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Ditadura, 30 anos depois do fim…

sarneyPor José Sarney

A memória não retém o momento, o clima, a emoção.

Hoje, 15 de março de 1985 é apenas uma data, fonte de tantos julgamentos e versões. O tempo é uma invenção do homem, e as datas redondas nos seduzem a construir o passado.

Na história do Brasil tivemos momentos de grandes inflexões. Mas aquela data será julgada no futuro como um instante em que a história se contorcia. Ela marca o fim de um período marcado por revoluções, golpes de Estado, militarismo – agregação de poder político ao poder militar – e instalação de uma democracia de massa, que o país jamais conhecera.

Um Estado Social de Direito, o exercício pleno da cidadania, das liberdades individuais e dos direitos sociais.

Os que vivem hoje jamais poderão avaliar o que estava em jogo naquela noite de 14 para 15 de março. A nove horas de tomar posse, o abdômen de Tancredo Neves, presidente eleito, começava a ser aberto no Hospital de Base de Brasília. Não se sabia que ali começava o seu martírio e a sua agonia.

A realidade imitava a ficção. O país atônito. Os políticos envoltos em perplexidades não tinham nenhum grupo mobilizado. Reuniam-se improvisadamente na Câmara e no Senado. Os jantares organizados para antecipação da festa se transformavam em desorientação e tristeza. O ministro do Exército comunicava ao chefe da Casa Civil, Leitão de Abreu, que iria voltar ao seu posto de comando e desencadear uma ação para interromper o longo processo da transição.

No meio de tudo isso, dois homens aparecem, mostram grande espírito público e capacidade de gerir crises: Ulysses Guimarães e Leônidas Gonçalves.

Quando, tomado de profunda emoção e saindo de uma depressão que escondi do país durante vários meses, voltado totalmente para o problema humano de Tancredo, disse a Ulysses que não desejava assumir sozinho, ele, rispidamente e mostrando sua fibra de grande chefe, me disse: “Não é hora de sentimentalismos, Sarney. Temos deveres com a nação. Um processo tão longo de luta pelas instituições não pode morrer nas nossas indecisões”.

O general Leônidas, já escolhido ministro do Exército, partiu para ações concretas: “Vamos ao Leitão de Abreu, não para discutir a sucessão, mas para dizer que amanhã, às 10 horas, o vice-presidente, conforme determina a Constituição, irá prestar juramento perante o Congresso e assumir a Presidência até o restabelecimento de Tancredo”.

E assim fez, em companhia de Ulysses e dos senadores José Fragelli e Fernando Henrique Cardoso. As mesas do Senado e da Câmara decidiram no mesmo sentido. O Supremo Tribunal Federal, convocado secretamente pelo presidente Cordeiro Guerra, deliberou que esse era o caminho da Constituição.

Quando me comunicaram as conclusões, às três horas da manhã, eu era um homem batido pelo imprevisto. Tomei posse “com os olhos de ontem” e enfrentei o desconhecido dos anos que estavam à frente.

Passados 30 anos, o brasilianista Ronald Schneider, que estudou as transições democráticas, diz que a do Brasil foi a mais exitosa.

Iniciou-se a Nova República com o lema “Tudo pelo social”.

Enfrentei 12 mil greves, convoquei a Constituinte, implantamos uma democracia social, rompemos com a ortodoxia econômica com o Plano Cruzado, alcançamos a mais baixa taxa média de desemprego de nossa história –3,59%.

Até hoje não se repetiu o crescimento econômico daqueles anos.

Relembro nesta data Tancredo Neves. Afonso Arinos disse: “Muitos deram a vida pelo país, mas Tancredo é o único que deu a sua morte pelo Brasil”.

Esta é a história destes 30 anos de paz social, de alternância de poder e da presença do proletariado nas decisões nacionais.

José Sarney, 84, membro da Academia Brasileira de Letras, foi presidente da República (1985-1990)
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A agonia pública do PT…

ptO Partido dos Trabalhadores completou 35 anos esta semana, envelhecido em ideais, propósitos e propostas.

Partido mais querido do país, segundo as pesquisas de opinião pública, o PT perdeu força popular, desgastou-se ideologicamente e passou a ser identificado com a corrupção em apenas 12 anos de poder.

Aos 35 anos, o PT não é nem sobra do que já foi.

A gestão d presidente Dilma Rousseff ampliou o desgaste já experimentado no fim do governo Lula. E o próprio Lula – figura política mai carismática do país – já começa a sentir os efeitos do desgaste.

Antes poupado nas críticas ao partido, hoje o ex-presidente também é visto como culpado por “tudo isso que está aí” e sabe que “nunca antes na história deste pais” o PT corre o risco de ser apeado do poder de forma humilhante.

Para tentar amenizar o desgaste da imagem,  petistas de todo o país tentaram dar às festa de aniversário do partido por todo o país. Era a tentativa de mostrar unidade e força popular.

No Maranhão, com seus mais de 35 mil filiados, a festa petista se resumiu aos mesmos de sempre, que controlam a legenda há anos – e que também têm participação no desgaste da imagem.

Os 35 anos do PT chegam no momento mais difícil do partido.

É como se a legenda estivesse na UTI, respirando com a ajuda de aparelhos.

E tentando sobreviver para viver mais 35 anos.

Mas os tempo são outros…

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Devolva-me!

O governo Flávio Dino precisa parar de fazer proselitismo em relação aos acervos históricos do período da nova república. Se há ilegalidade na fundação da Memória Republicana que Dino tenha coragem e decrete seu fim de uma vez por todas; se não há, que assuma o acervo, de caráter nacional

 

Flávio Dino precisa cumprir a lei; ou revogá-la

Flávio Dino precisa cumprir a lei; ou revogá-la

O título acima vem de uma expressão do senador José Sarney.

– Só desejo que se cumpra a lei. Aquele patrimônio era meu e nacional e eu doei ao povo maranhense, com a condição de que seja preservado. Se não quiserem, devolvam-me – afirmou o ex-presidente, em sua coluna dominical no jornal O EstadoMaranhão, do dia 11 de janeiro. (Leia aqui)

No texto, Sarney elenca as leis e decretos-Lei que garantem a concepção nacional dos acervos presidenciais, sejam eles pessoais ou não.

Mas Flávio Dino, insiste em querer fazer média política com a questão da fundação e de outros bens doados ao estado pelo ex-presidente.

Ora, Flávio Dino, se há ilegalidade nas ações da Fundação ou na doação de imóvel ao estado, por que simplesmente não anula dos decretos? Por que, simplesmente, não devolve o acervo ao ex-presidente, que, a partir de então, terá que arrumar novo endereço para colecioná-los?

Ao admitir que aceita conversar com Sarney sobre o acervo (veja aqui), Dino demonstra que não tem a exata convicção do que quer em relação ao acervo do ex-presidente.

E agora cria mais uma situação: quer devolver um imóvel no Centro Histórico, que foi doado ao estado pelo mesmo Sarney. (Leia aqui)

Tome coragem, governador!

Não resolve nada ficar gerando m´dia alugada com a histórica com a história do convento. Se o governador entende que o acervo não serve para o estado, que não tem importância, então que devolva de uma vez por todas ao seu autor.

Pior: se há ilegalidade na concepção da FMRB, então o mais correto e honesto é extingui-la – ou extinguir sua relação com o Estado – e não ficar tentando entendimento com seus autores.

Flávio Dino só tem um caminho: cumprira lei; seja contra ou a favor da fundação.

mas tem que ter coragem para isso…

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É preciso compreender o momento…

Com a aposentadoria do senador José Sarney e da ex-governadora Roseana Sarney, o grupo político que ambos lideravam no estado foi extinto. E só com a compreensão desta sentença, governistas e oposicionistas – atuais e futuros – poderão seguir em frente

 

Editorial

 

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Sarney e Roseana: distantes da política

O debate público travado entre a deputada eleita Andrea Murad e o líder do bloco Pelo Maranhão na Assembleia Legislativa, deputado Roberto Costa (ambos do PMDB), mobilizou lideranças peemedebistas e deputados de outras legendas – e até do grupo que ora chega ao poder.

Mas o debate, em si, apenas encerra uma sentença: o grupo Sarney, continuará a existir como ideologia política ou conceito, mas não como agrupamento. Este, encerrou-se com a aposentadoria do senador José Sarney e da governadora Roseana Sarney.

E isso antes mesmo do início da campanha eleitoral.

O que Costa e Andrea fazem agora, é tentar ocupar um vácuo, que outras lideranças ou candidatos a liderança deveriam também estar fazendo.

Manter a ideia de sarneysismo viva – ou ressentir-se da falta de liderança no grupo que o senador e ex-presidente comandou nas últimas décadas – é jogar a própria responsabilidade para o passado.

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O espaço vazio sempre será ocupado

E isso vale tanto para o grupo do próprio senador quanto para aquele liderado pelo governador eleito Flávio Dino (PCdoB).

Não há mais grupo Sarney.

O que há, ou está prestes a existir, é um novo governo, que inaugurará um novo ciclo. E este novo ciclo terá não só Dino como liderança, mas muitos outros que apostaram em sua ascensão e saberão esperar o momento.

Mas há também a necessidade de oposição, condição precípua para a existência de um governo. E aqueles que perceberem a importância de ser oposição – e sobreviver a ela – também terão lugar no futuro panteão.

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Na política, o rei sempre estará de pé

É um erro de Flávio Dino continuar a invocar o sarneysismo como um espectro a rondar o seu futuro governo. Também é um erro dos ex-sarneysistas ressentirem-se da ausência de liderança quando, na verdade, o que há é um vácuo de poder, pronto a ser ocupado.

Em política não há espaços vazios.

O que Roberto Costa e Andrea Murad fazem, com absoluta maestria, é tentar ocupar os espaços mais próximos de si.

Reclamar ou ressentir-se, de nada adiantará.

Por que a história segue o seu rumo, agraciando aqueles que sabem acompanhá-la, no poder ou fora dele.

Mas ela também pune os que não sabem olhar pra frente.

É simples assim…

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Cafeteira também se despede do Senado…

Senado Federal encerra legislatura

Cafeteira, em discurso no Senado

Ex-prefeito de São Luís, ex-governador, ex-deputado federal, ex-senador e atual senador pelo Maranhão, Epitácio Cafeteira (PTB) fez ontem a sua despedida de seu  atual mandato.

– Tenho 90 anos: 52 anos de vida pública. Enquanto a saúde me permitiu, neste segundo mandato que cumpri no Senado, de 2007 até hoje, procurei o convívio fraterno e respeitoso com os parlamentares desta Casa, obtendo deles reciprocidade e carinho. Procurei aprender com os bons, e talvez alguma coisa ensinar, extraída de uma longa e proveitosa experiência de vida – disse o senador, o mais antigo em atividade no Congresso Nacional.

Cafeteira é também um símbolo da política maranhense.

Durante toda a segunda metade dos anos 1900 esteve efetivo na vida público,com embates  fortes e  atuação destacada, como parlamentar e como executivo.

Poucos conseguiram construir a sua trajetória, mesmo estando, boa parte da vida, na oposição.

– Fui quase tudo na vida pública. O ano de 1963 já me encontrou suplente do deputado federal Pedro Braga. Convocado, a certa altura, a exercer o mandato, o exerci. Segui, desde essa estreia na vida pública, o propósito de bem servir ao Brasil e ao Maranhão – disse o senador maranhense.

A vaga de Cafeteira no Senado será ocupada, a partir de fevereiro, pelo atual vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB)…

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Uma história única…

O senador José Sarney (PMDB) encerrou ontem a sua participação na vida pública nacional, após mais de 50 anos de efetiva militância política.

José Sarney, Maranhão, História

O senador Sarney despede-se do Senado

E o fez com o orgulho de quem construiu trajetória única no país, chegando ao posto máximo do poder político brasileiro, que é a presidência da República.

Único maranhense a ocupar o comando de dois dos três poderes da República – foi presidente do país e do Congresso Nacional – Sarney é também o único ex-presidente vivo a se manter no poder mesmo após ter deixado a presidência.

Foi depois de deixar o Palácio do Planalto, em 90, que o maranhense chegou por quatro vezes ao comando do Senado, outra marca única em sua biografia.

Democrático e conciliador, o ex-presidente enfrentou de forma serena uma ferrenha oposição política em seu estado natal, que tentou por várias vezes destruir sua biografia; mas manteve a dignidade de permitir que os oposicionistas pudessem construir sua história sem represálias ou perseguições de qualquer tipo – e este é outro traço único na biografia de Sarney.

O maranhense de Pinheiro deixa a vida pública após ser deputado federal, governador, senador e presidente da República.

E também será o único líder político brasileiro a deixar o poder sem ser derrotado eleitoralmente.

O presidente da abertura democrática e das bases da solidez econômica no país é também o único entre os ex-ocupantes do Palácio do Planalto a construir – ao mesmo tempo em que participava dos embates políticos – uma carreira igualmente brilhante na literatura e na vida intelectual – com reconhecimento mundial de sua obra.

E este também é um traço único na biografia do político Sarney, que ilustra sua história de cinqüenta anos de vida pública.

História única no Maranhão e no Brasil…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão

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Uma carta do passado…

Fazendo uma pesquisa na internet para um trabalho que estou desenvolvendo, encontrei uma carta escrita por Plato de Corinto, um escravo grego forro, uma espécie de administrador ou secretário particular de Justus Domício Sílio, romano ilustre e nobre. O texto que acompanhava a carta dizia que a sua tradução, do latim para o inglês e depois para o português, foi feita no sentido de fazer com que o texto ficasse mais compreensível para as pessoas do século XX

 

HAHAHPor Joaquim Haickel

“Senhor, meu mestre, filho de Júpiter e benemérito das boas causas, pai dos pobres e defensor dos oprimidos…”

“… Flávius Cotro Disceno entendeu, faz muito tempo, que para vencer essa maldita guerra civil não importaria com quem se juntasse, tanto que se associou com a pior escória remanescente da oligarquia Jônia!

O comando dessa oligarquia jamais entendeu que não poderia ficar apático, inoperante, inapetente. Não entendeu que não se deve nem se pode sair de um jogo quando se está perdendo. Que até se pode, e em alguns casos até se deve sair do jogo, mas deve-se saber a melhor hora de fazer isso, de sair de cena. Existem saídas que são motivadas pelo tempo, pela idade, que precisam ser feitas e existem permanências que deveriam ser motivadas pelo bom senso, pela necessidade, pela lealdade, utilizando-se um sentimento de companheirismo e de sacrifício comuns apenas aos verdadeiros bravos.

Enquanto os Discenos não fazem restrições a quem se juntar, seu primo, Marco Ápio Jônio, primogênito de sua tia România, comandante supremo da oligarquia Jônia, passou os últimos anos alijando companheiros por meras e gratuitas antipatias, por um critério seletivo absurdo, motivado por seus cortesãos, o que os enfraqueceu como grupo. Além do que, cresceram tanto que chegaram a um ponto que dentro de seu campo havia mais adversários que fora dele. Nem Marte consegue juntá-los como um único exército”.

“No tempo de Romulo e Remo, a rivalidade interna dos clãs era incentivada para fortalecer ao senhor supremo. Ficou patente que essa atitude funciona por um tempo, mas depois se deteriora, tanto que “uns almofadinhas, queridinhos do poder”, comensais da mesa grande, pessoas que sempre foram mais protegidas que outras, que com suas atitudes acabaram por fazer com que alguns covardes debandassem para o adversário. Os Jônios chegaram a um ponto onde quase todos eles estavam cometendo algum tipo de erro”.

esparta

“É verdade que não há batalha que seja perdida antes de seu final. Ainda há nos corações e nas mentes de alguns comandantes Jônios o fogo da fé em uma boa batalha que os leve à esperada vitória.

Não há guerra que possa ser perdida por culpa de seus oficiais subalternos, eles só cumprem ordens. Quem as dá são os oficiais superiores, mas se estes não estão preparados para isso…

Os Jônios conseguiram enfim um guerreiro que se disponibilizou a sair de sua zona de conforto, que abandonou sua vila nas montanhas e sua toga de senador para enfrentar Flavius, adversário poderoso, que afia sua espada faz mais de oito anos, que possui bem junto a si um comando competente, que tem trabalhado a seu favor uma poderosa e sanguinária máquina de guerra, que arregimentou um exército de mercenários oriundos das fileiras do inimigo.

Enquanto isso, os Jônios não souberam ouvir os oráculos, não souberam interpretar as entranhas das aves. Cercaram-se, durante muito tempo, por uma cortina de lacaios que turvaram suas vistas e embaçaram sua percepção, que os embriagou com bajulações e loas.

Tudo que os Jônios têm hoje é esse guerreiro, Veritius Arria Latus, que luta em defesa desse imenso grupo, nem sempre coeso, graças às falhas de comando. Em outras circunstâncias esse guerreiro jamais teria condições de representar nosso povo, ele seria impedido pelas intrigas da corte e pelas preferências do poder.

O que me consola Mestre, é que no seio da corte adversária, as mesmas coisas já acontecem hoje, e conforme se desenvolverem os acontecimentos, as mães, história e filosofia, juntas, feliz ou infelizmente, irão operar suas ações, fazendo com que seus trajetos, como sempre, se repitam.

Com pesar constato que nós, sua casa, seu povo, estamos no meio dessa guerra, dessa tragédia, que certamente, com essas proporções, não é a primeira desse gênero e pelo visto não será a última”.

“Mestre, o povo sofre, principalmente porque, tal qual já aconteceu antes, vê que há pouca ou nenhuma diferença entre os contendores de agora.

Rogo aos Deuses, protetores dos bons e dos justos, que na Gália, meu senhor esteja tendo sucesso em sua jornada. Que meu senhor encontre seu destino com leveza, coisa que deve sempre acontecer a um filho dileto de Júpiter.”

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Reis Pacheco: uma versão para a história…

Em 1994, o então senador Epitácio Cafeteira disputava o Governo do Estado contra a deputada federal Roseana Sarney.

Faltavam poucos dias para a eleição e Cafeteira liderava, mas com Roseana avançando, apesar do clima de tensão-e-salve-se-quem-puder em seu comitê, marcado por rompimentos políticos pré-eleitorais.

Nas hostes cafeteiristas, marcavam presença figuras como Aderson Lago, Jaime Santana, Domingos Dutra,  João Castelo, aliados de Jackson Lago e parentes do ex-governador Luiz Rocha, muitos ainda hoje na ativa.

Ameaçado pela virada, Cafeteira passou a alertar a população em seu programa eleitoral de que “os adversários poderiam criar” alguma história contra ele.

Esse alerta durou uma semana, na propaganda eleitoral.

Depois disso, surgiu no meio da campanha um falso dossiê sobre a suposta morte de um homem chamado Reis Pacheco. O falso dossiê continha supostas provas de que Cafeteira teria, supostamente, mandado matar o homem.

Reis Pacheco era técnico de uma multinacional em São Luís. E havia atropelado e matado o ex-vereador Hilton Rodrigues, sogro de Cafeteira, quando este era governador (entre 1986 e 1989).

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Recorte do JP da época

O dossiê “surgido” do nada chega a aliados de Roseana. Alguns entusiasmam-se e conversam com jornalistas (não havia blogs, não havia internet, muito menos redes sociais e whatSapp).

Os jornais eras as peças principais do noticiário político.

Um tititi ganhou as ruas de São Luís e se espalhou pelo Maranhão, mas apenas um ou outro colunista arriscou-se a publicar alguma especulação sobre a história. Alguns jornais até pensaram em dar manchete, mas recuaram.

PTudo durou menos de um final de semana, nem deu tempo direito de o caso ir para a propaganda eleitoral…

Mas Cafeteira e seus aliados, obviamente, passaram a ser a indignação em pessoa: revoltados, sofridos perseguidos.

E num passe de mágica, eis que surge Reis Pacheco, agora um morador do Pará (provavelmente vivo até hoje), para salvar a honra do senador que enfrentava a oligarquia.

O desmentido ganhou mais destaque nos jornais que a acusação – sobretudo nos alinhados ao anti-sarneysismo.

E dominou também a propaganda eleitoral da reta final da campanha.

Assim surgiu a histórica farsa do caso Reis Pacheco, uma espécie de não-fato que, aparentemente, tinha o objetivo de influenciar no resultado das eleições de 1994 – ou consolidar alguma posição.

E a história passou a constar do anedotário político maranhense dos últimos 20 anos.

Cafeteira, apesar de tudo, perdeu aquela eleição para Roseana Sarney – e perdeu de novo em 98 – mas a disputa tornou-se histórica também por causa de Reis Pacheco.

E a história, como se sabe, cíclica, sempre se repete.

Como farsa ou como tragédia…

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Terroristas e comunistas…

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Terroristas das Farc; há quem ache bonito suas ações

Os atos do grupo terrorista Estado Islâmico, na região do Oriente Médio, são criminosos sob quaisquer aspectos que se veja.

Terroristas de esquerda, de direita; terroristas sem ideologia alguma, terroristas dogmáticos e terroristas de fé se espalham pelo mundo com suas ações criminosas.

As Forças Revolucionárias da Colômbia (Farcs), que dominam a América Latina e influenciam até no tráfico internacional de drogas, formam um grupo terrorista.

E se declaram de “inspiração comunista”. (Saiba aqui)

– As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo governo da Colômbia, pelo governo dos Estados unidos, Canadá e pela União Européia. Os governos da África, Equador, Bolívia, Brasil, Argentina e Chile não lhes aplicam esta classificação. O presidente Hugo Chávez rejeitou publicamente esta classificação em Janeiro de 2008 e apelou à Colômbia como outros governos a um reconhecimento diplomático das guerrilhas enquanto “força beligerante”. Cuba e Venezuela adotam o termo de “insurgentes” para as Farc – diz o site A Verdade Sufocada.

Cuba, Venezuela e Bolívia, que defendem as Farc, são as fontes de inspiração dos comunistas e da maior parte dos socialistas brasileiros.

Os black blocs em ação em São Paulo: queridinhos dos comunistas

Os black blocs em ação em São Paulo: queridinhos dos comunistas

No início do ano, quando um cinegrafista da TV Bandeirantes foi assassinado em atos de vandalismo político no Rio de Janeiro, o Senado passou a discutir uma Lei Antiterrorismo no Brasil. De acordo com a coluna Poder On Line, o PCdoB se posicionou contra a proposta.

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Atos de terror a partir de Pedrinhas: inspiração política?

– A ideia do partido é procurar demonstrar a falta de necessidade de aprovação do PSL 499/2013, que tramita no Senado e prevê a definição de crimes de terrorismo – disse a coluna, assinada pela jornalista Clarissa Oliveira. (Leia a íntegra aqui)

Atos como os que acontecem frequentemente em Pedrinhas – ou em outro presídio qualquer do país – são considerados simplesmente atos criminosos, assim com o vandalismo promovido pelos black blocs, no Sul do país.

Mas quando estes atos criminosos recebem incentivos políticos de qualquer espécie, aí eles passam a ser atos de terrorismo.

É simples assim…

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Flávio Dino e sua relação histórica com os Sarney…

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Em 2010, Dino pede para repetir beijinho em Roseana

A reação agressiva do jornalista Márcio Jerry, presidente do PCdoB, às declarações do senador José Sarney sobre a nomeação de Flávio Dino para a Embratur – logo Márcio, que vive defendendo campanha sem agressão (?) – mostrou que a histórica relação de Dino com Sarney é um assunto que deixa o comunista sem argumentos.

E os seus claramente irritados.

Em entrevista à TV Guará, Sarney revelou que tinha o poder de veto à nomeação de Flávio Dino para a Embratur, mas deu o “de acordo” à presidente Dilma Rousseff (PT).

– Disse que não ia vetar um maranhense para cargo algum em Brasília. Depois de nomeado, Flávio Dino foi me agradecer na minha casa – revelou Sarney. (Leia aqui)

Mas a relação de Flávio Dino com Sarney é bem mais antiga que esta nomeação para a Embratur – infelizmente agora alvo de investigação do Tribunal de Contas da União – e perpassa, inclusive, a convivência de infância, quando o pai de Dino era um dos principais aliados de Sarney, aliás, como permanece até hoje.

Primeira tentativa para prefeito
O titular deste blog foi partícipe de uma dessas articulações ainda em 2004, quando Dino ainda era juiz federal.

Naquele dia, uma tarde de fevereiro ou março, o jornalista, então repórter de Política de O EstadoMaranhão, foi chamado à redação para uma entrevista com Flávio Dino, que iria anunciar ali, sua pretensão de disputar a prefeitura naquele ano pelo PT.

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Assim como Roseana, Gastão Vieira declarou apoio público a Dino em 2008

A entrevista foi feita e publicada na edição de domingo de O Estado.

Dino pretendia deixar a magistratura naquele ano, mas sua pretensão de ser candidato – com apoio de próceres petistas como a então deputada Helena Barros Heluy, o ex-presidente petista Washington Oliveira e o hoje presidente da FUMC, Chico Gonçalves –  foi bombardeada por ninguém menos que  o deputado Domingos Dutra (hoje nas hostes dinistas).

Dutra espalhou no Maranhão que Dino iria se apropriar do PT, com apoio de Sarney, para chegar ao poder.

Resultado: a anunciada candidatura de Dino foi abatida no nascedouro, por um de seus principais aliados hoje.

Até há alguns anos atrás, o próprio Dino dizia ao titular deste blog que guardava a entrevista em seu gabinete em Brasília. Entrevista esta disponíveis nos arquivos do jornal, para quem quiser comprovar.

O tempo passou, e Dino só consolidou sua entrada na vida pública, em 2006, por intermédio de um ex-sarneysista, José Reinaldo Tavares (PSB), que praticamente comprou para o novo aliado um mandato de deputado federal.

Prefeitura outra vez
Em 2008, Flávio Dino entra na disputa pela Prefeitura de São Luís, contra João Castelo (PSDB), que tinha o apoio do então governador Jackson Lago (PDT).

O comunista chegou a agendar uma reunião com a então senadora Roseana Sarney (PMDB) que foi abortada por que o também então candidato Raimundo Cutrim (DEM) – hoje no mesmo PCdoB de Dino – revelou o encontro no horário eleitoral, contada por Roberto Kenard, em seu blog. (relembre aqui)

A aliança Dino/Roseana mereceu, inclusive, artigo do renomado jornalista e professor Ed Wilson Araújo, que em texto reproduzido pelo não menos renomado Walter Rodrigues, exortou a satanização da aliança pelos jackistas de plantão no governo. (Leia aqui)

Mesmo assim, Roseana Sarney declarou voto em Flávio Dino nas eleições de 2008, num gesto criticado como erro estratégico até pelos seus próprios aliados, que preferiam o apoio a Castelo.

Em 2010, Flávio Dino disputou as eleições de governador. E teve papel fundamental para a vitória de Roseana Sarney no primeiro turno, ao desqualificar a candidatura de Jackson Lago, espalhando no interior que o pedetista não poderia ser candidato por que havia sido cassado um ano antes.

Durante o debate entre os candidatos, uma cena antológica, registrada assim pelo saudoso Décio Sá:

– Após o debate de ontem os candidatos Flávio Dino (PCdoB) e Roseana Sarney (PMDB) se cumprimentaram. Trocaram beijinhos. O comunista , inclusive, insistiu num segundo beijo. “É porque eu e ele nos damos muito bem – disse ela, após o programa diante da provocação dos repórteres. (Releia aqui)

Como se vê, a relação de Flávio Dino com os Sarney não começou apenas com a indicação do comunista à Embratur – e nem se resume a uma amizade familiar de infância – mas perpassa pela questão política e pelas disputas de poder no Maranhão.

O comunista Márcio Jerry, portanto, pode até continuar a chamar Sarney de “velhaco, mentiroso”, numa agressão covarde e desmedida.

Mas os fatos sempre darão razão ao senador.

E contra eles, não há argumentos…