusávamos alianças táticas, o fascismo ganhava terreno no subsolo da sociedade. Em 2018, vimos o resultado: a vitória de Jair Bolsonaro. Não porque nossa crítica estivesse errada, mas porque subestimamos a complexidade da luta política real. Pagamos um preço alto por nos afastarmos da realidade concreta em nome de uma ideologia abstrata.

O Erro do PCBR: Imaginação Substituindo a Realidade

O ativista do PCBR sustenta que alianças amplas, como a que sustenta o governo Lula, seriam uma traição de classe. Mas ignora que não existe hoje no Brasil correlação de forças que permita uma ruptura revolucionária isolada, sem apoio popular massivo e sem articulação com setores progressistas diversos.

O vanguardismo que defende não constrói poder popular — ao contrário, isola a esquerda da classe trabalhadora, que lida cotidianamente com as contradições do sistema e busca melhorias imediatas: salário, saúde, educação, segurança. A revolução não virá de podcasts ou panfletos doutrinários, mas da ação organizada das massas — se e quando houver base real para isso.

Valério Arcary do PSOL e a Dureza da Militância Real

Valério Arcary, um dos mais experientes militantes da esquerda socialista brasileira, nos oferece uma reflexão fundamental. Participante da Revolução dos Cravos em Portugal, ex-dirigente do PT e da CUT, primeiro presidente do PSTU e atualmente, ao lado de Guilherme Boulos, um dos principais dirigentes do PSOL, Arcary sabe que mobilizar a classe trabalhadora é tarefa lenta, repleta de rupturas e recomeços.

Tenho orgulho de ter militado ao seu lado por mais de vinte anos na construção do PSTU. Hoje, estou no PT, atuando na corrente Articulação CNB, convicto de que não existe luta consequente pelo socialismo no Brasil sem o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores. Da mesma forma, não há sindicalismo combativo capaz de contribuir para a superação do capitalismo sem a CUT como instrumento de organização, formação e luta da classe trabalhadora.

Para Arcary, construir uma alternativa socialista exige disputar a institucionalidade democrática, acumulando forças e construindo hegemonia. Negar essa realidade é ceder ao delírio voluntarista de uma revolução que só existe na cabeça de militantes desconectados do chão da fábrica, dos sindicatos e das periferias.

2026: Em Jogo, a Sobrevivência da Democracia

O cenário eleitoral de 2026 será decisivo. O bolsonarismo, embora ferido, segue vivo, com base social organizada e apetite por poder. Nesse contexto, a frente ampla que sustenta o governo Lula não é uma concessão vergonhosa – é uma trincheira necessária. Trata-se de garantir a sobrevivência da democracia, não de nutrir ilusões institucionais.

Abandonar essa frente em nome de uma pureza ideológica abstrata é, na prática, abrir caminho para o avanço da extrema-direita. Não se trata de abdicar do horizonte socialista, mas de reconhecer que ele não virá sem democracia, sem organização concreta e sem mobilização popular.

Conclusão: Um Caminho Concreto para o Socialismo

A esquerda brasileira precisa romper com a bolha. É preciso disputar o presente com responsabilidade, estratégia e compromisso com as urgências do povo. A crítica à ordem deve vir acompanhada da construção de hegemonia – o que exige unidade tática, formação política e base social enraizada.

Defendemos, sim, uma frente ampla de governo, composta por setores democráticos e populares, em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais. Dentro dessa frente, cabe à esquerda socialista organizar uma fração combativa, que impulsione o desenvolvimento com justiça social e ambiental, acumulando forças para que o socialismo deixe de ser uma utopia distante e se torne uma possibilidade concreta, viável e necessária.

Porque, como dizia Lênin, sem análise concreta da situação concreta, não há política revolucionária – só autoengano.

De como bolsonaristas usam o rebanho alienado para beneficiar Bolsonaro

Defesa sistemática de manifestantes que atuaram no 8 de janeiro tem apenas um objetivo: criar as condições para uma “anistia, ampla, geral e irrestrita” que beneficie o próprio ex-presidente

 

VEREADORA DE SÃO LUÍS NEM SE MISTUROU. Manicure tida por “coitadinha” era de causar problemas nos acampamentos bolsonaristas

Editorial

A manicure Eliene Amorim de Jesus e a cabeleireira Débora Rodrigues compartilham aspectos comuns da vida, além da profissão ligada à estética e à beleza.

  • as duas formam o rebanho bolsonarista e as duas foram presas pelo 8 de janeiro de 2023;
  • agora, as duas passaram a ser “torniquete” do bolsonarismo para emparedar o Supremo.

De uma hora para outra, tanto Débora – que já foi solta – quanto Eliene, passaram a ser “vendidas” por bolsonaristas Brasil a fora como gente “desmiolada, sem noção, desinformada e incapaz de ler a realidade concreta”; viraram “coitadinhas presas injustamente por algo que elas nem sabiam que tinha tanta gravidade”.

  • os bolsonaristas não estão nem aí para Débora Rodrigues e muito menos para Eliene Amorim;
  • elas são apenas rebanho do bolsonarismo, usadas agora para emparedar o judiciário brasileiro;
  • e o objetivo é apenas um: criar as condições paras livrar, também Bolsonaro, da cadeia por golpe.

“Tenho recebido algumas muitas mensagens, estão me marcando também, a respeito da moça que está presa aqui em Pedrinhas que estava na manifestação de 8 de janeiro em Brasília. Eu não conhecia essa moça pessoalmente, eu não lembro dela. Ela estava na Praça Duque de Caxias também, mas ela, infelizmente, andava com um grupo de pessoas que não faziam parte do nossos grupo de pessoas ordeiras”, explicou a vereadora – bolsonarista – Flávia Berthier (PL), em vídeo postado com exclusividade pelo blog Marrapá. (Veja a íntegra acima)

A COITADINHA MISSIONÁRIA DO 8 DE JANEIRO. “Sempre criando confusões, agredindo pessoas”, como definiu Flávia Berthier

Este blog Marco Aurélio d’Eça já tratou de Débora Rodrigues, no editorial intitulado “Não foi apenas pichação, estúpido!!!”; mas o fantoche bolsonarista da hora é Eliene Amorim de Jesus.

Em primeiro lugar, ao contrário da imagem traçada agora pelos bolsonaristas que querem usá-la como “torniquete” de Bolsonaro, Eliene não é uma  mera “sem noção que nem sabia do 8 de janeiro”; Ela participou ativamente de “marchas bolsonaristas” de toda sorte, entre 2021 e 2022, como revelou a própria vereadora bolsonarista.

  • Estava, inclusive, no acampamento da Praça Duque de Caxias, montado no final de 2022;
  • e seu comportamento era “mais eufórico”, eufemismo usado pela vereadora Flávia Berthier.

“Tinha um grupo mais eufórico, que estava sempre disposto; e ela fazia parte deste grupo aí que era um grupo de pessoas que estava sempre criando problemas na praça, sempre criando confusões, agrediam algumas pessoas, agrediram jovens batendo no rosto. Inclusive, eles nunca estavam envolvidos com a gente, que estava com a motivação certa”, explicou Flávia Berthier.

Se quiserem, os bolsonaristas vão encontrar dezenas, centenas, talvez milhares de “sem noção” e “coitadinhos” entre os golpistas do 8 de janeiro; mas é exatamente por ser “sem noção” que eles se tornam alvos fáceis do recrutamento bolsonarista.

São ideais para servir de torniquete!!!

O golpe não acabou no 8 de janeiro!!!

Narrativas típicas de bolsonaristas e da extrema direita seduzem cada vez mais operadores do Direito, magistrados e até políticos da esquerda, num ciclo perigoso que busca renascer os fantasmas da ditadura

 

ELES AINDA ESTÃO AQUI. O que assusta não é a movimentação da extrema direita, mas a sedução que ela exerce em setores da sociedade

Editorial

A sociedade democrática, a população livre e os autênticos defensores do estado de direito precisam ficar alertas a um movimento que começa a se entranhar nas instituições brasileira.

  • narrativas da extrema direita continuam a seduzir setores da sociedade;
  • o golpe não acabou com o vandalismo bizarro do 8 de janeiro de 2023.

A extrema direita em particular e o bolsonarismo de forma geral não despareceram com as condenações pela tentativa de golpe de estado; eles continuam a povoar o Congresso Nacional, setores da imprensa e a população mais vulnerável aos postulados messiânicos.

  • cada vez mais políticos progressistas são seduzidos pela pauta extremista;
  • o coleguismo do Congresso Nacional tem levantado alguns debates perigosos.

É preciso que a sociedade democrática fique atenta a políticos de esquerda que defendam, por exemplo, o fim da Lei da Ficha Limpa; é preciso ficar de olho no debate sobre anistia aos golpistas, que já encanta mais de 1/3 da Câmara dos Deputados.

O golpe começa assim.

Em 2013, tudo começou com uma simples manifestação contra o aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus em São Paulo; o que se viu depois foi a cassação covarde de uma presidente legitimamente eleita e o surgimento do esgoto da política, que chegou até mesmo a governar o país por quatro anos.

Este blog Marco Aurélio d’Eça sintetizou aquele ciclo político em maio de 2020, no post “Os passos do golpe que resultou em Jair Bolsonaro…”. 

A classe política tem o poder de barrar os levantes populistas e mentirosos, mas é a sociedade organizada a única capaz de impedir o recrudescimento de narrativas fascistas, disfarçadas em termos como anistia, pacificação e segurança jurídica.

É só um primeiro alerta, mas é preciso ficar atento…

Bolsonaro e o Inquérito nº 1361/2018…

Ex-presidente voltou a falar de uma investigação sigilosa sobre supostos ataques hackers às urnas eletrônicas – que ele mesmo vazou – na tentativa de criar tumulto após o STF acatar as denúncias de golpe de estado

 

BOLSONARO SENDO BOLSONARO. O estilo vítima foi abandonado pelo ex-presidente, que voltou a atacar tudo e a todos após ser tornado réu no STF

Em surto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu jornalistas em Brasília, nesta quarta-feira, 26 – logo após o Supremo Tribunal Federal torná-lo réu por crimes contra o Estado de Direito -, para o que seria uma coletiva de imprensa, mas que se transformou em um monólogo.

  • por cerca de 1 hora, Bolsonaro voltou a ser o mesmo Bolsonaro de sempre;
  • entre as teorias da conspiração, ele voltou a citar o Inquérito nº 1361/2018.

“As pessoas devem ter percebido, da forma tão incisiva como o ministro Alexandre de Moraes conduz, ou se conduz, é algo esquisito por aí. O que ele quer esconder? Apenas o Inquérito 1361? Eu digo, que é [para esconder o inquérito] 1361, é 99%. Mas vamos lá: houve interferência no TSE nas eleições de 22 ou não? Não vamos falar em fraude, possível fraude aqui, esqueçam. 100% confiável as urnas? Mas vamos abrir o inquérito 1361. Durante as eleições de 22, o TSE influenciou, jogou pesado contra eu (sic) e a favor do candidato Lula”, desabafou o ex-presidente.

  • Mas o que é o Inquérito nº 1361/2018?

Em 2018, Bolsonaro botou na cabeça que havia vencido o então candidato do PT, Fernando Haddad, ainda em primeiro turno, mas a Justiça Eleitoral, segundo ele, manipulara as urnas para forçar o segundo turno, ocasião em que declararam sua eleição.

Para sustentar sua tese, o ex-presidente vazou uma investigação sigilosa do Tribunal Superior Eleitoral sobre tentativas de invasão hacker no sistema eleitoral, o que ocorre em toda eleição sem nenhum risco à urna.

  • em 2021, o próprio Bolsonaro passou a ser investigado por ter vazado o inquérito de 2018 – que não encontrou qualquer indício de fraude nas urnas;
  • em junho de 2023, o ex-presidente foi tornado inelegível por ter cometido crime eleitoral ao reunir embaixadores e levantar suspeitas sobre as urnas;
  • em 25 de novembro do ano passado, quando foi indiciado pela trama golpista de 2022, Bolsonaro voltou a citar o Inquérito 1361, das eleições de 2018.

“O questionamento do sistema eleitoral sempre foi usado pelo ex-presidente como bandeira política e acabou lhe custando a elegibilidade, pois, em junho de 2023, a Justiça Eleitoral o condenou pelos ataques feitos às urnas perante embaixadores do mundo todo em uma reunião no Palácio do Planalto”, contou a revista Veja, à época. (Leia aqui)

Exatos quatro meses depois – agora já como réu no STF – o ex-presidente volta a falar do tal Inquérito 1361, em meio a uma série de falas desconexas, surtado que estava com a decisão da Suprema Corte nesta quarta-feira, 26.

É Bolsonaro voltando a ser Bolsonaro…

Flávio Dino será o primeiro a votar no julgamento de Jair Bolsonaro…

Ministro maranhense do Supremo Tribunal Federal se manifestará logo após o relator do processo Alexandre de Moraes, tanto na análise das preliminares quanto na análise do mérito

 

PRIMEIRO VOTO. Flávio Dino se manifestará primeiro, logo depois que Alexandre de Moraes apresentar seu relatório sobre Bolsonaro

Pela ordem definida no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que investiga a tentativa de golpe de estado no Brasil, em 2022, o ministro maranhense do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino dará o primeiro voto depois que o relator Alexandre de Moraes apresentar seu relatório.

  • Dino será o primeiro a se manifestar tanto na análise das preliminares quanto no mérito do processo;
  • o julgamento de Bolsonaro e outros denunciados está marcado para começar exatamente às 9h30.

Também foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos eles podem virar réus pelos seguintes crimes:

  •  Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, que prevê de 4 a 8 anos de prisão;
  • Organização Criminosa, com penas que variam entre cinco anos e 10 anos de prisão;
  • Golpe de Estado, com penas previstas de reclusão entre três anos e 10 anos.

Pela ordem de votação, após leitura do relatório de Alexandre de Moraes, votarão Flávio Dino, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Cristiano Zanin.

O STF reservou data também nesta quarta-feira, 26, para o caso de necessitar de mais uma sessão para conclusão do julgamento. 

Ministro indicado por Bolsonaro suspende julgamento de Carla Zambelli

Cássio Nunes Marques pediu vistas do processo contra a deputada, que ameaçou um desafeto – de arma em punho – pelas ruas de São Paulo, na véspera das eleições de 2022

 

DE ARMA EM PUNHO. A cena bizarra de Carla Zambelli na véspera das eleições de 2022 ganhou o mundo inteiro

O ministro Cássio Nunes Marques pediu nesta segunda-feira, 24, vistas do processo contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), acusada de ameaçar, com arma em punho, um eleitor  pelas ruas de São Paulo, na véspera das eleições de 2022; Nunes Marques foi indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2021.

  • o placar do julgamento já está em 5 X0 pela condenação da deputada;
  • com mais num voto, Zambelli será condenada a cinco anos de reclusão.

“Essas imagens asseguraram a verdade e mostraram que Carla Zambelli não teve sua integridade física ameaçada e reagiu de forma desproporcional e violenta a uma discussão”, pontua a advogada Dora Cavalcante, acrescentando que a deputada não podia portar sua arma em via pública daquela maneira.

Caso condenada, a deputada federal perde o mandato na Câmara e segue direto para cumprimento da pena.

Nunes marques tem o prazo de 90 dias para devolver o processo com o seu voto…