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Para onde vai José Reinaldo?!?

Ao escrever uma espécie de desabafo no Jornal Pequeno, o ex-governador reconhece, primeiro, a incapacidade do seu afilhado comunista de mudar o Maranhão sozinho; e, depois, faz um mea culpa tardio em relação ao seu próprio padrinho. Mas seu gesto deve ser respeitado como a quebra e um paradigma político 

 

Zé Reinaldo com seu pupilo, agora governador: é preciso mais do que um homem só..

Zé Reinaldo com seu pupilo, agora governador: é preciso mais do que um homem só..

O surpreendente artigo do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB)  publicado hoje no Jornal Pequeno aponta para dois caminhos.

O primeiro, mostra um Tavares cada vez mais distante de sua criatura, o atual governador Flávio Dino (PCdoB); o outro caminho, retrata um político em busca de redenção com o seu próprio criador, de quem se afastou e amarga hoje as consequências de seus atos.

Não é mais surpresa para ninguém que José Reinaldo hoje já não tem a mesma relação com Flávio Dino – que ele inventou como candidato a deputado federal e criou como candidato a prefeito e a governador, ajudando-o, sem dúvida, a se eleger em 2014.

O distanciamento de Dino pode ser visto em um dos trechos do artigo:

– Aqui falo por mim. Não falo por mais ninguém. Portanto não se trata de qualquer tipo de barganha. Não se trata da oferta de cargos em troca de apoio. Não é, enfatizo, um pacto político. Não se trata, enfim, de troca de favores – afirma o ex-governador. (Leia a íntegra aqui)

O próprio Tavares, há um ano atrás, no mesmo Jornal Pequeno, apontava Flávio Dino como a redenção do Maranhão, o homem capaz de mudar o estado em todos os seu aspectos; o homem capaz de livrar os maranhenses do jugo da oligarquia, que ele via como nefasta.

Hoje, o ex-governador vê “momento de imensa dificuldade”, reconhece que a missão da mudança não será “tarefa fácil” e faz “um apelo ao ex-presidente e àquele político que fascinou a todos os jovens promissores que com ele trabalharam, quando governador e nele acreditaram”, como o próprio José Reinaldo.

Flávio Dino com José Sarney, em recente aceno

Flávio Dino com José Sarney, em recente aceno

Falo por mim, sem medos de patrulhas e de maus entendidos. Não serei eu a ganhar nada me arriscando assim. Será o povo do Maranhão. Mas sei que muitos entre nós pensam como eu. Não estarei sozinho e nem pregando no deserto. Nossa sociedade não perdoará a nós políticos, se não nos unirmos em torno do projeto maior que é o desenvolvimento do Maranhão. Essa é a finalidade maior de estarmos na política, com ou sem mandatos”

Mas é de Sarney que José Reinaldo Fala, não de Flávio Dino. E é este o ponto do novo caminho do ex-governador.

O “pacto pelo Maranhão” proposto por José Reinaldo já havia sido proposto também pelo outro lado.

Pelo próprio Sarney, por João Alberto, Lobão – e até por Lula e por Dilma. Todos ironizados e ridicularizados por este mesmo Tavares, e por seu afilhado comunista cheio de si.

São apenas seis meses de governo Flávio Dino.

E como este próprio blog diz, gestão é como cantiga de grilo: termina sempre do jeito que começa. E o começo do governo Dino mostra que o futuro não guarda muito alegria para o maranhense – inclusive para os que acreditaram na mudança.

Mas, ao invés de críticas, patrulhas ou desabafos, o gesto de José Reinaldo Tavares é digno, sim, de respeito. Digno de reconhecimento pela coragem de assumir um posicionamento de valor histórico imensurável.

O que ele mostra é que não há ninguém melhor que outro, não há “Professores de Deus” na terra e muito menos salvadores da pátria.

É um gesto, sem dúvida, para mudar os paradigmas da política maranhense.

E ele, certamente, não estará falando sozinho…

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Prefeito e vice de São Bento trocam impressões políticas com Sarney…

Depois de cumprirem agenda com o vice-presidente da República, Michel Temer, em Brasília, o prefeito e vice-prefeito de São Bento, Carrinho e Isaac Dias, respectivamente, foram recebidos pelo ex-senador José Sarney no escritório do líder peemedebista.

Sarney, entre carrinho e IsaacFoi uma agenda muito boa e descontraída. O presidente Sarney, como sempre, muito simpático e atencioso. Trocamos impressões sobre o momento político no Maranhão, conversamos sobre projetos para a Baixada Maranhense, e eu e o prefeito Carrinho aproveitamos para convidá-lo para uma visita a São Bento. O presidente aceitou e deverá estar na cidade no início do mês de agosto. Sarney anunciou que doará 10 mil livros para a Casa de Cultura José Adriano Costa, local onde ele morou durante a infância. Vamos fazer uma grande programação para recepcionar o nosso mais ilustre baixadeiro”

Isaac Dias, vice-prefeito de São Bento

Os três baixadeiros conversaram sobre a situação atual da política maranhense, além de assuntos corriqueiros da região da Baixada.

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Carrinho e Isaac convidaram o ex-presidente para uma visita a São Bento, no que Sarney aceitou e deverá agendar o desembarque na cidade no início do mês de agosto, momento em que o imortal da Academia Brasileira de Letras doará um acervo de dez mil livros para a Casa de Cultura José Adriano Costa, local onde Sarney passou parte sua infância.

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Othelino pede informações sobre imóveis com nomes de pessoas vivas..

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O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da comissão que vai revisar as homenagens a pessoas vivas nos imóveis e logradouros públicos do Maranhão, já encaminhou ofício aos secretários de estado.

No documento, ele pede a relação dos logradouros pertencentes ao governo que façam homenagens às pessoas ainda vivas.

O objetivo do deputado comunista é sustar todo tipo d que chama de personalismo nos bens públicos.

A informações do governo serão analisadas na comissão especial presidida por Neto…

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Frase do dia: Sarney cita Andrea em coluna…

“E termino com boas notícias: Andrea brilha e a beleza que vinha lá do Curupu, na canção do Boi Barrica, agora chega do sertão: é Isadora, uma loira esfuziante, eleita Miss Maranhão. Godão que faça outra canção: “Esta é a beleza que vem lá de Imperatriz…”

José Sarney, em artigo deste domingo,24.

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As lições de José Sarney…

O marquês de Pombal, muitas vezes chamado de “déspota esclarecido”, gostava de dar conselhos a todos aqueles que nomeava para postos de mando no mundo português.

Assim, a um governador do Maranhão, seu sobrinho, o marquês de Mello e Póvoas, Pombal fez uma carta dizendo-lhe como devia governar. Esta carta é, até hoje, um manual de bom senso. Não era na linha de Maquiavel, da sobrevivência esperta, dos interesses do Príncipe, mas na direção do bem comum.

Mas há o conselho pior de todos que é o dos bajuladores, dos interessados, daqueles que desejam aconselhar errado para que as coisas não deem certo e eles possam prestar serviços e ganhar espaço. Este conselho tem o defeito de esconder-se nos mantos de todos os outros conselhos, é cheio de mimetismo e é muito agradável de ouvir. Fuja dele como o Diabo da Cruz, como diz a boca do povo.

O primeiro conselho que lhe dava era o de ter espinhos nos ouvidos, para que as coisas não entrassem de uma vez só.

E que quem governa deve ter dois ouvidos, um para ouvir o presente e outro para ouvir o ausente. Há um brocardo muito nosso que diz que “conselho e água benta só se dá a quem pede”.

E não há coisa mais difícil do que dar conselhos.

Há muitas espécies de conselhos. Uma parte que se pode chamar de conselhos de bem-querer. São os dos amigos mais chegados, dos filhos, dos parentes e de todos aqueles que nos cercam com afeto. Em geral superestimam as nossas qualidades, são intolerantes com os que nos criticam, mas todos eles são voltados para o melhor e têm como base o amor.

Outro conselho é aquele do amigo sincero, porém pouco inteligente, que nos dá de boa fé conselhos errados e muitas vezes desastrosos.

Há o conselho dos bons amigos e inteligentes, experientes e com espírito público, que muitas vezes são duros, são claros, são difíceis de ouvir, mas estes são melhores e devemos nos aproximar deles. Em geral são de pessoas que têm espírito público, que muitas vezes não têm tantos motivos de nutrir afetos por nós. Este é o bom conselho. É tão bom que se criou a devoção de Nossa Senhora do Bom Conselho.

Mas há o conselho pior de todos que é o dos bajuladores, dos interessados, daqueles que desejam aconselhar errado para que as coisas não deem certo e eles possam prestar serviços e ganhar espaço. Este conselho tem o defeito de esconder-se nos mantos de todos os outros conselhos, é cheio de mimetismo e é muito agradável de ouvir. Fuja dele como o Diabo da Cruz, como diz a boca do povo.

Há o conselho dos bons amigos e inteligentes, experientes e com espírito público, que muitas vezes são duros, são claros, são difíceis de ouvir, mas estes são melhores e devemos nos aproximar deles. Em geral são de pessoas que têm espírito público, que muitas vezes não têm tantos motivos de nutrir afetos por nós. Este é o bom conselho. É tão bom que se criou a devoção de Nossa Senhora do Bom Conselho.

Faço estas reflexões um pouco gongóricas para lembrar-me de quantas vezes recebi conselhos, de quantas vezes errei em segui-los e como é difícil descobrir entre o bom e o mau conselho.

Há o conselho da experiência, mas este conselho não é conselho, é testemunho.

Dizer o que se fez por um conselho não significa que venham ocorrer os mesmos efeitos, embora existindo as mesmas causas.

Há – não devo entrar no terreno da sociologia – a chamada teoria do intervalo. O que acontece nesse tempo, que correu do antigo tempo ao novo tempo? Por outro lado, há sempre aquele ceticismo quanto ao valor da experiência.

Bernard Shaw dizia, naquele seu famoso humor britânico, que a experiência só serve para uma coisa: que a experiência não serve para nada. A gente tem sempre a impressão de que tudo é fácil de ser corrigido e de que as decisões são fáceis.

É mais ou menos aquela indagação de Garrincha ao técnico que dizia como devia jogar: “E o senhor combinou com o outro time?”

O melhor mesmo é o que está no espírito de nosso provérbio popular, de que conselho e água benta são coisas parecidas. Mas não são.

Água benta se não faz bem, mal não faz.

Um mau conselho, às vezes, é pior do que um mau amigo.

Publicado com o título “Conselho e água benta” em O EstadoMaranhão, em 25/04/2015
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Maranhão sem mais espaços no Governo Federal…

Futuro governo Flávio Dino

Flávio Dino com Dilma: ele vai indicar quantos?

O senador José Sarney (PMDB) foi, ao longo dos últimos 30 anos, desde que assumiu a presidência da República, o maranhense com maior influência nos bastidores da política maranhense.

Esta influência permitiu, além do comando do país, que neste mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), o Maranhão tivesse dois representantes no ministério, o que incomodou, inclusive, líderes de estado mais ricos do país.

Mas Sarney anunciou aposentadoria da vida pública há duas semanas, quando se despediu do atual mandato de senador.

Agora, toda a responsabilidade pela influência que o Maranhão terá no cenário político nacional cabe ao governador eleito Flávio Dino (PCdoB), que disse necessitar mudar o Maranhão.

A presidente Dilma começou a anunciar ontem o seus ministros do próximo mandato.

E nenhum maranhense parece cotado para entrar na lista…

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Uma história única…

O senador José Sarney (PMDB) encerrou ontem a sua participação na vida pública nacional, após mais de 50 anos de efetiva militância política.

José Sarney, Maranhão, História

O senador Sarney despede-se do Senado

E o fez com o orgulho de quem construiu trajetória única no país, chegando ao posto máximo do poder político brasileiro, que é a presidência da República.

Único maranhense a ocupar o comando de dois dos três poderes da República – foi presidente do país e do Congresso Nacional – Sarney é também o único ex-presidente vivo a se manter no poder mesmo após ter deixado a presidência.

Foi depois de deixar o Palácio do Planalto, em 90, que o maranhense chegou por quatro vezes ao comando do Senado, outra marca única em sua biografia.

Democrático e conciliador, o ex-presidente enfrentou de forma serena uma ferrenha oposição política em seu estado natal, que tentou por várias vezes destruir sua biografia; mas manteve a dignidade de permitir que os oposicionistas pudessem construir sua história sem represálias ou perseguições de qualquer tipo – e este é outro traço único na biografia de Sarney.

O maranhense de Pinheiro deixa a vida pública após ser deputado federal, governador, senador e presidente da República.

E também será o único líder político brasileiro a deixar o poder sem ser derrotado eleitoralmente.

O presidente da abertura democrática e das bases da solidez econômica no país é também o único entre os ex-ocupantes do Palácio do Planalto a construir – ao mesmo tempo em que participava dos embates políticos – uma carreira igualmente brilhante na literatura e na vida intelectual – com reconhecimento mundial de sua obra.

E este também é um traço único na biografia do político Sarney, que ilustra sua história de cinqüenta anos de vida pública.

História única no Maranhão e no Brasil…

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão

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Imagens do dia: a despedida de um ícone…

José Sarney, ícone do Maranhão

Senador Sarney ao despedir-se da tribuna do Senado Federal, hoje à tarde… (imagem: Ag. Brasil)

Ex-presidente da República e do Congresso Nacional, ex-governador, ex-deputado federal e ex-senador, José Sarney se despediu hoje da vida pública, com discurso que recebeu o maior número de apartes da história do Senado.

José Sarney, o maior político do Maranhão

…E logo depois, ao lado de Lula, outro ex-presidente, na diplomação de Dilma (imagem: Instituto Lula)

Sarney encerra a carreira política como o maior político maranhense de todos os tempos, e com  um leque de realizações jamais visto em nenhum outro político vivo, feitos difíceis de ser alcançaods por qualquer outro maranhense. E a história mostrará isso…

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Discretamente…

José Sarney

José Sarney encerra mandato no fim do mês

A exemplo do que ocorreu com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ofereceu ao ex-presidente da República e ex-presidente da Casa, José Sarney (PMDB), a realização de uma sessão de despedida.

Sarney recusou.

Ele prefere concluir discretamente seu último mandato.

Da coluna Panorama Político, de O Globo