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Roberto Jefferson tinha oito mil munições em seu poder

Em cumprimento a mandado de busca e apreensão, policiais federais encontraram arsenal na casa do ex-deputado logo após sua prisão, no último domingo, 23; analistas veem armamento de aliados como preparação para eventual reação por derrota de Bolsonaro nas urnas

 

Fuzil usado por Roberto Jefferson contra policiais federais e apreendido em sua casa após prisão: oito mil munições guardadas em casa

Passava das 20 horas do último domingo, 23, quando policiais federais sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, entraram na casa do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) para cumprir mandado de busca e apreensão.

Encontraram nada menos que  oito mil munições, fuzis, metralhadoras, inúmeras pistolas e granadas.

A estas alturas, Jefferson já estava a caminho do Rio de Janeiro, onde foi autuado em flagrante por quadrupla tentativa de homicídio contra policiais federais que haviam ido à sua casa, na manhã do mesmo dia. 

– Bolsonaro armou a população brasileira, principalmente seus seguidores, de caso pensado, pensando neste momento. Momento de definição da democracia brasileira, em que ele pode sair vitorioso, como pode sair derrotado, e, caso saia derrotado, ele pode não reconhecer o resultado e jogar seus seguidores para, de forma violenta, questionar a democracia brasileira – analisou o jornalista Leonardo Sakamoto, do site UOL, nesta quinta-feria, 27.

Em apenas três anos e sete meses do governo bolsonarista, foram 7.651 novos fuzis do tipo 5.56mm registrados no país, segundo dados da PF; é mais que o dobro do que havia sido registrado entre os anos de 2012 e 2018, nos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

A ação malsucedida de Roberto Jefferson foi uma das tentativas de aliados de Bolsonaro de criar um clima propício a uma resistência em deixar o cargo, caso ele perca a eleição de domingo; a operação fracassada, que repercutiu negativamente na campanha, foi substituída por outra, a da denúncia contras as emissoras de rádio, outra farsa com objetivo de tumultuar e gerar dúvidas sobre o processo eleitoral.

Mas o clima de revolta já está formado entre os bolsonaristas mais radicais.

– É necessário quebrar esquerdistas no cacete, quebrar a urna eletrônica no pau; cientista político também tem que apanhar – conclama o empresário e radialista evangélico Jackson Villar, presidente do movimento “Acelera para Cristo”, uma das mais radicais correntes bolsonaristas. (Saiba mais aqui)

É com este clima de guerra que Bolsonaro deixou de pedir votos no Brasil e passou a pedir apoio de seguidores armados até os dentes para uma reação à vitória de Lula.

É claro que os pedidos públicos de Bolsonaro são sutis, até com certo grau de leniência incompatível com sua personalidad4e.

Mas, nos bastidores da campanha, o clima de guerra já esta montado…

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Lideranças maranhenses contra a liberação de armas

Em 24 horas, além do governador Flávio Dino, a senadora Eliziane Gama, o suplente de deputado federal Simplício Araújo e o deputado estadual Zé Inácio manifestaram-se contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro que afrouxa regras para compra de armas no Brasil

 

Foi péssima entre as lideranças políticas maranhenses a repercussão do decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro afrouxando as regras para venda de armas no país.

Além do governador Flávio Dino (PCdoB), que criticou Bolsonaro nas redes sociais, também se manifestaram a senadora Eliziane Gama (Cidadania), o secretário Simplício Araújo (Solidariedade), que é suplente de deputado federal, e o deputado estadual Zé Inácio (PT).

– Apresentamos projeto de Resolução para criar a Frente Parlamentar pelo Desarmamento. Vamos propor um amplo debate c/ a sociedade civil , órgãos de segurança e parlamentares para mostrar que liberar armas não é solução para garantir segurança ao cidadão – destacou Eliziane Gama.

Simplício criticou Bolsonaro por focar no decreto de armas em pleno aumento dos números dos casos de CoVID-19 e lançamento a postura do presidente contra a vida.

O mesmo argumento usou o deputado estadual Zé Inácio, que usou números para comparar o interesse de Bolsonaro pelo armamento da população, em detrimento dos números da CoVID-19.

– No Brasil faltam vacinas e sobram armas. Sem vacina, já são 239.259 mortes por CoVID-19. Com mais armas foram 42.892 mortes violentas em 20-20, 5% mais que em 2019. O Brasil que Bolsonaro prioriza é sem vacina e com mais armas, que já somam 324.881 mortes – afirmou o parlamentar petista.

As críticas a Bolsonaro pela prioridade nas armas e descaso com a pandemia de CoVID-19 ecoam também por todos os estados brasileiros.

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Simplício critica foco de Bolsonaro em liberação de armas

Para o secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Governo Federal deveria estar preocupado com o risco de falta de vacinas e o aumento de casos de CoVID-19, com novas variantes do coronavírus espalhados no país

 

Simplício Araújo bateu forte em Bolsonaro pelo foco excessivo na liberação de armas no Brasil

O secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Simplício Araújo (Solidariedade), criticou o governo Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, 15, pelo foco excessivo no debate sobre liberação de armas no Brasil.

– Vacinas acabando em todos os estados, mais de 90% da população sem data nem prazo para ser imunizada, novas cepas circulando pelo país exatamente neste hiato de imunização. A pauta deveria ser foco total na imunização, mas o Governo Federal prioriza liberação de armas – afirmou o gestor.

A pauta do governo Bolsonaro atende a interesses diretos dos filhos do presidente, maiores defensores da liberação de armas no país.

E o descaso com o combate ao coronavírus é uma pauta do próprio presidente, desde o início da pandemia, ainda no ano passado…

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Cidadão de bem não quer armas; quer segurança pública eficiente…

Em mais um gesto tresloucado, presidente Jair Bolsonaro assina decreto que amplia o porte de armas e libera a venda até de fuzis no Brasil, criando o risco de um clima de guerra nas ruas das cidades

 

Editorial

Há uma estranha relação entre a eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a fabricante de armas brasileira Taurus.

E há uma semana, desde que Bolsonaro assinou um Decreto que amplia o porte de armas no Brasil e libera a venda até de fuzis – arma antes restrita às forças de segurança – extrapolou a relação entre ele e essa indústria.

Mas esta nem é a questão principal do decreto. O problema é a corrida armamentista desenfreada que este ato estimula.

Inculto, despreparado e autoritário, Bolsonaro é, pela própria natureza, um sujeito que entende o uso de uma arma na cintura como forma de defesa.

Não é.

Quanto mais armas na rua, mas insegurança se tem.

E o cidadão de bem não quer armas nas ruas; o cidadão de bem quer uma força de segurança com eficiência, que garanta a proteção da sociedade.

Armar a população é promover mais violência.

Esta cultura pode até ser a dos Bolsonaro.

Mas não é a o cidadão de bem…