Exclusivo!!! Advogada põe destino de Brandão nas mãos de Flávio Dino…

Clara Alcântara Botelho Machado, que já havia peticionado contra o governador, centra fogo em bens adquiridos pelos seus familiares após sua posse no governo; e pede “investigação dos órgãos competentes”

 

DESTINO DE BRANDÃO ESTÁ NAS MÃOS DE FLÀVIO DINO. O ministro pode encaminhar denúncias contra o governador à Polícia Federal e ao STJ

Exclusivo

Este blog Marco Aurélio d’Eça publicou em 7 de março de 2025 o post “Destino da ação de advogada que denunciou o governador é o STJ…”; o texto mostrava que, apesar de Clara Alcântara Machado Botelho pedir habilitação como “Amicus Curiae” na ação contra a indicação do advogado Flávio Costa para o Tribunal de Contas do Estado, ela tinha outro objetivo: abrir uma investigação contra o governador Carlos Brandão, seus irmãos e outros familiares.

“Tem 36 páginas a peça de contestação da indicação do advogado Flávio Costa ao Tribunal de Contas do Estado, assinada pela advogada Clara Alcântara Botelho Machado e encaminhada ao ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino; relator do processo contra Costa – e já conhecedor da realidade política maranhense – a Dino pouco interessa os argumentos de Clara Alcântara sobre o assunto, expressado em 29 páginas. Mas são as sete últimas páginas a chave do documento, como este blog Marco Aurélio d’Eça já havia ponderado no post de 26 de fevereiro, intitulado “O que está por trás da nova ação contra Flávio Costa no STF?!?”.”,ponderou o texto, citando outro, com as mesmas suspeitas.

  • nesta quarta-feira, 16, Clara Alcântara confirmou tudo o que este blog Marco Aurélio d’Eça levantou;
  • em nova petição a Flávio Dino, ela ignora a questão TCE-MA e centra fogo em Brandão e familiares;
  • reforça, inclusive, o pedido para investigação de todos eles pelos órgãos competentes ligados ao STF.

Na nova petição de nove páginas, a advogada surgida do nada concentra seus argumentos nas empresas e holdings criadas pelo governador, seus irmãos, Marcus e Henrique Brandão, e vários sobrinhos e filhos; e reitera o pedido ao ministro Flávio Dino:

“Diante do exposto e em razão dos novos documentos a esta petição juntados, reitera-se todos os pedidos já formulados na primeira manifestação da ora Peticionária (item 52), destacando-se, em especial, o de instauração de investigação para apuração acerca dos fatos narrados e provados, sobretudo da participação de agentes públicos e políticos na tentativa de burlar decisões judiciais, utilizando-se de expedientes ardilosos para reconfigurar a composição das instituições de controle do Estado, frustrando o controle judicial e administrativo sobre o processo de nomeação de autoridades; bem como o uso de holdings da família do Governador do Maranhão como meio para ocultar bens adquiridos de forma repentina e ilícita por ele e seus familiares”, argumenta Clara Alcântara. (Leia a íntegra aqui)

  • Está claro nas peças da advogada o porquê de sua entrada na ação do TCE-MA;
  • seu objetivo é envolver Brandão e família em investigações da Polícia Federal.

Assim como na primeira peça, caberá agora ao ministro Flávio Dino decidir o destino das denúncias de Clara Alcântara; ele pode ignorá-las e arquivá-las ou encaminhá-las ao Superior Tribunal de Justiça, instância de investigação de governadores.

O STJ é a instância que decide sobre afastamento de governadores.

Basta raciocinar um pouquinho para entender no que pode dar…

Ministro volta atrás e mantém retidos bens de envolvidos na máfia do TJ-MA

João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, viu risco de perda de provas com a devolução de aparelhos celulares, computadores e tablets apreendidos pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos

 

PARTE DOS BENS APREENDIOS NA “18 MINUTOS”. Celulares, computadores, tablets e pendrive’s permanecem sob perícia da Polícia Federal

O ministro do Superior Tribunal de Justiça João Otávio de Noronha recuou em sua decisão e determinou a manutenção da custódia de aparelhos celulares, computadores, tablets e outros dispositivos eletrônicos aprendidos pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos, que desbaratou quadrilha de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A informação foi dada em primeira mão pelo site Direito e Ordem, nesta quinta-feira, 6.

A operação “18 Minutos” – que envolve desembargadores, juízes, advogados e políticos maranhenses – foi tema de série de postagens deste blog Marco Aurélio d’Eça. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui e aqui)

  • João Otávio de Noronha entendeu que a devolução dos bens prejudicaria a coleta de provas na investigação;
  • ele acatou pedido do Ministério Público Federal, sob argumento de que alguns itens não haviam sido periciados

“A produção probatória deve ser resguardada e a restituição de bens essenciais para a continuidade das investigações poderia comprometer a instrução processual. Assim, impõe-se a necessária cautela para evitar qualquer prejuízo à coleta da prova”, despachou o ministro. (Veja a íntegra da decisão aqui)

O ministro manteve a decisão de devolução de bens como joias, relógios e veículos de alguns dos envolvidos.

O que está por trás da nova ação contra Flávio Costa no STF?!?

Apresentadas pela advogada mineira Clara Alcântara Botelho Machado – que mal conhece o colega maranhense – as denúncias parecem servir como cortina de fumaça para algo maior: expor o governador Carlos Brandão a uma investigação federal

 

TODOS OS HOMENS DO GOVERNADOR. Advogada lsita série de empresas em nome de parentes do governador e orienta na ação: “Follow the money”

O Pedido de Ingresso da advogada Clara Alcântara Botelho Machado na Ação Direta de Inconstitucionalidade que pede a suspensão do processo de escolha do advogado Flávio Vinícius Araújo Costa ao Tribunal de Contas do Maranhão tem um objetivo imediato e outro secundário:

  • o primário é mostrar as irregularidades na condução do processo que fez de Flávio Costa candidato à vaga no TCE-MA;
  • o secundário – e mais profundo – é tornar o governador Carlos Brandão (PSB), e sua família, alvo aberto da Polícia Federal.

Neste aspecto, é preciso entender quem é Clara Alcântara Botelho Machado.

Sem perfil identificado no instagram ou no Facebook, a advogada está registrada na OAB-MG, atua em debates e tem publicações sobre separação dos poderes. Nas pesquisas relacionadas ao seu nome este blog Marco Aurélio d’Eça não encontrou qualquer vínculo com o Maranhão ou com qualquer dos envolvidos no episódio envolvendo Flávio Costa, incluindo o próprio partido Solidariedade, autor da ação inicial no STF.

Este mistério faz saltar ao primeiro plano o objetivo secundário da proposta de Clara Alcântara Botelho Machado (atente ao trocadilho dos dois últimos sobrenomes)

  • a advogada lista em seu pedido nada menos que 10 empresas em nome de Brandão e familiares de Brandão;
  • segundo ela, trata-se de  “engrenagem coordenada por Flávio Costa” para lavar dinheiro e ocultar patrimônio;
  • a autora revela que já no primeiro ano de existência essas holdings acumularam patrimônio de R$ 1 bilhão.

“Estamos diante, certamente, de um dos maiores esquemas de corrupção já vistos (…) Possivelmente a empresa tem sido utilizada para lavagem de recursos desviados, com a aquisição de glebas por valores abaixo do mercado e, depois, loteados ou com construção de prédios ou residências, alienados a preços mais elevados, servindo como instrumento de branqueamento de recursos ilícitos”, acusa Clara Alcântara Botelho Machado.

A intenção objetiva está na página 33 do documento, onde ela faz a listagem numérica das empresas do grupo Brandão “de forma a facilitar o uso da técnica de investigação SIGA O DINHEIRO”.  

A expressão “Siga o Dinheiro” é a tradução literal da frase em inglês Follow the money usada pela primeira vez no clássico “Todos os Homens do Presidente”, de 1976, baseado no escândalo WaterGate, que resultou na queda do presidente americano Richard Nixon”.

Está claro, portanto, onde o documento da advogada quer chegar.

É simples assim…

STJ manda devolver bens apreendidos na “Operação 18 Minutos”…

Ministro João Otávio de Noronha entendeu que os valores apreendidos com os indiciados – de cerca de R$ 29 milhões – já são suficientes para eventualmente cobrir o total arrancado do BNB nos processos de venda de sentença

 

LUXO E DINHEIRO A RODO. Parte dos bens apreendidos na Operação 18 Minutos, que será devolvidos aos indicados por venda de sentenças no TJ-MA

O ministro João Otávio de  Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, mandou a Polícia Federal devolver os bens apreendidos com os indiciados na Operação 18 Minutos, que  desbaratou uma Organização Criminosa acusada de manipular sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A Orcrim envolve desembargadores, juízes, advogados e políticos, acusados de arrancar mais de R$ 17 milhões em duas decisões contra o Banco do Nordeste do Brasil. 

Entre os bens apreendidos estão:

  • veículo Porsche modelo Macan e relógio Rolex, de Lúcio Ferreira, assessor do des. Guerreiro Jr.; 
  • dois relógios de luxo, marcas Mont Blanc e Tissot, apreendidos na casa do juiz Cristiano Simas;
  • relógios e canetas de luxo apreendidos na residência do advogado José Helias Sekeff do Lago;
  • uma joia avaliada em R$ 40 mil, parte paga por Helias Sekeff, parte paga por Edilázio Júnior.

“A devolução dos bens é medida adequada e necessária, preservando, contudo, a possibilidade de futura utilização probatória, caso venha a ser requerida”, afirmou o ministro Noronha.

Os indiciados terão a posse dos bens na condição de fieis depositários, sendo obrigados a apresentá-los sempre que a o inquérito e o processo tiverem necessidade de seu acautelamento.

Noronha justificou a liberação com o argumento de que os R$ 29 milhões apreendidos com os indiciados já garante a eventual cobertura do valor levado do BNB.

O processo da Operação 18 Minutos segue tramitando no STJ…

De como três desembargadores se beneficiaram da venda de sentenças no TJ-MA…

Relatório da Polícia Federal descreve como o dinheiro arrancado de duas operações no BNB chegou a Antonio Guerreiro Júnior, Nelma Sarney e Luiz Gonzaga de Almeida Filho

 

VIDA DE LUXO. Desembargadores indiciados pela Polícia Federal curtiram a vida com dinheiro arrancado do BNB, segundo relatório

O relatório da “Operação 18 Minutos”, que investigou o destino de mais de R$ 17 milhões arrancados do Banco do Nordeste do Brasil em duas operações de uma Organização Criminosa, descreve como o dinheiro chegou às mãos de dois juízes e três desembargadores do Tribunal de Justiça.

Esses magistrados receberam propina em mãos, por meios de depósitos não identificados, por intermédio de assessores e até em presentes milionários. O maior beneficiário do esquema, segundo o relatório, foi o desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho, espécie de operador-mor da Orcrim no TJ-MA.

“O Des. LUIZ GONZAGA teve participação de grande relevância nos dois eventos investigados”, afirma a Polícia Federal, para concluir, sobre o magistrado: Assim, para além da participação do Des. LUIZ GONZAGA na organização criminosa responsável por favorecer os processos judiciais movidos por FRANCISCO XAVIER contra o BNB, verificou-se o seu possível beneficiamento por meio de pagamentos em espécie (conforme a apreensão, no seu gabinete, de envelopes para depósito de dinheiro em espécie), além do cometimento do crime de lavagem de dinheiro por meio de aquisição de imóveis incompatíveis com a sua renda lícita”.

  • entre recebimento direto e compra de imóveis sem lastro, o desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho foi beneficiado com R$ 4.851.162,63;
  • a desembargadora Nelma Celeste Sarney recebeu em sua conta, “111 depósitos sem identificação de origem, no total de R$ 412.679,21”;
  • contra o desembargador Guerreiro Júnior, a Polícia Federal encontrou depósito de R$ 169.500 na conta do assessor Lúcio Ferreira;
  • a Polícia Federal investigou também o desembargador Marcelino Ewerton, mas não encontrou motivos para indiciá-lo no relatório.

“De acordo com a Informação de Polícia Judiciária nº 4321825/2024, não foram identificados, na análise do celular apreendido na posse do Des. MARCELINO, elementos que confirmem a sua participação no esquema criminoso. Em relação aos atos referentes aos eventos 1 e 2, não foi possível, a princípio, associar as transações observadas em suas contas com os eventos narrados”, diz o relatório da PF, para deixar claro.

VINDOS DE TODAS AS PARTES. Diagrama mostra como o dinheiro chegava às contas do desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho

Nas 174 páginas do relatório da Operação 18 Minutos, a Polícia Federal identificou que Nelma Sarney e Luiz Gonzaga tinham maior relação com os operadores do esquema, sobretudo no escritório “Maranhão Advogados Associados”, já tratado neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “O escritório Maranhão Advogados e o esquema de venda de sentenças no TJ-MA”.

Ambos os desembargadores, segundo a PF, mantinham movimentação financeira e vida social incompatível com seus ganhos; Nelma Sarney, por exemplo, gastou em seus cartões de crédito no período dos saques do BNB, nada menos que R$ 1.792.039,80

  • Luiz Gonzaga, por sua vez, comprou apartamento no Rio de Janeiro, por R$ 850 mil, outro, em São Luís, por R$ 290 mil e mais um, na planta, por R$ 1,2 milhão.

VÁRIOS ARTIGOS DO CÓDIGO PENAL. A Polícia Federal entendeu que os desembargadores cometeram uma série de crimes na Orcrim da 18 Minutos

No final do relatório, a Polícia Federal indiciou Nelma Sarney, Antonio Guerreiro Júnior e Luiz Gonzaga Almeida Filho.

  • Luiz Gonzaga Almeida Filho está indiciado nos termos do Art. 317, CP, Art. 2º, Lei n. 12.850/13 e Art. 1º, Lei n. 9.613/98 (2015 e 2023)
  • Nelma Sarney foi incursa nas pensas dos artigos Art. 317, CP, Art. 2º, Lei n. 12.850/13 e Art. 1º, Lei n. 9.613/98 (2015 e 2023);
  • Guerreiro Júnior foi indiciado por crimes previstos nos artigos 317 do CP e no Art. 2º da Lei n. 12.850/13 (2023).

Nos bastidores do Tribunal de Justiça, entre advogados e nos meios políticos já há quem diga que esses crimes todos jká estariam prescritos e que, portanto, nenhum dos acusados pagarão por eles. 

Mas esta é uma outra história…

O escritório Maranhão Advogados e o esquema da venda de sentenças no TJ-MA

Banca comandada por Sebastião Moreira Maranhão Neto tinha como sócios José Helias Sekeff do Lago e Carlos José Luna dos Santos Pinheiro, apontados na investigação da Polícia Federal como responsáveis pela corrupção de desembargadores e juízes investigados na Operação 18 Minutos

 

CABEÇAS DA ORCRIM. Para a Polícia Federal, Carlos Luna e Helias Sekeff conduziram a máfia da venda de sentenças no TJ-MA

Os advogados investigados na “Operação 18 Minutos” – que desbaratou Organização Criminosa formada por juízes, desembargadores e servidores públicos – estão divididos em dois grupos no relatório da Polícia Federal encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça e obtido com exclusividade por este blog Marco Aurélio d’Eça.

  • o “Núcleo Causídico” tem sede no escritório Maranhão Advogados Associados e tem como principais membros os advogados Helias Sekeff e Carlos Luna;
  • o “Núcleo Operacional” envolve gente da relação dos magistrados, como o ex-deputado federal Edilázio Júnior e o prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos.

Embora tenha dividido com Carlos Luna cerca de R$ 33 mil oriundos do processo de 2015 – que resultou no saque de R$ 14 milhões do BNB – a PF tem Sebastião Maranhão Neto como “aparentemente alheio ao esquema processual fraudulento”; já em relação a Carlos Luna, o documento é implacável:

“Recebeu R$ 550.397,62 (quinhentos e cinquenta mil, trezentos e noventa e sete reais e sessenta e dois centavos) em 36 (trinta e seis) depósitos em espécie, sem identificação do depositante, em datas próximas às decisões e atos processuais suspeitos do evento 1; Adquiriu 20 (vinte imóveis) em 04/02/2016, meses após o levantamento do alvará (evento 1); Realizou diversas transações (crédito e débito), em período próximo aos fatos que envolvem o levantamento do segundo alvará (evento 2), com FELIPE ANTÔNIO SOUSA RAMOS”, diz o relatório da Polícia Federal.

A Polícia Federal vê Carlos Luna com “grande poder dentro da Orcrim, sendo responsável pelos “contatos” com o judiciário, tendo recebido
grande parte dos honorários fraudulentos expedidos por meio de alvarás judiciais”.

  • a outra cabeça criminosa no escritório Maranhão Associados é José Helias Sekeff do Lago;
  • Helias foi advogado da desembargadora Nelma Sarney e do ex-deputado Edilázio Júnior;
  • o irmão, dele, Arnaldo Sekeff, esteve no BNB no dia do saque de R$ 14 milhões, em 2015.

“Durante a investigação, foi possível identificar a participação de HELIAS SEKEFF como membro da organização criminosa, desempenhando o importante papel de repartição dos valores ilicitamente conquistados mediante decisões judiciais corrompidas, além de participar da lavagem dos referidos valores”, afirma o documento da PF.

Além de se apropriar de recursos dos dois saques milionários do BNB, Helias Sekeff e Carlos Luna usaram em sua empreitada outros advogados do escritório, que acabaram também investigados pela Polícia Federal; nessas relações eles se cruzam com o ex-deputado Edilázio Júnior e com a família do prefeito Fred Campos.

São estas relações o tema do próximo post da série sobre a Operação 18 minutos”…

Os operadores do esquema de venda de sentenças no TJ-MA…

Felipe Antonio Ramos Sousa e Janaina Moreira Lobão Coelho são filho e nora do advogado Francisco Xavier de Sousa Filho, beneficiário dos Alvarás Judiciais que arrancaram cerca de R$ 17,6 milhões do Banco do Nordeste em nome da Orcrim desbaratada pela “Operação 18 Minutos” da PF

 

O NÚCLEO FAMILIAR DA OCRIM. Diagrama mostra os recolhedores do dinheiro do BNB e para onde eles repassaram mais de R$ 17 milhões (os círculos vermelhos e laranja são do blog)

Já se sabe que o advogado Francisco Xavier de Sousa Filho foi o homem usado pela Organização Criminosa montada no Tribunal de Justiça do Maranhão para arrancar R$ 17,6 milhões do Banco do Nordeste do Brasil, segundo revelou a Operação 18 minutos, da Polícia Federal.

  • Xavier conseguiu o dinheiro em duas operações judiciais, mas ficou com uma parte ínfima dos recursos;
  • seu filho, Felipe Antonio, era o responsável por escolher os juízes julgadores dos processos contra o BNB
  • o grosso do dinheiro foi repassado a membros da Orcrim pela sua nora, Janaina Moreira Lobão Coelho.

“JANAÍNA MOREIRA LOBÃO COELHO (…) Recebeu (…) R$ 12.010.000,00 (doze milhões e dez mil reais) provenientes de alvará judicial (evento 1), tendo movimentado R$ 8.700.000,00 (oito milhões e setecentos mil reais) em espécie, no mesmo dia do levantamento (05/10/2015), e outros R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais) nos dias subsequentes”, diz relatório da Polícia Federal encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça e obtido com exclusividade por este blog Marco Aurélio d’Eça.

Evento 1, é como a PF denomina a operação que resultou no alvará de R$14,1 milhões sacados do BNB em 2015; os R$ 12 milhões operacionalizados por Janaina Coelho são provenientes destes R$ 14 milhões sacados por Felipe Antonio no processo ganho pelo seu pai, Francisco Xavier.

  • Felipe Antonio tinha relações com os desembargadores, juízes e advogados membros do esquema;
  • ele atuou tanto no evento 1, de 2015, quanto no evento 2, que resultou em mais R$ 3,4 milhões do BNB.

“Verifica-se que, além de reger o trâmite processual, em claro conluio com os magistrados julgadores do processo do BNB, FELIPE ANTONIO é um dos principais membros da organização criminosa no tocante à distribuição e lavagem de dinheiro ilícito recebido por meio do levantamento dos alvarás judiciais”, diz o relatório da PF.

  • a quadrilha que corrompeu o judiciário é formada ainda pela esposa de Xavier, Eliane Sousa Ramos, e seu filho, Fernando Antonio Sousa, casado com Janaina;
  • o núcleo familiar da Orcrim, no entanto, reclama durante toda a operação de estar sendo sufocado pelo núcleo judiciário, que quer “ganhar mais que o Xavier”.   

“De fato, observando-se o diagrama de repasses do alvará judicial de 17/03/2023 (evento 02), presente na Informação de Polícia Judiciária nº 3478772/2024 (anexa), verifica-se que a maior parte do valor do alvará ficou com os advogados investigados, sócios do escritório MARANHÃO ADVOGADOS e a família de FRANCISCO XAVIER, autor da demanda, ficou com a menor parte”, reconhece a delegada da Polícia Federal Rebecca Diniz Alves Fonseca, que assinou o documento.

Será o escritório “Maranhão Advogados” o personagem principal do próximo post da série sobre a “Operação 18 Minutos”…

O homem que arrancou R$17,6 milhões do BNB para desembargadores, juízes e advogados

Francisco Xavier de Sousa Filho é o beneficiário dos dois Alvarás Judiciais que resultaram na “Operação 18 Minutos” da Polícia Federal, envolvendo quatro membros do TJ-MA, dois juízes, sete advogados e outros envolvidos

 

MALOTES MILIONÁRIOS. Flagrante de um dos envolvidos na Orcrim da venda de sentenças no TJ-MA saindo de agência com os milhões do BNB

O ex-advogado do Banco do Nordeste do Brasil Francisco Xavier de Sousa Filho conseguiu em 5/10/2015, nos autos do processo nº 217/1983, sentença contra seu empregador por honorários não pagos no valor de R$ 14.163.443,18. Oito anos depois, em 17/3/2023, o mesmo Francisco Xavier ganhou outra sentença do judiciário maranhense contra o mesmo BNB, agora no valor de R$ 3.439.473,53, resultante dos processos nº0840724-25.2021.8.10.001 e nº 0008181-37.2000.8.10.0001.

  • foram exatos R$ 17.602.916,71 arrancados do BNB em duas sentenças judiciais, uma delas proferida e executada em 18 minutos;
  • mas o ex-advogado ficou apenas com a menor parte dos recursos, que abasteceram contas de membros do TJ-MA e advogados.

“Apesar de ter recebido mais de R$ 17.000.000,00 (dezessete milhões de reais) apenas com os 2 (dois) eventos investigados, [Xavier] residia em uma casa simples em um bairro de classe média baixa em São Luís, não possui registro de viagens para o exterior, passaporte, veículos em seu nome etc…”, afirmou o relatório da Operação 18 Minutos da Polícia Federal, obtido com exclusividade por este blog Marco Aurélio d’Eça.

No documento, de 174 páginas, a PF mostra não ter dúvidas de que os milhões arrancados do BNB abasteceram as contas dos desembargadores Marcelino Chaves Ewerton, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Antonio Guerreiro Júnior e Nelma Sarney; dos juízes Cristiano Simas de Sousa e Alice de Sousa Rocha, assessores dos magistrados, vários advogados e empresários maranhenses, todos eles indiciados e denunciados como Organização Criminosa ao Superior Tribunal de Justiça. 

VÁRIOS COMANDOS. Organograma de um dos núcleos da Organização Criminosa envolvendo desembargadores, juízes, advogados e empresários

A Operação 18 Minutos da Polícia Federal foca nos R$ 17,6 milhões sacados por Xavier e na quadrilha judicial no que chama de “Evento 1” e “Evento 2”; mas o ex-advogado do BNB conseguiu da Orcrim outras duas sentenças:

  • a primeira em 15/2/2024, fruto do processo nº 0000621-49.200008.10.0001, resultou no saque de R$ 2.822.428,12;
  • a outra, datada de 2/5/2024, do processo nº 0836302-36.2023.8.10.0001 pagou ao advogado exatos R$ 3.101.858,55.

“Apenas em 2024, depois do recebimento de outros alvarás milionários, [o investigado Francisco Xavier de Sousa Filho] mudou-se para um apartamento de classe média”, conta o relatório da PF, assinado e encaminhado ao STJ pela delegada Rebecca Diniz Alves Fonseca.

  • mas se não desfrutou dos saques criminosos, como Francisco Xavier repassou o dinheiro aos magistrados e advogados?!?
  • é aí que entram esposa, filhos e outros parentes do advogado do BNB, sobretudo Janaina Moreira Lobão Coelho, sua nora. 

Para a Polícia Federal, Janaina Coelho movimentou a maior parte do dinheiro, exatos R$ 12,1 milhões, que espalhou em nada menos que 41 operações para várias pessoas – incluindo uma criança de 8 anos – que fizeram os valores chegar à cúpula da quadrilha.

Mas esta é uma outra história…

A lava jato parlamentar…

Brasil está prestes a conhecer um escândalo de R$ 50 bilhões em emendas secretas, que envolve senadores e deputados federais de todo país, incluindo diversos membros da bancada maranhense

 

CONTROLE EXTERNO. Flávio Dino tem em mãos informações para botar o Congresso Naci9onal abaixo nos próximos anos

 

Em primeira mão

O que tem a ver o empresário José Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, o presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e os deputados federais maranhenses Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil (ambos do PL)?!?

  • Moura, o “Rei do Lixo” opera esquema de R$ 1,4 bilhão em diversos estados, incluindo o Maranhão;
  • de volta à cúpula do Senado semana passada, Alcolumbre é do União Brasil, partido próximo a Moura;
  • Josimar e Pastor Gil devem ser os primeiros parlamentares a serem julgados no STF no caso das emendas.

Preso em dezembro, o “Rei do Lixo” passou a ser visto pela Polícia Federal como uma pequena fagulha no “fogo de monturo” envolvendo  o orçamento secreto e as emendas parlamentares sem destino definido; esse escândalo já está sendo visto no Congresso Nacional como a futura “Lava jato Parlamentar”, que atormenta deputados e senadores. (Entenda aqui)

“Uma fonte muito bem posicionada, com conhecimento dos três Poderes, disse que esse é, seguramente, o maior escândalo de corrupção da história do Brasil, porque a gente está falando de R$ 50 bilhões que simplesmente foram para ‘LINS’ (lugar incerto e não sabido)”, comentou a jornalista Daniela Lima, da GloboNews. (Veja aqui)

  • no Maranhão, o Rei do Lixo movimentou R$ 39,3 milhões, segundo planilha apreendida e já em poder da Polícia Federal;
  • no estado, o esquema era operado por alguém com as iniciais CA, que também operava no Pará, São Paulo, Piauí e Amapá.

MARANHÃO PRESENTE. Recorte de planilha apreendida pela PF com valores movimentados pelo “Rei do Lixo”; “CA” era o cara dos maranhenses

A própria Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal que o processo envolvendo o “Rei do Lixo” passe à relatoria do ministro Flávio Dino, que relata casos envolvendo emendas parlamentares;

E é exatamente em Flávio Dino o fio da meada que pode levar ao maior escândalo de corrupção da história do Brasil.

  • em dezembro, Dino determinou o bloqueio de R$ 4,2 bilhões dessas tais emendas para “LINS”;
  • destes R$ 4,2 bi, nada menos que R$ 780 milhões – 18% – envolvem emendas para o Maranhão.  

“A história dele [o ‘Rei do lixo’], quando vem à tona, porque a polícia está investigando, deixa uma parte do Congresso num estado de amedrontamento. Ouvi de uma fonte da polícia: ‘Este é o maior caso da PF hoje, e pode ser um escândalo’. O caso do ‘Rei do lixo’ e adjacências, porque todo mundo sabe que as coisas se conversam e se conectam”, ponderou a também jornalista Natuza Nery, da GloboNews.

E é exatamente esta conexão que deve resultar na Lava Jato Parlamentar…

Neto do Sindicato vai à Polícia Federal e desmente acusação de compra de apoio político

 

ESCLARECIMENTO. Termo de Declaração apresentado por Neto do Sindicato mostrando a verdade dos fatos em Caxias

Um episódio polêmico tomou conta do cenário político em Caxias nesta sexta-feira, 25.

O suplente de vereador Neto do Sindicato compareceu à Polícia Federal para desmentir as declarações feitas pelo apoiador do grupo Gentil, Paulo do Barro. Segundo Paulo, Neto do Sindicato e Paulinho teriam oferecido R$ 40 mil para garantir o apoio político em sua campanha.

Neto do Sindicato, em seu depoimento à Polícia Federal, negou veementemente as acusações.

PERSEGUIÇÃO. Neto foi vítima de perseguição do grupo dominante de Caxias e desmentiu apoiador de Gentil Neto

Ele afirmou que não houve qualquer tentativa de compra de apoio político e que a narrativa divulgada por Paulo do Barro é uma armação do grupo Gentil, liderado pelo prefeito Fábio Gentil. O suplente declarou que todo o processo foi registrado e que está tomando as devidas providências legais para processar Paulo do Barro por denunciação caluniosa.

Estou aqui para esclarecer os fatos e defender a verdade. Nunca houve qualquer tipo de negociação envolvendo dinheiro para apoio político. Essa acusação é uma tentativa de manchar minha reputação e a do Paulinho, que sempre atuou com seriedade e transparência”, afirmou Neto do Sindicato em nota à imprensa.

POLÍCIA FEDERAL. Documento assinado pelo suplente de vereador será agora analisado para investigação mais apurada

O caso gerou grande repercussão em Caxias, e muitos aguardam o desfecho das investigações.

A expectativa é que a Polícia Federal apure os fatos para esclarecer a veracidade das acusações e possíveis manipulações de informações por parte dos envolvidos. Neto do Sindicato se mostrou confiante e prometeu que seguirá em busca da verdade e da justiça.

A disputa acirrada e as trocas de acusações refletem a intensidade do cenário político em Caxias, especialmente em um momento decisivo para o futuro da cidade.

O caso deve repercutir por mais tempo, sendo fundamental a atuação da Justiça para que os caxienses saibam quem está falando a verdade.