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Os vários cenários [no pós-Dilma]…

Eventual queda da presidente e consequente fim do governo do PT altera a correlação de forças em todo o país, com forte influência também no Maranhão, a curto, médio e longo prazos

 

Roseana e Edinho posicionados com PMDB

Roseana e Edinho posicionados com PMDB

A simples movimentação do PMDB em direção oposta ao governo Dilma Rousseff (PT) mexeu com as perspectivas políticas em todo o país – incluindo o Maranhão – e abriu novos cenários de curto, médio e longo prazos na política.

O PMDB é o partido com maior perspectiva de poder a curto prazo, com chance real – e dependendo apenas de si – de assumir o comando imediato do país, com o vice-presidente Michel Temer, já a partir do eventual impeachment da presidente. Com ele, ascendem, automaticamente, lideranças maranhenses de peso, como a ex-governadora Roseana Sarney, o ex-candidato a governador Edison Lobão, e o senador João Alberto, independentemente da posição que os peemedebistas maranhenses tomem.

Com Dilma, Dino abre um caminho à esquerda

Com Dilma, Dino abre um caminho à esquerda

Mas a ascensão do PMDB pode trazer também um pacto de poder, com vistas às eleições de 2018, incluindo o PSDB, sobretudo com a força que o senador paulista José Serra tem com o próprio Temer.

Com Serra ganhando força – ainda que em uma disputa surda com o mineiro Aécio Neves pela hegemonia tucana em 2018 – o PSDB maranhense terá que se realinhar nas próximas eleições gerais, fatalmente deixando a órbita do governo Flávio Dino (PCdoB).

O eventual impeachment de Dilma dá a Dino poucas opções de movimentação nacional. Há quem aposte numa aproximação do governador com o futuro presidente peemedebista. O mais provável, no entanto, é que o comunista aposte no vácuo de lideranças mais à esquerda para se projetar como principal contraponto ao projeto PMDB/PSDB. Sobretudo porque sabe que o afastamento de Dilma esvazia o próprio PT e praticamente anula as chances de Lula em 2018.

Com Alckimin no PSB, Rocha pode ser uma terceira via

Com Alckimin no PSB, Rocha pode ser uma terceira via

Mas há ainda um outro cenário: principal artífice do apoio do empresariado paulista ao fim precoce do governo do PT, o governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, é hoje o principal líder do PSB em âmbito nacional, e pode, inclusive, disputar a presidência pelo partido que foi de Eduardo Campos.

E isso põe também o senador Roberto Rocha na mesa de negociações no Maranhão.

São apenas cenários, que podem se consolidar ou não a curto, médio e longos prazos.

Mas são possibilidades reais, diante do desenho que se faz da política nacional em 2016.

Da coluna Estado Maior, de O EstadoMaranhão
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Ricardo Murad critica PMDB, mas diz que Dilma perdeu as condições de governar…

Ex-secretário diz que o final do governo do PT será como um balcão de quitanda, onde a presidente terá que dar e ceder para garantir o apoio individual de cada parlamentar

 

muradO ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, criticou a decisão do seu partido, o PMDB, de se afastar do governo Dilma Rousseff (PT). 

– O PMDB decepciona mais uma vez: toma uma decisão sem a unidade necessária para ser levada a sério. Lideranças do porte de Sarney, Renan, Jader Barbalho, João Alberto, Kátia Abreu e muitos outros importantes líderes do PMDB, declaram que permanecerão no governo – ponderou Murad, logo após a decisão do partido.

Mas a crítica ao PMDB não significa apoio de Murad à presidente Dilma. Para ele, o governo do PT já acabou.

– Qualquer que seja o resultado do processo de impeachment que segue na Câmara dos Deputados, o fato é que a presidente Dilma perdeu todas as condições de continuar à frente do governo. Seu final será igual a um balcão de quitanda tendo que dar e ceder para garantir o apoio individual de cada parlamentar – declarou Murad.

Murad defende a tese de que a solução do país se dará com a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, para ser eleita em outubro – junto com as eleições municipais – com eleições gerais em 2018.

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Aliados de Dilma agora atacam Temer no Maranhão…

Membros do governo Flávio Dino, que silenciaram durante toda a crise em relação ao vice-presidente, agora o veem como um dos “comandantes do golpe para proteger a corrupção”

 

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A decisão do PMDB nacional, de deixar o governo Dilma Rousseff (PT), despertou nos aliados da presidente no Maranhão uma visão que não tinham – ou pelo menos não expressavam até agora – em relação ao vice-presidente Michel Temer.

– Michel Temer e Eduardo Cunha: comandantes do golpe para proteger corrupção. De envergonhar. E estimular mais luta – bradou o secretário de Assuntos Políticos do governo Flávio Dino, jornalista Márcio Jerry.

Jerry chega a pregar renúncia de Temer, já que o PMDB deixa o governo.

– Faz sentido. Se o PMDB vai sair, #renunciatemer – pregou o principal auxiliar de Flávio Dino.

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Seu colega de secretariado, Chico Gonçalves, titular da pasta dos Direitos Humanos, foi mais comedido, preferindo discutir legalidades, como a Constituição.

– Mais do que romper com Dilma/PT, o PMDB e seus aliados oficializaram o rompimento com o pacto constitucional de 1988, a Constituição Cidadã – disse Gonçalves.

Os aliados de Dilma nada comentaram sobre a decisão do PMDB maranhense, de permanecer ao lado de Dilma.

E o próprio Flávio Dino também ainda não se manifestou a respeito do rompimento…

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“A crise somente terá fim com a saída de Dilma”, afirma Edinho Lobão…

Ex-candidato a governador  diz que seguirá a decisão do PMDB, de se afastar do governo do PT, e vai além, defendendo o impeachment da presidente

 

Edinho Lobão mostrou-se claramente favorável à queda do governo Dilma

Edinho Lobão mostrou-se claramente favorável à queda do governo Dilma

O senador Lobão Filho, ex-candidato a governador do Maranhão pelo PMDB, foi duro ao defender a decisão do partido, de deixar a base do governo Dilma Rousseff (PT).

– Sou favorável à decisão do partido por que não acredito no governo Dilma, que deixou o Brasil em uma crise econômica – disse Edinho, à jornalista Carla Lima, de O EstadoMaranhão.

Diferentemente da ex-governadora Roseana Sarney, que se mostrou favorável à decisão peemedebista, mas disse ainda não ter posicionamento sobre o impeachment, Lobão Filho deixou claro que quer o afastamento da presidente.

– A crise só terá fim com a saída da presidente. Ela não fez um bom governo; nem para o Brasil, nem para o Maranhão – afirmou.

Lobão Filho é o primeiro membro do PMDB maranhense a assumir publicamente a defesa do impeachment de Dilma…

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Temer quer 100% do PMDB por decisão de deixar o governo…

Vice-presidente espera ter todos os diretórios apoiando o rompimento com a presidente Dilma Rousseff, na reunião desta terça-feira, 29; um dos focos de resistência é o PMDB do Maranhão

 

Dilma só aposta nos caciques peemedebistas para demover Temer da ideia de rompimento

Dilma só aposta nos caciques peemedebistas para demover Temer da ideia de rompimento

 

Segundo setores da imprensa nacional, o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, já tem cerca de 80% de apoio no partido para o rompimento com a presidente Dilma Rousseff (PT).

Mas ele quer garantir os 100% antes da reunião de terça-feira, 29.

Um dos focos de resistência a Temer é o PMDB do Maranhão, presidido pelo senador João Alberto de Sousa.

O parlamentar se mantém ao lado de Dilma, assim como o filho, o deputado federal João Marcelo Sousa, e todos os os indicados por ele a cargos na estrutura do governo.

A direção peemedebista determinou, semana passada, a entrega destes cargos, mas João Alberto deu de ombros.

Independentemente da posição de alguns caciques, no entanto, a posição do PMDB deve ser mesmo a de rompimento com o governo.

O que será um passo e tanto a favor do impeachment…

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Flávio Dino na visão dos próprios colegas…

Governador que assumiu a defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff é visto por ex-colegas de Justiça Federal como “limitado” e “sem conteúdo jurídico”

 

Dino na defesa de Dilma: "limitado" e "sem conteúdo"

Dino na defesa de Dilma: “limitado” e “sem conteúdo”

Ex-juiz federal, ex-presidente da Associação de Juízes Federais (Ajufe) e ex-secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça. É com estas prerrogativas que o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) tem se apresentado na defesa da presidente Dilma Rousseff (PT).

E acusa o próprio meio em que viveu por 12 anos – o Judiciário – de tentar um golpe no país.

A reação seria natural. E veio pela voz da própria Ajufe, que ele presidiu.

– Dino expressa opinião estritamente de cunho político, sem apontar nenhum conteúdo jurídico – é o que diz o atual presidente da associação de juízes, o Antônio César Bochenek.

Diz mais o magistrado federal: “Comparar a situação atual do país com o nazismo ou o fascismo revela limitação argumentativa”.

É este o perfil que Flávio Dino tem hoje entre seus próprios pares.

Simples assim…

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“DEM é 100% impeachment”, diz Juscelino Filho…

Presidente regional da legenda, deputado maranhense segue posicionamento da bancada na Câmara, fechada pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff

Juscelino com os líderes do DEM: 100% fechado pelo impeachment

Juscelino com os líderes do DEM: 100% fechado pelo impeachment

A bancada do Partido Democratas se posicionou ontem sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Com o slogan “DEM: 100% impeachment”, a bancada no Congresso garantiu sua adesão total ao impedimento da presidente da República.

“Sou favorável à admissibilidade do impedimento da presidente Dilma. Estamos em sintonia com o pensamento da maioria que foi às ruas e dos 68% dos favoráveis, de acordo com a Pesquisa Datafolha, de 19/03/2016, que atestam o desejo de superar a delicada situação política do país. Os 28 deputados federais e os 4 senadores do DEM apoiam e estão engajados nesta causa”, afirmou o deputado maranhense Juscelino Filho.

Juscelino Filho é presidente do partido no Maranhão…

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Assim como o blog, Flávio Dino também vê tentativa de golpe do Judiciário…

Governador do Maranhão diz à Folha de S. Paulo que existe uma orquestração dos homens do Direito para impedir o governo Dilma Rousseff; comunista criticou também a postura do juiz Sérgio Moro

 

Dino usa a Constituição para criticar o Judiciário

Dino usa a Constituição para criticar o Judiciário

O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) confirmou hoje pela manhã uma preocupação manifestada por este blog ainda na sexta-feira 18, no post O risco iminente de um golpe do Judiciário…

De acordo com o que afirmou Dino ao jornal Folha de São Paulo, há uma tentativa de golpe orquestrada por setores do Judiciário, para impedir a continuidade do governo Dilma Rousseff (PT).

Dino usou, inclusive, a mesma comparação feita pelo blog, em relação ao golpe militar, que impôs a Ditadura ao Brasil, em1964:

–  Ontem foram as forças armadas, hoje é a toga, supostamente imparcial e democrática – afirmou o governador. (Leia aqui a matéria da Folha)

Dino participou em Brasília de um ato de juristas e operadores do Direito contra o impeachment, no Palácio do Planalto.

O comunista maranhense criticou também, mesmo sem citar nomes, seu ex-colega de turma no Judiciário, o juiz Sérgio Moro, coordenador da lava Jato. Para Flávio Dino, houve abuso de Moro ao fazer média com manifestações contra o impeachment.

– Judiciário não pode mandar carta pra passeata. E se juiz quiser fazer passeata há um caminho; basta pedir demissão. Não use a toga para fazer política. isso acaba com o Poder Judiciário. Quanto um juiz abusa, não significa que todos abusam, mas isso contamina a ordem jurídica – frisou Flávio Dino.

A intromissão do Judiciário no sistema político foi criticada também pelo ex-presidente da República, José Sarney, e pelo desembargador federal Ney de Barros Bello Filho, em artigos reproduzidos e analisados neste blog. (Releia aqui)

A crítica ao Judiciário – sobretudo por causa do comportamento do ministro do STF Gilmar Mendes, e do juiz Sérgio Moro – têm aumentado no país desde a semana passada.

A pressão visa forçar a Suprema Corte a decidir logo sobre a questão…

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Michel Temer já planeja governo de transição, sem reeleição…

Acordo do PSDB com o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, para acelerar impeachment, é ameaça real a Dilma

 

Dilma é ameaçada por Edurdo Cunha, que visa favorecer Michel Temer, que já acordou com Aécio Neves a trnsição

Dilma é ameaçada por Eduardo Cunha, que visa favorecer Michel Temer, que já acordou com Aécio Neves a trnsição

Do blog de Kennedy Alencar

O vice-presidente da República, Michel Temer, está avaliando, em caso de impeachment de Dilma Rousseff, dizer publicamente que fará um governo de transição e que não buscará a reeleição.

Segundo aliados, isso permitiria implementar medidas duras do ponto de vista popular, mas que teriam respaldo da classe política para enfrentar as dificuldades econômicas e trazer alguma estabilidade ao país.

O PSDB teme a realização de eleições neste ano, o que aconteceria no caso da cassação ainda em 2016 da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Tucanos acreditam que, numa nova eleição agora, haveria chance de vitória da ex-senadora Marina Silva (Rede) ou de um candidato como Joaquim Barbosa, na hipótese de o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal querer concorrer.

O PSDB prefere o que chama de uma solução de transição.

Por isso, os principais caciques do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e os senadores José Serra e Aécio Neves alinharam o discurso nos últimos dias. Todos defenderam o impeachment e um eventual governo Temer.

O maior desafio de Temer seria mostrar capacidade de trazer estabilidade ao país. A partir daí, haveria condições mínimas para adotar medidas econômicas a fim de tentar superar a crise.

Em caso de queda de Dilma, os petistas dificilmente dariam trégua a Temer. O PT considera que há uma tentativa de golpe contra Dilma. A presidente deverá dar entrevistas à imprensa internacional para dizer isso.

Mas Temer procuraria Lula para conversar, a fim de tentar buscar algum tipo de entendimento que evitasse desestabilização maior do país.

Mais: a Lava Jato também seria uma ameaça à estabilidade de um governo Temer avalizado por um acordo PMDB-PSDB. Hoje foi preso em Portugal Raul Schmidt Felippe Junior – suspeito de ser um operador de propina da Petrobras que teria trabalhado para ex-diretores da estatal ligados ao PMDB.

Não há a menor garantia de que, com o PT fora do poder, a Lava Jato perca a sede investigativa e deixe de lado peemedebistas e tucanos.

A Lava Jato é um fator que deverá continuar a surpreender a classe política.