Abandonada por Bolsonaro, Zambelli diz que vai ficar “na dela”…

Ex-presidente, agora réu por tentativa de golpe de estado, culpa a deputada federal – que enfrenta dois processos de cassação, no TSE e no STF – pela derrota nas eleições de 2022

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reagiu nesta quinta-feira, 27, aos ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que a culpa pela derrota nas eleições de 2022.

Para Bolsonaro, o caso protagonizado por Zambelli – que perseguiu um jornalista de arma em punho pelas ruas de São Paulo, às vésperas das eleições de 22 – tirou-lhe votos de eleitores importantes, o que favoreceu a vitória de Lula.

“Não vou falar que não errou. Aquilo interferiu nas eleições, ajudou a me desgastar porque um órgão de imprensa muito poderoso ficou mostrando o dia inteiro aquela mensagem”, afirmou Bolsonaro; para ele, a deputada tirou seu mandato.

RELAÇÕES CORTADAS. Em maus momentos no STF, Bolsonaro e Carla Zambelli ficaram de mal por causa de fatos das eleições passadas

  • na opinião da deputada, o ex-presidente jogou um peso muito grande em suas costas;
  • as declarações de Bolsonaro se deram no dia em que o STF formou maioria para condená-la.

“Não vou procurar Bolsonaro. Acho que depois do que acontece… ele tem meu telefone, se acha que deve me ligar, ele me liga. Se eu falei dessa forma como ele acha que eu falei, então eu acho que eu devo ficar na minha”, declarou a parlamentar, em entrevista ao canal CNN. (Veja vídeo acima)

Tanto Bolsonaro quanto Carla Zambelli podem enfrentar cadeia após conclusão do julgamento no STF…

Bolsonaro e o Inquérito nº 1361/2018…

Ex-presidente voltou a falar de uma investigação sigilosa sobre supostos ataques hackers às urnas eletrônicas – que ele mesmo vazou – na tentativa de criar tumulto após o STF acatar as denúncias de golpe de estado

 

BOLSONARO SENDO BOLSONARO. O estilo vítima foi abandonado pelo ex-presidente, que voltou a atacar tudo e a todos após ser tornado réu no STF

Em surto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu jornalistas em Brasília, nesta quarta-feira, 26 – logo após o Supremo Tribunal Federal torná-lo réu por crimes contra o Estado de Direito -, para o que seria uma coletiva de imprensa, mas que se transformou em um monólogo.

  • por cerca de 1 hora, Bolsonaro voltou a ser o mesmo Bolsonaro de sempre;
  • entre as teorias da conspiração, ele voltou a citar o Inquérito nº 1361/2018.

“As pessoas devem ter percebido, da forma tão incisiva como o ministro Alexandre de Moraes conduz, ou se conduz, é algo esquisito por aí. O que ele quer esconder? Apenas o Inquérito 1361? Eu digo, que é [para esconder o inquérito] 1361, é 99%. Mas vamos lá: houve interferência no TSE nas eleições de 22 ou não? Não vamos falar em fraude, possível fraude aqui, esqueçam. 100% confiável as urnas? Mas vamos abrir o inquérito 1361. Durante as eleições de 22, o TSE influenciou, jogou pesado contra eu (sic) e a favor do candidato Lula”, desabafou o ex-presidente.

  • Mas o que é o Inquérito nº 1361/2018?

Em 2018, Bolsonaro botou na cabeça que havia vencido o então candidato do PT, Fernando Haddad, ainda em primeiro turno, mas a Justiça Eleitoral, segundo ele, manipulara as urnas para forçar o segundo turno, ocasião em que declararam sua eleição.

Para sustentar sua tese, o ex-presidente vazou uma investigação sigilosa do Tribunal Superior Eleitoral sobre tentativas de invasão hacker no sistema eleitoral, o que ocorre em toda eleição sem nenhum risco à urna.

  • em 2021, o próprio Bolsonaro passou a ser investigado por ter vazado o inquérito de 2018 – que não encontrou qualquer indício de fraude nas urnas;
  • em junho de 2023, o ex-presidente foi tornado inelegível por ter cometido crime eleitoral ao reunir embaixadores e levantar suspeitas sobre as urnas;
  • em 25 de novembro do ano passado, quando foi indiciado pela trama golpista de 2022, Bolsonaro voltou a citar o Inquérito 1361, das eleições de 2018.

“O questionamento do sistema eleitoral sempre foi usado pelo ex-presidente como bandeira política e acabou lhe custando a elegibilidade, pois, em junho de 2023, a Justiça Eleitoral o condenou pelos ataques feitos às urnas perante embaixadores do mundo todo em uma reunião no Palácio do Planalto”, contou a revista Veja, à época. (Leia aqui)

Exatos quatro meses depois – agora já como réu no STF – o ex-presidente volta a falar do tal Inquérito 1361, em meio a uma série de falas desconexas, surtado que estava com a decisão da Suprema Corte nesta quarta-feira, 26.

É Bolsonaro voltando a ser Bolsonaro…

Flávio Dino será o primeiro a votar no julgamento de Jair Bolsonaro…

Ministro maranhense do Supremo Tribunal Federal se manifestará logo após o relator do processo Alexandre de Moraes, tanto na análise das preliminares quanto na análise do mérito

 

PRIMEIRO VOTO. Flávio Dino se manifestará primeiro, logo depois que Alexandre de Moraes apresentar seu relatório sobre Bolsonaro

Pela ordem definida no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que investiga a tentativa de golpe de estado no Brasil, em 2022, o ministro maranhense do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino dará o primeiro voto depois que o relator Alexandre de Moraes apresentar seu relatório.

  • Dino será o primeiro a se manifestar tanto na análise das preliminares quanto no mérito do processo;
  • o julgamento de Bolsonaro e outros denunciados está marcado para começar exatamente às 9h30.

Também foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República o deputado federal Alexandre Ramagem, o almirante e ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos eles podem virar réus pelos seguintes crimes:

  •  Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, que prevê de 4 a 8 anos de prisão;
  • Organização Criminosa, com penas que variam entre cinco anos e 10 anos de prisão;
  • Golpe de Estado, com penas previstas de reclusão entre três anos e 10 anos.

Pela ordem de votação, após leitura do relatório de Alexandre de Moraes, votarão Flávio Dino, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Cristiano Zanin.

O STF reservou data também nesta quarta-feira, 26, para o caso de necessitar de mais uma sessão para conclusão do julgamento. 

Jair Bolsonaro com os dias contados…

Procuradoria-Geral da República reafirma denúncias de tentativa de golpe e abre espaço para que o STF, pela primeira vez na história, torne um ex-presidente réu por tentar subverter a ordem democrática no país

 

A CAMINHO DA CONDENAÇÃO. Bolsonaro pode ser o primeiro ex-presidente da República no Brasil a ser réu por tentativa de golpe contra o próprio país

O procurador-geral da República Paulo Gonet contestou oficialmente nesta quinta-feira, 13, a defesa dos acusados de tentativa de golpe de estado no Brasil; com o parecer, o Supremo Tribunal Federal ganha tempo para decidir se torna réu os acusados, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

  • para Gonet, Bolsonaro liderava o núcleo central da trama de golpe no Brasil;
  • segundo ele, Bolsonaro agiu diretamente para impedir a posse de Lula (PT);
  • além do ex-presidente, foram denunciados generais e outros agentes políticos.

“Na espécie, a denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias”, relata o chefe da PGR em sua manifestação.

Neste mesma quinta-feira, 13, o ministro Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma do STF – marcou para as 9h30 do dia 25 de março o início da análise do processo.

Caberá à turma – formada por Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Carmem Lúcia e Flávio Dino – decidir se Bolsonaro e os seus viram réus por golpe de estado…

O março da redemocratização é o mesmo do golpe militar…

Enquanto o Brasil se prepara para festejar os 40 anos do fim da ditadura, ainda há os que preferem lembrar o último dia do atual mês de 1964, que pode ter seu significado mudado se Jair Bolsonaro for tornado réu no STF

 

 

TRÊS MARÇOS PARA LEMBRAR. O Congresso ocupado pela ditadura, a redemocratização com Sarney e Tancredo e Bolsonaro na sombra do golpe

Ensaio

O Brasil comemora 4o anos da redemocratização no próximo sábado, 15,  período em que – bem ou mal – a população acostumou-se a escolher seus governantes de forma livre, embora muitos, nos últimos 9 anos, tentem devolver o país a um outro período, mais obscuro, que chega aos seus 61 anos no próximo dia 31.

  • quando o maranhense José Sarney (MDB) recebeu a faixa de presidente da República pôs fim à ditadura militar;
  • de lá para cá, foram oito presidentes eleitos diretamente pelo povo, o maior período de liberdade já experimentado;
  • a democracia é tão plena que, nestes 40 anos, tivemos dois presidentes depostos, um de forma justa, outra injustamente. 

“No campo político, Sarney foi responsável por medidas que consolidaram o processo de redemocratização, como o apoio à Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na promulgação da Constituição de 1988. Outra medida importante foi a descentralização do poder, com o fortalecimento das administrações estaduais e municipais, o que foi fundamental para o processo de democratização do país”, conta o portal Mundo Educação, em  artigo sobre “O Governo Sarney”. (Leia aqui) 

A posse de Sarney já teve a sua história ressignificada e hoje ele paira acima do bem e do mal na política, como mostrou este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Sarney 9.4: a política brasileira nunca precisou tanto…”.

O ex-presidente garantiu a transição pacífica, o que resultou na eleição de Fernando Collor de Mello (1989), Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), Lula (2002 e 2006), Dilma Rousseff (2010 e 1014), Jair Bolsonaro (2018) e novamente Lula, em 2022.

E foi exatamente a ascensão de Bolsonaro – um obscuro deputado federal do baixíssimo clero, oriundo do Exército e com viés autoritário – que trouxe de volta a sombra da ditadura, lembrada, mas não celebrada, na outra data histórica que marca este mês, o 31 de março.

  • o golpe militar de 1964 é um dos piores e mais obscuros períodos da história do Brasil;
  • nos seus 21 anos, a ditadura teve os mesmos aspectos dos quatro anos de bolsonarismo.
  • calcula-se que cerca de 20 mil pessoas foram torturadas pela ditadura neste período.

A atual Constituição garante a intervenção das Forças Armadas para a manutenção da lei e da ordem. Sou a favor, sim, de uma ditadura, de um regime de exceção, desde que este Congresso dê mais um passo rumo ao abismo, que no meu entender está muito próximo”, declarou Bolsonaro, ainda em 1999, quando nem mesmo o pior pesadelo apontaria sua chegada ao poder no Brasil. (Relembre aqui)

  • não por acaso, Bolsonaro elegeu-se apenas dois anos depois do golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT);
  • não por acaso, Bolsonaro se vê prestes a ser tornado réu em processo por tentativa de golpe militar no Brasil.

A presença de Bolsonaro na política reforça a certeza de que a data de 31 de março é para ser lembrada apenas como período nefasto da história do Brasil; mas a redenção desta data pode estar no Supremo Tribunal Federal.

Quem sabe o STF não torna Bolsonaro réu por golpe de estado exatamente em 31 de março?!?

A história do Brasil iria agradecer…

Uma simples questão de ética e respeito à lei…

Há questões envolvendo os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes que levantam dúvidas sobre a isenção e a imparcialidade para julgar o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal

 

CONTAMINAÇÃO EMOCIONAL. Na opinião do escritor e acadêmico Joaquim Haickel, Flávio Dino e Alexandre de Moraes não têm isenção para julgar Bolsonaro

Por Joaquim Haickel*

Hoje, mais cedo, fiz uma postagem, que reproduzo abaixo, que gerou alguma repercussão e por isso resolvi voltar ao assunto e pedir ajuda, mas não aos universitários, resolvi pedir ajuda aos professores e fiz os dois questionamentos abaixo ao Chat GPT. Vejam quais foram as respostas!…

  • Minha postagem de hoje cedo:

“O conforto de Dino causa desconforto a quem defende a ética e a imparcialidade.

Flávio Dino disse recentemente que ele não sente desconforto algum em ter que julgar Bolsonaro. Ora, o problema não é o desconforto dele! O problema é o desconforto daqueles que acreditam que é muita falta de ética de um juiz, no caso ele, em não se declarar impedido em julgar alguém a quem já chamou anteriormente de demônio!

O código de ética e a lei orgânica da magistratura estabelecem que um juiz tem que julgar com imparcialidade, tanto que a alegada parcialidade de Moro, no julgamento de Lula, foi uma das causas da anulação do julgamento e descondenação do réu.

No caso de Dino, julgando Bolsonaro, fica a pergunta: como é possível alguém ser imparcial ao julgar uma pessoa que em sua opinião é o próprio demônio?”

Minhas perguntas ao ChatGpt:

1 – “Tendo como base o código de ética e a lei orgânica da magistratura, qual deve ser a atitude de um juiz que recebe a incumbência jurisdicional de julgar uma pessoa sobre a qual esse mesmo juiz disse ser “o próprio demônio”.

2 – “Tendo como base o código de ética e a lei orgânica da magistratura, qual deve ser a atitude de um juiz que recebe a incumbência jurisdicional de julgar uma pessoa que é acusada de planejar o assassinato do referido juiz?

As respostas do ChatGpt:

“Em ambos os casos, o juiz deve tomar medidas conforme o Código de Ética da Magistratura e a Lei Orgânica da Magistratura, que buscam garantir a imparcialidade e a confiança pública no Poder Judiciário. Abaixo estão as diretrizes para cada situação:”

1. Juiz que afirmou ser “o próprio demônio” sobre uma pessoa que deve julgar:

  • “De acordo com o Código de Ética da Magistratura Nacional (Resolução nº 135/2011 do CNJ) e a Lei Orgânica da Magistratura (Lei Complementar nº 35/1979), o juiz deve agir com imparcialidade e evitar qualquer declaração ou atitude que comprometa a sua independência ou a confiança pública na justiça.”
  • Imparcialidade: “O juiz não pode ter qualquer tipo de preconceito ou animosidade em relação às partes envolvidas no processo. Fazer uma declaração tão contundente e negativa como essa pode configurar perda da imparcialidade, o que comprometeria a validade do julgamento.”
  • Dever de Isenção:A Lei Orgânica da Magistratura prevê que, em casos de dúvida sobre a imparcialidade do juiz, ele deve se declarar suspeito e se abster de julgar o caso, a fim de garantir que o processo seja conduzido de maneira justa.”
    “Portanto, diante de uma declaração tão negativa, o juiz deveria se declarar suspeito e remeter o caso para outro magistrado, a fim de preservar a integridade do julgamento e a confiança pública.”

2. Juiz que deve julgar uma pessoa acusada de planejar o assassinato do próprio juiz:

  • “Neste caso, a situação é ainda mais delicada, pois envolve uma ameaça direta à vida do juiz.”
  • Imparcialidade: “Mesmo em casos em que o juiz é pessoalmente afetado por uma situação, ele ainda deve se pautar pela imparcialidade. Contudo, o juiz não pode ser considerado imparcial em um processo em que ele é diretamente envolvido de forma pessoal ou emocional, como é o caso de uma ameaça à sua vida.”
  • Dever de Abster-se: “A Lei Orgânica da Magistratura, em seu artigo 254, determina que o juiz deve se abster de atuar no julgamento de processos em que ele tenha interesse pessoal ou se sentir emocionalmente comprometido. No caso de uma ameaça ao próprio juiz, ele deve se declarar suspeito.”
  • Desafastamento do Caso: “Para garantir a imparcialidade do julgamento e evitar qualquer dúvida quanto à justiça do processo, o juiz deve se abster de atuar no caso e solicitar a substituição por outro magistrado.”

Em ambos os casos, a atitude correta é o juiz se declarar suspeito e se afastar do julgamento, garantindo a imparcialidade do processo e a confiança pública na justiça.

O primeiro caso se refere ao ministro Flávio Dino que disse que Bolsonaro “é o próprio demônio” – Não acredite em mim? Acesse aqui. 

E o segundo caso se refere ao fato de uma das acusações contra o denunciado, constante do processo contra ele, é ter participado da trama para matar o ministro Alexandre de Moraes. (Veja aqui)

Portanto ambos deveriam se considerar impedidos de participar do julgamento de Bolsonaro…

*Joaquim Haickel é membro da Academia Maranhense de Letras

Flávio Dino deve presidir a turma do STF que julgará Bolsonaro….

Ministro maranhense assumirá o comando do colegiado formado por outros quatro ministros exatamente no período em que a ação contra o ex-presidente da República e outros 33 acusados de tentativa de golpe estará tramitando

 

NO MEIO DO FURACÃO. Esses são os ministros que irão julgar Bolsonaro na Primeira Turma do STF

O ministro maranhense Flávio Dino deve estar no comando da Primeira Turma no momento em que a ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entrar na pauta de julgamentos do Supremo Tribunal Federal.

A informação é do jornal O Globo.

  • além de Dino, compõem a primeira turma os ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Carmem Lúcia;
  • o atual presidente deste colegiado é outro indicado pelo presidente Lula (PT), Cristiano Zanin, que deixa o posto em outubro.

“Ex-ministro da Justiça do governo Lula, Dino é alvo de forte rejeição pela militância bolsonarista e pelo próprio ex-presidente. Como presidente da Turma, caberá a ele definir os ritos e a dinâmica do julgamento; e certas decisões, ainda que meramente procedimentais, podem ser contestadas pela defesa de Bolsonaro”, destaca O Globo.

Dino foi ministro da Justiça no governo Lula e é um dos principais adversários de Bolsonaro dentro do lulismo.

Há uma pressão, inclusive nos bastidores do STF, para que o caso seja analisado por todos os 11 ministros e não apenas pelos membros da Primeira Turma.

Mas esta é uma outra história…

O início do fim do bolsonarismo…

Ex-presidente não conseguiu eleger seus favoritos e viu a direita conservadora – mais distante de seus postulados – crescer sistematicamente nestas eleições municipais, o que indica o surgimento de uma terceira via fazendo uma cunha na polarização entre a esquerda e a extrema direita

 

LULISMO X BOLSONARISMO. a esquerda ainda precisa de Lula como catalisador de votos, mas a direita já começa a ver a inutilidade de Bolsonaro

Análise de conjuntura

O primeiro balanço da mídia digital especializada em política em todo o país – este blog Marco Aurélio d’Eça incluído – apontou uma derrota acachapante da esquerda e do PT nestas eleições municipais.

Passadas as primeiras impressões, no entanto, é possível ver, também, uma espécie de fim do ciclo do chamado bolsonarismo-raiz, aquele mais identificado com os postulados do ex-presidente da República.

Os partidos que venceram as eleições são de centro-direita, mais moderados e menos radicais que os bolsonaristas.

  • a polarização entre lulistas e bolsonaristas, que existia no Brasil desde 2018, parece começar a arrefecer, com surgimento de novos atores;
  • embora o PT tenha sido derrotado, não é certo apontar que o presidente Lula também perdeu, uma vez que o lulismo se separa do petismo;
  • dois personagens podem ser destacados, ambos paulistas, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o governador Tarcísio de Freitas (PRB).

Tarcísio pode ser candidato presidencial já em 2026, com apoio provável do próprio Bolsonaro; Kassab deve permanecer com Lula e o PT, mas isso deve significar uma fatura cada vez maior ao PSD.

Entre os dois surge o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), embora tenha chances diminutas de se viabilizar nacionalmente. Pesa ainda o fato de Bolsonaro estar inelegível em 2026, um vácuo gigantesco no tempo e no espaço para quem precisa de disputas de poder.

Assim como o lulismo tornou-se ao longo do tempo maior que a esquerda, a direita mais autêntica, menos extremista vai tomando o lugar de Bolsonaro e sua postura odienta.

Mas há uma diferença entre os dois: o PT e a esquerda sabem que precisam de Lula para sobreviver nos próximos anos.

Já a direita começa a ver que não precisa mais de Bolsonaro…

Sobre Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto…

Mais uma vez, setores da imprensa e da classe política maranhense interpretam, cada um ao seu bel prazer, as falas das duas lideranças políticas nacionais em relação ao PL, o Maranhão e o deputado Josimar Maranhãozinho

 

Valdemar falou de “gente com fome” no Maranhão; Bolsonaro defendeu a direita maranhense, apesar do PL, dado por Valdemar a de Josimar

Houve um equívoco generalizado da imprensa maranhense – salvo honrosas exceções – na interpretação da fala do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e o contraponto a ela feito pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

Esse equívoco de interpretação atingiu até políticos maranhenses, como o deputado Márcio Jerry (PCdoB), que tentou meter a colher na briga do PL sem entender exatamente o que disse cada um deles, como revelou o blog do Gilberto Léda. (Leia aqui)

A fala de Valdemar é clara; a de Bolsonaro ainda mais:

  • apenas Valdemar da Costa Neto agrediu o Maranhão, ao dizer que aqui não há esquerda ou direita, mas apenas “gente com fome”;
  • o que Bolsonaro fez foi contrapor exatamente este ataque de Valdemar, dizendo que, há, sim, direita no estado, apesar do PL.

O ex-presidente citou, inclusive, o deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB) e a candidata do PRB em Imperatriz, Mariana Carvalho, como exemplos da direita que não reza na cartilha de Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil, tratado de “bandidos” por ele.

No mesmo dia da polêmica entre Valdemar e Bolsonaro sobre o PL maranhense este blog Marco Aurélio d’Eça tratou do sucesso da direita maranhense, no post “Direita começa a ocupar espaço de poder no Maranhão”.

Jair Bolsonaro só não disse uma coisa: Tão bandido quanto Bolsonaro acha que são Josimar Maranhãozinho e Pastor Gildenemyr, é Valdemar da Costa Neto, que não os afasta do PL por que tem negócios com eles, envolvendo o próprio partido.

Esta é a interpretação da polêmica envolvendo o PL, Josimar e o Maranhão.

Sem tirar, nem pôr….

Bolsonaristas rejeitam Yglésio…

Na tentativa de atrair eleitores tiktoker’s – sabe-se lá porque – candidato optou por uma imagem de desequilibrado, cheio de caras e bocas e agressivo. Resultado:  foi chamado de “palhaço de debate”, antipatizado por eleitores do ex-presidente, amarga índices mínimos nas pesquisas e está fora do debate da TV Mirante

 

Os eleitores da direita viram Jair Bolsonaro em São Luís, mas parecem nem ter notado Yglésio ao lado dele

Ainda em janeiro, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou o post “De como Duarte Jr. e Dr. Yglésio desmoralizam suas próprias imagens…”; tratava-se de um alerta sobre os riscos que os dois candidatos corriam com a postura tiktoker, que agrada a criançada de internet, mas não passa credibilidade.

O deputado estadual decidiu mesmo virar um personagem de redes sociais, com postagens sempre construídas para atrair visualizações, apelando para o humor escrachado e o deboche, que não condizem com a postura de um parlamentar, médico e advogado que tenta se mostrar como pronto para gerenciar uma capital como São Luís”, disse o blog, no caso específico de Yglésio.

Esta preocupação crítica foi exposta não uma, mas diversas vezes, pessoalmente ao próprio parlamentar e a seus auxiliares, que preferiram manter o estilo; passados oito meses, o personagem Yglésio até atraiu milhares de seguidores às suas redes sociais, mas patina na casa dos 2% de intenção de voto.

  • falta credibilidade ao candidato do PRTB, que, além de deputado é médico e advogado;
  • falta identidade ao deputado, que já esteve no PT, no PDT, no PSB e agora se declara bolsonarista;
  • falta confiança no parlamentar, que não consegue atrair aliados nem lideranças aos seus projetos eleitorais.

A falta de confiança no candidato é tamanha que nem a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Luís conseguiu atrair eleitores bolsonaristas; havia muita gente de direita na carreata, mas essa gente sequer relacionava o ato com a campanha de Yglésio. 

No início da campanha, Yglésio dizia a todos que iria tirar Duarte Jr. (PSB) do segundo turno e chegaria com mais de 20% dos votos ao confronto direto com o prefeito Eduardo Braide (PSD); faltando uma semana para o primeiro turno,  seu desafio agora é outro.

Vai ter que brigar muito para chegar a um honroso terceiro lugar…