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Haddad chama Bolsonaro para debate e rebate críticas do atual presidente com cordialidade

Candidato petista nas últimas eleições foi novamente provocado pelo líder do Governo nas redes sociais. Em vez de colocar querosene na discussão, Haddad devolveu críticas com cordialidade e chamou para enfrentamento no campo das ideias.

 

Em vez de devolver no nível baixo de Bolsonaro, Haddad como homem de grande personalidade devolveu com gentileza e chamou para debate

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que ainda parece não ter largado as vestes de candidato, usou nas últimas horas as suas redes sociais para provocar adversários. Desta vez, o alvo foi Fernando Haddad (PT). Para surpresa bolsonarista que, com sua personalidade,  está  somente acostumado a lidar com truculência, Haddad – por sua vez – devolveu a provocação grosseira com gentileza e chamou Bolsonaro para um debate no campo das ideias. 

Haddad, inclusive, citou um veículo importante internacional em seu Twitter para destacar a péssima imagem lá fora que, até o momento, o governo bolsonaro construiu. Indiretamente, Haddad passou o seguinte recado ao presidente: preocupe-se com o seu governo e foque no que realmente interessa, ou seja, a garantia de medidas favoráveis à população.

O início do governo Bolsonaro, aliás, é um verdadeiro desastre. Discursos desconexos, exposição excessiva de auxiliares, declarações sem pé nem cabeça de ministros. 

Estes quatro anos serão longos para a população brasileira…

 

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Artigo: O homem mediano assume o poder; uma análise sobre o novo presidente

O que significa transformar o ordinário em “mito” e dar a ele o Governo do país?

Por Eliane Brum

Desde 1 de janeiro de 2019, o Brasil tem como presidente um personagem que jamais havia ocupado o poder pelo voto. Jair Bolsonaro é o homem que nem pertence às elites nem fez nada de excepcional. Esse homem mediano representa uma ampla camada de brasileiros. É necessário aceitar o desafio de entender o que ele faz ali. E com que segmentos da sociedade brasileira se aliou para desenhar um Governo que une forças distintas que vão disputar a hegemonia. Embora existam várias propostas e símbolos do passado na eleição do novo presidente, a configuração encarnada por Bolsonaro é inédita. Neste sentido, ele é uma novidade. Mesmo que seja uma difícil de engolir para a maioria dos brasileiros que não votou nele, escolhendo o candidato oposto ou votando branco, nulo ou simplesmente não comparecendo às urnas. Bolsonaro encarna também o primeiro presidente de extrema direita da democracia brasileira. O “coiso” está no poder. O que significa?

Quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Palácio do Planalto pela primeira vez, na eleição de 2002, depois de três derrotas consecutivas, foi um marco histórico. Quem testemunhou o comício da vitória na Avenida Paulista, tendo votado ou não em Lula, compreendeu que naquele momento se riscava o chão do Brasil. Não haveria volta. Pela primeira vez um operário, um líder sindical, um homem que fez com a família a peregrinação clássica do sertão seco do Nordeste para a industrializada São Paulo de concreto, alcançava o poder. Alguém com o “DNA do Brasil”, como diria sua biógrafa, a historiadora Denise Paraná.

O Lula que conquistou o poder pelo voto era excepcional. “Homem do povo”, sem dúvida, mas excepcional. Um líder brilhante, que comandou as greves do ABC Paulista no final da ditadura militar (1964-1985) e se tornou a figura central do novo Partido dos Trabalhadores criado para disputar a democracia que retornava depois de 21 anos de ditadura. Independentemente da opinião que cada um possa ter dele hoje, é preciso aceitar os fatos: quantos homens com a trajetória de Lula se tornaram Lula?

Lula era o melhor entre os seus, o melhor entre aqueles que os brancos do Sul discriminavam com a pecha de “cabeça chata”. Se sua origem e percurso levavam uma enorme novidade ao poder central de um dos países mais desiguais do mundo, a ideia de que aquele que é considerado o melhor deve ser o escolhido para governar atravessa a política e o conceito de democracia. Não se escolhe um qualquer para comandar o país, mas aquele ou aquela em que se enxergam qualidades que o tornam capaz de realizar a esperança da maioria. Neste sentido, não havia novidade. Quando parte das elites se sentiu pressionada a dividir o poder (para manter o poder), e depois da Carta ao Povo Brasileiro assinada por Lula garantindo a continuidade da política econômica, era o excepcional que chegava ao Planalto pelo voto.

O que a chegada de Lula ao poder fez pelo Brasil e como influenciou o imaginário e a mentalidade dos brasileiros é algo que merece todos os esforços de pesquisa e análise para que se alcance a justa dimensão. Mas grande parte já foi assimilada por quem viveu esses tempos. Os efeitos do que Lula representou apenas por chegar lá sequer são percebidos por muitos porque já foram incorporados. Já estão. Como disse uma vez o historiador Nicolau Sevcenko (1952-2014), em outro contexto: “Há coisas que não devemos perguntar o que farão por nós. Elas Já fizeram”.

Marina Silva, derrotada nas últimas três eleições consecutivas, em cada uma delas perdendo uma fatia maior de capital eleitoral, seria outra representante inédita de uma parcela da população que nunca ocupou a cadeira mais importante da República. Diferentemente de Lula, como já escrevi neste espaço, Marina encarna um outro amplo segmento de brasileiros, muito mais invisível, representado pelos povos da floresta. Carrega no corpo alquebrado por contaminações e também por doenças que já não deveriam existir no Brasil uma experiência de vida totalmente diversa de alguém como Lula e outros pobres urbanos. Mas este é o passado de Marina.

A mulher negra, que se alfabetizou aos 16 anos e trabalhou como empregada doméstica depois de deixar o seringal na floresta amazônica, empreendeu uma busca pelo conhecimento acadêmico e hoje fala mais como uma intelectual da universidade do que como uma intelectual da floresta. Também deixou a Igreja Católica ligada à Teologia da Libertação para se converter numa evangélica genuína, daquelas que vivem a religião no cotidiano em vez de instrumentalizá-la nas eleições, como tantos pastores neopentecostais. Se Marina tivesse conseguido chegar ao poder, ela representaria toda essa complexa trajetória, mas também encarnaria uma excepcionalidade entre os seus. Quantas mulheres com o percurso de Marina se tornaram Marina?

Jair Bolsonaro, filho de um dentista prático do interior paulista, oriundo de uma família que poderia ser definida como de classe média baixa, não é representante apenas de um estrato social. Ele representa mais uma visão de mundo. Não há nada de excepcional nele. Cada um de nós conheceu vários Jair Bolsonaro na vida. Ou tem um Jair Bolsonaro na família.

Durante as várias fases republicanas do Brasil, a candidatura e os candidatos foram acertos das elites que disputavam o poder – ou resultado de uma disputa entre elas. O mais popular presidente do Brasil do século 20, Getúlio Vargas (1882-1954), que em parte de sua trajetória política foi também um ditador, era um estancieiro, filho da elite gaúcha. Ainda que tenha havido alguns presidentes apenas medianos durante a República, eram por regra homens oriundos de algum tipo de elite e alicerçados por ela.

Lula foi exceção. E Bolsonaro é exceção. Mas representam opostos. Não apenas por um ser de centro esquerda e outro de extrema direita. Mas porque Bolsonaro rompe com a ideia da excepcionalidade. Em vez de votar naquele que reconhecem como detentor de qualidades superiores, que o tornariam apto a governar, quase 58 milhões de brasileiros escolheram um homem parecido com seu tio ou primo. Ou consigo mesmos.

Essa disposição dos eleitores foi bastante explorada pela bem sucedida campanha eleitoral de Bolsonaro, que apostou na vida “comum”, falseando o cotidiano prosaico, o improviso e a gambiarra nas comunicações do candidato com seus eleitores pelas redes sociais. Bolsonaro não deveria parecer melhor, mas igual. Não deveria parecer excepcional, mas “comum”.

A mesma estratégia foi mantida depois de eleito, como a mesa bagunçada de café da manhã com que recebeu John Bolton, o conselheiro de Segurança Nacional do presidente americano Donald Trump. Neste sentido, Bolsonaro jamais pode ser considerado o “Trump brasileiro”. Trump, além pertencer a uma parcela muito particular das elites americanas, tem uma trajetória de destaque. Bolsonaro não. Como militar, ele só se notabilizou por quebrar as regras ao dar uma entrevista para a revista Veja reclamando do valor dos soldos. Como parlamentar por quase três décadas, conseguiu aprovar apenas dois projetos de lei. Era mais conhecido como personagem burlesco e criador de caso.

Quando Tiririca foi eleito, por exemplo, sua grande votação foi interpretada como a prova de que era necessária uma reforma política urgente. Mas Tiririca foi um grande palhaço. Num mundo difícil para a profissão desde a decadência dos circos, Tiririca conseguiu encontrar um caminho na TV, fazer seu nome e ganhar a vida. Não é pouco.

Bolsonaro não. O grande achado foi se eleger deputado e conseguir continuar se elegendo deputado. Em seguida, colocar todos os filhos no caminho dessa profissão altamente rentável e com muitos privilégios. A “família” Bolsonaro tornou-se um clã de políticos profissionais que, nesta eleição, conseguiu um número assombroso de votos. Mas não pela excepcionalidade de seus projetos e ideias.

O novo presidente do Brasil passou quase três décadas como um político daquilo que no Congresso brasileiro se chama “baixo clero”, grupo que faz volume mas não detém influência nem arquiteta as grandes decisões. A alcunha é uma alusão injusta ao clero religioso que faz o trabalho de formiguinha, o mais difícil e persistente, seguidamente perigoso, no mundo das igrejas. O próprio Bolsonaro já comentou que não tinha prestígio. Quando disputou a presidência da Câmara, em 2017, só obteve quatro votos dos mais de 500 possíveis. “Eu não sou ninguém aqui”, afirmou em um discurso no plenário, em 2011.

Os deputados do “baixo clero” do Congresso descobriram a sua força nos últimos anos e também como podem se locupletar unindo-se e fazendo número a favor dos interesses que lhes beneficiam. Ou simplesmente chantageando com o seu voto. Bolsonaro é dessa estirpe. Se ocupava um lugar no Congresso, era o de bufão. Até um ano atrás poucos acreditavam que poderia se eleger presidente. Parecia impossível que alguém que dizia as barbaridades que ele dizia poderia ser escolhido para o cargo máximo do país.

O que se deixou de perceber é que quase todos tinham um tio ou um primo exatamente como Bolsonaro. Logo essa evidência ficou clara nos almoços de domingo ou nas datas festivas da família. Mas ainda assim parecia apenas uma continuação do que as redes sociais já tinham antecipado, ao revelar o que realmente pensavam pessoas que até então pareciam razoáveis. Deixou-se de enxergar, talvez por negação, o quanto esse contingente de pessoas era numeroso. Os preconceitos e os ressentimentos recalcados em nome da convivência eram agora liberados e fortalecidos pelo comportamento de grupo das bolhas da internet. As redes sociais permitiram “desrecalcar” os recalcados, fenômeno que tanto beneficiou Bolsonaro.

Os gritos das pessoas que ocuparam o gramado da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foram a parte mais reveladora da posse de Bolsonaro, em 1o de Janeiro. Eufórica, a massa berrava: “WhatsApp! WhatsApp! Facebook! Facebook!”. Quem quiser compreender esse momento histórico terá que passar anos dedicado a analisar a profundidade contida no fato de eleitores berrarem o nome de um aplicativo e de uma rede social da internet, ambos de Mark Zuckerberg, na posse de um presidente que as elegeu como um canal direto com a população e deu a isso o nome de democracia.

Bolsonaro representa, sim – e muito – um tipo de brasileiro que se sentia acuado há bastante tempo. E particularmente nos últimos anos. E que estava dentro de cada família, quando não era a família inteira. Todas as famílias gostam de se pensar como diferentes – ou, pelo menos, melhores (ou piores, conforme o ponto de vista) que as outras. A experiência de um confronto político determinado pelos afetos – ódio, amor etc – nestas eleições deixou marcas profundas.

 

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E cadê o Queiroz? Ao pregar o novo, Bolsonaro cai na “velha política”

Se há algum tempo, Bolsonaro condenava práticas arcaicas da política, agora no poder, recorre ao famoso jogo de concessões para consolidar sua rede de apoio e, desta maneira, obter êxito na aprovação de seus projetos.

Bolsonaro, que condenou por tantas vezes velhas práticas na política, recorre a elas para poder governar

Enquanto a mídia, em especial, se preocupou muito mais nas últimas horas em saber se “meninos devem vestir somente azul e meninas somente rosa”, outras questões importantes relacionadas ao governo Bolsonaro estão passando ao vento. Uma delas, e bem mais importante é: onde estará Queiroz? Assessor ligado à Bolsonaro e seus filhos continua recluso e atual gestão federal – que vocifera discursos pautados na honestidade – até o momento não fez questão de explicar as movimentações financeiras suspeitas e colocadas em seu nome. 

Nos bastidores, Bolsonaro – ciente de que matérias importantes como a reforma da Previdência são fundamentais para engrenar seu mandato – fez negociações. A mais fundamental delas foi apoiar – através de seu partido – a eleição de Rodrigo Maia (DEM) na presidência da Câmara dos Deputados. A parceria minou o projeto, até então bem-sucedido – da oposição de ampliar lideranças no Parlamento.

O apoio à Maia pelo PSL não é a toa e está ligado a concessões de favores e benefícios, justamente o que Bolsonaro e seus eleitores mais condenaram na campanha partidária. E a “velha política” deverá permanecer nos ombros bolsonaristas nos próximos meses.

É esperar para ver…

 

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Imagem do dia: A “despetização” comandada por Bolsonaro em seu governo

Desde que assumiu, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), não fez questão de esconder o seu discurso pautado no ódio à ideologia socialista e às opiniões contrárias. Gestão somente evidencia sua intolerância.

Gestores do Palácio do Alvorada, em Brasília, trocaram as cadeiras vermelhas (PT) por azuis. É a “democracia” bolsonarista no termo mais grave da expressão (Foto: Daniel Marenco/ Agência O Globo)

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Após tom de “ódio”, aliados de Bolsonaro tentam aliviar discurso contra oposição

Ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, percebendo a estrategia equivocada tentou colocar “panos quentes”, ao assumir cargo. Resta saber se o presidente seguirá a mesma lógica.

Os próprios aliados perceberam tom acima da medida das primeiras palavras de Bolsonaro e tentam diminuir o ímpeto da fala.

Depois de um discurso carregado de elementos ideológicos e travestidos de papel de “candidato”, aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) tentaram nesta quarta-feira (2), primeiro dia de fato de trabalho da nova gestão federal, diminuir o tom. Em algumas falas, a ideia era sinalizar com a oposição.

A mais contundente fala neste caminho foi do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Segundo o novo líder do Governo, disputas políticas e ideológicas devem ser travadas, no entanto, com ponderação e sempre pensando no bem maior, que é a população brasileira. “É importante pedir um pacto político entre governo e oposição pelo amor ao Brasil. Não é possível que a oposição não compreenda, assim como o Governo”, disse. 

Para Lorenzoni, o governo Bolsonaro não recebeu um “papel em branco” e deve construir a nação mais justa com todos. A fala do novo chefe da Casa Civil também é uma tentativa de colocar panos quentes na relação que promete ser tensa entre Executivo e Legislativo Federal. A pauta da previdência, por exemplo, deverá ser uma das primeiras encaminhadas ao Congresso.

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Primeiras palavras de Bolsonaro como presidente foram pobres e vazias

Novo comandante da nação repetiu clichês comuns bradados por ele e seus aliados durante a campanha e não enfatizou discurso para toda a população, e sim somente para seus admiradores.

Presidente empossado reuniu diversos clichês em suas primeiras palavras e não falou para toda a nação brasileira

As primeiras palavras do presidente empossado da República, Jair Bolsonaro (PSL), foram em sua grande maioria pobres e vazias. Em aproximadamente 16 minutos, tanto no Congresso Nacional quanto o Palácio do Planalto, o novo comandante da nação atacou o socialismo, bradou discursos meramente ideológicos e não largou as vestes de candidato. Além disso, não se referiu às camadas mais populares, aos eleitores que não votaram nele e que também esperam por melhorias e se preocupou somente em agradar ao próprio eleitorado.

Um dos momentos de maior destaque negativo foi quando Bolsonaro – carregando uma bandeira brasileira – disse aos presentes na Praça dos Três Poderes em Brasília que “esta é nossa bandeira, que jamais será vermelha”, em referência aos defensores do petismo e do lulismo. Ainda em discurso, o presidente afirmou que “o Brasil voltará a ser livre de amarras ideológicas”.

Além de baixo conteúdo, Bolsonaro entrou em contradição quando, ao atacar o petismo e o socialismo, disse que o seu “compromisso era o de construir uma sociedade sem qualquer discriminação ou divisão”. No Congresso, o presidente chegou a creditar a autoria do seu atentado, sofrido durante a campanha em Minas Gerais, aos inimigos da pátria. Sem deixar claro quem seriam estas pessoas, Bolsonaro di sse que “quando os inimigos da pátria,  da ordem e da liberdade tentaram pôr fim” à sua vida, “milhões de brasileiros saíram às ruas”.

Sobre o que interessa, ou seja, sobre os projetos futuros de governo, Bolsonaro limitou-se a ler que seriam feitas reformas “estruturantes” na economia, convocou o Congresso para ajudá-lo na aprovação de projetos e informou que acordos para a abertura do país ao comércio internacional serão mantidos “sem o viés ideológico”

À primeira vista, Bolsonaro fez um discurso que somente corroborou com toda a sua fala vazia, repleta de clichês e discursos pouco construtivos que nortearam a sua campanha até chegar ao Planalto. Resta saber se os próximos atos serão direcionados à toda a nação brasileira ou somente aos seus seguidores.

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Uma nova “forma” de fazer política nasce. Será sustentável?

A eleição dos dois representantes reforça a tese de que a população exigia transformações nas estruturas administrativas da maior cidade do país e do território nacional. Mas estes discursos que vêem a população distante da gestão do Estado como ente será sustentável?

Bolsonaro terá capacidade de desenvolver o país sem a participação mais direta das camadas populares?

Os discursos mais recentes do presidente eleito da República, Jair Bolsonaro (PSL), e do governador de São Paulo (PSDB), são apenas dois exemplos de falas pautadas na lógica da mudança das práticas políticas e consolidação de compromissos e metas. A eleição dos dois representantes reforça a tese de que a população exigia transformações nas estruturas administrativas da maior cidade do país e do território nacional. Mas estes discursos que vêem a população mais distante da gestão do Estado como ente será sustentável? Ou daqui a alguns anos teremos a volta dos governos pautados em políticas sociais?

Essa resposta somente será construída com o passar dos anos. Tanto Dória e, principalmente, Bolsonaro terão como desafios manter políticas públicas, aglutinar parceiros políticos para aprovação de matérias consideradas essenciais em seus projetos de Governo e, ao mesmo tempo, sustentar a popularidade de ambos tão necessária para uma gestão.

As primeiras impressões, em especial, no caso de Bolsonaro são as piores possíveis para a população de baixa renda. Pautas como a reforma da Previdência que, em tese, afastam a participação das camadas menos favoráveis na aquisição de benefícios e cortes em áreas consideradas essenciais, como saúde e educação, colocam em xeque o discurso bolsonarista de que todas as camadas sociais seriam beneficiadas. 

A ver os próximos capítulos desta história que começará logo mais…

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Prefeitos maranhenses terão encontro com membros do governo Bolsonaro

A agenda foi fechada em reunião – viabilizada pelo deputado federal Aluisio Mendes (PODE) – realizada nesta quinta-feira (27) em Brasília entre o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Cleomar Tema e o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM).

 

Aluisio Mendes, Onyx Lorenzoni e Cleomar Tema em agenda em Brasília

O primeiro mês de atividades de membros do primeiro escalão administrativo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), será de encontro com representantes de municípios maranhenses. A agenda foi fechada em reunião – viabilizada pelo deputado federal Aluisio Mendes (PODE) – realizada nesta quinta-feira (27) em Brasília –  entre o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Cleomar Tema e o futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM).

A reunião foi uma exceção na agenda de fim de ano da equipe de transição do futuro governo e marcada após pedido de Aluisio. Na ocasião, o parlamentar apontado como um dos principais porta-vozes do estado no Planalto enfatizou à Lorenzoni a preocupação das cidades maranhenses com possível distanciamento de Bolsonaro com as demandas do estado atualmente comandado por críticos do presidente eleito. A principal das demandas está ligada ao repasse dos precatórios às políticas educacionais.

No encontro, Aluisio fez questão de informar à Onyx a pauta prioritária da população. “Faço questão de trazer ao futuro presidente eleito Jair Bolsonaro a preocupação das cidades do Maranhão com o atendimento das solicitações dos prefeitos. É de conhecimento público que o estado é atualmente gerido por políticos de linha contrária ao posicionamento político de Bolsonaro. Logo, os gestores nos procuraram para que facilitássemos o acesso das demandas destas cidades com o novo presidente”, disse.

Ao se posicionarem, Aluisio e Cleomar Tema ouviram em seguida de Lorenzoni o compromisso de que Bolsonaro irá ouvir as solicitações maranhenses e que as portas do futuro governo estarão abertas aos representantes políticos do Maranhão. A abertura de agenda entre as futuras lideranças do Executivo Federal e o estado foi comemorada por Aluisio. “Isto prova que o futuro governo se pautará, sem qualquer negociação, com o diálogo. Independentemente da pretensão política, todas as cidades do nosso querido estado do Maranhão serão ouvidas”, afirmou.

No fim, Onyx ressaltou a boa relação com Aluisio e sua importância no atendimento das pautas maranhenses. “Atualmente, Aluisio Mendes é um dos principais porta-vozes do Maranhão aqui em Brasília. Sem dúvida, terá suma importância na relação entre o estado e Bolsonaro”, frisou o futuro chefe da Casa Civil. O presidente da Famem agradeceu a articulação feita pelo deputado Aluisio para aproximar as cidades do governo federal. “Aluisio Mendes teve grande participação neste encontro. Faço questão de agradecer a ele e ressaltar sua importância que terá, nos próximos anos, na interlocução com o governo Bolsonaro”, disse.

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Políticos com atuação no Maranhão buscam espaço no governo Bolsonaro

Os dois mais cotados, o consultor legislativo do Senado Fábio Gondim e o médico Alan Garcês (PSL) aguardam vaga. A candidata ao governo nas últimas eleições, Maura Jorge, corre por fora.

 

Médico além de tentar vaga em gestão bolsonarista também almeja nos bastidores candidatura própria à Prefeitura de São Luís em 2020

Representantes do Maranhão com atuação em várias esferas do poder ainda buscam espaço no governo do presidente eleito da República, Jair Bolsonaro. A informação, trazida na edição de hoje (28) por O Estado, aponta que o consultor legislativo do Senado Fábio Gondim e o médico Alan Garcês (PSL) são os mais cotados.

No caso de Gondim, publicação da revista Valor Econômico informou ontem (27) que ele não deve mais ser o número 2 do Ministério de Minas e Energia (MME), cargo para o qual era dado como certo até o início da semana. Ex-secretário de Planejamento e de Gestão e Previdência do governo Roseana Sarney (MDB), no Maranhão, Gondim foi bombardeado nas últimas semanas depois de anunciada sua integração à equipe do presidente eleito.

Já Allan Garcês, membro da equipe de transição do governo eleito, é outro “maranhense” com aspirações no governo federal. O médico iniciou sua carreira política no Maranhão como candidato à deputado. Em 2018, pelo mesmo PSL de Bolsonaro, obteve mais de 20 mil votos na disputa por uma vaga na Câmara Federal e destacou-se à frente de mobilizações em apoio ao capitão reformado do Exército Brasileiro.

Quem corre por fora é a ex-prefeita Maura Jorge, que concorreu ao cargo de governadora do Maranhão pelo PSL. Maura almeja o controle do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Maura Jorge também pode ter papel importante no futuro governo Bolsonaro

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Allan Garcês destaca imagens do ano na Direita maranhense…

Médico que compõem equipe de transição do presidente eleito divulga em seu perfil no Facebook imagens de Bolsonaro ao seu lado e ao lado de Maura Jorge como símbolos da luta pela mudança de rumos no Maranhão

 

Bolsonaro com Maura Jorge: imagem icônica da campanha no Maranhão

O médico Allan Garcês, que compõe a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), em Brasília, divulgou esta semana em sua página no Facebook, uma espécie de retrospectiva do ano político no estado.

– Para mim estas foram as imagens que marcaram o ano da Direita no Maranhão… Se você concorda dê seu ok! – defendeu Garcês, reproduzindo duas imagens com Bolsonaro.

Na primeira, o presidente eleito aparece abraçada à ex-candidata a governadora Maura Jorge, ainda na pré-campanha, na única visita ao Maranhão como candidato a presidente.

O presidente eleito com Allan Garcês, que vem ocupando importante espaço no futuro governo

No mesmo bloco, Garcês publica outra imagem, esta com Bolsonaro enrolado à bandeira do Maranhão e com o próprio médico cumprimentando-lhe, durante evento do PSL.

Além de Maura Jorge, Allan Garcês também defende a prontidão do PSL, desde já, com vistas às eleições de 2020, sem perda de tempo, aproveitando a força política de Bolsonaro.

Ambos também defendem o contraponto incessante ao projeto comunista de Flávio Dino…