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Caso Décio: Polícia ainda bate cabeça…

Restaurante onde o crime ocorreu: polícia sequer isolou a área

Parece haver apenas uma utilidade prática para o sigilo decretado pela Secretaria de Segurança nas investigações do caso Décio Sá: esconder a própria incapacidade da polícia de elucidar o crime.

Sem os holofotes midiáticos, as investigações vão ocorrendo com base em dois fatores típicos da polícia maranhense: sorte e acaso.

Pode parecer surreal, mas, só ontem, a polícia ouviu os dois PMs que empreenderam “perseguição” à moto que deu fuga aos suspeitos, no dia do crime.

A polícia sequer conseguiu abrir e-mails de Décio Sá, e não sabe como acessar a página de administração do seu blog – tanto que pediu ajuda a colegas e técnicos que auxiliavam o jornalista na manutenção.

A patética operação no morro da Litorânea

O retrato falado já está pronto há semanas, mas Aluísio Mendes só mostra para políticos (?).

Se não pode ser divulgado, pra que foi feito?

Sem saber por onde andar, a polícia bate-cabeça diariamente. Só esta semana, por exemplo, começou a ouvir os guardadores de carro que atuam em frente ao Sistema Mirante.

Só esta semana, flanelinhas da Mirante começaram a ser ouvidos

Desde o dia do crime, em conversa com o próprio Aluísio Mendes, o titular deste blog comunicou a presença de um motoqueiro estranho na porta do prédio – que chegou a onversar com os guardadores.

Depois de  18 dias, como eles ainda poderiam se lembrar das características?

E o que dizer daquela cena de policiais vasculhando o morro na Litorânea quase 15 dias depois do crime?

Rua por onde o matador fugiu: só há imagens do dia do crime?

São falhas evidentes, detectadas por qualquer leigo. Por isso existe o sigilo nas investigações – para escondê-las da sociedade.

Sem saber o que está acotecendo, imaginam eles, a imprensa não poderá divulgar e a sociedade não poderá saber.

Lêdo engano.

Este blog conversa diariamente com policiais, checa informações de gente ouvida pela polícia e ouve especialistas em investigações para chegar às suas conclusões.

E a conclusão que se tem é que a polícia parece não saber o que está fazendo…

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Justiça autoriza busca e apreensão no caso Décio…

Blog de Gilberto Léda

A Justiça Estadual já autorizou pelo menos três mandados de busca e apreensão no caso da investigação do assassinato do jornalista Décio Sá, dia 23 de abril.

A Polícia Civil fez os pedidos há aproximadamente quinze dias e a resposta positiva da Justiça veio no início desta semana.

Fontes do blog divergem sobre o teor dos pedidos, mas o mais provável é que os mandados sejam cumpridos com o intuito, principalmente, de capturar computadores e documentos de possíveis envolvidos com o crime. Continue lendo aqui…

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Quebra de sigilo telefônico no caso Décio…

Décio: várias ligações serão investigadas

Mais de 30 números de telefones já tiveram o sigilo quebrado pela Justiça, a pedido dos delegados que investigam a morte do jornalista Décio Sá.

A polícia acredita que, a sequência de ligações entre um número e outro, facilitará na percepção do provável esquema para o assassinato do jornalista.

Décio Sá fez e recebeu várias ligações nos dias que antecederam sua morte.

A polícia cruza as informações destes números para saber quem ligou para quem entre os que conversaram com Décio.

O objetivo é saber, por exemplo,  que relação há entre os que ligaram para o jornalista e outras que também constam da relação de ligações.

A polícia já conseguiu receber informações de algumas operadoras, mas outras mostram má-vontade no fornecimento dos dados.

Entre as ligações efetuadas e recebidas por Décio Sá no dia do crime, estão números de jornalistas, de colegas de redação, muitos de políticos e até de policiais e magistrados.

Mas o foco se dá naquelas ligações efetuadas entre as últimas três horas antes e três horas depois do crime.

Tanto as feitas e recebidas por Décio quanto as trocadas entre pessoas que, eventualmente, falaram com ele…

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Zé Carlos da Caixa mantém assinatura em CPI da Pistolagem…

O deputado Zé Carlos da Caixa (PT) afirmou hoje que manterá sua assinatura no Requerimento de criação da CPI da Pistolagem.

– Já firmei compromisso e não há como voltar atrás. Afinal, a luta contra a pistolagem é uma bandeira do meu partido – explicou Zé Carlos.

A CPI tinha treze assinaturas até ontem. Dois deputados – André Fufuca e Chico Gomes (ambos do PSD) – decidiram voltar atrás depois que o governo pressionou pela não instalação.

Em seguida, Cleide Coutinho (PSB) também assinou o requerimento, de autoria do deputado Bira do Pindaré (PT).

A expectativa agora é que os deputados Raimundo Cutrim (PSD) e Hemetério Weba (PV) assinem o documento, garantindo o número mínimo para instalação.

Até por que, Weba já se comprometeu publicamente a assinar…

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De novo a Justiça maranhense no CNJ…

Bezerra e Cutrim: explicações ao CNJ

Dessa vez são os desembargadores Raimundo Cutrim e Raimunda Bezerra, além do juiz Luiz Gonzaga Almeida Filho.

O Conselho Nacional de Justiça quer saber a participação de cada um em um processo envolvendo o Banco Volkswagen.

No caso, revelado hoje pelo blog do jornalista Itevaldo Júnior, o CNJ questiona, sobretudo, a protelação dos magistrados no julgamento dos recursos do banco, mesmo com risco de lesão. (Leia aqui)

Na prestação do serviço jurisdicional ou no exercício da função judicante, a falta de prudência pode caracterizar falta de decoro jurisdicional – ensina a minsitra Eliana Clamon, corregedora do CNJ.

Os três magistrados maranhenses têm 15 dias para se explicarem ao Conselho…

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Assembleia decide hoje o futuro da CPI da Pistolagem…

Os deputados estaduais vão decidir hoje o futuro do requerimento de instalação de uma CPI para investigar os crime sde pistolagem no Maranhão.

O documento é de autoria do deputado Bira do Pindaré (PT).

Até sexta-feira, a CPI tinha 13 assinaturas, incluindo a dos governistas Chico Gomes (PSD), Zé Carlos da Caixa (PT) e André Fufuca (PSD).

Deputados decidirão, hoje, se instalam ou nnão a CPI da Pistolagem

Mas os líderes governistas pressionam os deputados a retirarem assinatura, sob alegação de tratar-se de uma orientação da governadora Roseana Sarney (PMDB).

Se os governistas recuarem, Bira do Pindaré espera complementar o total de assinaturas com a deputada Cleide Coutinho (PSB) e outro governista, Hemetério Weba (PV).

Sobretudo por que o próprio Weba foi à tribuna para declarar não ter medo de investigação, garantindo que assinaria o documento do petista.

Ele tem obrigação, agora, de comprovar na prática o que disse em discurso…

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Caso Décio: Polícia tem três linhas de investigação…

 

Décio Sá: morto há 15 dias

A polícia atua com três linhas de atuação na investigação do assassinato do jornalista Décio Sá – e as três podem estar interligadas entre si.

A Secretaria de Segurança já sabe, por exemplo, que, de uma forma ou de outra, Décio fora, monitorado até o local onde recebera os tiros.

Por telefone, seguido ou atraído, tanto faz.

Por esta ótica, os policiais entendem ter havido um esquema montado para matar o jornalista exatamente naquele dia 23 de abril – estivesse ele de um ou do outro lado do morro por onde os bandidos escaparam.

Em outras palavras, o bar Estrela do Mar, era apenas um dos pontos possíveis para efetivação do crime.

Para a polícia montar o quebra-cabeças, poucas peças ainda precisam se encaixar.

Mas o esqueleto básico do esquema já está desvendado.

E o resultado poderá surpreender meio-mundo…

O restaurante era apenas um dos pontos possíveis; havia outros...

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Cinco motivos para a CPI da Pistolagem…

Em 1999, CPI da Assembleia movimentou todo o Maranhão em busca de segurança

Nenhum momento da história maranhense foi tão propício para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito quanto o atual.

A CPI da Pistolagem, discutida na Assembleia Legislativa, pode até não ter a mesma repercussão que outra, parecida – a do Crime Organizado, em 1999 – mas terá tanta importância quanto. Eis os motivos:

1 – Uma investigação da Assembleia põe mais pressão na polícia maranhense pela elucidação, não só do assassinato do jornalista Décio Sá, mas também de todos os outros ainda sem solução;

A CPI maranhense atraiu também atenção nacional

2 – Só nos últimos meses foram quase dez assassinatos em que a polícia não conseguiu elucidar os assassinos ou prender os mandantes. Exemplos: caso Décio, caso Irmãos Queiroz; caso Biné, Caso Raimundo Cabeça e caso Marggion Laniere;

3 – Uma CPI na Assembleia  garante a presença de mídia contínua repercutindo casos de pistolagem, o que acua mandantes, assassinos e gera o sentimento de denúncia na sociedade;

4 – Pela primeira vez, deputados governistas e oposicionistas concordam em uma investigação sem ranços políticos ou sem direcionamento contra A ou B, mas com foco na liberdade e na paz maranhense;

5 – O funcionamento da CPI leva o governo a acionar mais intensamente seu aparelho de segurança, evitando má-vontade e corpo mole, sob risco de desmoralização diante das investigações parlamentares.

Portanto, a CPI da Pistolagem é uma emergência no Maranhão.

Doa em quem doer…

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Pistoleiros sempre agem assim…

Pitoleiros não se preocupam em mostrar a cara

É uma tolice, estranhamente encampada até por setores da polícia, a interpretação de que o assassino de Décio Sá o matou de cara limpa simplesmente por que não era daqui.

Pistoleiros profissionais agem geralmente assim, de cara limpa.

Na história recente dos crimes de pistolagem no Maranhão, nenhum dos assassinos agiu com máscaras ou outro tipo de dificultador de identificação.

Na década de 80, o assassinato de um dos irmãos Figueiredo, no Jumbo, foi assim.

O bandido entrou no clube, em plena festa, localizou o empresário, foi à sua mesa e atirou – assim mesmo, de cara limpa. E saiu, tranquilamente, diante do pânico dos presentes.

No assassinato do delegado Stênio Mendonça, em 1997, na Litorânea, os dois atiradores também estavam de cara limpa.

O próprio Joaquim Laurixto, envolvido na morte de Mendonça, foi assassinado anos depois por pistoleiros que ocupavam um automóvel Gol. E nenhum deles escondia o rosto.

A idéia da cara-limpa é uma bobagem que não condiz com a história da pistolagem.

Imagens como esta, só nnas revistas em quadrinhos

Até por que, se nem mesmo Décio Sá, repórter conhecido na cidade, foi reconhecido como tal pelas testemunhas do crime, imagine um pistoleiro, que geralmente se passa por pessoa comum?

Qualquer bandido da periferia de São Luís circula normalmente pela orla da cidade sem ser reconhecido – e, algumas vezes, passa até por cidadão de bem.

Além do mais, só alguém com absoluta familiaridade das condições geográficas da Litorânea poderia traçar um plano de fuga como o que está sendo dito pelas testemunhas.

Afirmar, portanto, tratar-se de pistoleiro de fora, é uma falácia.

Pelo menos até que se prove o contrário…

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Demora da PM facilitou fuga de bandidos, afirmam testemunhas…

Aluísio ainda não admite falhas na apuração da morte de Décio Sá

Uma viatura policial que passou minutos depois do assassinato do jornalista Décio Sá foi avisada pelas testemunhas da fuga do matador.

Segundo uma das testemunhas, a viatura “deveria dar a ré e sair em perseguição aos suspeitos, ao invés de ir até o bar Estrela D’Alva fazer o retorno”, contou a testemunha, que foi taxativa:

Os policiuais demoraram imprimir perseguição aos supostos assassinos, o que certamente facilitou a fuga deles.

A demora pode ter facilitado a fuga, sobretudo por que, segundo outra testemunha, os motoqueiros ainda pararam, próximo às dunas, para que o atirador pudesse subir o morro, em direção a outros dois comparsas.

O tempo deles foi tão suficiente, que deu até para que a testemunha olhasse detalhes da subida, do comportamento, e da vestimenta do assassino.

– O indivíduo subia com dificuldade, pois aparentava estar fora de forma (…) estava escabreado, nervoso, olhava para baixo e para os lados – contou a testemunha.

Ainda segundo a testemunha, “poucos minutos após o comparsa ter deixado o indivíduo sobre as dunas (…) passou uma viatura militar pela avenida, em velocidade acentuada”. 

Fica claro que a demora na perseguição foi fundamental para o sucesso da fuga.