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Porque ela não pode falar???

Olga vai falar?

A convocação da secretária Olga Simão levou os articuladores do governo e a bancada governista na Assembléia Legislativa a uma espécie de bate-boca à distância que beirou o desespero de ontem pra hoje.

Uma troca de acusação entre deputados e líderes do governo pelo fato de o Requerimento ter sido apovado em plenário.

Que crime foi cometido? Porque tanto medo de falar?

Titular da pasta de Educação, a secretária deve falar sobre a relação com os professores da rede estadual e das metas do ensino no Maranhão.

Nada mais simples, nada mais comum.

Porque, então, tanta celeuma pela sua convocação?

Se Olga Simão está secretária, indicada pela governadora Roseana Sarney (PMDB), é por que a governadora sabe que ela  compreende os mecanismos do sistema educacional e tem preparo para falar deles em público.

Se não o tem, nem secretária deveria ser.

É, portanto, estranha, patética, desnecessária e até covarde a rede de superproteção em torno dela.

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Falta de sincronia ou de atenção?

A Assembléia Legislativa aprovou agora à tarde a convocação da Secretaria de Educação, Olga Simão. Ela vai falar

Deputados aprovaram convocação de secretária

sobre a greve dos professores e da relação do governo com a categoria.

Dos deputados presentes, apenas Eduardo Braide (PMN), Carlos Alberto Milhomem (DEM), Rigo Teles (PV), Doutor Pádua (PP), Fábio Braga (PMDB), André Fufuca (PSDB), Vianey Bringel (PMDB), Jota Pinto (PR) e Raimundo Louro (PR) votaram contra.

Logo depois, em conversa com o titular deste blog e os jornalistas Jorge Aragão e José Carlos Teixeira, o deputado Hélio Soares (PP) mostrou-se surpreso com a aprovação do Requerimento:

– Não, não aprovamos não! – afirmou o parlamentar, numa clara falta de atenção.

Diante da confirmação de todos, ponderou sobre problemas pessoais que o tem tirado da Casa e argumentou sobre a votação:

– Isso é falta de sincronia. É preciso maior articulação do governo e da bancada!

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A estranha doença do presidente nacional do PT…

A cúpula do PT e do governo tentam esconder a história desde o início do ano.

O presidente da agremiação, ex-senador José Eduardo Dutra (SE), submete-se a rigoroso tratamento psiquiátrico desde que ficou quatro dias desaparecido, no início do ano – estava isolado em seu apartamento, sem comer, sem telefone e sem internet.

Dutra está afastado da presidência do PT desde então. A licença termina hoje, mas os petistas não acreditam no retorno imediato.

Membros do PT contaram ao jornalista Josias de Souza que ele oscila comportamentos desde então, o que pode levar a recaídas.

Por isso, já não descartam a possibilidade de seu afastamento definitivo do comando da legenda.

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O STF e as mudanças na bancada maranhense

Haverá apenas uma mudança na bancada federal maranhense se o Supremo Tribunal Federal confirmar, em julgamento previsto para esta quarta-feira, que as vagas nos palamentos pertencem aos partidos, não às coligações.

Neste caso, o deputado Davi Alves Silva, o Davizinho (PR), que exerce mandato como primeiro suplente da coligação formada por PMDB/PT/PTB/PV/PR/PP/PRB e DEM, perderá o mandato para o suplente do PTB, Nonato Costa.

A lógica é simples: decidindo pelo partido, o STF considerará que a vaga do ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), deve ser ocupada pelo primeiro suplente do PMDB, no caso Chiquinho Escórcio. Já a vaga do secretário de Cidades, Pedro Fernandes (PTB), ainda segundo o raciocínio do Supremo, tem que ser ocupada por Nonato Costa.

Por isso, Davizinho terá que deixar a Câmara.

Mas esta é a hipótese no caso de os ministros acatarem o entendimento da vaga partidária.

Se a análise for outra, nada muda na bancada maranhense, permanecendo Davizinho como primeiro suplente e Chiquinho Escórcio como segundo.

Os dois continuarão no mandato

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Enquete revela descrença em obras dos 400 anos de São Luís…

Simulação de como será a Via Expressa

A maioria dos leitores do blog que se manifestaram na enquete sobre as obras em homeangem aos 400 anos de São Luís não acredita que governo e prefeitura conseguirão realizá-las a tempo.

O blog perguntou: “Qual obra é a mais importante para os 400 anos de São Luís?

Nada menos que 47,3% dos que se manifestaram responderam: “nenhuma será construída a tempo”.

Foram listadas três obras prometidas pelo Governo do Estado – Ponte do Quarto Centenário, Avenida Metropolitana e Via Expressa – e duas de responsabilidade da Prefeitura: prolongamento da Litorânea e Viaduto da Forquilha.

Entre os que optaram pelas obras, quase 20% responderam que a Via Expressa é a mais importante, seguida da Avenida Metropolitana (11,8%) e do prolongamento da Avenida Litorânea (10%).

A Via Expressa vai ligar o Jaracaty aos bairros do Vinhais, Cohafuma e Maranhão Novo, com possibilidade de uma alça também para o bairro da Alemanha.

Ponte do 4º Centenário também já tem maquete eletrônica

De acordo com o secretário de Infra-estrutura, Max Barros, os trâmites para início da obra devem estar concluídos ainda neste primeiro semestre.

As demais obras – Ponte do Quarto Centenário e Viaduto da Forquilha – foram citadas por menos de 5% dos entrevistados.

O blog agradece a participação e trará ainda hoje nova enquete…

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Competição desnecessária entre governo e prefeitura pela homenagem aos 400 anos de São Luís…

A Revista PH, suplemento do jornal “O Estado do Maranhão”, trouxe , em sua edição de domingo, a informação de que emissários  da Prefeitura de São Luís estavam em contato com agentes da escola de samba carioca “Grande Rio”.

O objetivo era o mesmo  que tem o Governo do Estado com a Beija-Flor de Nilópolis: transformar os 400 anos de São Luís em enredo a ser apresentado no Carnaval de 2012.

Ainda de acordo com o suplemento, as articulações da prefeitura arrefeceram após a divulgação de que o governo fecharia com a Beija-Flor.

Seria, sem dúvida, uma bela homenagem se duas escolas de samba do grupo especial do Rio de Janeiro “decidissem” homenagear a capital maranhense em seus quarto-centenário.

Mas o que não dá para entender é essa disputa entre os dois entes federativos pela prerrogativa de trabalhar pela cidade.

Não seria mais barato que prefeitura e governo rachassem os custos de um contrato como este da beija-Flor? A participação de governo e prefeitura nas negociações não fortaleceria mais a cidade?

O problema do Maranhão sempre foi este: os grupos que se engalfinham pelo poder há décadas acostumaram-se a não fazer e nem deixar o outro fazer.

E é por isso que, em matéria de festa, folclore e cultura, São Luís é retratada, quase sempre, em seus aspectos mais primitivos.

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Roberto Rocha vê “transição de geração” na política maranhense…

Rocha e Dino: cada vez mais próximos...

O ex-deputado federal Roberto Rocha (PSDB) se põe no mesmo patamar do também ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB).

– Eu e o Flavio deixamos o conforto de uma reeleição parlamentar para uma sempre desigual disputa majoritária – disse o tucano, ao blog do jornalista Frederico Luiz de Imperatriz.

Para Rocha, esta determinação foi fundamental para que houvesse uma divisão eleitoral clara em 2010, evitando assim, na sua comcepção, que uma banda do Maranhão tivesse que “hipotecar seu futuro político”.

O presidente do PSDB considera que o Maranhão vive uma transição de geração na política.

Seu argumento leva em consideração a iminente aposentadoria de vários figurões da política, como José Sarney, Edson Lobão, José Reinaldo, João Alberto, Epitácio Cafeteira e João Castelo, para citar apenas alguns dos que ainda disputam eleições.

– Ainda bem que temos uma boa relação, que permite o necessário diálogo sobre o futuro político do nosso estado diz ele, em relação ao adversário comunista.

Rocha tem a mesma concepção de Dino em relação às eleições de 2012.`

Para os dois, a sucessão municipal tem que estar integrada aos interesses relacionados à eleição estadual de 2014, “uma ponte entre o presente e o futuro”.

Leia a íntegra da entrevista em frederico2010.blogspot.com

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A eterna “ressurreição” da Barrigudeira…

Imagem: Biné Morais (15/01/2009)

A centenária barrigudeira do Colégio Barbosa de Godóis, no Monte Castelo, voltou à mídia na semana que passou.

E mais uma vez pelos mesmos motivos: descaso das autoridades, incompetência dos serviços de catalogação do patrimônio urbanístico de São Luís e desinformação da sociedade.

Vítima desta junção de fatores, a pobre árvore agoniza em seus últimos momentos de vida – que poderiam ser prolongados por muito tempo ainda.

A história da barrigudeira veio à tona em 2008.

Absolutamente incompetente, a então direção do Instituto de Paisagismo determinou a “poda drástica” da árvore, baseada em um laudo sem pé-nem-cabeça que decretava a sua morte.

Um ano depois, a barrigudeira insistia em dar sinais de vida – num belo reflorescimento registrado também aqui neste blog. (Releia aqui)

Na época, um novo laudo, desta vez do Centro de Agronomia da Uema, mostrava que a árvore poderia ser salva, com tratamento apropriado para a cupinização que lhe secava o caule.

Passaram-se dois anos da “ressurreição” da árvore sem nenhuma ação dos órgãos envolvidos – nem do Corpo de Bombeiros, nem do Instituto de Paisagismo, muito menos dos técnicos que prometiam a cura.

Nesta semana, os técnicos da Uema atestaram a morte da barrigudeira, após a queda de um galho de cerca de sete metros.

A histórica barrigudeira do Monte Castelo encerra assim o seu ciclo de vida.

Será???

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Que fim levou o corpo de Cristo???

O mito bíblico da ressurreição conta que Jesus de Nazaré, depois de morto na cruz, foi levado para uma sepultura cedida por “um homem rico de Arimatéia”. Após três dias de sepultamento, ressuscitou no domingo de Páscoa e subiu aos céus.

Antes, porém, teria sido visto por algumas mulheres e aparecido a alguns discípulos. E só.

Imprecisos, os evangelhos que contam a “história” de Jesus não dão mais detalhes. Mas a história da ressurreição ganhou o mundo ocidental nos dois mil anos seguintes.

Primeiro por influência do Império Romano, que via na “seita” crescente, uma forma de controlar politicamente os povos rebeldes. Depois, por influência da Igreja Católica, que ganhou o mundo fazendo acordos com reis e imperadores. O rei chancelava a doutrina da Igreja e a Igreja “divinizava” os reis diante do povo.

Há algumas impossibilidades históricas no relato de Marcos – copiado depois por Lucas e por um certo Mateus, que muitos acreditam ser o discípulo, mas não é.

Não há testemunhas oculares da ressurreição de Jesus. Há apenas declarações de que “alguém viu”.

É tipo assim: alguém disse que alguém disse que foi assim.

Marcos, por exemplo, não conheceu a Jesus. Escreveu seu evangelho 40 anos depois que o nazareno havia sido crucificado. O que ele conta – depois copiado com alterações por Lucas e Mateus – foi baseado em relatos de pessoas, que teriam convivido com pessoas, que conheceram a Jesus.

Há um detalhe histórico no Evangelho de Marcos que a igreja – católica e evangélica – tenta manter despercebido pelos bilhões de fiéis no mundo: os antigos manuscritos do evangelista têm 16 capítulos, sendo que o 16° capítulo vai do 1° ao 8° versículo. Mas a Bíblia ocidental, usada em todas as igrejas cristãs no mundo traz os versículos 9° a 20°. Ou seja, um acréscimo feito entre os anos 200 e 300 da era cristã. Detalhe: os versículos acrescentados posteriormente à história de Jesus escrita por Marcos são justamente aqueles que tratam da ressurreição.

Josh MacDowell e Russel Shedd, dois dos mais respeitados teólogos evangélicos do mundo, têm estudos sobre o assunto.

A “Bíblia de Estudo Shedd”, inclusive, é uma das referências de escolas dominicais e missas carismáticas no mundo inteiro. Em seus comentários, o autor detalha a inclusão dos acréscimos. Mas os “crentes” não lêem e os pastores não estimulam essa leitura, obviamente.

Mesmo ignorando os acréscimos, ainda assim Marcos comete algumas impropriedades com a história – de caso pensado ou não.

É consenso entre especialistas, hoje, a história da crucificação. É consenso, também entre historiadores o destino dos crucificados. Juan Arias, jornalista e vaticanista, autor de “Jesus, este grande desconhecido”, diz que a crucificação era reservada pelos romanos aos crimes de Blasfêmia. O mesmo crime, nas leis dos Judeus, era punido com apedrejamento.

John Dominnic Crossan, biblicista da Universidade Jerusalém, autor de ” Jesus Histórico”, argumenta que o julgamento durava semanas, e ao acusado havia o direito de protelar, com testemunhas.

Jack Miles escreveu “Jesus – Uma crise na vida de Deus” e “Deus, uma biografia” – este último vencedor do Pulitzer de 1996. Ele pondera que “a ressurreição foi uma doutrina inventada por Paulo” para reorganizar os cristãos, que estavam divididos em várias seitas.

Tanto Arias quanto Crossan e Miles fecham num ponto: a condenação na cruz era uma espécie de crime capital. O crucificado não tinha sequer o direito de ser enterrado. Segundo Crossan, a família de um crucificado, quanto mais pobre fosse, caso da de Jesus, mas dificuldade tinha retirá-loda cruz. O corpo teria que apodrecer no madeiro, “para servir de alimento a cães e urubus”.

A ressurreição de Jesus é base da doutrina cristã no mundo ocidental.

É comum pastores evangélicos, e muitos padres carismáticos, proferirem sermões exaltando Jesus em relação a Buda, Maomé, e outros ícones religiosos. Nestes sermões, dizem que, “diferente de Buda, de Maomé, cujos corpos estão sepultados, ninguém vê o corpo de Cristo, porque ele ressuscitou”.

Têm razão os líderes religiosos. O corpo de Cristo não está no Santo Sepulcro.

Simplesmente porque ele nunca foi levado para lá…

Publicado originalmente em 08/04/2007
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As versões bíblicas da Paixão de Cristo…

Jesus é preso: dúvidas sobre local e dia...

A narrativa da história de Jesus de Nazaré é encontrada apenas nos evangelhos que foram decididos como canônicos pela Igreja – ou inspirados pelo Espírito Santo.

O mais antigo deles é o de Marcos, escrito cerca de 40 anos depois que Jesus havia morrido. Marcos serve de inspiração para Mateus e Lucas, escritos mais tarde.

O evangelho atribuído a João é bem mais moderno, cerca de 70 anos depois que Jesus morreu. A história da Paixão de Cristo como está na Bíblia foi escrita assim pelos evangelistas:

A Prisão:  Os evangelhos sinóticos – Marcos, Lucas e Mateus – contam que Jesus foi preso por uma multidão, por ordem dos principais sacerdotes, dos magistrados do Templo e dos anciãos judeus, como mostra Lc 27; 47 a 53.

Julgamento de Cristo: indefinição sobre acusadores

O evangelho de João discorre de forma diferente sobre o episódio. Para o evangelista, Jesus foi preso por soldados romanos, como relata em Jo 18; 1 a 11.

A condenação: Segundo o evangelho de Marcos, Jesus foi condenado à morte pelo Sinédrio, o superior tribunal judeu, pelo crime de blasfêmia. (Mc 14;53 a 65).

O evangelho de João conta que Jesus foi apenas interrogado pelos sacerdotes do Sinédrio –  Anás e Caifás – mas nada diz sobre condenação. No evangelho de João, é o governador romano Póncio Pilatos quem entrega Jesus à crucificação (Jo 19; 1 a 16).

 

Crucificação guarda mito sobre José de Arimatéia

A crucificação:De acordo com o relato de Mateus – baseado em Marcos e seguido por Lucas – Jesus foi crucificado no dia da Festa de Páscoa (dia 15 de nisan, no calendário hebraico antigo), depois de ter comemorado a ceia da véspera de Páscoa (Mt 27 33-44).

O evangelho de João, por outro lado, afirma que a crucificação ocorreu na quinta-feira, 14 de nisan, na véspera da Páscoa. (Jo 19; 17 a 22) – a diferença de um dia implica várias questões dogmáticas e de fé.

O sepultamento: Marcos nos conta que, depois de morto, Jesus é retirado da cruz por José de Arimatéia, homem rico, ilustre membro do Sinédrio judaico – o mesmo que o condenou (Mc 15; 42 a 46).

Mateus reforça esta tese, mas inclui também credenciais cristãs a Jesus e dizendo ser José de Arimatéia, inclusive, discípulo de Jesus. (Mt. 27;57-60).

Esta é a história da Paixão de Cristo, como contada nos Evangelhos.

Sem tirar, nem por…

Publicado originalmente em 10/04/2009